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A Catedral de Saint Vincent


Ela é realmente feia, e parece um pouco com o Pennywise, principalmente quando sorri, conclui ao observar a foto que ela havia acabado de postar em seu perfil. Os fogos brilhavam às suas costas e os cabelos esvoaçavam para longe da cabeça, formando uma auréola alaranjada. Usava o mesmo vestido com estampa de patos amarelos, suéter verde e meias-vermelhas da noite passada. Procurei pelo furo em sua canela, mas era evidente que ainda não estava lá quando a foto fora tirada.

─ O que é tão engraçado? ─ Meu pai me observava com uma expressão nada boa, os braços cruzados, a cabeça erguida como se ostentasse uma coroa invisível. ─ Eu fiz uma pergunta, não vai me responder? O que é tão engraçado?

Deixei a página e fechei o computador antes que ele pudesse arrancá-lo de mim e dar de cara com a foto de Viola Beene.

─ Stephen Fry.

Ele assentiu e deu um passo à frente, ainda com os braços cruzados. Era evidente que não tinha engolido aquela desculpa esfarrapa. Juntando forças para continuar de cabeça erguida, aprumei as costas. Seu olhar acusador fez o sangue em minhas veias congelar; e à medida que ele se aproximava minha boca se tornava mais amarga.

─ Precisamos ter uma conversa séria. ─ disse, me olhando de cima. ─ Porque, ao que parece, optou por ignorar meus avisos e bater de frente comigo.

Balancei a cabeça, atordoado. Não fazia a menor ideia do que aquelas palavras significavam. Afinal, quando em minha vida eu tinha batido de frente com ele?

─ Eu o quê?

─ Não se faça de desentendido. ─ Sua mão voou até a cabeceira da cama, espalmando com força o veludo branco. Os dentes cerrados, as narinas dilatadas. ─ Eu te disse para manter distância daquela gentinha, não disse?

─ Do que o senhor está falando? - me atrevi a perguntar. Embora, já tivesse um bom palpite.

─ Tommy o viu, ontem à noite, com aquela... Qual é mesmo o nome dela? Violet? Via? Viola?

Maldito Tommy! Ele jurara que não diria nada ao meu pai. Eu sei que confiar em alguém como Tommy é idiotice, mas ele nos vira juntos, realmente vira, que alternativa eu tinha a não ser lhe dar um voto de confiança e esperar pelo melhor? Talvez devesse tê-lo subornado de alguma forma. Tommy é um beberrão sem escrúpulos capaz de vender a própria alma ao diabo para obter alguma vantagem.

Dei de ombros, embora ainda não conseguisse olhar diretamente para o homem à minha frente sem tremer. O jeito era continuar negando e torcer para que ele acreditasse em mim.

─ N-não sei do que o senhor está falando.

─ Sabe, sabe sim. ─ afirmou com o dedo em riste. ─ Tommy me contou que os encontrou no West Park, assistindo juntos à queima de fogos. Não sei o que é mais deplorável... ─ Ele deu uma risada ­─, o fato de ter me desobedecido ou o seu mau gosto. Já olhou bem para aquela garota? Seu fraco pela ralé é enervante.

Meus punhos se cerraram, os braços retesados ao longo do corpo ficando pesados e a respiração ofegante. Por um momento quis esquecer que ele era meu pai e  revidar, bater de frente ao menos uma vez.

─ Eu não fiz nada demais. Estava vendo os fogos, depois que o senhor me mandou sumir da sua frente, e ela apareceu. O que esperava que eu fizesse? Desse-lhe um pontapé no traseiro? Fugisse com o rabo entre as pernas como um cão covarde?

─ Não brinque comigo, Rigel. Pouco me importam os meios utilizados, contanto que o fim alcançado seja o que eu determinei. Não o quero perto daquela garota. Mantenha distância, eu já disse, aquela gente não vale o chão sujo de esterco que pisa. Você é um Stantford, aja como um.

Ele havia abaixado a voz e sua mão descansava em meu ombro. Parecia não mais bravo, mas pensativo. Meu pai quase nunca sorri, eu estou habituado a isso, embora sinta falta de um pouco de bom humor entre estas paredes. Mas no momento, algo como uma nuvem negra pairava sobre a sua cabeça, endurecendo suas feições de forma desconcertante.

─ Eu não quero o seu mal, Rigel, estou apenas tentando evitar um desconforto maior no futuro. Nunca subestime a capacidade do ser humano de mentir e enganar, as pessoas nem sempre são o que aparentam ou dizem ser. Acredite em mim, a hipocrisia e maldade humana são capazes de provocar espanto até no mais terrível dos demônios.

Eu não fazia ideia de onde exatamente ele pretendia chegar com aquele discurso. Mas balancei a cabeça concordando com suas palavras. Refutar seria perda de tempo, e eu sei que tempo é uma coisa da qual meu pai quase nunca dispõe.

─ Fique longe daquela garota. ─ Ele apertou meu ombro, e um sorriso indecifrável perpassou seu rosto. ─ É o melhor que pode fazer por si mesmo e, não obstante, por ela.

Meus olhos se estreitaram, a respiração se tornou mais urgente. Não dava para acreditar naquilo. Era tão absurdo.

─ Isso é uma ameaça? ─ Minha voz saiu trêmula.

─ Digamos que é um aviso que, para o bem de todos, você não vai querer ignorar. ─ Forcei uma risada vazia de humor, ignorando seu olhar mordaz sobre mim. Ele sentou numa poltrona e cruzou as mãos sob o queixo. ─ Ela é bolsista, não é? ─ Engoli em seco. O fato de Viola Beene ser bolsista só facilitaria as coisas para ele caso decidisse chutá-la do Madison. Assim como no resto do Planeta, em Madison Place dinheiro e nome ditavam as regras. Meu pai não hesitaria em subornar quem quer que fosse para alcançar seu objetivo, e o sr. Prescott, como bom pseudo-moralista e hipócrita que é, não pensaria duas vezes antes de aceitar. ─ Não vai me responder?

─ Eu não faço ideia. ─ disse num sussurro. Não ia participar daquilo.

─ Tudo bem, foi uma pergunta tola de qualquer forma, é  evidente que a garota é bolsista, aquele morto de fome jamais conseguiria pagar um colégio como o Madison. ─ completou com uma risada ardilosa. ─ Bosta de cabrito não é tão rentável. Então, a menos que tenha a intenção de prejudicar aquela coisinha, me obedeça e se afaste dela. ─ Ele ficou de pé, arrumando a gravata, sem desviar o olhar do meu. ─ Eu não estou brincando, Rigel. Não o quero perto daquela garota, ela não é diferente do restante de sua família... Por enquanto, Tommy ficará de olho em você e me manterá informado sobre qualquer...

Ótimo! Era tudo o que me faltava, o infeliz do Tommy na minha cola.

─ Eu não preciso de um cão de guarda. ─ interrompi, tentando ao máximo conter a indignação que pulsava em minhas veias.

─ Felizmente, não é você quem decide isso. As aulas recomeçarão breve e até lá espero que já tenha posto um pouco de juízo nessa cabeça. Faça o que eu digo e não me decepcione.

Não me decepcione: as três palavras que ditavam as regras da minha existência.

Para piorar minha situação, no dia seguinte recebi uma nova carta de Viola Beene, mal pude acreditar quando vi o envelope na bandeja do café da manhã. Ela não sabia o que era um e-mail? Por favor, estamos em pleno século XXI, não na Idade Média.

Rodopiei o envelope entre os dedos, pensando se abria ou não. Era melhor ignorar, fosse lá o que ela tivesse a dizer, eu não estava interessado.

Alguém precisava impor limites. Se aquela loucura continuasse eu terminaria meus dias em um hospício, tão louco quanto a Cara de Coruja. Sua perseguição não se limitava mais à escola; aonde quer que eu fosse, lá estavam aqueles enormes olhos azuis, as sardas acobreadas, sua voz, seu cheiro de balas de cereja. Viola Beene estava em tudo. Em todos os lugares.

A porta do quarto se abriu. Minha mãe me encarava com um sorriso que ia de orelha a orelha. Adorava vê-la sorrir daquele jeito.

─ Bom dia! ─ disse num tom animado enquanto arregaçava as cortinas. Levei a mão aos olhos. Os raios-de-sol fritavam minhas retinas. ─ Ah, querido, está um dia lindo lá fora. Pensei que talvez quisesse sair e dar um passeio comigo pela cidade.

─ Agradeço o convite, mas terei que declinar, mademoiselle. ─ brinquei após mandar um gole de suco de laranja para dentro. ─ O papai chegou antes.

─ Sério? E aonde vão?

─ Provavelmente ao Clube de Golfe.

─ Fico feliz. ─ Ela sentou à minha frente. ─ Max é sempre tão ocupado. É realmente maravilhoso que tenha encontrado um tempo em sua agenda para um programa pai e filho.

─ É, é sim.

Seus olhos percorreram o lugar, os dedos empurrando uma mecha de cabelo castanho para trás da orelha. Ela é uma mulher bonita e elegante, não muito alta, embora esguia e encantadora.

 ─ Recebeu uma carta! ─ exclamou após alguns segundos de silêncio, observando o envelope deixado sobre a cama com genuína curiosidade. ─ De quem é?

Dei de ombros.

─ Ah, isso? Da Cara de Coruja.

─ Quem? ─ tornou confusa. ─ Quem é Cara de Coruja?

─ Viola Beene.

Seu queixo foi ao chão e as sobrancelhas quase desapareceram sob o couro cabeludo.

─ Viola Beene? É dessa maneira que se refere a ela?

─ Qual é o problema? Até agora nenhuma coruja veio reclamar da ofensa. ─ disse com um sorriso. 

Foi uma brincadeira, obviamente, mas minha mãe não achou a menor graça, me encarou como se eu fosse a reencarnação do Mao Tsé Tung*.

─ Você realmente acha isso engraçado? Zombar de pessoas, rir de sua aparência?  Viola Beene é um doce de menina, uma criatura linda. Pergunto-me se verdadeiramente não consegue enxergar isso, ou se está apenas enganando a si mesmo.

─ Viola Beene um doce? Viola Beene linda? ─ Eu não queria, mas tive que rir. ─ Precisa de lentes novas, sabia?

─ Olhe para mim.  ─ pediu, me estendendo o envelope. ─ Leia isto.

─ Não estou interessado.

Ela ficou de pé e alisou o vestido azul de seda, sem tirar seus olhos dos meus.  Afastei a bandeja de café e me ajeitei na cama. 

A situação estava começando a ficar desconfortável.

─ Não está interessado? Sabia. Ela te pegou.

Engoli o pedaço de pêssego que havia acabado de enfiar na boca, quase engasgando.

─ Me pegou? ─ perguntei. Os olhos se estreitando em confusão. ─ Desculpe, mas não compreendo. O que isso quer dizer?

Um sorriso zombeteiro brincou em seus lábios.

─ Você gosta dela, é tão óbvio.

─ Esse é o maior absurdo que eu já ouvi na vida. ─ De onde raio ela  tirara uma ideia tão idiota e descabida? Eu não gostava da Cara de Coruja, ela é repulsiva, esquisita, feia e irritante. Como eu poderia sentir qualquer coisa por uma criatura assim?

─ Meu querido, não seja tão orgulhoso, não deixe que ela escape. Viola Beene é uma menina maravilhosa e, não levará muito tempo até que outros meninos percebam. ─ Ela pôs a carta sobre o criado mudo e voltou a se sentar à minha frente. ─ Nem pense que ela passará o resto dos seus dias esperando por você porque não passará. Se continuar a agir assim, mais cedo ou mais tarde, ela acabará desistindo.

─ Que desista, estaria me fazendo um favor.

─ Eu estou dizendo, ela estava chorando. ─ Liam dizia baixinho, inclinado sobre a bancada da cozinha.

Pus mais uma concha de massa de panqueca na frigideira e olhei para ele.

─ É estranho. A mamãe nunca chora.

─ Não na nossa frente. ─ afirmou, levando uma colherada de ovos mexidos à boca.

─ O que quer dizer com isso?

─ Não foi a primeira vez que a vi chorar. Outro dia, entrei no quarto para pegar o barbeador do papai ─ com barbeador, Liam queria dizer dinheiro. ─, ele tinha ido à cidade e pensei que ela tivesse ido junto, mas não, assim que abri a porta ouvi seus soluços. Ela estava encolhida naquela poltrona velha ao pé da janela, levei o maior susto, não sabia se fechava a porta e saia correndo, ou se me aproximava e perguntava o que estava havendo. Foi horrível. Dei meia volta e me mandei.

─ Você se mandou e deixou a mamãe chorando? Como pôde?

─ Se ela quisesse que eu ficasse teria pedido, não acha? ─ rebateu prontamente.

Dei de ombros, voltando minha atenção para a panqueca.

─ De qualquer forma, foi muito insensível da sua parte deixá-la sozinha.

─ Deixar quem sozinha? ─ Mamãe tinha acabado de entrar na cozinha e olhava de mim para Liam com um sorriso divertido. Suas botas sujas de lama e os cabelos encharcados pelo orvalho deixavam claro que vinha de uma longa caminhada.

Ela tirou o casaco, as botas e as luvas e andou até a pia.

─ A Gertrudes. ─ menti, dando uma rápida piscadela para meu irmão, que me encarava com a boca entupida demais de comida para conseguir dizer qualquer coisa.

─ Gertrudes?

─ É, Liam deixou que a veterinária fizesse o parto dela sozinha. Ele estava me contado que ficou enjoado ao ver a cabeça do bezerro e acabou quase vomitando.

Mamãe deu uma risada.

─ Verdade?

─ É. ─ Liam concordou com uma careta.

─ Ah, querida, vou precisar da sua ajuda com os livros que separamos para o bazar da igreja, o padre Cadence não poderá vir buscá-los.

─ Tudo bem.

─ Liam, podemos contar com você? ─ Havia esperança em sua voz. Pobre mamãe.

─ Eu adoraria ajudar, mãe, mas sabe como é, não posso, tenho que ajudar o papai com... É com...

─ Já entendi, Liam.

Meu irmão deixou a mesa e acenou um thauzinho antes de desaparecer. Liam foge do trabalho como o diabo da cruz.

Lá pelas nove, a mamãe estacionou a Connie em frente à paróquia, a fumaça preta e os roncos do motor capturaram olhares tortos de alguns pedestres. Até parece que ela se importa. Nada, absolutamente nada no mundo pode intimidar Eliza Beene.

A Catedral de Saint Vincent é um presente para os olhos, com colunas fortes e escadaria de mármore escuro. Extraordinária em sua simplicidade, gloriosa em sua modéstia. Quando criança costumava fugir da livraria e passar horas caminhando pelo jardim do padre Cadence, conversando com as freiras, ou apenas observando as flores, gazebos e pássaros que bebericam água diretamente da fonte. Era de esperar a Catedral fosse um lugar de silêncio e reflexão, mas na maioria das vezes estava repleta de gente fazendo barulho e tirando o sossego do pobre padre. As coisas são assim em cidades como Madison.

Sentado em dos bancos, o padre Cadence ria, os cabelos crespos um pouco crescidos combinavam perfeitamente com a pele negra avermelhada. Velas tremeluziam sob um afresco,  chamas douradas dividiam espaço com esculturas sacras em estilo barroco e arabescos reluzentes.  Algumas senhoras, ajoelhadas ao pé do altar, faziam suas orações. 

Era decididamente uma manhã agradável. Os olhos do padre pousaram sobre nós e o sorriso em seu rosto se converteu em uma linha reta. A  mamãe parou, e ao olhar para ela me deparei com um fantasma pálido e estático.

─ Eliza. ─ A voz do padre Candece ribombou, explodindo de falsa animação, os olhos de corvo quase saltando das órbitas. O homem com quem ele conversava se levantou do banco e também se virou para nós, e então, tudo fez sentido.

Era ele, o sr. Stantford em carne, osso e uma expressão de gelar a alma.

*Mao Tsé Tung: cara legalzão, amor da vida, fabulosidade em pessoa, lindezo.





Olá, personas malavilosas de my life!

Desculpem a demora, é que aconteceram coisas: política e eu gritando louca nas ruas; problemas de saúde e eu dormindo mais que um urso; faltas de energia e eu sem internet e computador; badernas e a paz dando lugar ao caos. Foram dias difíceis, people. BUT, I'M BACK!

Então, vocês sentiram falta de Viola e Rigel? Eu senti falta de vocês.

Obrigada por todos os comentários, ia responder todos hoje, mas estava sem energia, e consequentemente sem internet, coisas de cidade interiorana. Prometo responder todos em breve. Obrigada também por votarem, estou tão feliz e agradecida a vocês. Valeu por responderem minhas perguntas. Amo quando vocês me respondem, quando me falam o que estão achando da história, isso me motiva tanto.

Ok, por favor, continuem votando, eu preciso de vocês. Estamos nessa juntas.

Gostaram do capítulo?

Não vou perguntar o que acharam de Stantford pai porque estou sabendo que vocês o amam.

Naah Entrevista começando em 3...2...1

Pergunta do capítulo:

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a Taylor Swift? Brincadeira, i like Tayloca!

Entonce, o que acharam da reação - ou falta - da mamis da Viola?

Beijos para vocês!

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