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Capítulo 10

Estou hipnotizado por essa anomalia
Um território inexplorado tão estranho
Uma bandeira branca tremula na escuridão
Entre minha cabeça e meu coração
Minha armadura desmorona.
(Five – Sleeping At Last)


Eu ainda posso me lembrar, vividamente, do dia em que você realizou o item dez da sua lista, Saturn.

Lembro que eu estava em uma longa e entediante palestra no auditório da universidade apenas para conseguir um certificado de dez horas complementares, algo que eu precisava urgentemente até o fim daquele semestre. O professor convidado falava sobre a importância da análise crítica dos dados quantitativos para a pesquisa científica, e dava exemplos reais dos experimentos que ele já realizou.

Não me entenda mal, é um tema de suma importância e necessidade, mas ele simplesmente não fugia do óbvio. Então sim, eu fiquei aliviado ao ver que havia chegado uma nova notificação em meu celular. Sobre o visor eu vi que você havia me enviado uma mensagem.

Saturn: Oi, garoto astrônomo!

Prontamente eu respondi com um: "Oi, Saturn." E você não demorou em me responder.

Saturn: Você se lembra do nosso almoço no feriado da Ação de Graças quando eu disse que estava feliz porque Luna havia me dito que a minha mãe iria voltar a tocar piano?
Saturn: Então, o evento que ela irá tocar será hoje à noite. Ela me enviou dois convites para a apresentação, e eu pensei em levar a Anne, mas ela já tem um compromisso marcado...
Saturn: Você quer ir comigo, garoto astrônomo?

Lembro de deixar escapar um ligeiro riso entre os meus lábios. As pessoas ao meu lado me olharam de maneira ameaçadora, afinal, eu estava sentado nas primeiras fileiras. Arrumei a minha postura sobre a cadeira e fingi estar fazendo alguma anotação importante no meu computador para disfarçar.

Quando as pessoas ao meu lado pararam de olhar para mim, eu voltei a pegar o meu celular para enfim lhe responder.

Ocean: Claro! Eu fico encantado em ser a sua segunda e última opção, Campbell.

Lembro de guardar o celular e de tentar voltar a prestar atenção na palestra que corria diante dos meus olhos. O professor era incrível, mas o tema era maçante demais. A minha mente constantemente me perguntava o que você havia respondido para mim após aquela mensagem, e eu sorria só de imaginar.

Minutos depois eu vi que havia seis notificações em minha tela inicial. Você sempre falava demais quando ficava envergonhada, Saturn, e aquilo era divertido.

Saturn: Não!!!
Saturn: Não foi isso que eu quis dizer, Ocean!
Saturn: Oh, meu Deus! Me desculpa.
Saturn: Quer dizer, eu apenas pensei que você não ia se interessar em assistir uma apresentação de ballet. Sabe, não é todo mundo que gosta. E não me entenda mal, mas você parece ser alguém que não tem interesse algum em ballet clássico.
Saturn: Mas eu adoraria ir com você. Além disso, é uma forma de agradecer por toda a sua ajuda naquela noite...
Saturn: E então? O que me diz, garoto astrônomo?

Quando me dei conta, o palestrante estava discretamente olhando para mim, tentando entender o porquê eu não estava prestando atenção justo naquele momento – justamente quando ele dava mais um exemplo sobre as suas pesquisas passadas. Eu limpei a minha garganta e voltei a minha atenção para ele.

Minutos depois eu finalmente a respondi:

Ocean: Será um prazer, Saturn.

Saturn: Vou te passar as informações da apresentação.
Saturn: Podemos sair do alojamento às 7 PM.

E em seguida você me enviou uma foto do elegante convite com detalhes dourados. Ora, até aquele momento eu pensei que se tratava de uma apresentação de ballet infantil – algo como uma simples e breve apresentação escolar que a sua mãe ajudaria – e não algo profissional. O evento seria realizado no Teatro principal de Toronto, no centro da cidade.

Jamais imaginaria que era algo tão grandioso e importante. Naquele momento eu entendi o porquê você estava tão orgulhosa e feliz por sua mãe.

"O que é isso?" Nathan falou ao abrir a porta do meu quarto de repente. Tomei um susto com a aparição repentina dele, mas continuei sério. "Ora ora... Ocean Davis Cooper terá um encontro?" Ele fechou a porta e, então, sentou-se na cadeira ao lado da minha escrivaninha, analisando-me de cima a baixo. "Cristo, eles crescem tão rápido."

Comecei a abotoar a camisa social branca em frente ao pequeno espelho que havia em meu dormitório. "Não enche, Nathan." Murmurei baixo, sem ao menos olhar para ele. "O que você quer?"

Por se tratar de uma apresentação no principal Teatro da cidade, optei por usar uma roupa simples, porém social. Não queria parecer muito arrumado, mas também não queria ir de qualquer jeito. Quer dizer, olhe para o convite! Era formal demais.

"Onde você vai vestido desse jeito?" Nathan cruzou os braços para, então, encostar as costas sobre a cadeira, inclinando a cabeça para o lado, olhando para o meu reflexo no espelho. "Você está muito quieto, Cooper..." Ele respirou fundo e me esperou abotoar o último botão da camisa. "Espera um momento, é mesmo um encontro! Ocean terá um encontro!"

"Não é um encontro, Nathan." Eu falei impaciente e, então, virei-me em sua direção, olhando-o sem humor algum. "E, então?" Balancei a cabeça, arqueando a sobrancelha. "O que você está fazendo aqui?" Perguntei.

"Ocean, não minta para mim, cara. Sempre que eu te chamo para ir em uma festa você diz que está ocupado estudando. Mas, aparentemente, você não está ocupado quando essa garota aparece." Ele disse irônico e, em seguida, jogou o meu travesseiro em meu rosto, sério. "Quem é ela?"

"Um: você sabe que eu não gosto de festa." Respondi, erguendo o dedo para cima. "Dois: ao contrário de você, Nathan, eu realmente estudo." Joguei o travesseiro de volta para ele e voltei a me olhar no espelho. "E três: não há encontro algum."

Pelo canto dos ombros eu o vi apertar os olhos para mim, extremamente pensativo. "Bom, você não negou que há mesmo uma garota." Ouvi Nathan murmurar enquanto ele girava a cadeira demoradamente. Ele voltou a olhar para mim com um sorriso idiota no canto da boca. "Qual o nome dela? Você nunca me falou sobre nenhuma garota. Como você a conheceu se você vive enfurnado nos livros estudando? Ah, já sei, ela deve ser da sua turma, acertei? Ou ela trabalha naquela cafeteria que você gosta de ir estudar?"

"Céus!" Eu exclamei alto enquanto respirava profundamente. Eu adorava o Nathan mas, céus! ele conseguia me irritar de uma forma...

Quando eu estava prestes a expulsá-lo do meu quarto, escutei o meu celular apitar sobre a minha cama. Lembro de olhar para Nathan, quieto. Ele abriu os lábios algumas vezes até entender que provavelmente você havia me mandado uma mensagem e pulou na cama, agarrando o celular antes de mim.

"Saturn Campbell acaba de dizer que está pronta." Nathan me mostrou a tela inicial do celular, onde exibia a notificação da sua mensagem. "Então o nome é Saturn Campbell..." Ele não tirava o maldito sorriso malicioso do rosto.

Eu tomei o meu celular das mãos dele e a respondi, dizendo que já estava indo para o estacionamento. Caminhei em direção à porta do dormitório e olhei para trás, onde Nathan estava. "Só para você saber, não é um encontro, cara." Voltei a repetir. "E só para lembrar: você está me devendo dez dólares há três anos."

A verdade é que eu estava absurdamente nervoso naquela noite. Quer dizer, é obvio que aquilo não era um encontro, Saturn. E eu constantemente me lembrava daquele fato, eu constantemente tentava me acalmar pensando: não é um maldito encontro. Embora eu estivesse, pela primeira vez na vida, arrumando-me para sair com uma garota, aquilo não era um encontro. Aquilo não era um encontro.

Bom, aquilo de fato não era um encontro. Eu mal a conhecia. Quer dizer, a gente já havia dividido uma certa intimidade e conhecíamos bastante um sobre o outro. Mas não, aquilo não era um encontro. Por que eu estava tão preocupado com aquilo, afinal?

Você falava demais quando ficava nervosa. E eu acho que eu penso demais quando fico nervoso...

Eu estava em pé, ao lado do meu carro, balançando ansiosamente a chave entre os meus dedos enquanto esperava por você. Olhei para trás, procurando por algum sinal da sua presença quando ouvi os seus passos se aproximando de mim.

Lembro de erguer os meus olhos e de encontrá-la usando um longo vestido amarelo. Ele era simples e delicado, e combinava perfeitamente com você, realçando as curvas discretas do seu corpo. Por cima do seu ombro você usava uma echarpe, e ele escondia toda as suas costas. Lembro que você andava de cabeça baixa, aparentando estar tímida com a minha presença ali. Mas, segundos depois, você ergueu a cabeça, discretamente, e então eu pude ver o seu rosto com clareza. Os seus lábios estavam corados com um vermelho intenso e a sua bochecha rosada, e... céus! Você estava tão bonita naquela noite, Saturn.

Lembro de abrir a minha boca algumas vezes, sem saber ao certo o que dizer. Quer dizer, você realmente estava muito bonita, mas, até aquele momento, eu não sabia se deveria ou não a elogiar. Digo, eu queria elogiar você, Saturn, de verdade, mas eu não sabia como. Os meus olhos percorreram toda a extensão do seu corpo uma segunda vez, mas a minha mente não permitiu que palavra alguma escapasse entre os meus lábios.

Você sorriu timidamente, e, então, acenou de forma breve para mim. Lembro de notar que você não foi capaz de sustentar o olhar por muito tempo, e logo voltou a caminhar de cabeça baixa. "Podemos ir, garoto astrônomo?" Ouvi o seu sussurro quando você encontrou a porta do meu carro.

"Claro." Foi tudo o que eu sussurrei em resposta.

Lembro que o trajeto até o Teatro foi, em parte, silencioso e calmo. Eu demonstrava estar tranquilo, mas a minha mente estava nitidamente agitada. Eu constantemente me perguntava se eu deveria levá-la para comer após a apresentação, ou se eu precisava pagar algo para você. Lembro de balançar a cabeça em negação, era óbvio que a resposta era um simples e claro não, certo?

Lembro de involuntariamente me flagrar olhando para você sobre o canto dos olhos ao longo do caminho. Você olhava para as luzes das construções da cidade através da janela com uma notável nostalgia. E, quando você se virou em minha direção e notou que eu a olhava secretamente, você perguntou o que havia de errado, tocando em uma mexa do seu cabelo.

Mas não havia nada de errado com você, Saturn. Nada de errado. Você estava absolutamente deslumbrante naquela noite, e aquilo, de alguma forma, deixava-me ansioso.

Eu limpei a garganta enquanto me ajeitava sobre o banco de couro do carro. "Você está linda nesta noite, Campbell." Comentei como num sussurro, torcendo para que você não me escutasse.

Você não fez questão alguma de esconder o sorriso em seu rosto e... puxa vida!

"Você está adorável nesta noite, Cooper." Você também sussurrou. E dessa vez eu também não fiz questão de esconder o tímido sorriso que nasceu entre os meus lábios.

Lembro de colocar a minha mão sobre as suas costas, delicadamente, enquanto andávamos entre a multidão em busca dos nossos assentos. O lugar era enorme e muito bonito. As suas paredes eram brilhantes e douradas e as confortáveis cadeiras dispostas por todo o teatro eram vermelhas, exatamente como nos filmes.

Lembro de olhar ao redor, brevemente, procurando prestar atenção nas roupas que eles usavam. Todos as pessoas estavam bem-vestidas. Os homens usavam ternos pretos ou apenas camisas sociais brancas, como a mim. Já as mulheres, usavam vestidos longos e caros.

"Acho que estou vendo as minhas irmãs!" Você exclamou animada enquanto apontava para as primeiras fileiras. "É, são elas!" Você caminhou rapidamente até as duas meninas que usavam um vestido preto. "Lua, Summer! Oi!"

"Oi, Sa!" Uma das garotas se levantou, acenando animadamente. Aquela deveria ser Luna. "Caramba, que saudade de você, maninha." A garota a abraçou demoradamente.

Você olhou para os demais assentos ocupados daquela fileira, um dos melhores lugares de todo aquele Teatro, e, então, acenou para um homem de meia idade, com os cabelos brancos e lisos. "Oi, pai!" Você falou um pouco mais alto, chamando a atenção dele.

O homem se levantou e sorriu para você. Mas o sorriso logo morreu quando os olhos dele repousaram sobre mim, e o seu pai ficou sério. "Ah." Você suspirou ao perceber a tensão. Logo em seguida você também olhou para mim e tocou levemente em meu braço. "Pessoal, esse é o Ocean, o meu amigo da faculdade." Você nos apresentou.

"O mesmo garoto que você levou ao apartamento?" O seu pai perguntou.

"Sim." Você balançou a cabeça positivamente, mas ele continuou sério. Céus, o seu pai me causava medo. Eu disse que você deveria ter avisado que eu iria no seu apartamento com antecedência, Saturn! "Ocean, essas são as minhas irmãs, Luna e Summer. E esse é o meu pai." Você apontou para eles.

Lembro que uma alta campainha soou, ecoando em cada centímetro do teatro, anunciando o início da apresentação. Sem mais delongas, nós nos sentamos sobre os nossos assentos reservados, aguardando o início do evento.

As primeiras notas do piano foram tocadas, e um holofote foi aceso em cima da sua mãe, que usava um longo vestido preto. Lembro de notar, sobre o canto dos olhos, que você sussurrou algo para Luna, parecendo estar orgulhosa da mãe de vocês.

Sem qualquer intensão de ser sútil, olhei para você. Pude, então, perceber que os seus olhos brilhavam com uma notável nostalgia e felicidade. Em seus lábios havia um sorriso largo e genuíno. Era bom vê-la feliz daquele jeito, Saturn.

Quando as grossas e enormes cortinas de veludo vermelho foram finalmente abertas, eu me perguntei o que raios estava fazendo ali. Eu sequer gostava de ballet ou de música clássica, Saturn. Mas, antes mesmo que eu pudesse dar razão aos meus pensamentos, os bailarinos adentraram o palco.

Os dançarinos mexiam os braços e as pernas com espantosa habilidade, sendo cada mínimo movimento delicado e gracioso. Era lindo vê-los se moverem sobre o palco daquela maneira.

Eles corriam de um lado para o outro e realizavam incontáveis piruetas e voltas sem ao menos demonstrar algum sinal de cansaço ou desequilíbrio. Os bailarinos pulavam sobre o chão e, por algumas frações de segundo eles pareciam voar sobre o palco.

E cada movimento, quando conectado com o ritmo da orquestra, contava uma bela história.

Tudo era extraordinariamente belo, até mesmo a maneira como a sua mãe fechava os olhos para tocar as teclas do grande piano de cauda. Ela parecia amar cada nota que soava a partir da ponta dos seus dedos, mesmo não sendo a atração principal da noite.

Lembro que o sorriso em seu rosto deu lugar a um misto de sensações profundas e distantes. Como se algo estivesse faltando em você naquela noite. Como se cada movimento fosse extremamente doloroso para você, Saturn.

Lembro que a primeira coisa que você fez ao sair do enorme e belo teatro foi se apoiar na parede externa para retirar os saltos que você usava naquela noite, soltando um alto suspiro de alívio. Eu ri com a sua reação.

Você, então, passou a caminhar lentamente na ponta dos pés sobre o parapeito da calçada lateral do Teatro, mantendo os braços abertos ao lado do corpo para equilibrar-se, como uma ingênua criança.

"Você é intrigante, Saturn Campbell." Sussurrei, baixo. Lembro que você olhou para trás, em minha direção, sorrindo inocentemente.

E, naquele exato momento em que você estava com os braços abertos, sentindo o ar frio passar entre os dedos da sua mão, naquele exato momento em que você estava na ponta do pé, equilibrando-se sobre o parapeito da calçada, naquele exato momento em que você virou o seu corpo para mim, naquele exato momento em que você abriu os lábios para sorrir, eu juro, Saturn, que senti uma falha nas batidas que ecoavam dentro do meu peito.

Eu senti o meu coração pular por uma mísera fração de segundo. E, naquele exato instante, eu tive medo. Tive medo porque estava experimentando algo novo e desconhecido. Não era amor, longe disso. E ao menos chegava perto de ser considerado paixão. Senti algo que o homem ainda não foi capaz de nomear. E era isso que me causava um medo angustiante.

Porque por um quarto de fração de segundo eu não olhei para você, Saturn, mas eu a admirei por completo.

Se eu pudesse congelar um momento, um único momento, dentro da minha mente, eu, sem dúvida alguma, escolheria esse exato instante em que você sorriu para mim enquanto se equilibrava sobre a calçada fria.

Lembro coçar levemente a minha nuca enquanto virava a minha cabeça para o lado oposto, fingindo estar procurando o meu carro no estacionamento, porque eu não queria vê-la da mesma forma. Porque eu não queria admirá-la da mesma forma. Não queria dar razão ou voz para a pequena flama que, de repente, surgiu dentro de mim. Não queria alimentar esse fogo estranho e desconhecido.

E, por um momento, eu realmente achei que o tinha apagado. Extinto.

A sua voz me puxou de volta para a realidade em um segundo quando você disse: "Meu Deus, eu estou tão feliz em ver a minha mãe tocar de novo." Você fechou a porta do carro e, em seguida, eu dei partida no mesmo. "Você deveria ver como ela tocava, Ocean. Eu cresci ouvindo a minha mãe tocar piano na nossa sala de estar."

Lembro que você virou o rosto para mim. Por alguns segundos eu desviei a minha atenção da rua movimentada e olhei para você. A luz amarelada dos postes refletiam em seus olhos.

Voltei-me para frente e respirei fundo, sentindo as minhas mãos suarem sobre o volante.

"E era tão lindo. Tão lindo." Escutei você suspirar alto. Poucos segundos depois você voltou a falar. "Enquanto a minha mãe praticava piano eu dançava ao seu lado." Você riu e ergueu as mãos para o alto, fingindo estar dançando. "Foi quando ela me colocou no ballet." Lembro de notar que você olhava para a rua com nostalgia. "Meu Deus, que saudade." Você sussurrou, baixinho.

Passamos alguns minutos em silêncio, apenas ouvindo o som do pneu deslisando sobre o asfalto frio. O trânsito estava cheio, porém tranquilo. E era impressionante como até mesmo o silêncio era confortável ao seu lado, Saturn.

Lembro de quando eu estacionei o carro no estacionamento do nosso alojamento.

"Você viu como ela estava radiante?" Você perguntou com um sorriso mínimo preenchendo os seus lábios. Travei o carro quando saímos dele. "Ela estava radiante." Você balançou a cabeça para os lados, levemente.

O vento frio balançava o vestido amarelo sobre o seu corpo, e os seus cabelos eram bagunçados por ele, mas você não parecia se importar. A ponta do seu nariz estava avermelhado, assim como o canto da sua bochecha por conta do vento. Você estava adorável. Lembro que um tímido sorriso também se formou em meu rosto, espontaneamente. Eu virei o meu rosto na direção contrária para que você não me visse, e ao menos sabia o porquê estava fazendo aquilo.

"Saturn..." Chamei-a assim que abri o portão de vidro na entrada do prédio do alojamento. Segurei a porta para que você entrasse primeiro. "Por que a sua mãe havia parado de tocar? Aconteceu alguma coisa com ela?"

"Ah..." Você respirou profundamente, cruzando os braços enquanto pensava nas palavras certas. Enquanto pensava em como ocultar o máximo de informações de mim. Começamos a subir as escadas em direção ao primeiro andar. "Aconteceu, mas não com ela. Este ano eu recebi uma notícia ruim, e essa notícia impactou toda a minha família, direta ou indiretamente. Como mecanismo de espace eu me concentrei no ballet, porque a dança me fazia bem, assim como tocar piano faz bem para a minha mãe."

Eu olhei para você, com preocupação. Abri os meus lábios para perguntar qual era a notícia, mas você pareceu ler os meus pensamentos e voltou a falar.

"Na época, nós estávamos ensaiando para uma grande apresentação. E a minha escola de ballet chamou a minha mãe para tocar nesta apresentação. Mas eu tive que abandoná-lo por... por conta..." Você gaguejou enquanto olhava para os degraus a nossa frente. Lembro de vê-la se apoiar sobre o corrimão. "Bom, por conta dessa notícia." Você fechou os olhos e respirou profundamente. "E, bem, a minha mãe desmoronou. Ela não aguentou tocar sem me ver dançar ao seu lado. E ela começou a beber. Sabe, eu não a julgo por isso, Ocean. Eu também tive os meus altos e baixos neste ano."

Estávamos em frente ao seu dormitório quando você encostou o cartão sobre a fechadura.

"Mas o importante é que estamos superando tudo isso." Você sussurrou, sorrindo timidamente. "Mamãe está voltando a tocar piano e eu vou voltar a praticar ballet em um antigo galpão." Você se virou para mim, encontrando os meus olhos. "Não é uma escola de ballet com professoras e alunas, mas dá para o gasto."

Lembro que eu apoiei a minha cabeça no batente da sua porta, ainda olhando para você naquele vestido amarelo. "E quando eu vou poder vê-la dançar?" Perguntei enquanto ajustava o óculos em meu rosto.

Você abriu a porta do quarto, delicadamente. "Boa noite, garoto astrônomo." Você sussurrou com um discreto sorriso em seus lábios.

"Boa noite, Saturn Campbell." Respondi de volta.

★★★

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