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Capítulo 18

Pegue minha mão, agora e para sempre
Nunca deixe ir
Pegue minha mão, agora e para sempre.
(Take My Hand – 5 Seconds Of Summer)


Respiro profundamente, permitindo-me dar uma pequena e rápida pausa entre uma lembrança e outra. É difícil fazer isso. É difícil falar por tanto tempo, sozinho. É difícil contar todas as nossas memórias sem ao menos obter uma mínima e insignificante reação de Saturn. É difícil estar aqui. É difícil vê-la em coma.

É difícil manter viva a esperança da sua volta. É difícil manter viva a esperança da sua melhora.

Escuto um som que atravessa os bips que monitoram os batimentos cardíacos de Saturn. Um som que corta o silêncio ensurdecedor daquele quarto de hospital, acordando-me dos meus pensamentos. Então, viro a minha cabeça para trás, e percebo que alguém está abrindo a porta do 502.

Penso que pode ser alguma enfermeira ou até mesmo algum médico responsável por Saturn, mas não vejo ninguém ali. Abaixo os meus olhos e só então eu encontro uma pequena cadeira de rodas lilás. Nunca vi nada parecido antes.

É Violet.

Ela está com dificuldades para abrir a porta por completo enquanto tenta, desengonçadamente, controlar a cadeira de rodas para que ela não andasse para trás. Dou um pequeno sorriso enquanto caminho em sua direção.

Os seus grandes olhos azuis encontram os meus, e vejo um misto de surpresa passar em seu rosto. As suas bochechas estão rosadas e, por um momento, não sei se é por conta do esforço que ela estava fazendo até aquele momento ou se é timidez. Ela sorri e eu a ajudo a entrar no 502.

– Elas não sabem que eu estou aqui. – É a primeira coisa que Violet diz quando eu fecho a porta.

– Oh. – Deixo um suspiro atravessar a minha boca. "Elas" seriam as enfermeiras? Como Violet conseguiu sair do seu quarto em uma cadeira de rodas lilás sem ser vista pela equipe do hospital? Isso é mesmo possível? – Você está fugindo? – Aperto os meus olhos para ela.

– Eu não... – Violet está respirando com dificuldade, o que me faz aproximar, preocupado. – Quer dizer... – Ela ri, totalmente sem jeito. É, ela está fugindo das enfermeiras. – Às vezes eu saio do meu quarto pra ver se a Saturn já acordou.

Abaixo os meus olhos e, por um instante, encaro o chão branco abaixo dos meus pés.

– Eu vejo você no hospital todos os dias. Você fica bastante por aqui, né? – Violet pergunta. – O que faz no horário de visitas da Saturn?

– Bom, eu... – Abro a minha boca algumas vezes enquanto penso no que responder exatamente. Ajusto o óculos em meu rosto, ainda pensando. – Eu conto algumas coisas para ela. Coisas sobre nós dois.

– Eu também conto coisas para a Saturn. – Os olhos de Violet brilham de empolgação, como se aquela informação nos conectasse de alguma forma. Como se visitar Saturn fosse a nossa conexão. O que é um fato. – Eu conto as novidades do hospital. Aí, quando a Saturn acordar, ela vai saber de tudo. Como por exemplo, ontem, depois que você saiu do meu quarto, eu troquei de pulseira. – Violet toca em seu próprio braço. – Obrigada por segurar a minha mão ontem, Ocean.

A pequena gira a pulseira em seu pulso. Reparo que a sua pulseira de identificação não é mais a amarela que ela costumava usar quando a conheci. Violet agora usa uma vermelha, e ambos sabemos que isso não é um sinal de que ela está melhorando.

Respiro fundo ao sentir o meu peito doer.

– Mas está tudo bem, Ocean. – Ela tenta sorrir. Mas o seu sorriso é triste. É doloroso. – Abby, a minha amiga, também usou uma pulseira assim antes de ser curada. E agora ela está em casa com a família dela. – Violet balança a cabeça rapidamente. – Então eu também vou ser curada, não é?

Por um momento eu mordo os meus lábios e, então, eu desvio os meus olhos para o teto do quarto antes de enfim respondê-la. Eu quero, céus, eu juro que eu quero acreditar numa melhora. Eu quero acreditar que, no fim, Violet e Saturn ficarão bem. Quero ter a esperança que Saturn sempre teve, quero poder olhar no fundo dos olhos de Violet e dizer que tudo ficará bem.

– Sim, Violet... – Engulo em seco. Levo uma das minhas mãos à minha nuca e, com a outra, aperto as chaves do carro que estão jogadas em meu bolso. – Você vai ficar bem, igual a Abby. – E em nenhum momento eu olho em seus olhos.

E, céus, como eu quero acreditar em minhas próprias palavras.

– A Saturn também vai voltar pra casa. – Violet ergue a cabeça e, por um segundo, observa atentamente o corpo de Saturn repousando sobre a cama do hospital. Observa o seu corpo imóvel. – Ela vai acordar, Ocean. Você vai ver.

E eu sei que ela está sendo totalmente sincera. Sei que ela realmente acredita numa cura, numa melhora repentina. Ao contrário de mim, que pouco a pouco perco as esperanças.

– Eu lembro que um dia, quando ela veio no hospital me visitar, a Saturn me disse que vocês foram patinar no gelo. Lá na praça perto da faculdade de vocês. – Violet mexe novamente em sua pulseira vermelha, como se estivesse se lembrando daquele dia. – Ela disse que foi bem legal. E ela me disse que me ensinaria a patinar quando eu receber alta.

Sorrio com as memórias que preenchem a minha mente. É, eu certamente me lembro daquele dia.

– Você pode me contar como foi patinar com ela? A Saturn nunca me contou os detalhes.

"Conta alguma coisa para mim. Qualquer coisa. Ela dizia que ajudava."

O meu olhar está fixo no rosto de Violet. As lembranças daquele dia em seu quarto, a dor que Violet sentia, o grito preso em sua garganta, o jeito que ela chorava; todas essas imagens dolorosas perturbam a minha mente. Em seguida, penso em todas as vezes que Saturn pediu para que eu lhe contasse alguma coisa.

E é impossível não ser devorado por cada nova lembrança que surge. De repente, começo a sentir o ar pesando dentro dos meus pulmões.

– Eu estou bem, Ocean. – Violet se apressa em me tranquilizar ao notar que a minha respiração está se tornando irregular. – Eu juro! – Ela me olha com uma preocupação genuína. Ela sabe o que eu estou pensando. Ela sabe o que eu estou lembrando. – Eu juro, Ocean.

Respiro profundamente, tentando sentir o ar entrar e sair do meu pulmão, lentamente. Repito esse processo até a minha respiração voltar ao seu ritmo normal, o que demora longos e eternos segundos. O ar está gelado, mas está mais leve.

Violet está bem. Eu preciso acreditar nela. Violet está bem. Eu preciso acreditar nela...

Lembro que era dez de janeiro. – Escuto a minha voz falhar. Droga. Coço a garganta e volto a falar. – E estava nevando naquela tarde.

Saturn estava empolgada e ansiosa para me mostrar uma cafeteria que, segundo as palavras dela, preparava as melhores bebidas quentes da nossa cidade. O lugar ficava numa praça relativamente próxima do campus da universidade, mas, por conta do frio intenso, fomos para lá de carro.

Era uma cafeteria antiga, com paredes de madeira escura e gasta pelo tempo. Havia poucas pessoas no local, e a maioria eram casais. Quando estávamos fazendo os nossos pedidos, Saturn perguntou: "Vocês ainda adicionam marshmallow extra no chocolate quente dos aniversariantes?"

E a atendente do caixa respondeu: "Fazíamos isso a alguns anos atrás, mas então percebemos que algumas crianças estavam fazendo aniversário todo mês. Era impressionante." Ela riu, sozinha. "Mas, se hoje for realmente o seu aniversário, podemos abrir uma pequena exceção."

"Bom, hoje é sim." Saturn sorriu timidamente para a mulher atrás do balcão. Lembro de olhar para a Saturn, sem qualquer reação. Por um breve momento eu pensei que ela estava mentindo, Violet, afinal, ela gostava de roubar coisas, quebrar regras (e leis) e invadir lugares.

Quando a mulher saiu para preparar os nossos pedidos, eu me virei em direção à Saturn. Lembro de apertar os meus olhos e de sussurrar, baixinho, com medo de ser ouvido por alguns dos clientes do lugar. "Hoje é mesmo o seu aniversário, Saturn?" Perguntei, já deduzindo que ela estava mentindo.

Ela abaixou os olhos ao mesmo tempo em que mexia a perna. "Hoje eu faço oficialmente vinte anos de idade, garoto astrônomo." Lembro que Saturn sorriu, um pouco constrangida.

– O quê? – Violet exclama um pouco alto demais, fazendo-me piscar algumas vezes para ela, surpreso com a sua reação repentina. – Você não sabia a data do aniversário dela, Ocean? – Violet parece estar completamente indignada com aquilo.

– Ei! – Ergo os meus braços para cima, em rendição. – Ela nunca me contou o dia que fazia aniversário. – Defendo-me, como se não saber o data do aniversário de alguém fosse o pior crime da história da humanidade. – Mas, se você quer saber, Violet, depois daquele dia jamais me esqueci que o décimo dia do ano é o dia da Saturn.

Bom, continuando...

A bebida de Saturn era obviamente maior que a minha, e lembro que a atendente realmente colocou o seu marshmallow branco extra, o que fez Saturn dar pulinhos de comemoração como uma pequena criança. Então, ela me contou que a mais ou menos cinco anos atrás foi naquela mesma cafeteria com o seu pai, e o barman fez aquele chocolate quente especial, por conta do seu aniversário.

E Saturn me contou que desde então ela sente vontade de voltar naquela cafeteria.

"Sabe, garoto astrônomo, eu sinto saudades de quando os meus amigos cantavam parabéns para mim na escola. Eu sempre me sentia especial por receber toda aquela atenção, todos aqueles parabéns, em saber que eu tinha um dia só para mim, entende?" Saturn suspirou quando saímos do lugar para poder caminhar pela neve com os nossos chocolates quentes em mãos. "Quando eu era criança eu achava que só eu fazia aniversário dia dez de janeiro. Achava que aquele era, literalmente, o meu dia."

"Uau, que egocêntrica." Murmurei enquanto olhava para o outro lado da rua. Saturn riu e bateu em meu ombro, fingindo estar ofendida. Sorri minimamente e não fiz questão alguma de disfarçar. "Para ser sincero, Saturn, eu nunca gostei das canções de parabéns. Eu sempre me sentia ansioso quando todos estavam olhando para mim. E eu nunca sabia o que fazer quando a música começava." Naquela altura nós estávamos passando em frente a algumas crianças que tentavam fazer um pequeno (e estranho) boneco de neve. "Era assustador."

Saturn bebeu um gole do seu chocolate quente. Notei que no canto da sua boca havia um pouco de marshmallow, que ela logo limpou com a língua. Céus, Violet, ela parecia uma pequena criança indefesa. "Oh, meu Deus, Ocean!" Ela exclamou alto. "Essa era a melhor parte. Eu amava."

"Como alguém em sã consciência consegue gostar da hora do parabéns?" Perguntei. Balancei a cabeça, rindo. "Uma vez, no meu aniversário, eu me escondi debaixo da mesa só para não cantarem parabéns. Todos estavam procurando por mim, e foi a minha mãe que me encontrou. Ela disse que se eu não saísse de lá, eu iria apanhar. Foi traumatizante."

"Eu era o tipo de criança que saía pela festinha chamando todos os meus amigos para cantar o parabéns logo." Saturn riu. Lembro de notar que a sua cabeça se inclinou levemente para trás enquanto ela ria. "E depois disso eu entrava no pula-pula com as minhas amigas só para elas cantarem parabéns de novo e de novo. A gente cantava, no mínimo, cinco vezes, Ocean. Sinto saudades disso."

Lembro de rir junto a Saturn, imaginando ela e várias crianças num pula-pula cantando parabéns. Lembrei-me da minha antiga festa de aniversário e ri ainda mais, sozinho. "Na minha festa de seis anos, quando os meus pais estavam conversando com os outros adultos e as crianças estavam entretidas com as brincadeiras e os brinquedos no quintal, eu fui até a mesa de doces e roubei o meu bolo."

Notei que Saturn me olhava com os olhos arregalados, assustada e, ao mesmo tempo, curiosa com o fim da história. "Ocean!" Ela balançava a cabeça para os lados. "Por que você fez isso? Digo, roubar o próprio bolo?"

Tomei mais um gole do meu chocolate quente, agradecendo internamente o calor que ele me oferecia naquela tarde fria. "Eu corri com o bolo de chocolate para dentro de casa. Ele quase caiu das minhas mãos quando eu estava subindo as escadas em direção ao meu quarto. O meu pai veio correndo atrás de mim para saber o que estava acontecendo comigo. E eu disse que não queria mais cantar parabéns."

"E no fim vocês cantaram o parabéns?" Saturn perguntou. Os seus olhos analisavam os meus, em busca da resposta.

"O meu pai me prometeu que aquela seria a última vez. E de fato foi." Respondi, dando de ombros. Bebi o chocolate quente mais uma vez e então eu percebi que a bebida estava enfriando por conta do vento frio que nos atingia. "Naquele dia os meus pais perceberam que eu nunca fui fã de atenção, ou de festas. Então, eu nunca mais fiz uma festa de aniversário. Todos os anos eu comemoro só com a minha família e é perfeito para mim."

"Bom..." Saturn começou a dizer. "Pelo visto até hoje você não gosta de festas." Os seus olhos encontraram os meus e ela riu. As covinhas em sua bochecha se tornaram visíveis, e aquilo era a coisa mais adorável possível, o que me fez sorrir.

Lembro que, naquele momento, nós passamos em frente a um grande lago que já estava congelado por conta do início do inverno, afinal, era janeiro. Havia muitas famílias com inúmeras crianças patinando por lá. Outras crianças corriam pela neve que se aglomerava ao redor do lado.

Peguei-me observando a Saturn, e, então, percebi que os seus olhos brilhavam com toda a cena a nossa frente. "Você sabe patinar, garoto astrônomo?" Saturn parou de caminhar para simplesmente olhar as pessoas sobre o lago. Ela segurava o restante do seu chocolate quente com as duas mãos e o assoprava, assim como uma pequena criança, sem ao menos tirar os olhos das famílias que estavam ali.

"Eu sou horrível nos patins, Saturn." Murmurei, já me sentindo completamente derrotado, porque eu sabia que Saturn queria me fazer patinar. E eu sabia que, de alguma forma, eu cederia às suas vontades. "Mas acho que sei me manter em pé." Sussurrei, baixinho.

"Eu acho que a gente deveria patinar, o que você acha, Ocean?" Saturn apontou para o lago completamente congelado. Ela olhou para mim, aguardando a minha resposta. E era visível que ela esperava ouvir um claro e sonoro 'sim'.

Lembro de ajustar o óculos em meu rosto. "Eu sinceramente acho que é uma péssima ideia." Eu ri, balançando a cabeça para os lados.

Saturn cruzou os braços, fingindo estar brava com a minha resposta. "Você vai mesmo dizer não no dia do meu aniversário, garoto astrônomo?" Saturn virou-se para mim, sorrindo de canto. "Vai mesmo dizer não a um dos itens da minha lista?"

Eu virei o rosto na direção oposta, porque eu sabia que patinar no gelo era o segundo item da sua lista.

– E então? – Violet está com os olhos brilhando, ansiosa pelos próximos detalhes daquele dia. As suas mãos balançam animadamente no ar, implorando para eu continuar.

– E então nós finalmente fomos patinar.

Confesso que Saturn teve que me ajudar a ficar em pé no início, porque eu não menti quando disse que era péssimo nos patins, Violet. Eu achava que conseguiria ao menos ficar em pé, mas acho que me enganei completamente, porque o meu equilíbrio não era um dos melhores.

Saturn ria alto todas as vezes que eu parecia estar prestes a cair, totalmente desengonçado em cima daqueles patins alugados. As covinhas estavam presentes em seu rosto em todos os momentos, e eu me via obrigado a prestar o dobro de atenção na pista, porque era fácil perder o foco ao ver o sorriso genuíno da Saturn. E era fácil perder o foco quando eu encontrava os seus olhos esverdeados olhando para mim.

Até mesmo as crianças que passavam patinando ao nosso lado pareciam tentadas a esconder o riso de nós ao ver o quão atrapalhado eu estava naquela tarde.

Foi terrível, Violet. Simplesmente terrível.

Lembro que em determinado momento Saturn estendeu a mão para mim, e eu prontamente a segurei. Eu segurei firmemente a mão dela e, mesmo após conseguir recuperar o equilíbrio que eu havia perdido na curva, continuei a segurar a sua mão. E ela parecia não se incomodar com aquilo.

A minha mão suava sobre a sua, mesmo com o vento frio do inverno, mesmo com toda a neve que caía ao nosso redor, e eu me sentia um idiota por aquilo – porque eu não queria soltá-la, e eu não queria que ela notasse que eu estava sim um pouco nervoso pelo simples fato de segurar a sua mão. E, então, Saturn discretamente entrelaçou os nossos dedos, e os meus olhos encontraram os seus por uma curta fração de segundo. Ela estava sorrindo. E eu estava sorrindo.

Sabe, Violet, a física quântica diz que nunca realmente tocamos algo devido ao espaço vazio existente nos átomos. Além disso, quanto maior a força que fazemos sobre um objeto, maior a força de repulsão entre os átomos, de maneira que duas partículas de corpos diferentes jamais se encostam.

Mas, céus! Por uma única vez em toda a história do universo, eu queria tocá-la. Queria reduzir o espaço entre nós a zero, queria reduzir a nossa força de repulsão a zero. Eu queria sentir todos os seus átomos, eu queria sentir a sua vibração. Eu queria senti-la da forma mais pura possível. Eu queria contradizer todas as leis físicas existentes só para realmente tocá-la, Violet.

E foi incrível vê-la ali. Você deveria ter visto, Violet. Deveria ter visto o jeito que ela ria alto todas as vezes que eu escorregava quando fazíamos uma curva leve. Deveria ter visto o jeito que ela parecia feliz em estar patinando ao meu lado, justamente no dia do seu aniversário. Deveria ter visto o jeito que ela parecia estar completamente realizada em concluir mais um item da sua lista de tarefas.

Deveria ver o jeito que ela me confortava todas as vezes que eu me levantava após uma queda, o jeito que ela tinha paciência para andar lentamente ao meu lado só para me acompanhar. E você deveria ter visto o jeito que eu não estava me importando com o que as pessoas estavam pensando sobre a minha total falta de habilidade no patins, porque eu estava me divertindo ao lado de Saturn.

Ah, e você deveria ter visto o jeito com que a ponta do nariz de Saturn ficava rosado e o jeito que a sua bochecha ganhava uma cor avermelhada por conta do vento frio que nos atingia. Você deveria ter visto o jeito que ela sorria, o jeito que as covinhas preenchiam o seu rosto, o jeito que os seus olhos esverdeados brilhavam claramente naquela tarde.

Você deveria ter visto o jeito que a neve branca e limpa caía sobre o rosto de Saturn. O jeito com que os flocos de neve pareciam ser pequenas sardas em sua bochecha, o jeito que eles ficavam presos no topo da sua toca amarela. E deveria ter visto o jeito que ela parecia amar aquilo. Amar cada segundo daquilo...

– Eu gosto bastante do jeitinho que você fala da Saturn. – Violet se encosta sobre a cadeira de rodas lilás. Percebo que ela está bocejando, e parece estar um pouco sonolenta. – Dá pra notar que você gostava e gosta muito dela... – Ela olha para mim e sorri minimamente. – Ela falava sobre você pra mim do mesmo jeitinho.

Não sou capaz de esconder o sorriso que nasce espontaneamente em meu rosto.

– Ei, Ocean. – A garotinha de olhos azuis me chama uma última vez. Percebo que ela arrastou a cadeira de rodas até a porta do 502, preparando-se para voltar ao seu quarto. – Você acha que algum dia eu vou ficar bem o bastante pra poder patinar como vocês?

– Eu espero que sim, Violet. – Eu sorrio gentilmente. – E eu espero que você seja melhor que eu.

E, céus! Como eu desejo conseguir acreditar em minhas próprias palavras.

★★★

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