Precisa de Ajuda?
Chamo um taxi, que me leva até a CIT. Chego perto da recepção e já consigo escutar os gritos do coronel. Ainda tenho um pouco de dificuldade de andar com essas muletas, e o efeito do remédio está passando. Consigo chegar até a entrada da recepção, ninguém me viu ainda, mas estão todos lá reunidos. Quando eu me aproximo o maldito sensor de presença alarma, e todos olham para mim:
-Mariah!
Layla e a primeira a sair correndo na minha direção, e me da um forte e doloroso abraço.
-Ai...vai com calma- eu digo, com um meio sorriso.
Logo em seguida todos caminham até mim. O rosto inexpressivo do coronel, o espanto do Yuri e o olhar de preocupação da Carla e da Layla, enchem aquela recepção.
-O que aconteceu com você Mariah? -o coronel pergunta, com um tom sério.
-Foi um acidente, eu cai da escada do meu apartamento. -a mentira já faz parte da minha rotina.
-Se você acha que vai trabalhar assim, está muito enganada. -ele diz com um tom preocupado e severo.
-Mas...
-Essa é a minha decisão Montes. E antes de ir, passe no meu escritório, precisamos conversar.
O coronel vira as costas e vai embora.
-Você precisa de alguma coisa? -Layla pergunta, com a voz embargada.
-Ei, eu estou bem – eu coloco a mão no ombro dela.
-Tem certeza, Mariah?
-Sim Yuri. Obrigada mesmo, mas eu estou bem. Agora eu preciso falar com o coronel.
-Eu te acompanho -Carla diz
Nos caminhamos até a porta do escritório, mas antes de eu poder entrar:
-Não ache que eu acreditei na sua história Mariah -ela usa um tom baixo.
Ela me da um toquinho no braço e vai embora. Eu entro no escritório do coronel:
-Mariah – ele se levanta para me ajudar.
-Obrigada, mas não precisa eu estou bem.
-Sim você está sempre bem. Antes de tudo, eu te liguei varias vezes e caiu na caixa postal, o que aconteceu com o seu celular?
-Eu estava saindo quando cai, meu celular estava no bolso e quebrou. -falo sem pestanejar
-Certo, providencie um assim que possível.
-Vou fazer isso. Então, eu acho que imagino o motivo da reunião.
-Se você estiver pensando na entrevista de amanhã, sim é esse o motivo. Não conseguimos provas para declarar o envolvimento do Sergio, com os crimes que o mesmo foi acusado, sendo assim como foi feito um acordo com o juiz, que se não conseguíssemos provas para declara-lo culpado em 7 dias, nós teríamos que prestar entrevista para a imprensa.
-Ele é culpado Thiago!
-Você tem provas?
Eu fico em silencio.
-Imaginei. Eu te chamei aqui para conversarmos sobre o que iremos falar amanhã.
-O que você quer que eu diga? Que ele é uma ótima pessoa e que não fez nada? Tanto você quanto eu sabemos que isso é mentira Thiago.
-Então Mariah, o que você que fazer?! -ele bate na mesa. -Não temos o que fazer, porra você acha que isso é fácil para mim?
-Se você soubesse que...- quieta Mariah, quieta.
-Soubesse o que?
-Nada.
-Mariah, o que você sabe e eu não sei?
-Nada, não é nada. Acabamos?
Ele afunda na cadeira, e passa a mão na cabeça sem saber o que fazer.
-Sim, acabamos.
Eu saio da sala e caminho em direção a saída.
-Hey Mariah.
-Hey Layla.
-Deu para escutar os gritos de vocês dois daqui.
-Foi mal.
-Então é amanhã né?
-Sim, é amanhã.
-Você realmente acha que ele é inocente?
-O que eu acho Layla, não importa para o juiz, eu preciso de provas e eu não as tenho. Então preciso seguir com o acordo.
-Eu sinto muito.
-Eu também. Beijos eu tenho que ir.
-Beijos, qualquer coisa me liga.
-Estou sem celular, quebrou na queda.
-Então, manda sinal de fumaça, código Morse, sinalizador, qualquer coisa- ela ri
-Ok, obrigada – eu dou um sorriso e saio.
Vou em direção da rua para chamar um taxi:
-Mariah, quer uma carona?
-Carla?
-Quer ou não?
Eu entro no carro, e sento no banco do passageiro:
-Regra numero 1, eu não quero saber o porquê você está sem carro no mesmo dia em que ficou sem celular, e se quebrou toda. Regra numero 2, mesmo se eu surtar e pedir para você me contar, não conte.
-Ok, obrigada pela carona.
-Mariah, eu não sei onde você está se metendo, mas eu não quero perder minha parceira de campo. -ela olha para mim com preocupação.
Eu balanço a cabeça afirmando que eu entendi o que ela quis dizer. Nós continuamos o caminho em silencio. Em poucos minutos, já estou na entrada do apartamento:
-Você quer ajuda? – Carla pergunta
-Não precisa, obrigada pela carona.
-Boa sorte, Mariah.
Eu aceno para me despedir e entro na recepção.
-Boa Tarde, Seu Rodrigo
-Boa Tarde, querida. Minha nossa o que aconteceu com você? – ele fala espantado.
-É uma longa história.
-A senhorita precisa de ajuda?
-Por favor, já somos amigos pare de me chamar de senhorita. -eu sorrio
-Então pare de me chamar de Seu Rodrigo- ele ri
-Combinado.
-Então, posso ajuda-la?
-Não precisa Rodrigo, muito obrigada.
Caminho até as escadas e começo a subir, a cada degrau me arrependo mais e mais de não ter aceitado ajuda. Mas logo chego:
-Olá, garoto.
Mike pula em mim e abana o rabo.
-Também fico feliz em te ver.
Ao fechar a porta vejo uma carta no chão:
''Sinto muito pelo que aconteceu com você. Quero que saiba que eu não sabia que iriam atrás de você, e isso não é nada bom. Precisamos nós encontrar o quanto antes. Dessa vez você pode escolher o local, coloque o endereço embaixo do tapete do lado de fora.''
-Só pode estar brincando comigo.
Vou tomar um banho, mas a carta não sai da minha cabeça. Eu não aguento mais. Saio do banho, brinco com o Mike e...
-Certo, você venceu.
Eu escrevo o endereço em um pequeno pedaço de papel, ''Toca do Coelho ás 20:00''. Faço como no combinado saio do apartamento e discretamente coloco o bilhete embaixo do tapete do lado de fora. E finalmente vou dormir, afinal, amanhã vai ser um longo dia.
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