Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 20

Eu já te disse
Que adoro quando me olha assim?
Já posso te beijar?
(Can I Kiss You – Dahl)


– Alô? – A voz no outro lado da linha diz. Há uma surpresa notória em sua voz porque é a primeira vez que eu estou ligando para ela. Fico em completo e absoluto silêncio, pensando em como eu direi o que aconteceu. – Ocean, aconteceu alguma coisa? – Agora há preocupação em sua voz.

– A Saturn... – Observo o corpo de Saturn sobre a cama do hospital. Observo a sua mão repousada ao lado do seu corpo. – A Saturn apertou a minha mão. – É a primeira vez que eu estou falando isso em voz alta, e a sensação é maravilhosa. É aliviadora. É surreal.

– O quê? – Luna exclama um pouco alto demais. Ela parece não acreditar em minhas próprias palavras, e eu não a julgo. Porque, mesmo sentindo e vendo a Saturn apertar os meus dedos, eu demorei para crer.

– A Saturn apertou a minha mão! – Digo tão alto quanto ela. Não posso conter o sorriso estampado em meu rosto. Eu estou a exatos cinco minutos intercalando risos e choros até que finalmente decidi ligar para Luna.

– O quê? – Ela volta a repetir. Escuto um barulho de passos do outro lado da linha, Luna parece estar correndo. Uma porta é aberta às pressas e, então, escuto uma segunda voz murmurando algo. – Mas como isso aconteceu, Ocean? – Ela parece estar ofegante pela curta corrida. – Isso foi agora? Você está no hospital com ela?

– O que você quer? – A segunda voz parece estar distante do telefone. – Estou ocupada, não está vendo? – Pelo humor e pela voz cansada e arrastada penso que se trata de Summer.

– Caramba, Summer, tira o fone de ouvido por um mísero segundo. – Luna reclama. Há mais murmúrios do outro lado da linha. Rio imaginando a cena que está acontecendo naquele momento e imaginando o dia a dia entre elas. – Escuta o que o Ocean está falando. Pode falar, Ocean! – Ela grita, mas a sua voz parece distante. Acho que ela me colocou no viva-voz.

– A Saturn acabou de apertar a minha mão! – Repito pela terceira vez. E não, eu não me canso de repetir essa frase, nem por um segundo. Eu adoro dizê-la. Adoro o jeito macio que ela salta entre os meus lábios. – Dá para acreditar?

– Como...? – Alguém pergunta. – Você tem certeza disso, Ocean? – É Summer.

– Eu tenho certeza disso, Summer. – Não escondo a animação palpável em minha voz. – Estou aqui no hospital com a Saturn, e eu estava... bom, eu estava falando algumas coisas em voz alta para ela e, em determinado momento, eu senti algo pressionar a minha mão. E adivinha? A Saturn estava segurando os meus dedos. Foi algo muito sutil, mas eu tenho certeza do que eu senti e vi.

– O que exatamente você estava falando para ela? – Mais murmúrios em forma de sussurro vindo do outro lado da linha. – E daí que é particular, Summer? Talvez isso que tenha ajudado ela... – Luna sussurra um pouco mais alto, de forma que eu pudesse ouvi-la. – E então, Ocean?

– Bom, eu... – Começo a andar pelo quarto 502, pensando no que eu diria. Eu não posso simplesmente falar que eu conto todas as nossas lembranças juntos porque é isso que não me faz desmoronar naquele lugar e porque uma parte de mim alimenta uma crença idiota e ingênua de que Saturn me escuta. – Eu estava contando sobre o dia que a gente... – Faço um pausa breve enquanto coço a minha nuca. "Eu estava contando sobre o dia que eu beijei a sua irmã pela primeira vez." – Sobre o dia que a gente viu um violinista lá na estação do metrô.

E em nenhum momento eu menti.

– Cristo! – Alguém exclama. – Será que Saturn está escutando ele? – Pela voz parece ser Luna. – Ela pode ter respondido ele, o que acha, Summer?

– Um dos médicos de Saturn nos falou que ela começaria a apresentar alguns reflexos quando estivesse perto de acordar, Ocean. Você se lembra disso, Luna? – Summer se aproximou do telefone, porque a sua voz está muito mais nítida agora. – Coisas como mexer as mãos ou os olhos. Bem básicas. – Ela respira profundamente. – Acho que é isso que está acontecendo.

– A gente tem que avisar algum médico dela sobre isso! – Luna exclama.

– Vamos com calma, maninha. – A voz se afasta do microfone do celular. A conversa agora ocorre entre elas. – A gente precisa ter certeza disso antes de avisar alguém. Não que eu não confie na palavra do Ocean, mas eu quero ter certeza de que a Saturn está tendo mesmo esses reflexos. Avise o garoto que nós vamos ao hospital.

Pisco algumas vezes, perguntando-me se Summer não sabe que eu posso escutá-la claramente.

– Ocean, nós estamos indo ao hospital. – Há mais passos apressados ecoando pelo telefone. Luna está novamente correndo pelo apartamento. – Comece a contar outra coisa à Saturn porque em cinco minutos nós chegaremos aí, quem sabe ela tem a mesma reação com a sua voz... – Um barulho de chaves sendo balançadas no ar corta a sua fala. – Vamos, Summer, caramba!

– Ok. – É tudo o que eu digo antes de encerrar a ligação.

Observo novamente o corpo de Saturn repousando sobre a cama do hospital. Respiro profundamente, perguntando-me qual lembrança eu devo contar a ela. Qual lembrança as suas irmãs podem ouvir sem me deixar constrangido ou algo do tipo?

– Certo. – A palavra salta da minha boca. – Lembro-me que estávamos sentados sobre a verde grama que antecedia a primavera.

Seguro a mão de Saturn, esperando alguma reação. Algum reflexo. Qualquer coisa.

Você estava sentada entre as minhas pernas, como no Ano-Novo. Era tão bom tê-la entre os meus braços, principalmente depois daquela tarde na estação do metrô. O meu rosto estava delicadamente apoiado em seu ombro, e a minha atenção era completamente direcionada ao lago a nossa frente.

Fomos passar o sábado na casa da sua avó, que ficava a quase três horas da universidade. Toda a sua família estava reunida na cozinha, comendo alguns doces que a sua vó havia preparado para eles, mas você insistiu em andar até o lago, e eu a acompanhei.

"Então, quando você junta essas duas fórmulas, podemos passar a constante da velocidade da luz ao quadrado para o lado da constante de Plank e a frequência para o lado da massa." Respirei profundamente enquanto divagava sobre aquilo tudo. "E é por isso que há tanta pseudociência sobre frequências positivas e negativas, como se isso pudesse nos afetar de alguma forma, como se ela pudesse afetar a nossa matéria. Isso tudo não passa de bobagens."

Pelo canto dos óculos eu percebi que você estava apertando os olhos em direção ao lago, como se estivesse imaginando a fórmula final dentro da sua mente. "Mesmo porque essa fórmula só nos diz que cada massa possui uma frequência específica, e não que a frequência é capaz de alterar a massa de algo."

Inclinei a minha cabeça em sua direção, olhando de forma surpresa para você. Havia um pequeno e discreto sorriso presente em meu rosto. "O livro do Stephen Hawking mencionou a constante de Plank e eu pesquisei algumas coisas sobre isso." Você falou, visivelmente envergonhada. As suas bochechas estavam rosadas.

E, céus! Você ficava tão bonita quando estava tímida. Tão bonita, Saturn.

Você abaixou os olhos e, então, virou o rosto na direção contrária. Ficamos alguns longos segundos admirando o vento balançar a água do lago a nossa frente, em completo e absoluto silêncio. "Como você deseja morrer, Ocean?" Lembro que você me perguntou, de repente.

"Como eu desejo morrer?" Lembro de retirar as minhas mãos que estavam apoiadas levemente sobre as suas pernas, colocando-as sobre a grama úmida, visivelmente confuso com o tópico inesperado daquela conversa. "Bom..." Cocei a cabeça enquanto pensava no que dizer. "Eu não sei, Saturn. Quer dizer, eu não penso sobre isso."

"Eu desejo morrer em paz, Ocean." Lembro de sentir a sua cabeça apoiada em meu peito quando você ergueu o rosto para mim, demoradamente. Os seus olhos esverdeados procuravam pelos meus quando você continuou a sussurrar: "Desejo ver a minha família bem novamente antes de ir. Eu sei que todos estavam rindo no almoço de hoje, mas eu sei que eles não estão bem, eu sei que a minha mãe não está bem..."

"Por conta daquela notícia ruim que vocês receberam?" Arrisquei perguntar. Você piscou algumas vezes para mim. "A notícia que fez a sua mãe parar de tocar piano?" Especifiquei, mesmo sem ao menos saber qual notícia era ao certo.

Você balançou a cabeça levemente, confirmando o que eu acabara de dizer.

Eu sabia que a sua família não estava bem. E eu sabia por conta da sua lista, Saturn. Eu sabia porque havia esse item em específico: "11 – dizer às minhas irmãs que tudo ficará bem (e não mentir)." A sua família não estava bem porque nem mesmo as suas irmãs acreditavam nisso, porque você queria convencê-las disso.

"Foi incrível ver a minha mãe voltar a tocar piano naquela noite. Significou muito para mim, Ocean." Você sorriu, minimamente. "Mas eu sinto que ainda há muita coisa para melhorar, entende? E acredito que só quando tudo ficar bem de novo é que eu vou conseguir ficar em paz. Morreria em paz comigo mesma."

"Você fala como se estivesse morrendo, Saturn." Eu ri, um pouco nervoso. E ver que você não riu comigo me deixou genuinamente confuso. Eu arrumei o óculos em meu rosto e, em seguida, engoli em seco diante do seu silêncio. Eu não estava confortável.

Você olhou para mim mais uma vez antes de voltar a sua atenção para o lago a nossa frente. "A vida é curta, garoto astrônomo. Mais do que você imagina." Pude ouvi-la sussurrar fracamente. Você sorriu.

Lembro dos poucos porém longos minutos que sucederam a nossa breve e estranha conversa. Tudo o que se podia ouvir naquela tarde fria era o som do movimento das águas no lago produzido pelo vento que nos cortava e um pássaro que estava em alguma árvore distante de nós. O dia parecia estar calmo na casa de campo da sua avó.

Percebi que você olhou para mim e para o lago algumas vezes. "O quão gelado deve estar esse lago, garoto astrônomo?" Você delicadamente tocou em minha perna, chamando a minha atenção. Havia um sorriso travesso em seu rosto.

"Muito gelado." Respondi simplesmente, ainda absorto em meus próprios pensamentos, ainda absorto na nossa última conversa, ainda absorto sobre o que você falou sobre a morte, sobre a maneira assustadoramente natural que você falou sobre a morte. É verdade que a primavera se aproximava, mas ainda estávamos no inverno, Saturn.

"Bom, acho que eu sei o que podemos fazer." Lembro da maneira como você virou o seu rosto para trás, olhando diretamente para mim. Havia um pequeno e curto sorriso pendurado em seu rosto quando você depositou um rápido e delicado beijo em meus lábios.

E eu adorava aquela sensação, Saturn. Eu adorava sentir os seus lábios sobre os meus. Adorava beijar você e adorava quando você me beijava.

As suas mãos estavam apoiadas em meu peito. "O que você me diz, Ocean?"

Lembro que, antes mesmo de eu conseguir formular uma resposta em minha mente para você, os seus dedos foram em direção à sua própria camisa, e, então, você começou a desabotoar os botões da sua blusa. Dessa forma, sem mais nem menos. Sem qualquer explicação. E, céus, como eu fiquei nervoso naquele momento.

"Você... Saturn?" De maneira totalmente involuntária, arrumei o óculos em meu rosto, completamente nervoso. Eu não sabia exatamente como reagir àquilo. Não sabia ao menos se eu deveria reagir de alguma forma. "O que você está fazendo?" Lembro de virar-me para trás, rapidamente, observando a casa de madeira da sua avó que se erguia entre os inúmeros pinheiros que estavam ali.

O vento estava gelado.

Quando me voltei para frente novamente, notei que você já havia tirado a blusa laranja que estava usando, ficando apenas com uma fina e transparente regata branca. "O que exatamente você está fazendo?" Perguntei.

Você deu de ombros, inclinando-se para frente e, então, você retirou o tênis e as meias coloridas do seu pé. "Ora, estou tirando a minha roupa. Você não vai fazer o mesmo?"

Eu arqueei as sobrancelhas e abri os meus lábios, sem conseguir demonstrar qualquer reação. E em nenhum momento você parou ou pareceu hesitar em dar continuidade àquela loucura toda. Você estava agindo normalmente.

Apertei os meus olhos em sua direção. "Por que eu faria o mesmo?" Murmurei por um momento. Você, então, levou as suas mãos em direção a sua calça e abriu o botão dela. Lembro que o ar ficou preso dentro dos meus pulmões. "Saturn, os seus pais estão aqui. Quer dizer, a sua família toda está aqui..." Olhei rapidamente para trás. E Luna estava na varanda, procurando algum sinal de internet.

"E qual o problema disso?" Você riu, balançando a cabeça para o lado. "Vai me dizer que há uma lei ou uma regra contra isso, garoto astrônomo?" Você terminou de abrir a calça jeans e se colocou em pé, na minha frente.

"Eu não acho que seja uma boa ideia." Falei, gaguejando.

Você inclinou a cabeça para o lado, olhando diretamente para mim. "Por que você está me olhando desse jeito?" Lembro que você apertou os olhos, parecendo estar pensando por um instante e, em seguida, sorriu maliciosamente. "O que pensa que eu estou fazendo, Ocean?"

Pisquei de maneira exagerada, claramente desajeitado. "Bom..." Cocei a minha nuca, desviando a minha atenção de você. "O que você está fazendo, Saturn?" Devolvi a pergunta. Eu nunca, em toda a minha vida, senti-me tão envergonhado como naquele dia, Saturn.

Você arregalou os olhos. "Oh, meu Deus." Você colocou as mãos sobre a boca quando começou a rir alto. A sua risada ecoava entre as árvores e os vales.

Ora, Saturn, dê-me um desconto. Afinal, você estava sentada entre as minhas pernas quando começou a se despir, aleatoriamente. E, bom, você disse ter tido uma boa ideia logo após me beijar. O que você queria que eu pensasse? "Eu vou para a água, Cooper." Você apontou para o lago a nossa frente. "Quem sabe quando terei outra oportunidade como esta, certo?"

Você olhou para mim novamente quando levou sua mão à abertura da sua calça, pronta para tirá-la. "Será que você poderia..." Você fez um círculo no ar, pedindo para que eu me virasse. Lembro de olhar para a direção oposta enquanto você tirava o restante da sua roupa.

Quando ouvi o barulho de algo atingindo a água, olhei novamente para o lago, levemente assustado. Lembro de soltar todo o ar preso em meus pulmões no exato instante em que você voltou a superfície. "Meu Deus, como a água está gelada!" Foi a primeira coisa que você gritou para mim. Havia um sorriso em seu rosto, como se estivesse gostando da sensação. "Você não vai entrar, Ocean?"

Eu ri alto, balançando a cabeça para os lados. "E por que eu entraria, Saturn?" Respondi de volta, em alto e bom som. Mesmo distante, era possível enxergar que os seus lábios tremiam pelo frio. A temperatura não parecia estar nem um pouco agradável.

Você inclinou a cabeça, levemente. Os seus olhos estavam voltados para mim. "Por que a vida é curta, garoto astrônomo!" Você sorria enquanto pensava em algo a mais para dizer. Enquanto pensava em como poderia me convencer a entrar. "Curta demais para não entrar em um lago gelado no fim do inverno!"

O mais interessante e louco é que eu realmente estava ponderando entrar naquele lago com você, Saturn. Eu realmente estava interessado em conhecer a sensação da água corrente e fria atravessando todo o meu corpo. E uma pequena parte de mim me odiava somente por considerar qualquer possibilidade de nadar naquela água gelada.

Eu balancei a minha cabeça para os lados, analisando e processando todos os meus pensamentos. "Droga, Saturn." Murmurei a mim mesmo. Lembro de retirar os óculos que eu usava e, em seguida, apertar os meus olhos em direção a você. "Não acredito que me fará entrar."

Você espontânea e alegremente levantou os braços em comemoração ao me ver tirar os sapatos.

Lembro de respirar profundamente, até finalmente criar coragem o suficiente para entrar naquele lago frio. E confesso que foram longas e demoradas respirações. Confesso que hesitei em todos os momentos. Hesitei até os segundos finais, quando os meus pés encostaram na água.

E, céus! Como estava gelado. Aquilo estava estupidamente gelado, Saturn. Eu mal podia sentir as minhas mãos ou mesmo os dedos dos meus pés. Sentia uma sensação de queimação percorrer todas as minhas veias.

E, estranhamente, aquela era uma sensação estupidamente boa.

Você se aproximou de mim, lentamente. "Não é tão ruim, certo?" Você ergueu as sobrancelhas, esperando que eu concordasse com você. Mas, ao ver que eu abraçava os meus próprios braços por conta do vento frio, você abriu a boca e riu de mim: "Não é tão ruim!"

Olhei ao redor. Aquele lago era enorme, e havia uma pequena correnteza nele. "Eu não acredito que eu realmente entrei." Murmurei enquanto a minha boca tremia violentamente.

Você estava na minha frente enquanto eu a observava pelo canto dos olhos. O meu olhar repousou em seu ombro, onde pequenas manchas roxas e irregulares preenchiam o lugar.

Você levou as suas mãos à sua boca e, então, sem aviso prévio, gritou. Gritou alto o bastante para fazer com que os pássaros, mesmo que distantes, respondessem-na de volta. Lembro de apertar os olhos ao vê-la, mas você continuava a gritar com todo o seu fôlego.

E, então, eu fiz o mesmo. Levantei as minhas mãos da água, em direção ao céu, e gritei. Gritei até sentir cada átomo de oxigênio abandonar o meu pulmão. Gritei até sentir cada músculo do meu corpo relaxar por completo. Gritei até sentir as montanhas vibrarem a nossa volta. Até ouvir o eco silencioso gritar-me de volta.

Escuto a porta de madeira atrás de mim ranger lenta e demoradamente. Viro-me bruscamente e encontro os rostos curiosos e preocupados de Luna e Summer no pequeno vão da porta, os olhos delas estão direcionados a mim, e, em seguida, suas atenções se viram para a Saturn, que repousa sobre a cama. As gêmeas adentram o quarto 502 após erguerem a mão para me cumprimentar.

– Saturn teve mais alguma reação? – Summer pergunta ao se aproximar da cama, bem ao meu lado. Os seus olhos correm por cada milímetro do corpo da irmã mais velha, examinando todos os seus detalhes.

– Não. – Balanço a cabeça. Não faço questão alguma de esconder todo o desapontamento que me preenche. Eu realmente esperava alguma resposta de Saturn novamente.

Abaixo os meus olhos para as nossas mãos, que ainda estão juntas. Somente eu aperto os seus dedos, delicadamente. Somente eu seguro a sua mão. Somente eu. Somente eu. Somente. Eu.

– Você ficou todo esse tempo falando com ela, certo? – Luna se coloca ao lado de Summer. Os seus olhos pretos buscam os meus, desesperadamente. Luna ainda mantem viva a esperança, eu sei que ela mantem. Eu sei. Balanço a cabeça, dizendo que sim, falei com Saturn por todo esse tempo. – O que você contou dessa vez?

Reparo que Luna está vestindo um pijama cinza. Ela realmente largou tudo para trás só para vir ao hospital ver a irmã.

– Sobre aquela vez em que ela decidiu entrar no lago. – Sorrio, sozinho, com as memórias vívidas daquela tarde. – Na casa da avó de vocês. – Especifiquei.

– Oh, eu me lembro desse dia. – Luna ri, também sozinha. Ela, então, encosta suavemente na ponta dos dedos de Saturn. – Lembro que eu havia ido para a varanda, porque o sinal de internet era melhor ali. E, ao longe, eu vi você e a Saturn gritando dentro do lago. – Ela sorri ao olhar o rosto de Saturn. – Eu entrei em desespero, pensando que havia acontecido algo com ela.

– Eu também lembro de ouvir vocês dois gritando. – Summer diz. O seu olhar parece estar distante, como se estivesse vivendo aquele dia novamente dentro da sua mente. – Pareciam dois malucos.

– Eu corri para o lago e, quando eu vi que vocês dois estavam rindo, fiquei aliviada. – Luna respira profundamente. – Aliviada em saber que Saturn estava bem. – Ela pisca algumas vezes e volta a sorrir. – Eu sabia que entrar no lago era um dos desejos dela. Então, na mesma hora, sem ao menos pensar, eu entrei na água fria. Molhei toda a minha roupa nova. – Luna olha para mim por um momento. – E foi tão divertido, Ocean.

– Mamãe e papai ficaram extremamente furiosos com vocês. – Summer revela. Ela, então, inclina a cabeça levemente enquanto pensa em algo. Um sorriso mínimo preenche o canto dos seus lábios. – Acho que foi por isso que eu também entrei na água. Só para deixá-los ainda mais bravos.

– Sinto saudades disso. – Luna abaixa a cabeça, parecendo estar triste. Vejo o seu peito subir e descer com a sua respiração pesada. – Sinto saudades das irmãs Campbell juntas.

– Eu também, maninha. – Summer encosta delicadamente nos dedos de Luna, que estão repousados por cima da mão de Saturn.

Em uma rápida e curta fração de segundo, os olhos das gêmeas se arregalam, surpresas. Elas, então, direcionam os seus olhos para a mão de Saturn, que está logo abaixo das suas próprias mãos. As duas sorriem largamente, com lágrimas descendo em suas bochechas.

Aproximo-me das irmãs, completamente curioso com a reação repentina delas. Ao ver o que está acontecendo, os meus lábios se abrem, genuinamente, mas não consigo dizer uma única palavra. Não consigo ao menos esboçar alguma reação.

Um sorriso e uma lágrima quente preenchem o meu rosto. As gêmeas estão soluçando, mas está tudo bem. Está tudo bem porque eu sei que é de felicidade. Porque eu sinto o mesmo. Eu sinto uma felicidade inexplicável transbordar em mim.

Saturn está apertando levemente a mão delas.

Fim do horário de visitas.

★★★

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro