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Bónus 1 - Martina

Ouvir toda a história da Luzia, fez-me lembrar por tudo o que passei no passado. Tudo era tão parecido com a minha história, exceto o final feliz, porque esse eu não tive. Ainda dói, dói muito. Sinto falta dele, sinto falta dela, sinto falta do que nunca vivemos e nunca vamos viver. Sinto falta até do que perdi sem nem conhecer.

Apesar dos meus pais me terem incentivado a lutar, lutar por ela, eu simplesmente não consegui. Eram tantas as ofensas, eram tantas as desculpas que usavam para me separar do que ainda me fazia levantar da cama. Eu não perdi apenas o amor da minha vida, eu perdi a filha que apesar de não ter o meu sangue aprendi a amar e perdi o pontinho que crescia dentro de mim.

Nós médicos ginecologistas e obstetras, aprendemos muito sobre como diagnosticar uma depressão pos parto. Porém ninguém nunca se lembra que quem perde o seu bebé, seja por aborto espontâneo ou porque o bebé simplesmente deixou de se desenvolver, também podem passar por uma depressão.

Como mãe, assumi para mim um papel de assassina do meu próprio filho. O que fez com que um turbilhão de sentimentos se manifestassem em mim: uma dor extrema, angústia, medo, tristeza e culpa. Passei por momentos de choro continuo, de isolamento em que não queria ver ninguém, de querer dormir por séculos (tipo hibernar como os ursos e acordar 10 anos depois sem a dor que me consumia).

Falta de apetite, falta de motivação para sequer sair da cama. Cheguei a simplesmente a um ponto em que alucinava, em que estava num mundo à parte onde tudo estava bem e nós quatro éramos felizes. E foi nessa altura que os meus pais decidiram internar-me...

E aí, quando finalmente comecei a cair em mim, e a perceber que tudo era real inicia-se então, o questionamento do porquê. Porque é que aquilo aconteceu? Porquê a mim? E por muito que procuremos, muitas vezes não há respostas exactas. Aconteceu porque tinha que acontecer...e esta era a resposta que eu não queria receber.

O tempo passou, e fui aos poucos aceitando a perda, mas a dor essa sempre esteve e sempre estará comigo. Porém com toda esta minha crise existencial, perdi todas as hipóteses de lutar pela minha menina. Passei meses internada, e quando saí nada mais havia a fazer, e nem direito a visitas eu tive. Perdi tudo: o amor da minha vida, o filho que esperávamos e a filha do coração que Deus me deu.

Na manhã seguinte, acordei com Angie sentada na minha cama, apenas a olhar para mim com um lindo sorisso...e uma pequena que olhava para mim com um ar meio desconfiado. Sentei-me na cama...e estiquei os braços, tentando que Clara viesse para o meu colo...

- Bom Dia...- disse Angie, largando um pouco Clara deixando que ela decidisse o que fazer.

- Bom Dia...olá princesa...- e assim que falei ela simplesmente se lançou para o meu colo. E a sensação de ter de novo um bebé ao meu colo é indiscritivel...

- Eu não queria ser chata...ou invasiva...mas será que me podes contar...

- Eu prometi que te contava e vou contar...pode ser até que me alivie um pouco o meu coração e o peso nas costas. Mas não me interrompas...

- Sem uma palavra, prometo...

-Conheci o Jaime no hospital, porém, ao contrário da tua irmã eu era a médica que atendeu a esposa grávida em estado crítico. Ele estava de férias com a esposa...grávida de 7 meses.

"- Boa Noite, Sou a Doutora Martina Castillo...

- Boa Noite Doutora...o meu nome é Carmen Lopez, este é o meu marido Jaime Lopez...

- Então, pelo que sei  não tem sido uma gravidez fácil...- Martina olha para os dois...- Tenham calma, vamos por partes...o que está a sentir?

- Ela queixou-se de dores de cabeça e náuseas, e depois desmaiou, do nada...como a pressão arterial tem sido um problema desde o início da gravidez, nós decidimos comprar uma maquina para irmos anotando...

- Sim, foi uma óptima medida....- enquanto falavam Martina mediu a pressão arterial de Cármen...- Bom de facto ela está um pouco alta. Vamos fazer o seguinte eu vou interná-la hoje apenas para tentarmos normalizar essa pressão. Se tudo estiver bem amanhã volta para casa.

- Mas pode não estar....doutora? O meu bebé corre perigo? Eu...

- Cármen, posso chamá-la assim?- Esta assente...- Então primeiro ficar assim não a ajuda nem a si nem ao seu bebé, segundo eu sou das médicas que gosta de prevenir mais do que remediar. Podia-lhe passar apenas os medicamento e mandá-la para casa, mas eu prefiro dar-lhe os medicamentos aqui no hospital e ter a certeza que os dois estão bem.

- Então está tudo bem?- pergunta Jaime.

- Vamos esperar que os remédios façam o seu trabalho...enquanto isso para ficarem mais descansados que tal ir ver este pequeno aqui?

- É uma pequena Doutora, a nossa pequena Isabela...

- Então vamos lá ver esta pequena..."

- Depois de observar a bebé, pedi a uma das enfermeiras que a levasse para o internamento, enquanto isso eu fui tratar da parte burocrática...

- Tu apaixonaste-te por um homem casado?- Angie estava espantada...

- Eu pedi que não me interrompesses...e não, nessa altura eles eram apenas um casal, e eu a médica...

"A noite passou tranquila, Carmen não teve qualquer piora, mas também não teve melhoras, e isso de certa forma estava a preocupara Martina. Assim que recebeu mais alguns exames, decidiu ir ter com o casal.

- Bom Dia....como estão hoje?

- Preparados para is para casa...eu odeio hospitais...- diz Jaime...

- Então Doutora, posso ir para casa? Não tive mais dores de cabeça, as nauseas sumiram...

- Eu sinto muito, mas infelizmente vou ter a manter aqui. A pressão não aumentou, mas também não diminuiu.

- Por quanto tempo mais? Quanto tempo vou ter que ficar?

- Sra. Lopez, como lhe disse eu gosto de prevenir, e o facto da sua pressão não ter diminuido mesmo com a medicação é preocupante. Vamos ter que a manter internada, e monitorizada quer a senhora, quer essa bebé linda.

- A Isa...eu não a vou perder pois não? Por favor eu não a posso perder, por favor....

- Calma, ela está optima, mas se for necessário, se ela der algum sinal de que está em risco...nós avançamos de imediato para uma cesareana. Por isso quero que continue no hospital.

- Tudo bem, se é o melhor para nós...- ela olha para o marido...- Jaime podes ir ligar para os nossos pais? Eles precisam de saber...

- Doutora, não há hipotese de a transferir para um hospital de Buenos Aires, ela tem a  médica dela lá...

- Eu não aconselho, mas se quiser falar com a médica que a tem seguido...

- Não. Jaime, a Doutora Castillo tem sido um anjo para nós. quantas vezes eu me queixei das dores de cabeça e a Doutora Torres nunca nem nos alarmou....não eu quero ficar aqui.

- Se é assim, eu vou preparar o seu internamento na enfermaria de Obstetricia...e depois mais tarde passo por lá...- e sai do quarto...

- Doutora...eu preciso de saber...a Carmen, ou a Isa correm riscos?

- Sr. Lopez, vou ser muito directa consigo correndo o risco de colocar a minha posição de médica em risco. Eu nem sei como a sua esposa aguentou este tempo todo esta gravidez . Ela está com um quadro de eclampsia, e se a pressão dela estivesse mais baixa eu não teria dúvida em fazer-lhe uma cesariana neste momento.

- Então se ela baixar?

- Se ela baixar, a sua esposa vai de imediato para o bloco. Mas como está, eu apenas arrisco se uma delas estiver em risco.

- Doutora, eu posso...elas podem...

- A vida das duas está em risco sim. Mas eu vou fazer o possível e o impossível para que tudo corra bem."

- O que aconteceu com a Cármen? Porque se te envolveste com o Jaime...

- Eu não consegui. Passado duas semanas, a pressão subiu muito. Levamo-la para o bloco, tentei tudo...salvámos a bebé, mas a Cármen ficou em coma.

- Em coma...então...

- Durante três semanas, ela acordou, muito fraca. Pediu para ver o marido, a filha, os pais...e a mim. Depois disso se foi...

- Meu Deus. E o que ela queria de ti? Ela...

- Agradecer-me, pedir-me desculpa...e pedir que ajudasse o Jaime com a Isa.- Angie ficou de boca aberta...- Fecha a boca que entra mosca.

- Ela pediu-te para ficares no lugar dela...?!

- Não. Quer dizer não no lugar dela, até porque eles moravam em Buenos aires e eu em Rosário, mas sei lá estar com o Jaime se ele precisasse.

- E o que aconteceu? Se vocês acabaram juntos?

- O Jaime acabou por vir morar para cá. Os sogros e os pais estava a dar com ele em doido...e bem acabámos por nos tornar amigos. Ele telefonava-me sempre que precisava de ajuda com a Isa. E eu eia ter com eles nas minhas folgas...o amor foi nascendo entre nós...não foi nada planeado.

- E o que aconteceu? Disseste que o teu caso não tiveste um final feliz...

- Há quatro anos atrás o Jaime teve um acidente de carro, ele e a Isa vinham-me busca ao hospital, eu tinha vindo buscar um exame...mas...no caminho um ciclista inventou de atravessar À frente do carro dele. O Jaime para não atropelar o homem, foi para a faixa contrária, tentou desviar-se dos carros, mas a certa altura o dele capotou...

- Martina...- Angie já chorava, Martina chorava...e Clara olhava para as duas e de repente abraçou-se a Martina...

- Quando ele chegou ao hospital, eu estava na porta à espera dele...mas, não daquela forma. Fiquei petrificada, a olhar para a maca enquanto o levavam. Só saí daquele estado de letargia, quando senti uma pequena agarrada a mim, com um curativo na cabeça.

- A Isa ela ficou bem...

- Sim, teve um pequeno ferimento na cabeça e partiu um braço...nestas alturas percebemos a importância das cadeiras para as crianças nos carros.- Martina respira...- Chamaram o meu pai, porque apesar de estar com a Isa, eu estava petrificada...sabes aquela sensação de veres tudo em camara lenta? Era como se tudo à minha volta não existisse.

"Enquanto Jaime era encaminhado para uma sala de trauma, uma das enfermeiras leva-a para um gabinete, e uma outra sai à procura do Dr. Roberto Castillo. 

- Doutor, Doutor...depressa precisamos de si...é a Dra. Castillo....ela...ele...

- O que é que aconteceu com a minha filha? Onde é que ela está?...- a enfermeira não consegue dizer nada, e apenas pede que este o acompanhe. Assim que chega ao gabinete onde se encontra Martina vê a pequena Isa ao colo da enfermeira e Martina a ser atendida...- O que é que aconteceu aqui? Alguém me explica?

- Vovô..vovô...

- Oi princesa...- Roberto pega em Isa e vira-se para a enfermeira...- O que é que aconteceu?

- Ela e o pai tiveram um acidente de carro...a Doutora ela ficou em choque quando os viu...nós trouxemo-la para aqui, mas ela começou a sangrar...e...parece que ela estava grávida...acho que está...

- Ela está a perder o bebé...e o rapaz? O pai da Isa....?

- Eu não sei doutor, mas pelo que consegui ver, a situação era complicada."

- Depois, só me lembro de acordar no quarto com a minha mãe ao lado. O meu pai abraçado a mim contou-me tudo: o Jaime morrera naquela noite e eu tinha perdido o meu bebé. A isa entretanto já estava com os avós...e nunca mais a vi. Entrei em depressão, fui internada e perdi a possibilidade de ficar com a Isa. Eu perdi a família que estava a começar a contruir...perdi tudo...

- E porque não lutas pela Isa? Já pensaste que ela pode estar a sentir a tua falta? Para ela tu foste a figura de mãe, a única que ela teve...pelo menos podias tentar aproximar-te, explicares que ficaste doente mas que nunca deixaste de gostar dela...

- Não sei Angie...eu nem sei onde está...quem sabe...posso falar com o meu pai. Eu sei que ele nunca deixou de saber da "neta"...

- Então estás à espera de quê?

- Eu...eu tenho medo. Medo da reacção dela, medo do julgamento dos pais do Jaime...eu não quero passar por toda aquela dor de perda de novo.

- Eu posso até entender, mas se não arriscares...vais sempre ficar com o passado atrás de ti... Olha o exemplo do meu pai, talvez se ele tivesse deixado a minha mãe e vivido a vida dele com a Rosário e a Lucia tudo fosse diferente.

- Eu...eu vou pensar no que disseste, mas, agora vamos vestir-nos que temos muita coisa para decidir...

E assim seguiu o dia, decidiram onde todos dormiriam. Arranjaram o quarto da Clara, uma vez que Vilu iria morar com Ludmila, Frederico e Leon.

Sim, ele já decidira que não iria separar-se de Vilu. Não faria sentido, ligou aos pais, explicou a situação e embora tristes eles acabaram por entender a posição do filho, afinal o mais importante era a sua felicidade.

Leon falou também com Pablo, explicou tudo o que se passava e demitiu-se do cargo de professor. O que nunca esperou foi ouvir que o seu lugar estaria sempre ali. Era como se ele e Vilu estivessem numa licença sem tempo determinado.

Martina pensou o dia todo sobre o que Angie lhe disse. Talvez estivesse na altura de enterrar o passado, talvez tivesse na altura de pefir desculpa à pequena wue lhe conquistou o coração ainda dentro da barriga da mãe.

A semana decorreu sem nenhum acontecimento de maior, no sábado juntaram se todos em casa de Cristina e Roberto: familia Castillo, familia Carrara e familia Saramego...todos juntos como sempre deveria ter sido.

Faltava apenas Gérmen, para que Angie se sentisse completa. Para que o seu puzzle fosse terminado...

Será que iria demorar muito?

Será que um dia o puzzle se tornaria completo?

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