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Capítulo 17 - Novos Aliados (continuação 1)

Demorou...mas foi.

Vou tentar escrever um ou dois capítulos por semana...sempre de uma fic diferente.

Mas prometo que não vou deixar nenhuma sem acabar...posso demorar mas eu sempre volto...

Obrigada a todas que ainda se mantém aqui...

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Em Sevilha, Luzia está no quarto de Taty e de Sofia, acariciando o seu ventre onde mais pedacinho dela e de Luís cresce. Olhando para aquelas duas meninas, que dormem tranquilamente, sem sonharem que tudo ao seu redor está tão confuso.

Levanta-se caminhando até à janela que dá para o jardim. Perdendo-se nos acontecimentos dos últimos meses: conhecer o irmão que sempre ouvira a mãe falar, na sua sobrinha Violeta que a mãe Rosário falava com tanto carinho e finalmente conhecer a irmã, que mesmo com ansiedade e algum medo à mistura conseguiram acertar-se.

Claro que não foi fácil , principalmente porque Angie apenas soubera da sua existência há umas semanas. E se para Luzia não fora fácil perceber toda aquela história entre o pai, a mãe, Angélica e José. Porem, Angie mostrara-lhe que era alguém muito justa, decidindo aceitar toda a sua historia e aceitá-la como irmã.

Lembrou tudo o que se passou com Violetta, em como foi injusta para com a sobrinha. Por fim a vinda de José a Sevilha que originou tudo o que estavam a viver naquele momento: Rosário no hospital em coma, por ter enfrentado aquele monstro, Gérmen e as sobrinhas escondidas sem poder sair, Angie na Argentina afastada do marido e das filhas.

E aquela gravidez, que naquele momento não podia ser celebrada. Para além da mesma poder acabar muito mal, contudo, tal como disse ao marido ela não irá desistir daquele bebé, tal como nunca desistiu de Tomás. Sai da grande janela e vai até ao roupeiro das meninas para retirar as suas roupas. Apesar de tudo o que se passa nas suas vidas, as meninas têm escola, a vida tem que continuar. Quando se apercebe, Taty está acordada, e com lágrimas nos olhos. Aproxima-se da pequena, sentando-se junto dela, e abraça-a.

- Que se passa princesa? Porque estás a chorar?

- Estou com medo...- diz Taty ainda com lágrimas a chorar...- tive um pesadelo...

- Taty, a avó vai ficar bem. Eu sei que sim...

- Não foi com a avó...foi contigo. Mamã não me vais deixar como a mamã que está no céu, pois não?

- Taty, a mamã não vai a lugar nenhum. Eu nunca vos vou deixar...eu prometo.

- Prometes, mesmo? De mendinho?- Taty estica o seu mendinho, e Lúcia faz o mesmo...- Prometeste de mendinho mamã, não podes quebrar.

- Não vou. E agora que tal se fores ter com o papá e com os manos? Eu vou acordar esta bonequinha que está mais preguiçosa do que nunca. Aliás, é até estranho ela estar a dormir, costuma ser a primeira a acordar...

- Ela acordou a meio da noite mamã...a chorar...mas eu fui para a cama dela e adormeci-a.

- Obrigada minha princesa. Agora vai lá ter com o papá e os manos, depois tens que te vestir pois hoje é dia de escola...

- Mas, mamã...eu queria...

- Tatiana, eu sei o que me vais pedir. Mas nem eu sei se a posso ver...eu prometo que assim que a avó tiver visitas eu levo-te...

- Mas mamã...- Lúcia a olha de forma dura, mas suave ao mesmo tempo. Fazendo-a perceber que não vale a pena continuar a discutir e sai a caminho da sala.

Luzia então aproxima-se de Sofia e dá-lhe um leve beijo...a pequena não acorda embora se mexa inquieta...Lúcia continua então com os mimos e com palavra doces ditas bem baixinhas no seu ouvido...

- Mamã...dia...jinhos...

- Bom dia minha bonequita...vamos comer...e depois escolinha sim?

- Mamã...vovó...unde tá?

- A vovó...ela está com dói dói, mas o Tio Rodrigo está a tratar dela sim...logo ela vai estar cá em casa...

- Dói-dói...no pital do ti Rô?

- Sim meu amor...agora vamos comer sim...- A pequena penas assente e pede colo a Luzia.

Assim que chega à sala com a pequena ao colo, Luís olha para ela franzindo o olhar. Esta ignora-o, senta a pequena na sua cadeira, dá um beijo a Miguel e a Tomás e senta-se. Luís continua a olhar para ela...

- Nem venhas com conversas Luís...

- Não devias andar com a Sofia ao colo...

- Eu não estou doente. E nem penses que vou deixar de pegar nos meus filhos...

- Luzia, só estou a pensar...- luzia sabia o que ele estava a pensar, mas até a proibirem ou até se sentir mal ela não ia rescindir de nada na sua vida ou na sua rotina.

- Posso saber o que se está a passar?- pergunta Mercedes que está perdida na conversa...- Por que é que Luzia não pode pegar na Sofia?

- E que a mamã tem um bebé na barriga Tita...- Luís e Luzia olham para a pequena...- Lembras-te do meu sonho?

- Pensei que tivesse sido um pesadelo...

- Começou por ser um sonho, a Mamã do céu apareceu, disse que eu iria ter mais uma mana, e que tu ias precisar de mim. Depois ela foi-se embora e começou o pesadelo...

- Luzia! Tu estás grávida?- pergunta Mercedes ao que Luzia responde acenando...- O meu Deus, parabéns minha querida... A tua mãe ia ficar tão contente...

- E se Deus quiser a Rosário vai ficar bem e mimar este bebé...agora Dona Luzia, não te quero a pegar a Sofia ou o Tomás ao colo...

- Podes parar por aí...estou grávida e não inválida...

- Luzia...pelo amor de Deus, sabes o que passaste com o Tomás...- Luzia virou-se para os filhos ignorando o marido.

- Tati, Miguel já terminaram?- os meninos olhando do pai para a mãe apenas acenaram que sim...- Então vão-se vestir que têm escola...- levantando-se pega em Sofia colocando-a no chão, pega em Tomás ao colo...- Vamos amores, vestir para ir à escolinha...

- Luzia...- mas a mesma apenas o ignora...

- Luís. Não vale a pena discutires com ela agora. Luzia para além de mãe é médica. Ela sabe dos riscos, todos nós sabemos...

- Eu não tenho tanta a certeza que ela se lembre do que passámos...bolas nós tínhamos decidido que depois do Tomás...depois do que passámos...

- Querido, sei que estás com medo, mas se Deus vos deu mais esta bênção por alguma razão. Não desesperes, e principalmente não sufoques a Luzia. Eu conheço a minha sobrinha, tinhosa como o pai.

- Vou tentar, agora vou subir tentar falar com ela.

Levanta-se, dando um carinho na velha senhora que tinha como uma mãe e sobe. Passa pelo quarto dos rapazes onde os vê já arranjados, de seguida segue para o quarto das meninas, onde Tati acaba de arranjar a sua mochila.

- Papá...não sejas mau para a mamã. Ela precisa do nosso carinho.

- Eu sei ursinha. Vou pedir desculpa...- abraça a filha...- ela está muito brava?

- Um bocadinho, mas é só tu dares um beijinho daqueles nojentos que vocês dão de vez em quando, e pensam que nós não vemos, e fica tudo bem.

- Beijinhos nojentos!?- ri-se com a resposta de Tati e começa a fazer cócegas na pequena.

Quando entra no quarto, vê a esposa a acabar de vestir a filha mais nova, estão as duas a falar sobre o bebé. Sofia está a olha para a barriga da mãe, e faz-lhe festas. As duas estão tão distraídas na sua conversa que nem se apercebem que estão a ser observadas.

- Mamã!? Como o bebé entou na tua baliga? E como ele vai xair?

- Ai Deus, tu não podias fazer essas perguntar ao teu pai!?- pergunta em pânico Luzia à filha, que continua a olhar para a mãe...

- Que eu saiba tu é que és a especialista neste caso...- diz Luís, sorrindo da aflição da esposa...- Mas desta vez eu vou te socorrer...- chegando perto da esposa dá-lhe um singelo beijo na bochecha, pega em Sofia rodando-a no ar, fazendo a pequena gargalhar...

- Papá...maix...maix...- grita a pequena...- Adolo o papá e a mamã meus...

- Nós também te amamos pequena. Agora vai lá ter com a Tati...o papá vai só acabar de se vestir e já vamos todos para a escola...- a pequena sai feliz, esquecendo-se da pergunta que tinha feito Luzia suar...

- Sabes que ela vai voltar à questão do "como o bebé veio para dentro da barriga"...

- Sei, mas enquanto ela não volta, temos algum tempo para arranjar uma boa explicação.- responde Luís.

- Hummmm! Então e a famosa história da semente, ou mesmo a da cegonha...

- Amor, achas que ela vai ficar satisfeita com essas explicações?...- pergunta Luís, enquanto Luzia caminha para o closset onde começa a escolher a roupa para vestir. Luís segue atrás da esposa, abraçando-a por trás e iniciando uma serie de beijo no seu pescoço e na nuca...- Perdoa-me, por favor. Eu...eu só estou com medo. A mãe da Tati morreu depois de a ter, tu quase morreste depois do parto do Tomás...eu...

- Luís.- Luzia vira-se olhando para os olhos do marido...- Eu sei como sofreste com a morte da Tamar, sei que te relembraste de tudo quando tivemos o Tomás...- Luís ia falar porém ela não o deixa falar e continua...- e sei que corro alguns riscos. Mas eu já o amo...- e coloca as suas mãos no seu ventre..

- Eu sei, e eu também já o amo.- Diz e coloca as suas mãos por cima das de Luzia...- Eu só estou com medo...

- Não te vou dizer que não estou, mas estou feliz...e agora vamos deixar os quatro pestinhas na escola, depois ver o Gérmen...e por fim vamos ao hospital...

- Vamos à tua consulta certo!?

- Sim, amor...vamos à minha consulta.

E assim depois de uma conversa entre os dois, onde tudo ficou resolvido, foram levar Tati, Miguel, Sofia e Tomás à escola e seguiram para a mansão do Professor Castro. A viagem foi feita em silêncio. Luís pensava na gravidez de Luzia, enquanto esta pensava em como falar com Gérmen sobre Rosário. Ela sabia que o choque ia ser grande, e que a revolta do irmão podia implicar José encontrar as sobrinhas.

- Bom Dia Senhor...- responde um segurança...- Ah Bom Dia Dona Luzia...o Doutor não avisou que viria?

- Eu não falei com ele. Está tudo bem por aqui?

- Sim tudo seguro.- Luzia sai do carro, segue até ao equipamento que abre os portões e estes abrem. Luís avança com o carro até a um segundo portão onde estão mais seguranças e aqueles cães enormes.

- Bom Dia Igor...- Luzia aproxima-se do segurança e cumprimenta-o. Depois chega-se perto dos cães e dá-lhes alguma atenção, o que para Luís parece quase um suicídio.- Bom Dia meus amores...vou só falar com o meu irmão depois tenho que ir ao hospital.

- O Doutor já me tinha informado. Espero que a sua mãe se recupere rapidamente, e se me permitir gostava de dar uma lição a esse ser...

- Tem calma Igor. Por muito que até me agradasse que desses um trato naquele homem, não podemos descer ao seu nível. Como está a Bia e a Pilar?

- A menina está feliz da vida, acho que lhe faz bem ter a pequenita cá. E a Pilar...- Luzia sorri, ela sabe bem o que este homem forte e seguro sente pela sua irmã...- ...quer dizer a Dona Pilar parece outra, acredita que até já sai do quarto...

- A Pilar saiu do quarto!? Mas e as crises...e...

- Desde que o seu irmão e as visitas chegaram nunca mais teve nenhuma. Já pensámos até em contar-lhe tudo sobre a Bia.

- Não sei se será bom, ela pode ficar pior...bom vou entrando...obrigado por tudo.- Luzia caminha até ao carro e antes de entrar, vira-se para o segurança...- Igor...- este olha para Luzia...- Um dia quem sabe ela poderá amar-te como tu a amas...- o forte e alto segurança dá um sorriso daqueles que todos os apaixonados dão...

- Tens muita intimidade com esse segurança.- um Luís com um bico enorme segue para a mansão propriamente dita...

- Pelo amor de Deus Luís...- Luzia ri-se, gargalha mesmo...- Conheço o Igor há anos, para além disso tu ouviste o que eu lhe disse? Ele ama a Pilar há anos.- assim que param em frente da porta, Luzia tira o cinto e faz o esposo virar-se para ela...- Eu amo-te, nunca houve outro, nem nunca haverá...mas gostei de te ver com ciúmes...

- Gostaste? Não sei se vais gostar muito quando chegarmos a casa...- tira o cinto, aproxima-se da esposa, e segreda-lhe bem baixo como se fosse um sussurro...- hoje á noite eu digo-te quem é que vai ficar com ciumes...

Depois de algumas trocas de beijos e carícias, saem os dois do carro. Luzia continua sem saber como contar, e rezava para que Gérmen não fizesse nada de muito radical ou agisse de impulso. em ultima instância ele teria que pensar nas filhas: Vilu e Clara. Teria que pensar no sacrifício que Angie estava a fazer em manter-se longe para proteger os três. Ele não podia agir sem pensar...

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