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Cheiros


— Oli! — a Cara de Coruja chamou, socando a porta do quarto.

Mas não era possível, mal havia deixado a enfermaria e ela já estava pronta para recomeçar com as sessões de tortura psicológica. Cogitei seriamente não responder, mas a conhecia o suficiente para saber que era perda de tempo, ela não desistiria tão facilmente.

— O que você quer, Beene? — tornei, revirando o armário em busca de uma camisa. Foi uma sorte ela ter decidido agir civilizadamente e bater antes de entrar, caso contrário, teria me pego pelado, e nada no mundo poderia ser mais constrangedor que isso.

— Posso entrar?

— Não!

— Por que não? — insistiu.

— Espera só um pouco, tá legal?

— Eu te trouxe uma coisa. — Se fosse outro livro, eu daria com ele na cabeça dela.

— Tá, mas não entra ainda. — pedi, torcendo para que ela me ouvisse e não invadisse o quarto, como costumava fazer sempre que lhe dava na telha.

Droga! Droga! Droga! Arran tinha mexido nas minhas roupas outra vez e revirado tudo. Como eu acharia uma camisa decente no meio daquela bagunça?

— Está preparando uma surpresa para mim, não é? Por isso não quer que eu entre. — O quê? Surpresa? De onde a Cara de Coruja tirava essas ideias idiotas?

— Eu não estou preparando nada, Beene.

— Se não é uma surpresa... — Ela escancarou a porta e irrompeu pelo lugar. — então, eu posso entrar.

— Você é surda? Eu pedi para esperar! — disse, vestindo a primeira camisa que vi na frente, uma azul-marinho com estampa de macaco que havia ganhado da minha avó e que minha mãe cismara de enfiar na mala. Detestava camisas estampadas mais do que detestava a Cara de Coruja.

Ela ignorou minha reclamação, é claro que ignoraria, não tinha um pingo de bom-senso.

— Você é tão magro, parece um dos espetos que o papai usa para fustigar as cinzas da lareira no inverno. — falou com os dentes à mostra, me oferecendo um saquinho plástico cheio do que parecia um dia ter sido macarons*. — Te trouxe comida. Gosta de macarons, não e? Comprei para você, não apareceu para o almoço, achei que poderia está com fome.

Peguei o saquinho e levantei na altura dos olhos, examinando cuidadosamente, ao passo que ela caia de costas na minha cama, com os braços abertos, encarando o teto cor de manteiga. Era impossível existir criatura mais folgada que Viola Beene.

— Quer que eu coma isto? — perguntei. — Estão esfacelados.

— Você não ia engoli-los inteiros, ia? — Eu não ia engoli-los de jeito nenhum. Joguei o saquinho sobre o criado-mudo e voltei meus olhos para a folgada esparramada sobre meus lençóis. Ela definitivamente não me conhecia nem pouco, eu preferiria morrer de fome a comer aquela porcaria esmigalhada. Vai saber por onde aquilo havia passado. — Por que está me olhando com esta cara?

— Deve ser porque não tenho outra. — respondi, juntando as sobrancelhas. Não estava nem um pouco confortável com aquela situação. O que as pessoas diriam se soubessem que estava enfiado no quarto com a garota mais feia de toda a escola? Já podia até ouvir o barulho da minha reputação indo pelo ralo.

— Que bom, porque eu gosto bastante desta ai. — Se sentou, apoiando os pés na borda da cama. — Eu gosto de ficar aqui, sabe. Tudo neste quarto tem cheiro de Rigel Oliphant Stantford, cheiro de outono mesclado a menta com discretas notas de pachoulli.

— Eu não tenho cheiro de menta, ou de outono. — retruquei. — Beene, olha a cor dos seus sapatos, você está sujando a droga da colcha. Levanta daí, vai. Se quiser. pode se abancar na poltrona.

Ela revirou os olhos e, em vez de se sentar na poltrona, como eu havia sugerido, desabou sobre o tapete.

— Tem sim... Todo mundo tem um cheiro que é só seu. — Seus olhos se arregalaram. — Qual é o meu?

— Qual é o seu? — devolvi com uma risada. — Você não tem cheiro de nada.

— Impossível, como eu já disse, todo mundo tem um cheiro característico. O Arran, por exemplo, tem cheiro de bacon, Lilian de primavera, Dean de livro antigo, meu pai de creme de barbear, mamãe de lavanda e, eu, segundo Jason, tenho cheiro de morango.

— Morango? Você não tem cheiro de morango, tem cheiro de balas de cereja. — despejei sem sequer me dá conta da besteira que estava fazendo.

— Engraçado, ainda há pouco disse que eu não tinha cheiro de nada.

— É que balas de cereja e nada são a mesma coisa. — Tentei consertar, mas o estrago já estava feito.

— Não importa, Jason disse que tenho cheiro de morango e eu acredito nele. — Ela tirou os óculos e os esfregou na barra do suéter verde com estampa de alce, limpando as lentes, então continuou: — Mas ele tem cheiro de suor de fim de treino, deve ser porque está sempre treinando. Eu lhe disse isso uma vez e ele riu bastante, depois afirmou que eu precisaria me acostumar com seu cheiro, porque quando deixar a escola pretende se tornar um jogador profissional. Mas que antes, vai tirar um tempinho para conhecer alguns países. Eu contei que sua mãe disse que Paris é um sonho, mas ele pretende ir para a Oceania e...

— Para! — interrompi. — Essa conversa está me dando dor de cabeça. Eu não estou nem ai para isso, tanto faz se esse tal Jason pretende ir para a China ou...

— A China fica na Ásia e, não na Oceania. — Foi a vez dela interromper. — Ao que parece, está precisando de umas aulas de Geografia.

— E você está precisando de umas aulas de boas maneiras.

— Não estou não, eu tenho boas maneiras. — afirmou prontamente, juntando as sobrancelhas avermelhadas.

— É claro que tem. — ironizei com um sorriso de esguelha. — Invadir o quarto de alguém sem pedir licença, comer feito um trasgo e enfiar os sapatos sujos na cama de outra pessoa são notórios exemplos de boas maneiras.

Ela fechou a cara e cruzou os braços.

— Quem inventou as boas maneiras?

— Responda você, você é a sabichona.

— Eu não sou uma sabichona. E, com toda certeza, essa bobagem de boas maneiras foi inventada por alguém muito infeliz, alguém que queria que todos fossem infelizes. — Será que ela seria bem tratada no hospício? Ou será que a isolariam em algum tipo de quarto branco? — Para quê fazer pose de sofisticada e recusar comida quando estou com fome? Para quê agir friamente com as pessoas quando na verdade quero abraçá-las e dizer que gosto delas? Para quê sempre bater na porta se surpresas são tão legais?

— Porque é o certo. Viu como eu estava quando entrou aqui? Se tivesse feito o que eu disse e esperado, teria evitado uma situação constrangedora. É para isso que servem as boas maneiras, para evitar constrangimentos. — Fiz o favor de informar.

— O certo é ser eu mesma e fazer o que tenho vontade. Nem sei se amanhã estarei viva, então para que ficar adiando as coisas e perdendo tempo com essa bobagem de boas maneiras? E aquilo não foi nada constrangedor, eu tenho irmão e primos, estou acostumada a ver garotos sem camisa.

— Beene você vive em sociedade, não em uma tribo nos confins da Floresta Amazônica, ninguém é obrigado a aturar a sua falta de modos. E...E eu não sou seu irmão ou um de seus primos.

— Por que se empenha tanto em agir como um idiota?

— Se eu sou tão idiota, por que ainda está aqui? — retorqui, cruzando os braços sobre o peito. Não tinha nenhuma corda em volta do seu pescoço, se ela me achava idiota era só dar o fora. Pronto, problema resolvido.

— Porque você é o meu idiota favorito. — respondeu e, seu aparelho, agora verde, reluziu.

— Quando vai tirar esse troço dos dentes?

— Vou tirar quando o meu sorriso estiver perfeito. — Coitada, ia morrer com aquilo na boca. — Por que se preocupa tanto com os meus dentes? Deveria se preocupar com o seu bigode, que não cresce nunca.

— Assim como os seus seios.

— Mas eu tenho seios. — Ela ficou de pé e correu para o espelho. — Não são grandes, mas estão aqui. — completou, examinando seu reflexo.

— As lentes dos seus óculos devem ser de aumento, é por isso que consegue enxergá-los.

Seu olhar pairou sobre mim e, tive que me segurar para não rir. Andei até a escrivaninha, coberta de papeis, não ia perder a chance de colocá-la em seu devido lugar.

— O que está procurando? — perguntou ao me ver revirar as gavetas.

— Isto! — disse, balançando uma lupa em frente a sua cara de coruja empalhada. — Talvez agora consiga ver algo ai.

Suas feições endureceram.

— Devia usá-la para tentar encontrar seu bom senso, já que parece tê-lo perdido completamente. — Ela marchou até a porta. — Tenha uma ótima tarde.

— Ah, qual é? Eu estava brincando.

— Eu não, você não tem o mínimo de bom senso. — reafirmou, girando sobre seus ridículos sapatos laranja. Não fazia ideia de onde Viola Beene conseguia sapatos e roupas tão escabrosos, mas fosse onde fosse, uma coisa era certa, o lugar precisava ser fechado e o dono metralhado.

— Fala sério! Eu não fiz nada demais, apenas disse a verdade patente.

— O problema não está em dizer a verdade e, sim na forma como a diz. Deveria pensar um pouco mais antes de pôr para fora toda e qualquer bobagem que passa pela sua cabeça. Nunca parou para pensar que esses seus rompantes de sinceridade podem fazer profundos estragos, magoar as pessoas? Brigitt Marshall, por exemplo, não suportou muito disso, não foi?

— Meus rompantes de sinceridade nunca a incomodaram. — disse entredentes. — E só para constar, fui eu que terminei com ela, esqueceu?

— E por que fez isso? Quer dizer, seu namoro durou menos que uma barra de chocolate nas minhas mãos.

— Não é da sua conta, Beene.

— Tem razão. Mas sabe o que estão falando, não é? — Ela andou pelo quarto e, antes que pudesse impedi-la, desabou na cama novamente, desta vez sentada. Um sorriso perpassou seu rosto e seus olhos se arregalaram. — Eu não costumo dar ouvido a boatos, as pessoas têm o péssimo habito de desvirtuarem a verdade, mas eles dão conta de você que terminou com Brigitt Marshall porque... — Sua voz se tornava mais baixa a cada palavra pronunciada. — está apaixonado por outra garota. É verdade?

Que sorriso era aquele? A Cara de Coruja não achava que eu tinha terminado com Brigitt por que estava apaixonado por ela, achava? Ah, achava sim, dava para ver pelo jeito que ela estava me encarando.

— Nesse caso a verdade não foi desvirtuada, os boatos são verdadeiros. — Eu sei que podia ter simplesmente negado, mas sabia que não adiantaria muito, Viola Beene continuaria ruminando aquilo eternamente, convencida de que eu estava a fim dela. Então fiz o que tinha que fazer para dar um basta em sua loucura.

— Quem é ela? — Pobre criatura, se esticasse os lábios mais um único milímetro acabaria igualzinha ao Coringa.

— Emily Dawson. — disse, erguendo os cantos dos lábios. Seus ombros se encolheram imediatamente, ao passo que seu sorriso se converteu em uma linha reta.

— Em- Emily Dawson? — repetiu num murmúrio entrecortado. — Está brincando, não está?

Senti meu peito apertar ao ver a expressão de tristeza em seu rosto, mas era tarde demais para voltar atrás.

— O que te faz pensar que eu estou brincando? Brigitt era linda, mas chata até dizer chega. Já a Emily é linda, incrivelmente divertida e adora tênis, ela joga desde os quatro anos, não é fácil encontrar uma garota assim. Emily Dawson é uma espécie de pacote completo.

Eu tinha exagerado um pouquinho, Emily era sim linda, uma tenista promissora e, para completar, vivia me dando o maior mole, contudo estava a anos-luz de ser o pacote completo.

Esperei que a Cara de Coruja retrucasse, já que sempre tinha algo a dizer sobre tudo, mas ela não o fez, em vez disso disparou até a porta e desapareceu como um raio.

*macaron é um doce francês todo bonitinho. Até bem pouco tempo as pessoas costumavam apenas comê-lo, mas hoje ele é mais usado como modelo para fotos no Instagram.

Oi,

Então, o que acharam do capítulo?

Posso fazer uma pergunta? Por que vocês acham que o Rigel terminou com a Brigitt?

Adivinhem só quem volta no próximo capítulo? Primeira dica: tem cabelos bagunçados e escuros. Segunda dica: tem covinhas. Já sabem quem é? Acho que sim.

Viram as minhas outras histórias? Se não viram, deem uma olhadinha, nunca pedi nada para vocês. Ooops, pedi sim. Vivo pedindo que comentem e que votem, não é mesmo? Mesmo assim, se não for pedir demais deem uma olhada, se vocês gostam de Viola e Rigel também vão gostar de Um Amor de Nerd e de A Megera.

Só mais um pedido, comentem e votem, isso me deixa feliz e me dá aquele fôlego para escrever e postar.

Obrigada por tudo mesmo, vocês são demais!

Pra quem pergunta, sim os primeiros capítulos do livro foram baseado em Flipped e Romeu e Julieta, mas a inspiração maior e primeira fonte de inspiração veio da musica do Keith Urban.  Inclusive, a fanfic levava o nome da música. Antes de ser um livro ele era uma fanfic Scorose, por isso o Rigel lembra o Draco algumas vezes, foi inspirado nele. A Viola não é inspirada na Anne de Green Gables, mas na Hermione, na Luna e na Pipi. Já falei sobre isso nas notas e nos comentários com algumas leitoras, mas como nem todos leem e vi que ainda tem algumas pessoas se questionando, resolvi explicar aqui.

OUTROS PONTOS QUE CONTINUAM CAUSANDO CONFUSÃO:

O Rigel e a Viola têm onze anos no inicio do livro. Sim, relendo vi que a coisa da idade ficou confusa, arrumarei numa nova versão, tá.

O ano escolar na Inglaterra funciona diferente.

O porquê do Rigel não gostar de ler também é explicado em um capítulo - nota acho - ele é disléxico.

O Rigel não é um narrador confiável, vocês deixaram passar muita coisa que estava na cara. Atenção aos detalhes, isso vai ajudar a compreender as ações dele e o desfecho da história.

O nome da mãe do Rigel é Melisa, não Melissa. É espanhol. Sim, eu sei que parece Melissa escrito errado.

Quem me segue há mais tempo sabe que eu tenho uma tendência a acrescentar ou engolir letras, às vezes acrescento ou engulo palavras inteiras, já expliquei isso em comentários e notas também. Ma pra tá começando agora, fica o alerta.

Também percebi que alguns diálogos ficaram realmente confusos, extensos e formais demais, vou tentar arrumar isso ao reescrever, os primeiros capítulos foram publicados em 2015, por isso há tantos erros, isso vai melhorando no decorrer dos capítulos.

As partes em que aparece James, são Jason, eu me confundi por causa da fanfic, ou foram partes da fanfic que esqueci de arrumar. Ainda me confundo com o nome dele, vez ou outra escrevo James.

Se encontrar mais pontos confusos enquanto releio, volto aqui pra elucidar. Se tiverem duvidas, perguntem aqui.

Beijo gigante para minhas leitoras lindas! Espero de coração que cada uma de vocês encontre um Rigel para chamar de seu.

Isso é tudo.

Ps: Não esqueçam de responder minha pergunta, tá.

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