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Capítulo 13

Pois todo o meu cabelo abandonou meu corpo
Toda minha agonia
Saiba que eu nunca me casarei
Querido, eu estou encharcada da quimio
Mas contando os dias para ir
Isso simplesmente não é viver.
(Cancer – Twenty One Pilots)


– Ei. – Bato exatas duas vezes na porta de madeira branca do quarto duzentos e oito antes mesmo de tocar na maçaneta. Respiro profundamente ao notar que esse é o andar da oncologia pediátrica. Violet realmente tem câncer. – Posso entrar? – Pergunto após abrir a porta, delicadamente.

Vejo a garotinha de olhos azuis parar de pintar o seu livro de colorir e, então, ela olha em direção à entrada do quarto, procurando pela voz que falava com ela. Violet abre um grande sorriso ao me ver ali, diante do quarto 208.

– Ocean! – Ela parece estar completamente surpresa com a minha presença. Há uma enfermeira bem ao seu lado, realizando a troca do líquido transparente que alimenta um dos acessos de Violet, mas ela sequer parecia notar o procedimento. – Você veio.

– Voltarei daqui uma hora para ver como você está indo, tudo bem? – A enfermeira diz monotonamente, como se estivesse lendo um roteiro cuidadosamente planejado. – Se precisar de qualquer coisa me avise. – E sem ao menos esperar por uma resposta, a enfermeira deixa o quarto.

Mesmo sem haver uma confirmação totalmente explícita de Violet ou da enfermeira que ali estava, adentro o quarto. O horário de visitas de Saturn ainda não havia começado, mas Violet, pelo que eu soube, não possui restrições de horário.

– Ah, antes que eu esqueça: eu trouxe algo para você. – Atravesso o seu quarto claro e bem iluminado, aproximando-me da cama de Violet. Estendo as flores que eu carregava discretamente em sua direção.

O seu quarto é muito maior que o de Saturn, mas, em compensação, a garotinha o divide com outras duas pacientes do hospital. É uma espécie de quarto compartilhado mas, neste momento, ela está sozinha. Talvez as outras estejam fazendo algum exame ou algo do tipo.

– Margaridas! – Ela exclama, surpresa. Violet segura o pequeno buque de margaridas que eu comprei numa floricultura próxima ao hospital. Os seus dedos contornam as flores brancas, uma por uma. – Você lembrou delas. – E eu posso jurar que os seus olhos estão brilhando. – Eu nunca ganhei margaridas antes.

Violet respira o cheiro discreto das suas margaridas. Ela observa atentamente cada mínimo detalhe das flores, desde as suas pétalas brancas ao seu miolo amarelo, a cor preferida de Saturn.

Noto que há alguns lápis de cor espalhados pelo colchão de Violet, juntamente com um antigo livro de colorir das princesas. O livro que ela estava colorindo antes de eu entrar em seu quarto. Percebo que há uma etiqueta na capa que indica que ele fora doado por alguma ONG ao hospital.

– Você gosta de colorir? – Aponto com a cabeça para o livro fechado em seu colo.

– Eu gosto. Gosto bastante mesmo. – Ela assente rapidamente. Violet coloca as margaridas ao lado do seu corpo, sobre o cobertor branco. E, então, abre o livro para me mostrar todos os desenhos já pintados por ela. – Ajuda a me distrair quando a dor chega. Os psicólogos do hospital que me ensinaram isso.

Olhei-a por um instante, completamente assustado com a naturalidade da sua fala. Completamente assustado com o modo com que ela falou da dor. Como se a dor que ela sente todos os dias fosse, de fato, natural. Como se a dor fosse matéria fundamental de cada célula do seu corpo. Como se a dor fizesse parte dela, parte da vida dela. Completamente assustado com a naturalidade com que o hospital tratava essa dor. Completamente assustado porque Violet foi ensinada a conviver com a dor, foi ensinada a lidar com ela.

"Ajuda a distrair quando a dor chega." Cada vez que a sua frase ecoa em minha mente eu posso sentir o meu peito doer.

– ... e essa é a minha princesa preferida. – Violet aponta para um dos desenhos do seu caderno de colorir.

Presta atenção, Ocean. Concentre-se no aqui e no agora. Concentre-se no presente. Concentre-se na garotinha que está te mostrando os desenhos que ela pintou. Concentre-se em Violet.

– A princesa da ilha? – Tento sorrir, mesmo que fracamente.

Tento me manter presente no assunto, mas a sua fala de instantes atrás ainda ecoa vividamente em minha mente. A sua fala ainda faz os meus pensamentos darem voltas intermináveis.

– Moana. – Ela me corrige, rindo de mim. – Ela tem o melhor poder de todos: ela pode se comunicar com a água. E a água obedece ela. Meu avô fala que a Moana é o Poseidon da Disney. Poseidon é aquele deus da água. – Violet balança a cabeça rapidamente, como se concordasse com o que acabara de dizer. – E a Moana tem as melhores músicas.

A garotinha de olhos azuis continua a folhear o resto do seu caderno de colorir, apresentando-me cada princesa. E, então, noto algo curioso em suas pinturas.

– Você não pintou o cabelo de nenhuma delas. – Aponto para a sua última pintura. – Por quê?

– Pra ficarem igual a mim. – Pude notar que a sua bochecha cheia de sardas adquiriu uma coloração rosada pela timidez. – Ocean, todos os dias os médicos vêm aqui e falam que nós somos lindas, falam que nós somos princesas. Mas, quando eu vou assistir um filme, ou quando eu vou para a brinquedoteca ler uma história, eu não vejo nenhuma personagem igual a mim. E eu fico muito triste com isso. Como eles podem falar que nós somos bonitas se não tem ninguém como a gente na TV ou nos livros? Se não tem nenhuma princesa como eu?

Violet tem razão. Autoaceitação é um exercício difícil, tão difícil que existem pessoas que passam uma vida inteira a buscando, e mesmo assim não a alcançam. E como podem exigir que elas aceitem a condição que o tratamento impôs a elas se as pessoas ao menos se importam em representá-las nas histórias? Como podem exigir que elas aceitem a sua ausência de cabelo se não há sequer alguma representatividade notável na mídia? Como alguém pode exigir algo tão difícil?

Como eu pude me perguntar o porquê Saturn se escondia sob uma peruca todos os dias? Como eu pude querer, mesmo que por pensamento, que Saturn se revelasse verdadeiramente a mim? Como eu pude querer que ela se revelasse para o mundo? Como eu pude, depois de tudo o que ela passou?

– Conta alguma coisa pra mim. – Violet murmura enquanto aperta as próprias mãos com força. Força o bastante para deixá-las vermelhas.

E eu gaguejo alguma coisa para ela, não entendendo o seu pedido.

– Conta alguma coisa para mim. Qualquer coisa. – Violet ergue os olhos para mim. Ela respira com certa dificuldade, diferente de minutos atrás. O que está acontecendo? – Igual você fazia com a Saturn. – Ela continua a dizer. Violet fecha os olhos e, então, junta os lábios. – Ela dizia que ajudava.

– Ajudava em quê? – Pergunto, ainda sem entender.

Encaro as suas sardas espalhadas pela sua bochecha. O rosto de Violet está pálido demais. Pálido como o de Saturn quando ela ficava com febre.

– Por favor. – Ela implora, desesperadamente. Céus, o que estava acontecendo? – Conta alguma coisa para mim.

Levanto os meus olhos, procurando em minha mente o que eu posso dizer a ela. Ela gostaria que eu lhe contasse sobre o meu curso? Sobre o universo? Sobre as estrelas? Não, não, eu não consigo ser didático o bastante para contar o funcionamento destas coisas para uma criança. Preciso de algo mais simples, algo mais fácil.

Os meus olhos caem na pilha de livros infantis que estão ao lado da cama de Violet.

– A Saturn contou a você sobre o dia em que nos sentamos no chão da biblioteca da faculdade? – Pergunto. É, eu posso falar sobre isso com a Violet. Eu posso dividir uma lembrança com ela, assim como eu faço com a Saturn no quarto 502.

Violet balança a cabeça negativamente.

Lembro que eu estava passeando pela biblioteca da universidade, a procura de um livro específico que o professor citou em classe naquele mesmo dia. Mas, pelo caminho, fui observando alguns outros livros de física, porque eu gostava de vê-los e gostava de folheá-los.

E, quando eu passava pelas prateleiras de exatas, encontrei uma garota sentada no chão do corredor. Lembro de franzir o nariz, achando aquela ação estranha, afinal, não era comum encontrar alunos fora das mesas de leitura. Eu me perguntei se existia alguma regra contra aquilo. A garota levantou o rosto enquanto eu passava demoradamente, e foi quando eu encontrei os olhos verdes de Saturn.

Ela sorriu para mim e acenou, graciosamente. "Oi, garoto astrônomo." Pelo canto dos óculos notei que ela fechou rapidamente o livro que estava em seu colo e, então, o virou, de modo que eu não podia ler o seu título. Parecia até mesmo que ela estava o escondendo de mim.

"Oi, Saturn." Franzi as sobrancelhas na direção dela, estranhando a sua atitude como um todo. "O que está fazendo aqui?" Olhei ao redor, observando rapidamente todos os livros de física daquele corredor. Os livros de biologia ficavam a vários corredores de distância.

"Eu estava procurando um livro..." Ela confessou.

Sem mais delongas, sentei-me ao seu lado. Sim, no chão mesmo, assim como a Saturn. Bom, não existia nenhuma regra contra aquilo, não é mesmo? "Procurando um livro nesta área?" Perguntei, curioso.

Eu vi as bochechas de Saturn ficarem coradas. E era a coisa mais adorável do mundo, Violet. Era adorável vê-la envergonhada. "Bom, eu..." Ela começou a gaguejar. E até aquele momento eu nunca a vi gaguejar.

Ajustei o óculos em meu rosto e, então, eu pude ver a foto do autor do livro com clareza. Era simplesmente um dos físicos mais incríveis e admirado do mundo. "Stephen Hawking?" A surpresa em minha voz era notória.

"Certo..." Saturn falou, parecendo estar finalmente derrotada da sua missão de esconder o livro de mim. "Eu gosto tanto de te ouvir falar, Ocean. E eu... bom, eu queria ler algo que pudesse me fazer entender melhor a astronomia, se é que isso é possível. Porque eu não quero apenas te ouvir, eu quero conversar sobre essas coisas com você. Então eu pesquisei algumas obras e vi que esse livro era ótimo para isso. Pensei que seria uma leitura difícil, mas não está sendo e..."

Saturn enfim virou a capa do livro em minha direção. Uma Breve História do Tempo era o seu título. Lembro de ter mencionado este livro em alguma noite quando estávamos estudando na cafeteria. Eu o li no ensino médio, e fiquei apaixonado por todo o seu conteúdo.

Ergui os meus olhos para Saturn. Ela ainda falava sobre a sua primeira experiência com o livro, mas a única coisa que preenchia a minha mente era a sua frase inicial. "Você gosta de me ouvir falar?" Sussurrei, não sendo capaz de esconder o sorriso em meu rosto.

Nathan não tinha paciência alguma para ouvir os meus devaneios, ele diz que eu fico estranhamente irritante quando começo a falar sobre o meu curso. Os meus pais, desde que eu entrara no ensino médio, época em que a minha paixão pela astronomia apenas crescia, também foram perdendo a paciência para me ouvir falar sobre o universo. Já os meus avós detestavam tudo o que fosse relacionado a astronomia. A minha irmã, Sea, era a única que ainda gostava de me ouvir, mas isso durava apenas alguns minutos até ela querer mudar de assunto.

"Claro que eu gosto, garoto astrônomo." Saturn inclinou a cabeça para o lado e sorriu, um pouco tímida. As covinhas voltaram a aparecer em seu rosto.

"Obrigado, Saturn." Agradeci, sincero.

– A Saturn gostava bastante, Ocean. De verdade. – Notei que Violet falou com uma certa dificuldade. A sua respiração está pesada. – Ela me contou tudinho sobre Interestellar, e disse que foi muito legal assistir ele com você. – A garotinha ainda aperta o seu cobertor branco. – Continua a história.

Ao ajustar novamente o óculos em meu rosto, reparei que a blusa de lã laranja que Saturn usava havia escorregado por um dos ombros, deixando-o a mostra. Lembro de observar uma pequena mancha de contornos irregulares no início das suas costas. Ela era vermelha e roxa, e essas duas cores se misturavam. Parecia ser uma daquelas manchas que aparecem quando nos machucamos.

"Você se machucou?" Perguntei. "Aqui nas suas costas..." Passei delicadamente a ponta dos meus dedos próximo à mancha, torcendo para a região não estar sensível.

"O que?" Saturn virou o rosto para o lado, tentando olhar para onde eu estava apontando. Ela pareceu se lembrar de algo, e a sua expressão mudou drasticamente. "Ah sim, acho que sim. Provavelmente foi nesta semana quando Summer estava me ensinando a jogar Beisebol. Mas não é nada demais, garoto astrônomo. Não se preocupe." Ela subiu a blusa laranja, escondendo o seu ombro de mim.

Lembro de vê-la respirar profundamente, com um ar nostálgico. "Sabe, isso me lembrou uma coisa. Há muitos anos atrás, quando ainda éramos crianças, Luna sempre vinha correndo beijar o nosso machucado, dizendo que ele iria sarar mais rápido. E Summer sempre parava de chorar quando Luna fazia isso."

Eu sorri, balançando a cabeça levemente. "Eu fazia o mesmo com Serena." Comecei a dizer. Você olhou para mim, mas os meus olhos estavam fixos na estante de livros a nossa frente. "Mas os meus pais sempre limpavam o machucado dela logo em seguida e, depois, ainda brigavam comigo. Família de médicos, sabe como é."

Saturn me tocou discretamente ao rir com a minha história. Por um segundo observei a sua mão em meu braço. "Éramos tão inocentes por acreditar nisso, Ocean. Sinto saudades dessa época. Da época em que acreditávamos que isso podia nos curar de tudo. Quem dera fosse simples assim..."

Pelo canto dos óculos percebi que novamente a blusa de lã laranja escorregou pelo ombro de Saturn, tornando aquela mancha vermelha e roxa visível para mim.

Sem ao menos me dar ao trabalho de pensar duas vezes, inclinei-me na direção de Saturn. Contornei as suas costas com a ponta dos meus dedos, verificando se ela de fato não sentia dor ao ser tocada ali. Aproximei-me ainda mais e ali depositei um tímido e delicado beijo. A sua pele era morna.

Aquele não fora um gesto racional, Violet, longe disso. Mas, de alguma maneira, de alguma forma, eu calei toda a minha racionalidade. E, pela primeira vez, eu havia gostado disso, havia gostado de ser irracional, Violet. Porque eu gosto de ser irracional ao lado dela.

Saturn ergueu os seus olhos verdes para mim, visivelmente confusa com o meu gesto repentino. Eu sorri para ela e, então, falei: "Para sarar mais rápido." E ela sorriu de volta para mim.

– Você gostava dela. – Violet afirma. E não, não havia sido uma pergunta, não havia sido um questionamento. Ela simplesmente disse isso com toda a convicção do mundo.

Inclino a minha cabeça para o lado, pensando seriamente em sua última fala. Como ela, uma criança de uns oito anos, pode ter tanta certeza disso se eu mesmo não tinha certeza àquela altura? Se eu mesmo demorei para entender o que estava sentindo ou não pela Saturn?

– Talvez. – Falei, por fim. – É uma possibilidade.

Eu não sei ao certo quando comecei a gostar dela. Quer dizer, não foi algo repentino, disso eu tenho certeza. Eu não acordei um dia e simplesmente pensei: poxa, eu gosto da Saturn a partir de hoje! Acredito que foi um processo lento, demorado se quer a minha opinião. Porque, quanto mais eu a conhecia, mas eu a admirava. E quanto mais eu a admirava, mais eu gostava dela.

Percebo que Violet aperta não só os seus olhos como também o seu cobertor branco. Os nós em seus dedos estão brancos, tamanha a força que ela faz. As veias esverdeadas saltam em seu rosto e cabeça pálidos, fazendo-me temer o que está acontecendo com ela.

Abro os meus lábios, prestes a perguntar se ela está se sentindo bem, porque não é o que parece. Mas eu simplesmente estou com um medo tremendo da sua resposta. Porque eu sei o que está acontecendo com ela, mas eu não estou preparado para encarar os fatos.

– Eu não estou conseguindo aguentar... – Violet murmura e, logo em seguida, geme alguma coisa inaudível, virando-se para o lado.

– Não está conseguindo aguentar o quê, Violet? – Aproximo-me da garotinha, segurando as suas mãos entre as minhas. Mordo os lábios, já imaginando o pior em sua resposta.

Sinto um forte calor irradiar da sua pele quente. Violet está com febre, muita febre. Os seus dedos tremem sobre os meus. Pelo canto dos olhos percebo os seus braços tremem, a sua cabeça treme. Percebo que todo o seu corpo treme naquela cama do hospital.

– A dor. – Ela finalmente abre os seus olhos azuis claros e procura pelos meus. O branco ao redor da sua íris está vermelho. Céus, Violet está chorando.

Algo dói dentro do meu peito. Algo dói muito fortemente dentro do meu peito.

Começo a procurar desesperadamente pelo botão de emergência que há em cada leito do hospital. Quer dizer, em tese eu sei que há um, sempre há um botão que, quando apertado, chama a equipe do hospital. Mas eu não faço ideia de como ele é, nem mesmo onde ele fica.

Violet está quente. Violet está soluçando. Violet está respirando com dificuldade. Violet está tremendo.

Decido, então, correr pelos corredores frios e confusos do grande hospital. Mas os meus pés vacilam por um momento ao ouvir o choro alto de Violet ecoar nas paredes brancas ao meu lado. Céus.

Por fim, chamo um homem que está verificando a sua prancheta, provavelmente analisando os dados de algum paciente. Ele usa um jaleco branco. É, talvez ele possa ajudá-la, pensei. Mas minhas palavras estão confusas demais para explicar a ele o que, de fato, está acontecendo com Violet, para explicar a dor que ela está sentindo.

Em poucos segundos, um pequeno grupo de enfermeiros e uma médica estão lá, observando atentamente todos os sinais vitais de Violet.

– Mas que droga! – Perco a cabeça ao ver toda aquela situação, ao ver que Violet parece estar sofrendo sozinha em silêncio. – Vocês não veem como ela está? Não conseguem enxergar o que está acontecendo com ela? Por que vocês não fazem nada!? – Aumento a minha voz, fazendo todas as pessoas dentro do 208 olharem para mim. – Façam alguma coisa, merda!

– Devemos aplicar um sedativo, agora. – Alguém finalmente diz.

Violet continua a chorar, e é alto, continua a gemer de dor, sozinha. Ela aperta fortemente a minha mão, com medo do que virá a seguir. Passo a ponta dos meus dedos no colo da sua mão, dizendo silenciosamente que ela ficará bem.

Mas ela não sorri.

– Primeiro vamos parar toda a medicação de Violet, talvez isso esteja causando a dor. Sabemos o quanto as crianças podem ser sensíveis aos fármacos fortes. – A médica diz, já mexendo no acesso de Violet, sem ao menos esperar por uma resposta. Os pingos do medicamento deixam de entrar em sua veia. – Depois aplicaremos a sedação.

Continuo segurando a sua mão, firmemente. Continuo repetindo silenciosamente que tudo ficará bem, que ela ficará bem. E Violet continua a tremer sobre a cama do hospital. Sua pele continua quente, febril. E ela continua a gemer e a chorar de dor.

Mas eu continuo ao seu lado em todo o momento, até a sedação fazer efeito. Até a dor parar.

Início do quarto dia.

★★★

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