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Capítulo 8

Arrumarei essas coisas quebradas
Consertarei suas asas quebradas
E me certificarei de que tudo está bem.
(This Love – Maroon 5)


Lembro que você havia me pedido para dirigir naquele dia. Você havia acabado de voltar do médico e parecia estar muito cansada da consulta. E, sem pensar duas vezes, assumi o controle da direção do seu carro.

"Eu não sei se você já comeu o seu café da manhã..., mas eu ainda não comi. Acabei de fazer um exame de sangue e precisei estar em jejum." Você falou assim que saímos do estacionamento do alojamento. Eu balancei a cabeça em negação para dizer que eu ainda não havia comido nada e você sorriu. "Ótimo. Eu te trouxe um pouco de chá porque eu sempre o vejo bebendo um. Achei que você ia gostar." Você colocou o copo térmico ao lado do câmbio e pegou, também, uma sacola. "E trouxe um croissant que achei na única cafeteria aberta no bairro."

"Esses croissant são uma delícia." Apontei para a sacola de plástico que estava em seu colo. "Obrigado, Saturn."

Lembro que os minutos seguintes foram completamente silenciosos. O único barulho audível era o do atrito do pneu sobre o asfalto da avenida. De um lado eu comia o croissant, quieto, e, às vezes, eu pegava o copo para beber um pouco do chá quente. Do outro lado, você também comia em silêncio enquanto digitava um texto em seu celular. Você ficou minutos inteiros enfiada no celular, apenas digitando.

E você finalmente deixou o telefone de lado e respirou fundo, observando a vista que corria pela janela. E permanecemos mais alguns minutos em completo e absoluto silêncio. Pelo canto dos olhos eu pude notar que você, a cada minuto que se passava, desbloqueava o celular para conferir a mensagem que havia enviado. Você estava um pouco ansiosa. E eu sei disso porque você não parava de morder as unhas e de balançar a perna.

"Ah!" Você exclamou, repentinamente. "Vou te contar como funciona a Ação de Graças na minha família. Temos uma tradição muito importante e você precisa conhecê-la." Você balançou as mãos no ar, animada. "No domingo, após o almoço, a gente bate duas vezes no copo com o garfo e diz algo pelo que é grato. E é tão legal, Ocean. Tão legal. Podemos fazer isso hoje? Você pode falar qualquer coisa que vier a mente. Como por exemplo: sou grato por ter conhecido a Saturn."

Eu segurei o riso que nascia em meu rosto, controlando-me para permanecer firme. "Mas a questão é: eu realmente sou grato por ter te conhecido, Saturn?" Arqueei uma das minhas sobrancelhas, sério. "Sabe, não quero ter que mentir justo no Dia de Ação de Graças."

Senti você bater em meu ombro enquanto parecia perplexa com a minha fala. "Ei! Doeu." Você apontou para o seu coração.

Sorri ao ver que você balançava a cabeça para os lados.

Em seguida, você desbloqueou o celular mais uma vez. Pude ouvir você respirar profundamente enquanto digitava o número de alguém. Provavelmente era alguém da sua família, pensei comigo mesmo. Talvez você estivesse ligando para avisar que estávamos na estrada, a caminho da sua casa.

"Lua?" Foi a primeira coisa que você falou quando viu que a pessoa havia atendido a sua ligação. Pelo canto dos olhos observei que você havia ligado por videochamada. A pessoa do outro lado da linha acenou em resposta. "Lua, você leu a mensagem que eu te mandei?" Você perguntou, ansiosa.

"Eu não li não." Ela balançou a cabeça para os lados, parecendo um pouco entediada. "Deixa eu te perguntar, o gatinho está com você? A gente combinou que você ia levá-lo para casa, Sa." Luna se aproximou da câmera.

Você apontou o telefone para o banco de trás, exatamente onde estava a caixa que prendia o gato que você havia resgatado semanas atrás. O mesmo gato que podia significar a sua expulsão do alojamento interno da universidade.

"Por que você prendeu ele na caixa? Tadinho." Ela fez um bico manhoso. Ri. Luna me lembrava Serena, a minha irmã mais nova. "Ele parece ser tão bonzinho, Saturn. Não vejo a hora de apertar ele. A vovó queria ficar com o Bruce, e a gente quase discutiu para saber quem ia ficar com ele."

"O nome do gato é Bruce?" Uma segunda pessoa apareceu sobre a câmera. Ela era igual a Luna. Provavelmente aquela era Summer. "Meu Deus." Foi tudo o que ela disse para, então, sumir de vista.

"Não é uma má ideia ele ficar com a vovó..." Você inclinou a cabeça para o lado. "Sabe, lá tem mais espaço que o nosso apartamento... acho que ele ia gostar de fazer companhia para a vovó." Você balançou a cabeça e respirou fundo novamente. "Luna Campbell, você leu a mensagem que eu te mandei?"

A garota revirou os olhos lentamente. "Caramba, Sa, eu já disse que não."

Você aproximou o celular do seu rosto, parecendo mais séria que o normal. "Diga para a mamãe e para o papai que eu estou levando um amigo lá para casa, não quero que eles fiquem assustados ao ver alguém desconhecido andando pelas câmeras do apartamento. Sabe como o papai é chato com essas coisas... Enfim, vamos passar a Ação de Graças juntos."

"O que?" Eu falei um pouco alto demais. Olhei rapidamente para você, assustado, e voltei a minha atenção para a estrada a nossa frente. "Você não avisou os seus pais que eu estou indo para o apartamento deles? Saturn!"

"Ora, eu avisei." Você se defendeu, erguendo as sobrancelhas em protesto. "Não é minha culpa que a minha irmã não lê as mensagens que eu envio para ela." Você murmurou baixinho. "Luna, avise o papai e a mamãe!" Você voltou a olhar para o celular, séria.

"Eu não acredito que você vai mesmo levar o Christopher, Saturn." A segunda garota voltou a aparecer na câmera. Summer parecia estar tão séria quanto você. Ela revirou os olhos lentamente. "Não depois de tudo o que ele..."

"O que? Saturn voltou com o Chris?" Uma voz ao fundo gritou. Céus, aquela vídeo chamada estava caótica, Saturn.

Você diminuiu o volume da ligação e se encolheu no banco, envergonhada. Eu não pude deixar de sorrir com toda a sua timidez crescente. "Oh meu Deus! Não!" Você balançava a mão, afobada. "Diga para todos, especialmente para a vovó, que eu não tenho e nem quero ter contato com o Christopher, entendido?" Lembro de apertar os meus lábios, segurando-me para não dizer nada a respeito. Ontem mesmo você havia me dito que ligava para Christopher quando bebia demais. A sua família não sabia daquilo, Saturn? O celular foi virado para mim. Acenei para a câmera, ligeiramente acanhado. "Estou indo com o Ocean." Você explicou enquanto a câmera ainda estava apontada para mim.

A garota balançou a cabeça devagar enquanto olhava para a minha imagem sobre a tela. "Que susto, por um momento eu pensei que você..."

"Cristo." Você a cortou, impedindo qualquer tentativa de ela terminar de falar o que havia começado. A câmera foi virada para o seu rosto. "Só diga para o papai e para a mamãe que estamos indo para o apartamento, certo? E estamos levando o Bruce."

"Certo, certo." Luna disse, impaciente. Ela aproximou o celular para o próprio rosto e sussurrou: "Como foi o seu exame hoje? Tudo certo? Estamos com saudades de você."

Lembro que você olhou para mim por um momento e então abriu os lábios algumas vezes, pensando no que diria. "Foi apenas um exame de sangue simples, Lua. Nada demais." Você também sussurrou em resposta. Você acenou e se despediu das suas irmãs: "Também estou com saudades." E a ligação foi encerrada.

Eu alternei o meu olhar entre você e a estrada a minha frente. "Então, esse Christopher... é o mesmo que você liga quando..." Comecei a murmurar, esperando a sua resposta, esperando alguma mínima brecha para entrar no assunto: ex-namorado. Queria entender o que fez de tão grave para Anne e suas irmãs o odiarem tanto.

Você estava roendo as unhas com muito mais determinação que minutos atrás. "É." Você sussurrou em resposta. E você parecia realmente tensa e ansiosa sobre o assunto. Parecia estar um pouco distante de mim ou daquela realidade. E, principalmente, parecia estar envergonhada por eu ter presenciado aquela ligação desastrosa. "Mas ele não é ninguém importante." Você mentiu.

Lembro de fazer uma anotação mental. Eu precisava saber quem exatamente ele foi para você. E eu precisava saber o porquê ele fazia parte da sua lista de tarefas. Item três: esquecer Christopher. Eu precisava saber o que deveria ser esquecido. Precisava saber o que você se esforçava em cumprir, afinal, o item não estava riscado desde a última vez em que eu vi a sua lista.

Os seus dedos tremiam enquanto você apertava desesperada os botões do rádio do carro. Você mudava de estação a cada cinco segundos e vez ou outra roía a unha da mão livre. "Meu Deus!" Você apertou repentinamente um dos botões para aumentar o volume. "Eu amo essa música." Você balançava a cabeça, apreciando o início de This Love do Maroon 5.

Quando a música começou, você apoiou a cabeça sobre o encosto do banco e começou a cantar alto.

Lembro de me permitir observá-la por alguns instantes. Você balançava a cabeça, acompanhando o ritmo da canção, e os fios dos seus cabelos castanhos eram bagunçados pelo vento que vinha da sua janela aberta. Ah, Saturn, eu ainda posso me lembrar do jeito que você sorria. Era tudo tão puro, era tudo tão simples. Você parecia tão verdadeiramente alegre, como se aquela música tivesse aquele poder sobre você.

Do mesmo jeito que a música tema de Interestellar tinha aquele poder sobre mim.

E eu me descobri estar levemente viciado na intensidade com que você se entregava a cada pequeno detalhe, a cada pequena coisa, até mesmo a uma música composta e lançada a mais de doze anos atrás. Adorava ouvir a sua tímida voz ultrapassar a de Adam Levine, que ecoava por todo o carro. Adorava o jeito que você mexia as suas mãos do lado de fora da janela, sentindo o ar passar por entre os seus dedos.

Olhei para você por um longo segundo e, logo em seguida, voltei a olhar a avenida deserta. "Você é intrigante, Saturn Marie Campbell" Balancei a cabeça para o lado.

Lembro que foi preciso fazer um enorme esforço para me manter atento à direção. Era fácil eu me perder com você por perto, Saturn, e aquilo poderia ser perigoso. Mas, sobre o canto do olho, eu ainda a via. Eu ainda observava você, mesmo que indiretamente. A verdade é que eu havia descoberto que eu gostava de vê-la cantar, e aquilo parecia novo para mim.

"This love has taken its toll on me, she said goodbye too many times before" Lembro de cantar o refrão mais alto do que eu havia planejado e, então, eu pude ouvir a sua risada como resposta. Você parecia estar surpresa comigo. Parecia surpresa em me ver cantar.

"And her heart is breakin' in front of me, and I have no choice 'cause I won't say goodbye anymore" Você cantava até acabar com todo o ar em seus pulmões enquanto olhava para mim, esperando a minha continuação. As suas mãos estavam fechadas, como se estivessem segurando um microfone invisível e, então, você aproximou a sua mão do meu rosto.

"Whoa! Whoa! Whoa!" Balançamos a cabeça no ritmo da canção e cantamos juntos.

Naquele dia realizamos o vigésimo segundo item da sua lista: Viajar ao som de Marron 5.

Lembro de quando chegamos no apartamento da sua família. A primeira coisa que vi foi uma fotografia com toda a sua família reunida na parede ao lado da porta de entrada. Luna e Summer pareciam ter apenas cinco anos de idade no momento em que a foto foi tirada, e elas eram idênticas. Os seus pais estavam sérios, com um pequeno e imperceptível sorriso no rosto, e você estava ao lado deles, com um grande sorriso. O seu cabelo era comprido, e as suas pontas eram rosa claro. Ele era bonito, Saturn.

Lembro, também, que na parede ao lado havia algumas prateleiras inteiramente preenchidas por empoeirados troféus e medalhas de antigas competições escolares. Percebi que os maiores troféus dourados eram de corridas estaduais e municipais. Todas de primeiro e segundo lugar em atletismo. Deviam ser de Summer, sua irmã. Ao lado de tudo isso havia uma fotografia. Era uma garota de aproximadamente quatorze anos, e ela se parecia com você, Saturn, exceto pelos olhos.

"Summer corre desde pequena." Você se aproximou de mim, observando o porta retrato de madeira. "Eu nunca consegui ganhar uma corrida dela desde que ela fez nove anos de idade." Você sorriu e deu um passo para trás. "O treinador diz que Summer é um pequeno prodígio."

Lembro de notar, também, alguns troféus menores. Eles tinham um dourado menos intenso, com menos brilho, então presumi que eram mais antigos que os demais. Todos eles eram de competições de dança infantis, com diversas classificações. Um deles estava escrito: "Dançarina mais graciosa de 2013". Sorri, achando aquilo adorável. "As suas irmãs dançam?" Perguntei, já sabendo a resposta. Afinal, eu havia lido a sua lista.

"Não..." Você inclinou levemente a cabeça para o lado enquanto mordia o canto da sua própria bochecha, envergonhada. "Esses troféus são meus, na verdade." Entre as suas mãos você segurou um porta-retrato que havia por perto, ao lado de todos aqueles prêmios. Era a foto de uma garotinha usando uma saia de tule lilás, os seus cabelos estavam presos em um impecável coque e ela segurava um enorme buquê de flores amarelas.

Imperceptivelmente eu balancei a cabeça. Ah, sim. Aquela era você, sem dúvida alguma. O formato dos seus olhos verdes eram únicos quando comparado às suas irmãs. Além disso, eu podia facilmente reconhecê-la pelo sorriso, Saturn.

Lembro que você observava cada detalhe da fotografia com admirada atenção. Como se sentisse saudades daquilo... saudades da dança. Saudades do palco. Saudades dos prêmios e, principalmente, saudades daquele tempo. Era nítido que você queria voltar a praticar ballet.

Lembro de quando nós fomos cozinhar o almoço da Ação de Graças. Você colocou Maroon 5 para tocar em seu celular enquanto misturava o molho do nosso macarrão na panela. A música ecoava alto em cada centímetro do apartamento e ainda assim eu podia ouvir você sussurrar o refrão dela.

Eu ergui os meus olhos da xícara de farinha que eu enchia, para a encarar por um momento. Você balançava a cabeça para os lados, no ritmo da canção. A sua voz era tímida, mas você não deixava de cantar um minuto sequer. Você mexia o quadril de um lado para o outro, minimamente. Você era intrigante, Saturn.

Voltei a minha atenção para a massa do brownie que eu estava fazendo e, então, falei por cima da música que saía do seu celular: "Como está o nosso macarrão, Saturn?"

Você parou de dançar e de cantar. Lembro de notar pelo canto dos olhos que você havia colocado um pouco do molho branco sobre a palma da mão para provar. Instantes depois você respondeu que estava delicioso.

Você pegou uma colher pequena e a preencheu com o nosso molho. Você caminhou até mim, assoprando o molho quente com delicadeza. "Quer provar?" Você entregou a colher em minhas mãos com um sorriso no rosto enquanto esperava a minha resposta. "Está quente." Você me alertou. "Ainda vou acrescentar o queijo, mas já está quase pronto."

Balancei a cabeça e provei do molho branco. Estava de fato delicioso, Saturn. "Está muito bom." Foi tudo o que eu disse para você. Estava até mesmo melhor do que o meu.

Você saltitou de volta para o fogão elétrico, feliz com a minha aprovação. Você era pura demais, Saturn, completamente diferente do que eu havia imaginado quando a conheci na festa. "Estou louca para experimentar o seu brownie de chocolate. É o doce preferido das minhas irmãs." Você virou para trás para olhar para mim.

Despejei a xícara de farinha sobre a tigela e voltei a mexer a massa. "E qual é o seu doce preferido?" Perguntei. "O meu obviamente é o brownie de chocolate."

"Torta de maçã." Você respondeu com um sorriso nostálgico no rosto enquanto apontava para um pequeno quadro que estava pendurado na parede da sua cozinha. Era um papel branco que estava emoldurado. Nele estava escrito com canetinhas coloridas: 'amor é dividir uma torta de maçã com alguém'. Lembro de inclinar levemente a minha cabeça para o lado, tentando entender a analogia estranha daquela frase. "Eu escrevi isso quando tinha apenas oito anos de idade." Você começou a explicar. "Torta de maçã é o meu doce preferido. E, quando a minha avó cozinhava ele, eu comia tudo, Ocean! Eu não dividia com ninguém."

Eu ri discretamente. "Você comia uma torta inteira sozinha?" Perguntei, incrédulo. Eu jamais conseguiria comer uma torta inteira. Jamais.

"Sim!" Você arregalou os olhos e, então, balançou a cabeça positivamente. Bom, Saturn, até hoje eu não acredito que você conseguia comer uma torta inteira sozinha, não importa o quanto você jure. "Quando eu tinha apenas oito anos de idade, uma professora da escola pediu para a sala escrever o que era o amor. E, para mim, amor era não se importar em dividir aquilo que é mais importante para você."

Eu ergui a sobrancelha e analisei, pela segunda vez, o quadro exposto na cozinha. "E a coisa mais importante para você é uma torta de maçã?" Eu mordi o sorriso em meu rosto enquanto apertava os meus olhos para você.

Você despejou o molho pronto em cima da massa cozida do macarrão. "Bom, na época era." Você respondeu, simplesmente.

"E hoje?" Eu perguntei. Você abriu os lábios por um momento e voltou a olhar para mim, parecendo estar um pouco confusa com a minha pergunta. Eu limpei a garganta e voltei a minha atenção para a massa do brownie. "Como você define o amor hoje?"

Você ficou alguns segundos em silêncio enquanto procurava pelo queijo que estava em algum lugar da bancada da cozinha. Você parecia estar pensando seriamente na resposta daquela simples pergunta. Parecia estar se perguntando o que era, de fato, o amor. "Acho que amor é dividir as suas inseguranças com alguém, e se sentir seguro fazendo isso." Você falou por fim.

Lembro de quando nós terminamos de comer o macarrão com queijo, que aliás estava uma delícia. A sua receita definitivamente era muito melhor que a minha, devo admitir. Os nossos pratos já estavam sujos com o resto dos brownies. Aquele foi o brownie mais bonito e mais gostoso que eu já fiz, Saturn.

Você bateu três vezes na taça de vinho e a ergueu para o alto. Então aquele era o famoso momento do brinde. O momento que você tanto esperava. Você limpou a garganta antes de dizer: "Eu sou grata porque a minha mãe voltou a tocar piano. Luna acabou de me mandar uma mensagem dizendo que mamãe irá tocar em uma grande apresentação. Sei que ela ama tocar, e fico feliz em saber que ela finalmente voltará a ativa." Você sorriu. Antes que a gente pudesse virar a taça em comemoração, você balançou a cabeça e disse: "Ah, e eu sou grata porque Luna ganhou mais uma competição semana passada. Não que eu esteja surpresa, mas eu estou feliz por ela."

Brindamos e então bebemos do vinho. Abri a garrafa e despejei mais do líquido escuro em nossas taças, pronto para fazer mais um brinde. Assim como você, eu limpei a minha garganta enquanto pensava no que diria exatamente. "Eu sou grato pelo almoço e pelo convite de hoje. Talvez eu tenha mentido quando disse que passar o feriado sozinho no alojamento não era tão solitário quanto parece." Sorri, tímido.

"Ah! Eu sabia!" Você apontou para o meu rosto e riu alto. "Eu também sou grata pela sua companhia, garoto astrônomo. Você não é tão mal-humorado como eu achei que era, acredita?" Você brincou.

"Ei! Doeu!" Apontei para o meu coração, exatamente como você fez no carro, quando estávamos a caminho daqui. Você riu em resposta. "E você não é tão irritante como eu achei que era, acredita, Saturn? Quer dizer, você gosta de quebrar todas as regras e leis possíveis, mas até que é uma boa pessoa."

"Meu Deus, Ocean!" Você revirou os olhos demoradamente e sorriu logo em seguida. "Eu devolvi a bendita bicicleta. O dono nem vai saber que eu a usei." Você pousou as mãos sobre a mesa e pensou por um momento. "E o Bruce não está mais escondido no meu alojamento. Ele parece ter gostado do apartamento novo dele." Você olhou para o lado, onde o seu gato tomava a água do pote.

"E então? Nós vamos ou não brindar?" Perguntei enquanto erguia a taça acima dos meus olhos. Você a levantou como resposta e nos bebemos mais uma vez.

Enquanto o vinho seco descia lentamente pela minha garganta, trazendo um gosto amargo à minha boca, lembro de pensar comigo mesmo que eu era realmente grato por ter te conhecido. Que eu era realmente grato pelo seu senso de humor, pela sua bondade e pela sua paciência ao me ouvir falar sobre raios ou sobre o meu filme favorito.

E eu pude notar, pelo seu olhar tímido e pelo pequeno sorriso pendurado em seus lábios, que você compartilhava do mesmo sentimento. É, você não era tão irritante quanto eu achei que seria. A minha primeira impressão sobre você realmente estava errada. Você não era uma garota mimada ou descontrolada. Você era pura. E era gentil.

★★★

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