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Capítulo 16

Você é o suficiente
Eu prometo que você é o suficiente
Você é o suficiente
Você é o suficiente, eu prometo a você.
(You Are Enough – Sleeping At Last)


Eu estava me revirando sobre a cama há pouco mais de duas horas, tentando desesperadamente dormir. Mas o sono simplesmente não me alcançava.

Alcancei o meu celular que estava debaixo do travesseiro e, então, peguei-me olhando para a nossa última conversa, quando eu a havia convidado para o Karaokê Bar – na noite anterior. Eu ainda não sabia ao certo o que deveria dizer a você, Saturn. Para ser sincero, não sabia ao menos se eu deveria dizer algo, se eu deveria lhe dar alguma explicação.

Os meus dedos pairavam no ar acima da minha cabeça enquanto eu pensava no que diria a seguir.

Pensei seriamente em mentir, dizendo que eu não me lembrava da noite anterior, afinal, eu havia bebido um pouco além do costume. Ou, então, pensei em dizer que eu só havia tentado beijá-la porque estava bêbado. Mas esse era o problema, Saturn, sabíamos que eu não poderia dizer nada daquilo. Eu não poderia dizer aquilo pois não era a verdade, longe disso.

A verdade é que nem eu mesmo entendia o porquê fiz aquilo. Não entendia de onde aquele desejo surgiu de dentro de mim, e não entendia como eu fui capaz de dar voz àquele pensamento, mesmo que um pouco mais exaltado que o normal por conta da pouca quantidade de álcool em meu sangue naquela noite.

Se eu ao menos tinha uma explicação plausível para mim mesmo, como eu poderia me explicar para você, Saturn?

Eu só não queria estragar toda a nossa amizade. Eu só não queria ter que me afastar de você, Saturn. Eu só não queria perder uma das melhores pessoas que eu já havia conhecido. Eu só não queria perder a única pessoa que foi capaz de fazer sentir-me vivo.

Lembro de digitar "Me desculpe por ontem." E, após longos minutos, essa foi a única mensagem que eu consegui mandar para você. E eu torcia para que ela fosse suficiente. Eu torcia para que as coisas não continuassem estranhas entre a gente.

Eu odiava tentar ter essa conversa com você pelo celular, num aplicativo de mensagens qualquer, mas, desde que comecei a "ajudar" Miller em sua pesquisa, eu já não a via com tanta frequência na cafeteria perto da faculdade. Porque todas as minhas noites eram ocupadas por Miller e a sua interpretação de dados confusos e aleatórios.

E eu vi que você rapidamente visualizou a mensagem que eu havia enviado e, então, começou a digitar algo. As minhas mãos suavam enquanto eu esperava pela sua resposta. E você ficou escrevendo pelo que pareceu ser uma eternidade. Confesso que eu estava com medo da sua mensagem, com medo da sua resposta, Saturn. Mas, do nada, você parou de digitar e ficou offline.

Joguei o meu celular ao lado do meu travesseiro e fechei os meus olhos com força, respirando profundamente. Eu passava as mãos pelo meu rosto e por todo o meu cabelo, totalmente inquieto. Eu pensei ter estragado tudo, simplesmente tudo entre nós, Saturn.

Lembro de escutar, mesmo que baixo, o som de uma tímida batida sobre a madeira da porta. Ergui o meu rosto para cima e observei a sombra escura que se projetava sobre o vão da minha porta.

Cocei os olhos brevemente mas a sombra continuava ali, parada e esperando por mim. Bufando aos quatro cantos, levantei-me da cama, um tanto quando impaciente. Pensei que poderia ser Nathan, já que, infelizmente, era comum ele querer vir ao meu quarto chorar por uma garota qualquer que ele acabara de conhecer. Mas, assim que abri a porta, encontrei você. De costas para mim.

Lembro de, por estar sem óculos, apertar os meus olhos para conferir se realmente era você que estava ali, se afastando lentamente da porta. "Saturn?" Arrisquei te chamar.

Você se virou de volta para mim e olhou em meus olhos. O seu rosto estava levemente avermelhado, como se você estivesse segurando o choro dentro de si. "Saturn, você está bem?" Perguntei ao dar um passo à frente, genuinamente preocupado. Preocupado com a possibilidade de você estar embriagada, como naquela noite com Christopher.

Você abriu os lábios algumas vezes antes de finalmente dizer: "Eu não..." Percebi que você respirava profundamente, ainda segurando as lágrimas em seus olhos. "Eu não entendo, Ocean." Você sussurrou, lentamente.

Respirei profundamente. Você estava com aquele olhar distante como naquela vez. E a sua voz estava levemente arrastada. Você havia bebido novamente. Mas, pelo menos, não havia procurado por Christopher como da última vez. "Céus." Cocei os meus olhos, procurando ficar mais alerta, mais acordado. "Você está bem, Saturn?" Inclinei a minha cabeça para o lado, levemente.

O seu peito subiu e desceu mais uma vez com a sua respiração pesada. "Por que você... Por que você fez aquilo?" Você cruzou os braços na frente do seu peito enquanto olhava diretamente para mim. E você não parecia estar brava, só parecia estar verdadeiramente confusa.

Apertei os meus olhos, não entendendo exatamente o que você estava falando. "Aquilo?" Você estava se referindo a mensagem que eu havia acabado de enviar a você, Saturn? Quer dizer, eu não sabia exatamente o que eu deveria dizer a você, não sabia como ter essa conversa. Será que havia sido uma péssima ideia enviá-la? Será que eu havia errado?

"Aquilo que aconteceu ontem." Você falou, dando um passo em minha direção. Notei que os seus olhos estavam ainda mais vermelhos. As suas lágrimas estavam todas guardadas ali. "Como você pode, Ocean?!" A sua voz não era mais um fino sussurro, pelo contrário, a sua voz saiu em alto e bom som.

Pelo canto dos olhos eu percebi que a luz do dormitório do Nathan foi acessa. Ele havia acordado com a nossa conversa no corredor, e era questão de segundos até ele abrir a porta para saber o que estava acontecendo ali. Nathan sempre foi curioso demais. "Podemos conversar aqui dentro, Saturn?" Perguntei sem ao menos tirar a minha atenção do quarto de Nathan.

Dei um passo para trás e abri ainda mais a porta do meu dormitório, oferecendo espaço para que você entrasse, e assim você o fez. Fechei a porta rapidamente antes mesmo de ter a chance de me encontrar com a curiosidade inconveniente de Nathan.

Ao me virar em sua direção, notei que havia lágrimas escorrendo pelo seu rosto. O seu olhar era direcionado para mim, mas ele parecia estar um pouco distante, como se não estivesse me vendo ali, bem a sua frente. "Como você pode, Ocean?" Você voltou a repetir.

"Saturn, eu..." Eu queria dar um passo em sua direção mas eu estava com medo do rumo que aquela conversa poderia ter. Estava com medo do que você estava querendo dizer com aquela frase solta. Estava com medo da sua reação. Estava com medo do fato de você ter bebido naquela noite. Então, eu simplesmente fiquei parado, sem conseguir dizer uma palavra sequer.

"Como você pode fazer aquilo?" Você não conseguia mais segurar as lágrimas dentro dos seus olhos. Por um curto período de tempo você foi obrigada a respirar profundamente para recuperar a voz embargada. "Como você pode olhar para mim daquele jeito?" Você balançou a cabeça para os lados. "Como você pode pensar em mim daquele jeito, Ocean? Como você pode me desejar daquela maneira? Como você pode querer me beijar?"

As minhas mãos suavam pelo nervosismo. "Saturn..." Finalmente as minhas pernas obedeceram ao meu comando e eu dei um pequeno passo em sua direção.

"Olhe para mim." Você pediu, ainda com lágrimas nos olhos. "Eu não sou bonita, Ocean. Eu não tenho um rosto bonito e o meu cabelo... Meu Deus!" Pude escutá-la soluçar alto algumas vezes enquanto recuperava o fôlego lentamente. "Eu não tenho um corpo bonito. E eu não sou atraente. Eu não sou..." Você respirou profundamente ao me ver se aproximar de você, lentamente. "Olhe para mim, Ocean!" Você falou um pouco mais alto, chamando a minha atenção e me fazendo parar. "Eu não... eu não sou bonita o bastante para você. Eu não sou atraente o bastante. Eu não tenho nada a oferecer para você, Ocean. Porque eu não sou o bastante!" Você cruzou os braços e direcionou o seu olhar para o chão, abaixando a cabeça. "Então como você pode? Como pode me ver daquela maneira? Meu Deus, como alguém pode me desejar daquela forma?"

"Saturn..." Aproximei-me de você, dessa vez sem receio algum, sem medo algum. Ouvir você dizer todas aquelas palavras doía cada centímetro dentro de mim, e doía ainda mais saber que você acreditava fielmente em cada letra que foi dita.

Lembro de segurar o seu rosto entre as minhas mãos e de passar gentilmente o dedão pelas suas lágrimas, limpando cada uma delas. E mesmo assim você não tinha coragem de olhar para mim. "Eu queria que você pudesse se ver através dos meus olhos, Saturn." Sussurrei, sorrindo fracamente. Neste momento você ergueu o rosto em minha direção. "Você é mais que suficiente para mim."

Você balançou a cabeça imperceptivelmente e voltou a olhar para baixo. "Você não entende, Ocean..." Você engoliu em seco e respirou fundo. "Eu não sou."

"O que eu não entendo é como fizeram você acreditar nisso tudo. Eu não entendo como colocaram essas ideias na sua mente." Falei um pouco mais sério, lembrando-me de Christopher. Eu sabia que havia sido ele o responsável por todo esse dano. Eu sabia que ele era o culpado nesta história, mesmo não entendendo como. "Mas eu não penso da mesma forma, Saturn. Eu..."

Eu estava prestes a lhe contar sobre o dia em que eu a vi dançando no antigo estúdio de ballet, mas você me interrompeu antes mesmo que eu pudesse dizer algo. "Você gosta de mim, Ocean?" Você olhou em meus olhos, aguardando a minha resposta.

"Eu..." Pisquei algumas vezes, um pouco atordoado com a pergunta repentina. Abaixei os meus braços e me afastei de você, como se precisasse de espaço para processar aquilo e para pensar numa resposta. "Eu não..." Lembro de sentir a minha nuca coçar, obrigando-me a levar a minha mão até lá.

Senti as minhas pernas cambalearem para trás com toda a confusão que rondava a minha mente. Sentei-me na ponta da cama para poder organizar todos os meus pensamentos, porque, até aquele momento, eu nunca havia me perguntado aquilo. "Eu não sei, Saturn." Foi tudo o que eu consegui dizer naquele momento.

É verdade que eu havia adquirido um carinho especial e diferente por você, Saturn. É verdade que eu a admirava pelo canto dos olhos, com medo de ser flagrado a qualquer momento por você. É verdade que eu ficava esperando te encontrar pelos corredores do alojamento, esperando te encontrar na cafeteria para estudarmos juntos, esperando receber alguma mensagem sua. É verdade que eu falava de você para Nathan e para a minha irmã, que ainda sentia ciúmes da nossa amizade. É verdade que eu passei a escutar Maroon 5 só porque você gostava deles. E é verdade que você ocupava alguns dos meus pensamentos durante a semana.

Mas, de acordo com os filmes clichês que vemos por aí, eu deveria sentir um maldito frio na barriga todas as vezes que eu olhasse para você, mas isso não acontecia, Saturn. De acordo com as histórias, eu deveria sentir uma corrente eletrizante percorrer o meu corpo todas as vezes que eu encostasse em você, mas adivinha? Isso também não acontecia. De acordo com os livros que a minha irmã lê, eu deveria ficar ansioso e extremamente nervoso perto de você, como se perdesse todo o meu foco, mas isso não acontecia. E eu deveria cumprir todos esses pré-requisitos para só então afirmar que eu gosto de você, certo?

Mas eu não sentia nada disso. Porque tudo com você era natural, Saturn. Porque tudo com você fluía de maneira suave. Nada era assustador ao seu lado a ponto de me causar um frio na barriga paralisante, de me fazer sentir uma ansiedade estressante ou mesmo sentir um choque assustador em minha mão. Eu me sentia à vontade ao seu lado, eu me sentia confortável ao seu lado.

Nada do que eu sentia ou pensava era fantasioso como o representado nas histórias que conhecemos. Tudo o que eu sentia ou pensava era racional demais, era simplesmente real demais. Mas todos dizem que o amor é irracional. Então isso significava que eu não gostava de você, certo, Saturn?

Balancei a cabeça enquanto continuava a pensar. "Eu não sei o que eu sinto por você, Saturn." E só eu falei aquilo porque eu sabia que sentia algo por você. Porém, ainda não sabia nomear esse sentimento. Eu sabia que ele ultrapassava o carinho de qualquer amizade, mas não sabia até onde esse carinho me levava, e, às vezes, eu tinha medo desse desconhecido.

"Eu acho que eu também não sei o que sinto." Você se sentou sobre a cama, bem ao meu lado. Lembro de reparar que você não chorava mais, que parecia estar um pouco mais calma, mas ainda sim agitada. "Eu costumava me sentir nervosa perto de Christopher, e eu pensava que gostar de alguém fosse sempre desta maneira. Mas com você é diferente. Eu me sinto estranhamente calma, e eu nunca experimentei isso. Eu não sei o que é isso." Você ergueu o rosto e olhou para mim. "E eu tenho medo, Ocean."

Lembro de apertar os meus olhos, inclinando a minha cabeça para o lado. "Medo do quê?" Será que compartilhávamos o mesmo medo do desconhecido?

Você abaixou a cabeça, lentamente. "Medo de você ir embora assim como o..." Pude ouvir o seu soluço baixo. "Medo de você ir embora quando notar quem eu sou de verdade."

"Saturn." Falei, sério. Apoiei a minha mão sobre o seu queixo e levantei o seu rosto para a minha direção. Balancei a minha cabeça enquanto falava: "Eu jamais vou fazer isso." E em momento algum eu tirei os meus olhos de você. Eu jamais vou fazer isso porque eu já vi quem você é de verdade, e eu continuei ao seu lado, pensei. E eu não disse essas palavras em voz alta por medo de você se afastar de mim, por medo de você se fechar, como costumava fazer.

Beijei o seu ombro como naquela noite.

Você se levantou num pulo e, então, eu vi você cambalear para o lado, enquanto procurava a minha escrivaninha para poder se apoiar. Eu me levantei rapidamente e segurei a sua cintura, impedindo que você caísse ou tropeçasse em algo pelo caminho.

"Saturn, por que você fez isso?" Perguntei, aproximando o meu rosto do seu. Por um momento você apertou os olhos, como se não entendesse o que exatamente eu estava perguntando. "Por que você bebeu de novo?" Olhei em seus olhos, e você os desviou logo em seguida. "Você está bem, Saturn? Está sentindo alguma dor?"

Pelo canto dos olhos percebi que você estava mordendo o canto da bochecha ansiosamente. "Ocean..." Você respirou com uma certa dificuldade e, logo em seguida, enxugou o próprio rosto, que havia algumas lágrimas. "Posso dormir aqui hoje?"

Respondi que sim. E, por um momento, por um curto momento, eu não me importei. Não me importei em saber o que levou você a beber daquela forma novamente. Não me importei em saber o que exatamente a levou ao meu quarto. Eu não me importei se o fato de pensar em Christopher foi o que causou tudo aquilo. Porque, no fim, você procurou a mim. E sentir o peso da sua cabeça em meu peito me fez sentir que tudo estava bem, que nada dessas perguntas importavam.

Lembro que, após nos acomodarmos naquela pequena cama do dormitório e apagar todas as luzes, os milhões de pensamentos que rodavam a minha mente voltaram a me atormentar. A sua pergunta feita a mim instantes antes ainda ecoava dentro da minha cabeça.

E se tudo o que aprendemos sobre gostar de alguém estiver errado? E se esse sentimento não necessariamente signifique sentir sensações estranhas e inexplicáveis o tempo todo? E se a calmaria, ao contrário do nervosismo, fizer parte desse sentimento? E se esse sentimento for mesmo racional?

Mas, naquele instante, naquela noite, não me parecia lógico eu ter que contrariar tudo o que aprendi sobre o amor só para afirmar que eu gostava de você.

"Saturn." Chamei-a. "Qual seria a sua reação se eu dissesse que sinto algo por você?" Perguntei, por desencargo de consciência, afinal, até aquele momento eu estava confuso. Completamente confuso com todos aqueles pensamentos.

Pude senti-la se mexer sobre o meu braço, onde a sua cabeça estava apoiada. "Eu diria para irmos com calma, garoto astrônomo." Você segurou a minha mão, delicadamente.

"Certo." Sorri, um pouco mais aliviado com a sua resposta. Porque você não me disse não. Sem antes pensar, beijei a sua testa uma última vez naquela noite, ainda sorrindo, ainda aliviado.

Após longos minutos, pude senti-la tremer levemente entre os meus braços, e posso jurar ter ouvido você murmurar algo, baixinho. Notei que os seus olhos continuavam fechados. "Conte-me alguma coisa. Qualquer coisa." Você pediu, assim como Violet.

Assim como Violet. Solto a mão de Saturn que eu segurava até aquele momento e afasto-me do seu leito. Olho-a por um instante, sentindo a minha respiração pesar dentro do meu peito, sentindo o meu estômago se revirar dentro de mim, sentindo a minha mente começar a rodar.

Assim como Violet.

A minha mente é preenchida com as lembranças do início do dia, quando eu estava com Violet. Quando a garota de olhos azuis fez exatamente o mesmo pedido quando começou a sentir a dor. Quando sentiu a dor alucinante que nem mesmo os remédios eram capazes de curar, quando sentiu a dor que a paralisou em seu quarto.

"Conta alguma coisa para mim. Qualquer coisa. Ela dizia que ajudava."

Minha mente roda incontáveis vezes com as lembranças vivas de Violet. Com as lembranças dela em sua cama, com os olhos fechados assim como Saturn naquela noite. Com as lembranças dela agarrando o seu cobertor até as dobras dos seus dedos se tornarem brancos. Com as lembranças das veias saltadas em seu rosto. Com as lembranças de Violet chorando sozinha em seu quarto. Com as lembranças dos gritos dela, com os seus gemidos solitários de dor.

"Ela dizia que ajudava."

Com a lembrança da maneira com que Violet segurou a minha mão quando sentiu a dor se tornar longa, eterna e insuportável. Do mesmo jeito que Saturn segurou a minha mão naquela noite em meu quarto.

"Conte-me alguma coisa. Qualquer coisa."

Com a lembrança de Violet tremendo sozinha em sua cama. Do mesmo jeito que Saturn tremia em meus braços naquela noite em meu quarto.

"Ela dizia que ajudava."

Sinto a minha garganta se fechar lentamente ao lembrar de todas as vezes que Saturn repetiu aquelas palavras para mim. Todas as vezes que ela deitou a sua cabeça em meu colo, todas as vezes que ela se apoiou em meu ombro, todas as vezes que ela foi ao meu quarto durante a noite, todas as vezes que ela me pediu para dormir com ela. Todas as vezes que ela fechava os olhos para me ouvir.

"Conte-me alguma coisa. Qualquer coisa."

Minha mente roda com todas as lembranças, e eu me sinto sufocado por cada uma delas. Sufocado por cada palavra que Saturn repetiu a mim durante todos aqueles meses em que estivemos juntos.

"Ela dizia que ajudava."

Sinto os meus olhos arderem com as lágrimas que caem pelo meu rosto. Eu não consigo pensar com clareza, não consigo controlar as lembranças que bombardeiam a minha mente. Eu não consigo respirar. Eu simplesmente não consigo.

"Ela dizia que ajudava."

Com a mão trêmula, encosto os meus dedos no metal frio da porta do seu quarto. Sinto as minhas pernas fraquejarem quando saio do 502 em busca de ar.

"Conte-me alguma coisa. Qualquer coisa."

Fim do quarto dia.

★★★

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