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Salvando maçãs e rolando na lama


Do meu quarto, ouço mamãe alardear que papai é um maldito egoísta, enquanto ele a acusa de ser incapaz de ver o lado dele, ou tentar entendê-lo.

A discussão se estende por longos minutos,  até algo vir ao chão ocasionando um estrépito furioso. Há um momento de silêncio, o que me obriga a saltar da cama e correr para fora.

A mamãe ainda está soluçando quando chego a sala, papai não está em parte alguma, mas identifico o som de seus passos na varanda. Ela enxuga as lágrimas e me manda colocar um casaco, em seguida pega a chave do carro na mesa de centro.

— Não demore — pede ao se encaminhar para a porta.

Tento falar com o papai ao cruzar com ele sentado na escadaria da frente, mas se ele me ouve, prefere ignorar e continuar fumando seu cigarro. Como não quero correr o risco de aborrecê-lo ainda mais, beijo o topo da sua cabeça, tão ruiva quanto a minha, e disparo até o carro, onde mamãe me espera, batucando o volante com as pontas dos dedos.

O caminho até o Memorial é silencioso, mamãe não menciona uma única vírgula sobre a briga, nem eu ouso perguntar qualquer coisa a respeito. Embora alguns duvidem, sei a hora de ficar calada.

Recosto-me no banco ao lado dela, roendo as unhas enquanto foco a escuridão à nossa frente. Imaginar o papai sentado na escadaria, em uma noite fria como esta, me faz tremer. Ele deveria estar aqui conosco, segurando a mão da mamãe, me dizendo palavras de conforto, em vez se auto comiserando.

Não sei o que pensar, ou no que acreditar, sinto como se um nevoeiro tivesse se abatido sobre nossas cabeças nas últimas horas. Os meus pais não costumam agir dessa forma, raramente discutem e, quando o fazem, são rápidos em perdoarem um ao outro, esquecendo a discussão no minuto seguinte. Tudo parece diferente agora, como se algo entre eles tivesse se quebrado, e não pudesse ser posto de volta no lugar.

Afasto a ideia. Não quero pensar sobre isso, não somente porque dói, mas porque sou incapaz de conceber um mundo onde meus pais são qualquer coisa menos que um casal perfeito.

Sei o que dizem, que a perfeição é ilusória, mas tudo sobre eles sempre pareceu tão real: os sorrisos, as trocas de olhares, o companheirismo, o amor e respeito que nutriam um pelo outro. Você não pode fingir esse tipo de coisa, não por tanto tempo.

Assim que chegamos ao hospital, a enfermeira vem ao nosso encontro, solicitando que mamãe a acompanhe até a sala do Dr. Karuma.

Enquanto isso, me abanco em uma cadeira na sala de espera e faço o possível para controlar o nervosismo, cantarolando baixinho e repetindo as orações que aprendi com o padre Cadence. Embora não seja o tipo de pessoa que apenas repete orações de outros, estou muito agitada para conseguir organizar minhas próprias palavras.

Quando torno a abrir os olhos, avisto o padre Cadence cruzar o limiar da porta e acenar para mim. Contudo, levo alguns segundos para distinguir a pessoa ao seu lado.

Oli não acena, não esboça qualquer reação, tão estático quanto uma pedra, parecendo surpreso ao me ver. Tão logo nossos olhares se encontram, ele desvia o olhar para o rosto do padre, que está falando alguma coisa.

— Onde estão seus pais? — padre Cadence questiona ao se aproximar. — Não vai me dizer que eles a deixaram sozinha aqui.

Aprumo-me no assento enquanto luto para controlar as batidas descompassadas do meu coração.

— Papai não pôde vir. E mamãe está falando com o Dr. Karuma.

Ele assente. Então, se vira para o Oli.

— Nem um "oi"? Vocês são colegas de escola, não são?

— Não exatamente — responde. — E ela também não falou comigo.

— Esperava que eu falasse?

— Na real, estou agradecido por ter ficado quieta. Não estou aqui para jogar conversa fora, só quero ter a certeza de que o meu pai ficará bem.

— Isso foi desnecessário, Rigel — padre Cadence o repreende. Dando de ombros, Oli tira o celular do bolso e ocupa o assento ao meu lado, seu cotovelo roçando o meu enquanto digita freneticamente no celular. — Vou checar com a enfermeira se já pode entrar para falar com o Max, faça um esforço e tente ser legal com a Viola enquanto isso, está bem.

— Ser legal é a minha especialidade — diz, olhos fixos no celular,

Mesmo após o padre deixar a sala, continuo em silêncio, em parte porque não faço ideia do que falar, em parte porque imagino o quanto essa situação deve ter mexido com a cabeça do Oli. Se nem eu estou conseguindo digerir essa história, imagina como deve ser para ele lidar com o fato de que tem um irmão. Ainda assim, gostaria que ele falasse alguma coisa, em vez de se sentar ao meu lado e agir como se eu fosse invisível.

— Como você está? — ouso quebrar o silêncio.

— Eu acabei de descobrir que a minha vida inteira foi uma mentira, como você acha que eu estou?

— Não precisa ser rude, eu só fiz uma pergunta.

Enquanto o observo correr os dedos pelas teclas do celular, mil pensamentos passam pela minha cabeça. Me pergunto se estará bravo comigo. Se nunca mais voltaremos a ter o que tínhamos, a ser o que éramos. Se assim como aconteceu com os meus pais, algo entre nós se quebrou, algo que nunca poderemos consertar.

O pensamento quase me leva às lágrimas.

Respiro fundo, ignorando o desconforto no peito. De jeito nenhum eu vou chorar na frente dele.

— Foi mal, Beene — Oli sussurra, sem tirar os olhos do celular. — Sinto muito pelo seu irmão. — Nosso irmão, corrijo-o mentalmente. É estranho. Dolorosamente estranho. Liam e Oli são irmãos, isso parece mais absurdo a cada instante. — Ele vai sair dessa. Quer dizer, eu espero que saia.

— O Liam é uma boa pessoa, você iria gostar dele se o conhecesse.

— Tanto faz se ele é a melhor pessoa do mundo ou a reencarnação do Mao Tsé-Tung, eu não dou a mínima pra ele. Mas me importo com você, essa á a única razão pela qual espero que ele fique bem.

— Não deveria pensar assim.

— Sei disso, mas é como me sinto. — Ele me encara por um instante, então volta a mexer no celular. Suas mãos estão trêmulas, as pernas inquietas. — Por que ele teve que capotar aquela droga de carro, pra começo de conversa, que tipo de idiota dirige bêbado?

— O Liam cometeu um erro, isso não faz dele um idiota.

— Não é apenas um erro quando você ferra a vida de outras pessoas. Quer se auto destruir? Ótimo, vá em frente, é a droga da sua vida, acabe com ela se quiser, mas não arraste os outros com você — seu tom é ferido, magoado.

Respiro fundo para manter a calma.

— Não está sugerindo que ele capotou o carro de propósito, está? Sei que é difícil pra você lidar com tudo que aconteceu, pra mim também não está sendo fácil, mas não é como se o Liam tivesse planejado esse acidente.

— Não estou sugerindo nada, apenas pontuando o quão mentalmente limitado seu irmão é. Ele é quase um adulto, deveria ter a capacidade de considerar as próprias decisões, de pesar as consequências. — O celular vibra com uma mensagem, Oli encara brevemente a barra de notificações e ignora. — Pelo que eu soube, essa não é a primeira vez que o seu virtuoso Liam se mete em confusão.

— Você não o conhece, se conhecesse saberia que nem tudo que falam dele é verdade. Eu convivi com Liam a minha vida inteira, sei exatamente o tipo de pessoa que ele é. Eu o conheço melhor do que...

Oli interrompe com uma risadinha amarga.

— Assim como conhecia os seus pais? — Seus olhos agora estão fixos nos meus, ele parece quase irritado. — Quando é que você vai cair na real e se livrar dessa lente colorida com a qual enxerga o mundo, hein? Já parou pra pensar que o que você enxerga ao olhar para uma pessoa, talvez não seja a pessoa de fato, mas um reflexo de si mesma? Ninguém conhece ninguém de verdade, se pudéssemos enxergar cada pessoa que julgamos conhecer sob a máscara de normalidade que cada uma escolhe vestir, imploraríamos para ficarmos cegos. — Ele suspira. — Você é boa, Viola, a melhor pessoa que já conheci. Mas até a bondade, quando em excesso, se torna destrutiva. Talvez não tenha percebido, mas a linha que separa bondade de estupidez é tênue, e você a ultrapassa com frequência.

Fico olhando para ele sem saber o que dizer, seu rosto parecendo mármore de tão pálido, nublado pelo rio de lágrimas que se formou na borda dos meus olhos.

Oli desvia o olhar para um quadro genérico na parede.

— Sabe o que eu pensei quando se sentou ao meu lado no auditório do Madison's? — Faço que não com a cabeça. — Que você era desprezível e esquisita. Eu quis correr para longe de você.

Respiro fundo enquanto uma pontada de dor se insinua entre minhas costelas.

— Por que está me falando essas coisas?

— Porque você precisa entender que nem todo mundo é como você... Que eu não sou como você. E, muito embora tenha deixado isso claro desde o início, você sempre foi capaz de enxergar algo de bom em mim; esse algo era o seu próprio reflexo. — Aperto os lábios para me impedir de chorar. — Quer saber, eu não sou bom, nem os seus pais são, eles mentiram pra você a vida inteira, assim como os meus mentiram para mim, duvido que o seu irmão seja diferente. — Sem aviso, ele captura a minha mão, segurando-a delicadamente na sua. — Você é idiota, Beene, a mais idiota das criaturas. Se não retirar suas lentes coloridas agora, corre o risco de passar o resto da vida enxergando flores onde só existem ervas daninhas.

Puxo minha mão para longe.

— Não posso ser algo diferente do que sou. — Fungo baixinho. —Idiotice maior seria desistir do pomar inteiro só porque algumas maçãs estão estragadas.

— Minha avó costumava dizer que uma maçã podre é suficiente para contaminar todo o resto, mas nem mil maçãs boas podem recuperar uma estragada.

— Não importa. Eu ainda posso fazer a minha parte e tentar salvar as maçãs que não foram contaminadas. Se todo mundo pensasse como você, logo não haveria mais macieiras no mundo.

Ele expira.

— Você e esse seu Complexo de Salvadora. Caso não tenha percebido, não está nas suas mãos salvar as maçãs. — Seu tom beira a melancolia. — Quando vai entender que não pode viver em um mundo contaminado sem se contaminar? Seria o equivalente a rolar na lama e esperar sair limpa.

— E por que motivo eu rolaria na lama se tenho a opção de não fazê-lo?

— É aí que está o problema, você não precisa ir até a lama pra se sujar, a lama sempre dá um jeito de respingar em você. Como as escolhas dos nossos pais, do seu irmão, respingando sobre nós. — Um lampejo de dor perpassa seu rosto ao se virar para mim. — Você entende o que isso significa, não é?

Embora venha evitando pensar sobre o assunto, sei que ele está certo. Nunca mais seremos quem fomos, nada nunca mais será como antes. Liam agora está entre nós; assim como os segredos sujos dos nossos pais, respingando sobre todos, contaminando tudo.


Olá, gafanhotos!

Sentiram saudade de Viola e Rigel?

Foi um capítulo bem pequeno, só pra sinalizar que estamos de volta. O próximo dever sair na semana que vem.

Obrigada a todo mundo que continua acompanhando o livro - vocês são incríveis.

Mas me contem, o que acharam de Rigel neste capítulo?

E de Viola?

Quem está com a razão?

Acham que Viola realmente enxerga o mundo sob uma ótica diferente da real? Que a bondade que ela enxerga nos outros é um reflexo de si mesma, ou Oli está exagerando?

O que me dizem das atitudes dele nesse capítulo?

E das de Viola?

Algum recado para essas crianças?

Estamos chegando ao final do livro, então aproveitem cada capítulo como se fosse o último, por que um deles será.

Agora me digam o que esperam dos próximo capítulo, ou que não esperam. Vamos conversar, porque faz tempo que não trocamos uma ideia.

Vi que muitas de vocês ficaram curiosas sobre como o meu primo conseguiu quebrar meu computador com a cabeça. Bem, ele é uma criança especial e também cabeçuda, estava brincando na minha cama com a minha sobrinha e o computador estava ao lado, quando ele se virou de repente, acabou caindo, a cabeça bateu no computador, que já estava um pouco ferrado, e acabou quebrando a parte que liga a tela ao teclado, foi isso. Ainda dá pra usar, mas é chato digitar porque tenho que ficar segurando ou apoiar a tela em algo.

Ele não machucou a cabeça, apesar da pancada, seguiu pleno e feliz. Quem se ferrou fui eu, que precisei comprar um novo.

Não achei as fanarts de VeR, mas vou deixar uma de Julie e Emmett, personagens do meu novo livro, para irem se familiarizando. Quem leu TOUP talvez se lembre da Julie, a prima da Frini, aquela que pintava livros, detestava sapatilhas, escrevia poemas sobre animais e queria colorir o mundo. Ela ainda quer colorir muitas coisas, principalmente a cara de certa pessoa, com um hematoma - ou não.

Encontrei uma Viola

E esse Oli

Vamos ao quem - de quem pra quem.

Queijos!

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