Capítulo 11 - A Esperança é a Última a Morrer (continuação 3)
E assim seguem até ao Hospital, em silêncio...um completo silêncio, costuma-se dizer que o silêncio é de ouro, mas este era tudo menos de ouro...nenhum tinha vontade de falar aquilo que lhes ia na alma, no coração e na mente. O medo era maior que qualquer palavra proferida por qualquer um deles...nada que dissessem poderia afastar aquele temor que sentiam ao saberem que finalmente iam saber o que se passava com Violetta. Assim que chegam são levados por Luís para o gabinete do Professor Castro, onde já estavam o Dr. Herrera, Leon e Frederico.
- Bom Dia a todos, espero que tenham descansado alguma coisa?- diz Rodrigo...
- Mais ou menos...- diz Gérmen...
- Bem, pelo menos descansaram mais que este jovem, que pode ser muito persuasivo...e que acabou não sei como por dormir no quarto da Violetta.
- Eu só queria ficar mais perto dela...- e as lágrimas corriam-lhe pela face...por muito que ele tentasse evitar, ele não suportava ver o amor da sua vida assim...tinha saudades do seu olhar, do seu sorriso, da sua voz, de cantar com ela...
- Professor Castro, Dr. Herrera; podemos ir directos ao assunto. - Diz Gérmen olhando ora para um ora para outro, Angie estava ao seu lado apertando-lhe a mão com tanta força que ele já quase não a sentia...- Como está a Violetta? O que é que aconteceu com a minha filha?
- Bom Sr. Castillo a Violetta teve um Acidente Vascular Cerebral...
- Teve o quê? Mas ela ainda é tão nova...não...eu não percebo...- diz Angie parecendo algo perdida...
- Tem razão, não é normal acontecer em jovens, mas, o facto é que acontece sim.
- Como assim acontece...como é que a minha filha de repente entra em coma e o senhor simplesmente me diz que acontece...
- Gérmen...tem calma. Deixa o Prof. Castro continuar.- Diz Rosário...
- O caso da Violetta não é dos mais graves, o mais provável é que ela tenha tido sinais do que estaria a acontecer, porém, como ninguém esperava por algo assim não deram qualquer importância.
- Que sinais? Quer dizer que podíamos ter evitado isto? Que foi por nossa causa que ela...- Angie chora sem conseguir controlar as lágrimas...
- Não, o professor não quis dizer isso. Ouçam mesmo que tivessem percebido alguma coisa, tudo isto podia ter acontecido.- diz Luís tentando acalmar os dois.
- Eu vou tentar explicar-vos. Um AVC nada mais é que uma queda no fluxo sanguíneo para o cérebro. Pode ter várias causas, uma delas é uma simples taquicardia que foi o caso da vossa filha. O facto de ter feito a paragem cardiorrespiratória também não ajudou...
- Mas a Vilu nunca teve problemas de coração? Como é que de repente tem essa coisa de taquicardia?- pergunta Rosário.
- Rosário...com tudo que tem acontecido nas últimas semanas, eu admira-me como ela resistiu a tanta coisa...- diz Luís.
- Respondendo ao que a Dona Rosário perguntou, fizemos também uns exames ao coração, que terão que ser reavaliados assim que ela acordar mas que indicam um leve Sopro no coração, no entanto, poderá ser resultante da paragem cardiorrespiratória.
- Dr. Herrera e agora, quanto tempo vai ela estar assim desacordada e ligada àquela máquina.
- Bom em relação ao facto de ela estar inconsciente, a verdade é que neste momento só depende dela, em relação ao ventilador ela já está a respirar sem a ajuda do mesmo. E só isso é muito bom sinal.- diz Rodrigo
- Só mais uma coisa que vocês têm que saber...- diz o Professor Castro...- em relação a possíveis sequelas...- e de repente todos olham para ele...- isto se existirem, no entanto, só quando ela acordar podemos analisar...
- Que tipo de sequelas? O que pode acontecer...por favor não me esconda nada Professor.
- Bem, Sr. German, podem ser muitas, mas as mais comuns passam por: perda de memória recente, movimentos, fala...
- Está a dizer que a Vilu pode...não...eu não...- Angie fica pálida, branca...e sai da sala. Ela não aguenta ouvir mais nada, vai direcção à primeira casa de banho que encontra e...tudo o que comera naquela manhã acaba por sair do seu estômago. Ela sente-se perdida, enjoada e levemente tonta...pensar em Vilu sem falar ou sem se mexer...não isto não está a acontecer. Quando sai da cada de banho vê Tatiana com Luzia, e de repente aparece Gérmen e todos os que estavam na sala.
- Angie, estás bem? Estás pálida...
- Eu estou bem...podemos ir ver a Vilu?
- Sim...claro que sim...- Gérmen beija-a na testa e abraça-a, sentindo ainda a sua ansiedade, o seu medo...que era também o seu medo.
- Eu também vou...não é Tio Rodrigo? O papá disse à mamã que tu tinhas deixado?
- Sim. Mas vamos deixar primeiro os pais da Violetta irem vê-la, depois levo-te lá pessoalmente pode ser?
- Mas...eu queria ir logo...- uma ou outra lágrima começam-lhe a cair...
- Tati...- diz-lhe Angie...- Se quiseres podes vir connosco...queres?
- Não Angie, vocês devem ir sozinhos.- diz Luzia não com um tom de autoridade mas calmo...- A Tati vai esperar que vocês a vejam e...
- Luzia deixa-a vir...por favor.- Diz-lhe Angie já com Tati junto dela com o ar mais fofo do mundo...a verdade é que Angie sente que com a menina irá conseguir manter-se firme e não quebrar...
- Acho que com aquelas duas caras não vamos conseguir dizer que não Luzia...- diz-lhe Rodrigo.
- Eu já desisti de dizer que não aquela cara...- diz Gérmen apontando para Angie...- há muito tempo...
- Está bem...- Luzia não aguentava dizer que não, quando a filha fazia aquela carinha...- Mas Tatiana comporta-te e lembra-te do que conversámos no carro...
- Sim...mamã eu vou-me portar bem e não vou pular, nem gritar, nem...
- Bom...eu e a avó vamos para o gabinete do papá depois vais lá ter com ele.
E assim foram os quatro a caminho do quarto de Violetta, enquanto os restantes seguiam cada um o seu caminho. Os dois médicos seguiram o seu rumo e foram tratar dos seus outros pacientes; Leon, Ludmila e Frederico foram até à cafetaria do hospital para comerem alguma coisa e conversarem um pouco. Rosário e Luzia foram para o gabinete de Luís, e enquanto a mãe lhe contava o que o Professor e Rodrigo lhe tinham tido Luzia fica cada vez mais inquieta.
- A culpa foi minha...eu sabia. Eu gritei com ela sem sequer lhe dar uma hipótese...a culpa foi minha mãe.
- Luzia, por favor a culpa não foi tua querida. A Violetta...ouve querida, com tudo o que aquela menina já sofreu na vida eu até me espanta como é que ela aguentou tanta coisa.
- Mamã, ela teve um AVC porque entrou em colapso, ela pode ficar com sequelas para o resto da vida, tudo porque eu fui egoísta e insensível. Eu só pensei em mim, nem por um minuto pensei no que ela estaria a sofrer...no difícil que era ver a imagem da mãe em mim...
- Querida estares a penalizar-te dessa forma não ajuda ninguém...nem a ti, nem à Violetta. Por favor para com isso e agora em relação a Angie, estiveram a falar durante muito tempo hoje?
- Sim...falámos sobre muita coisa: sobre nós, sobre Maria, sobre a Violetta, mas fundamentalmente sobre o papá.
- Sobre o teu...o vosso pai? E falaram sobre o quê?
- Muita coisa mamã. Mas percebi que não fui a única a sofrer com tudo isto. Eu nunca tive o meu pai comigo...mas a Angie, a quem eu culpava por mo ter "roubado" também nunca o teve na realidade.
- O Miguel...ele...a pessoa em que ele se transformou, aquele que Angie retratou, não foi o Miguel pelo qual eu me apaixonei...ele era doce, meigo, tinha um orgulho enorme de Maria...era um óptimo pai.
- O papá apenas se perdeu no caminho mamã. Eu acho que ele não era mau ou indiferente, ele perdeu o rumo e fez e disse coisas que não devia...mas ele foi e sempre será o homem pelo qual te apaixonaste.
- Há uma coisa que ainda não percebo...porquê é que a Tati tem tanta vontade em ver a Violetta?
- Também não sei mamã...eu tentei perguntar-lhe a caminho daqui mas a única coisa que ela me disse foi "que eram coisas de primas..." nem lhe perguntei mais nada.
Entretanto na cafetaria do hospital Ludmila e Frederico tentavam convencer Leon a ir descansar um pouco a casa ou pelo menos ir tomar um banho.
- Leon sei que não queres sair daqui mas pelo menos tomar um banho...qualquer dia, por muito que não queiras sair, expulsam-te do Hospital por atentado à saúde pública.
- Lu...- Frederico olha para Ludmila...- se bem que de uma forma não muito cuidadosa...- e olha de novo para ela...- a Ludmila tem uma certa razão, porque não vais pelo menos tomar um banho. O Gérmen e a Angie estão com a Vilu...levo-te e trago-te assim que acabares.
- Tudo bem...vamos, mas alguém tem que avisar que vamos a casa.
- Não te preocupes...- e com telemóvel na mão Ludmila estava já a escrever...- já estou a tratar disso, vamos?
Assim saíram os três para casa, quando chegaram Clara estava de novo a chorar, Chica tentava acalmá-la mas nada resultava. Assim que vê Ludmila estica os seus bracinhos e quando se sente ao seu colo dá um suspiro e aninha-se bem ao colo desta. Leon sobe logo para tomar o seu banho e Frederico senta-se ao lado de Ludmila.
- Minha estrelinha...o que aconteceu porque é que ela estava a chorar...
- Ela está a chorar desde que Angie e Gérmen se formam embora...- diz Mercedes.
- Acho que ela presente que algo não está bem. Nós pensamos que não, mas estes anjinhos sentem tudo.- Diz Chica.
- A Clara gosta muito de ti...apesar de...desculpa a minha pergunta mas ainda não percebi a tua relação com Gérmen e com Angie.
- Digamos que o Gérmen e a Angie me abriram os seus corações e a sua casa quando fiquei sem ninguém.
- Como sem ninguém, então e os teus pais? Desculpa não devia ter-te perguntado...- Diz Mercedes já muito aflita.
- Não há problema, o Gérmen, a Angie e a Vilu transformaram-se numa família para mim depois da minha mãe...ter feito umas coisas erradas.
- Ai, querida desculpa, esta minha mania de querer saber tudo, desculpa.
- A minha mãe errou porque é uma pessoa doente e o Gérmen cuidou de mim, tem sido um pai para mim, e o meu pai mora em África está sempre nas suas expedições...A Vilu, acabou por se transformar em muito mais que uma irmã para mim...
- O engraçado é que nem sempre foi assim, viviam a discutir as duas e odiavam-se de morte...- diz Frederico já a rir-se, Ludmila fuzilava-o com os olhos, mas a verdade era essa: elas passaram de um ódio mutuo para um amor fraterno. Era estranho até para Ludmila perceber que tudo o que sentira por Vilu tinha mudado tanto.
- Frederico. Mas não foi bem assim, a verdade é que eu tinha muitos ciúmes da Vilu. Ela tinha tudo o que eu nunca tive: uma família capaz de tudo para a proteger...e bem, fiz muitas coisas de que hoje me arrependo profundamente.
- O importante é sabermos reconhecer e arrependermos-nos do que fizemos de errado e acho que isso tu fizeste e aprendeste com o erro...- diz Mercedes dando um sorriso a Ludmila...- E eu conheço o meu sobrinho o suficiente e se ele abriu o seu coração para te receber é porque o mereceste...
- Acho que sim...vou deitar esta princesa...- e vira-se para Frederico...- e tu devias ir ver do Leon, aquele miúdo está a demorar mais no banho que eu e Vilu juntas.
Todos se riem daquele comentário e enquanto Ludmila e Frederico sobem, Mercedes e Chica tratam das três crianças que estavam já a fazer uma barulheira infernal. Enquanto Ludmila vai colocar Clarita no berço, Frederico vai até ao quarto de Leon e encontra-o a dormir, se bem que tem consciência que o seu amigo queria ir logo para o Hospital também sabia que ele precisava de descansar, então deixa-o a dormir. Vai ter com Ludmila que estava no quarto de Gérmen e de Angie a deitar Clara. Abre a porta bem devagar pois sabia que a pequena estava a dormir...mas assim que o faz para de imediato e fica a ouvir a conversa das duas, ou pensando bem era mais um monólogo pois apenas Ludmila falava...era uma cena que ele não queria interromper.
- A Violetta vai ficar bem princesa não quero que te preocupes, até porque ficares com rugas antes do teu primeiro aniversário seria...um desastre. E depois quando ela voltar vai-te ensinar a cantar tão bem como ela. Sim, é isso mesmo, apesar de EU simplesmente desmentir o que acabei de dizer se algum dia tu o reproduzires, mas a verdade é que a nossa irmã canta melhor que eu. Mas não te preocupes porque eu vou-te ensinar como ser uma Supernova sempre a brilhar. E vamos ser muito felizes, todos...e a Vilu também...porque ela vai voltar para nós, por isso não te preocupes.
- Eu tenho a certeza absoluta que vamos...todos nós.- diz Fede que não aguenta mais estar escondido vendo a sua Lu a chorar...- Amo-te.
- Frederico...- ela tenta disfarçar as lágrimas...- Estavas aí há muito tempo?
- Sim...e cada dia que passa apaixono-me mais por ti...
- Frederico...- Ludmila baixa a cabeça e olha para Clara tentando fugir de um contacto com Frederico que iria com certeza levá-la a um caminho que ela não sabia se estava preparada...mas este chega mais perto dela, levanta-lhe a cabeça e olhando fundo nos seus olhos...
- Tu és a minha estrela companheira, juntos brilharemos ainda mais. És a estrela que me guia sempre que me perco, sempre que está escuro e não encontro o caminho...tu sempre estás lá para iluminar o meu caminho...o caminho que me leva até ti...a minha estrela gémea...Amo-te.- e depois de dizer tudo isto segura-a pela cintura e beija-a com paixão, com amor...Ludmila separa-se um pouco daquele beijo...
- Também te amo...- e de novo se entregam àquele beijo apaixonado, profundo daqueles em que ficamos sem ar. Quando se separam Ludmila olha para ele...- E o Leon já está arranjado?
- Não...- Ludmila ia falar alguma coisa mas Fede não a deixou e continuou...- Ele adormeceu, eu sei que ele queria ir para o hospital...
- Não deixa-o dormir, ele precisa de descansar. Ele está há dois dias naquele hospital. Ele tem que descansar senão daqui a pouco em vez de um, temos dois no Hospital.
- Ele vai ficar furioso...mas é para o bem dele certo?!- Ludmila acena-lhe que sim com a cabeça, dá-lhe um beijo calmo no início, mas que logo começa a ser mais empolgante, separa-se dele com algum custo, pega no intercomunicador e desce com Frederico para a sala. Apesar de serem umas pestes barulhentas, Ludmila começara a gostar realmente daqueles seus "primos"...principalmente da Tati que naquele momento estava a ver Violetta, era impressionante a ligação que elas as duas tinham. Na verdade Ludmila via-se muito em Tatiana, aquela maneira de ser determinada, respondona, argumentativa; mas ao mesmo tempo via nela um pouco de Vilu, era doce, prestativa, carinhosa...e apesar de não ter noção tinha uma voz linda.
No Hospital Gérmen, Angie e Tati estavam à porta do quarto de Violetta, quando o primeiro recebe a mensagem de Ludmila, avisando-o que tinham conseguido convencer Leon a ir tomar um banho, que mais tarde voltariam os três. Eles ficam um pouco para trás e Tatiana vai entrando no quarto...sozinha, embora Luís quisesse entrar, ela não o deixou.
- Passa-se alguma coisa? Quem é que te mandou mensagem? Foi a Clara?
- Calma...foi só a Ludmila a avisar que conseguiram convencer o Leon a ir tomar um banho. Ah! Também disse que ia ficar um pouco com Clara para ficares descansada.
- A Ludmila tem sido incansável...e o Leon, estou preocupada com ele, não achas que devíamos avisar os pais dele...não sei...
- Por enquanto deixa que nós tratamos dele...e agora vamos ver a Vilu.- Quando chegam à porta veêm apenas Luís...- E a Tatiana?
- Ela quis entrar sozinha...desculpem, eu quis entrar com ela mas...
- Não há problema Luís...vamos Gérmen. – Quando abrem a porta Tatiana está de joelhos em cima de uma cadeira para assim conseguir ficar mais perto de Vilu, uma das suas mãos segurava a mão de Violetta e com a outra fazia-lhe festas muito suaves na face, e conversava...Angie e Gérmen deixaram-se estar perto da porta abraçados a assistir àquela cena, os dois estavam sem conseguir dizer ou fazer nada, eles apenas olhavam para Tatiana...
- Vilu, eu vim ver-te porque temos que conversar muito a sério. O papá disse-me que estavas assim de olhos fechados como se tivesses a dormir e que não os ias abrir se eu falasse contigo, mas eu perguntei-lhe se tu me ouvias e ele disse-me que sim, por isso vou falar tudo o que quero falar e no fim quero que abras os olhos...porque eu sei que vais abrir...- Angie tinha já algumas lágrimas nos olhos, aquela criança...tudo era tão simples para ela...- Bem para começar quero agradecer-te pelo passeio que demos, foi simplesmente maravilhoso e eu adorei cada segundo; és a melhor prima que eu podia ter, eu sei que não és minha prima a sério mas eu gosto de ti como se fosses por isso és a melhor prima do mundo, não do Universo...- Angie já não conseguia segurar as lágrimas e estas corriam-lhe pela cara sem controlo...- Depois e esta é a parte mais importante, por isso espero que o papá tenha razão e que me estejas a ouvir: eu quero-te pedir desculpa, porque a culpa foi minha Se eu não tivesse feito aquela birra, não tinha ido contigo ao passeio, o que eu ia odiar pois eu adorei o nosso passeio, mas pelo menos a mamã não se tinha zangado contigo...- Angie não aguentou e tentou desembaraçar-se de Gérmen, mas este não a deixou ir, Tatiana chorava...agarrada a Vilu...- Vilu desculpa...a culpa foi minha, por favor acorda, eu prometo que me vou portar melhor...não vou fazer mais birras...vou fazer tudo o que mamã me dizer e também vou obedecer à avó e à tia Mercedes, mas por favor podes abrir os olhos e deixar de dormir?
- Tatiana...- Angie nem olhou para Gérmen, desprendeu-se do abraço e foi ter com Tati, não aguentava ver aquela carinha com lágrimas e não fazer nada para aliviar aquela dor...era de cortar o coração e Angie já não aguentava mais vê-la ali a chorar agarrada à mão de Vilu.- Tatiana...
- Ela não acorda...porque é que ela não acorda...- Tatiana falava entre soluços...mas sem nunca largar a mão de Vilu.- Ela tem que acordar...
- Não sei Tati...eu não sei, e eu também queria que ela acordasse mas infelizmente não depende de mim...nem de ti.
- Mas eu pensei que se ela me ouvisse...se ela soubesse que eu estou arrependida...que nunca mais faço birras...que ela ia acordar...porque a culpa foi minha a mamã zangou-se com ela porque eu...
- Minha querida...- Angie abraçou-a como é que era possível aquela menina estar a culpar-se por tudo aquilo...- Tati, eu quero que me ouças com muita atenção: a culpa não foi tua...simplesmente aconteceu, e tenho a certeza que a Vilu não te culpa de nada e que te adora tanto como tu a ela...- e naquele momento Tati fez uma cara de susto mas também de espanto...e...
- VILU...ela apertou-me a mão...eu senti...- tanto Angie como Gérmen olharam um para o outro, este saiu do quarto e foi chamar Luís...- Papá ela apertou-me a mão...ela vai acordar...Vilu, acorda...acorda...
- Tatiana...se calhar foste tu que apertaste...e...
- Não papá...eu juro, eu juro que ela apertou...não estou a mentir...chama o Tio Rodrigo, ele vai acreditar em mim...chama papá.
Luís não teve outra opção, por um lado era algo quase impossível mas Tati estava tão segura de si, depois tinha Gérmen e Angie que embora também eles aparentassem estar algo incertos de tudo, tinham um brilho nos olhos, como se estivessem a segurar-se àquela pequena esperança, àquela luz no fim do túnel. Depois do Dr. Rodrigo examinar Vilu, todos olharam para ele, excepto Tati a única que olhava para Violetta, dizendo muito baixinho "Vilu acorda, abre os olhos. Por Favor."
- Tati...eu sei que tu queres muito que ela acorde, todos nós queremos, mas...- todos perceberam o que ele ia dizer, estava tudo na mesma; nessa altura a menina levanta os seus olhos e encara o Tio e com um olhar muito sério e meio zangado...
- Eu senti a Vilu apertar-me a mão e não me interessa o que tu digas...eu senti e ela vai acordar, eu sei que vai...porque ela está a ouvir-me e ela vai acordar porque eu estou a pedir.
- Tatiana, chega. Vamos embora.- Diz Luís que já está cansado de toda aquela confusão...Tatiana quando ouviu o pai a falar-lhe daquela forma começou a soluçar.
- Luís deixa-a ficar mais um pouco, não vale a pena levá-la assim...e depois não foste tu que lhe disseste que a Vilu ouvia, deixa-a ficar a falar para ela, mal não vai fazer...- diz Gérmen que deixou uma Tati feliz da vida abraçando-se a Angie, e um Luís sem saber o que fazer, mas que acabou por deixar.
- Afinal a esperança é a última a morrer...- diz Angie.
E assim os dois médicos saíram do quarto deixando os três com Violetta, Angie pegou em Tati ao colo e sentou-se com ela ao colo, na cadeira onde esta estava antes de joelhos, podia ouvi-la a repetir sempre a mesma frase "Vilu acorda, abre os olhos. Por Favor.", parecia quase um disco partido...mas que não parava...até que adormeceu mas sempre a murmurar a mesma frase. Gérmen estava de pé junto de Angie e olhava para aquela menina pensando em como ela acreditava que se continuasse a pedir a sua filha iria acordar, olhando para aquela criança cheia de esperança como podia ele duvidar. Violetta iria acordar sim, podia ser amanhã ou depois de amanhã...mas ela iria acordar.
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