Por Conta Da Casa
Chego no ''covil do lobo'', diferentemente de ontem, hoje não tem ninguém aqui. Abro a porta:
-Mariah entre.
Ela está sentada em uma poltrona.
-Eu vou conseguir o seu dinheiro. -eu falo
-Calma Delegada, você pode me pagar de outra forma.
Nunca imaginei que a palavra ''Delegada'' quase iria me fazer infartar.
-Como?
-As paredes tem ouvidos Mariah -o tom dela é frio e calmo.
-Então, o que você vai fazer? Me matar? -o medo transparece na minha voz.
-A felicidade das minhas garotas é a minha felicidade.
-O que você quer dizer com isso?
-Por favor não leve para o lado pessoal, eu realmente admiro a sua coragem, nós poderíamos nos tornar boas amigas.
-Fala logo, o que você vai fazer?
-Elas querem se libertar da raiva que sentem de pessoas como você, e eu vou proporcionar isso para elas. Agora vem comigo.
Ela caminha na frente e eu fico imóvel.
-Vem logo!
Eu continuo parada. Então ela se aproxima de mim:
-Ok, se eu estivesse no seu lugar também teria medo, mas pense assim. Antes você vir comigo do que depois eu deixá-las fazerem o que quiserem com você. -consigo ver um pouco de sinceridade no olhar dela.
Eu reúno toda a coragem que eu nem sabia que tinha e caminho. Ela me leva até o corredor do banheiro. Tem uma fila gigante na porta. Karolin olha para mim:
-Vem comigo
Ando pelo extenso corredor as detentas gritam e tentam avançar em mim. Menos três lá estão elas na fila Katha, Lauren e Jasmine. Eu entro no banheiro e Karolin fecha a porta.
-O que está acontecendo? -Pergunto espantada.
-Elas estão proibidas de bater no seu lindo rosto. Fique tranquila, você vai se acostumar com a dor.
Ela pega dois pedaços de pano, um ela tampa meus olhos e o outro ela prende minhas mãos.
-Karolin?
-Sim?
-Pode ser rápido?
-10 segundos cada.
-Ok -acabo me conformando com a situação
-Pronta?
Apenas balanço a cabeça. Escuto a porta do banheiro abrir.
-Todas caladas! -Karolin grita -Pode ir à primeira.
Tudo fica em silencio por alguns segundos. Até o primeiro golpe ser transferido direto no meu abdome, a dor é aguda. Depois é efetuado outros golpes:
-Chega, saia! -Karolin afasta a mulher -Você está bem?
-Manda a outra...logo -eu digo
E assim vai sucessivamente. Karolin não estava errada, com o tempo fui me acostumando com a dor e o gosto de sangue na boca. Depois de mais o menos 15 mulheres (as que eu consegui contar) Escuto alguns passos na minha direção:
-Faltam apenas 3, talvez possam ser os golpes mais dolorosos -ela diz -Vá!
-Não eu não posso.
Essa voz e da Katha.
-Vai logo! A adrenalina vai acabar e vai ser pior para ela -Karolin diz.
Ela caminha lentamente.
-Me desculpe, querida -a voz dela e embargada
Ela me da um soco na barriga. E sai.
-Sua vez. -Karolin diz
-Desculpa Mariah.
-Lauren, vai logo.
Ela dá outro soco.
-A última -Karolin anuncia
- Mariah...
-Vamos...Jasmine...eu sei que você queria fazer isso a muito... tempo -Minha voz quase não sai
Ela da um chute na minha perna que me faz cair no chão. Perco a consciência por alguns segundos, mas consigo escutar a voz da Katha:
-Não!
-Já acabou! Agora saiam, não quero ninguém aqui! -Karolin diz
Escuto os passos dela. Ela encosta no meu rosto para tirar a venda, e eu me esquivo.
-Ei relaxa, já acabou -o tom dela e calmo.
Ela tira a venda e desamarra minhas mãos.
-Melhor não levantar agora -ela diz
Minha visão começa a ficar turva e a dor aumenta. Ela pega um copo d'agua e tira um remédio do bolso.
-Bebe
Fecho a boca, tentando impedi-la.
-Se eu quisesse te matar, eu já teria feito. Bebe por favor.
Pego o comprimido, mas antes de tomar pergunto:
-Por que você não me bateu?
-Eu não quis -o tom dela é tranquilo.
-Tem certeza? ainda da tempo – dou um sorriso torto.
-Você tem coragem Mariah, eu gosto disso. Agora bebe logo o comprimido.
Eu bebo.
-Isso vai te dar sono, vem eu vou te levar para a sua cela, a não ser que você queira dormir aqui -ela sorri
-Não preciso da sua ajuda.
Eu tento me levantar, mas tropeço.
-Eu acho que precisa -ela diz
-Qual é a porra do seu problema? Você organiza um motim para me espancar. E depois cuida de mim como se nada tivesse acontecido.
-É assim que funciona aqui Mariah, eu não concordo com isso, mas é assim que tem que ser.
-Quer saber, foda-se
Ando com uma dificuldade imensa até a porta.
-Mariah, espera.
Ela anda até mim. E me entrega um saquinho com dois comprimidos.
-Só estou te entregando isso, porquê sei que não é para você. É por conta da casa.
Ela sai do banheiro. Depois de um tempo eu saio também. Duas mulheres me esperam do lado de fora.
-O que vocês querem agora? -eu falo apoiada na parede.
-A Karolin disse para ajudarmos você.
-Eu não preciso de ajuda, agora vão embora.
-Se isso vai te fazer se sentir melhor, nos duas não batemos em você.
-Por que?
-Ela sabia que você não iria aceitar ajuda, se nós tivéssemos batido. Agora podemos te ajudar?
-Tanto faz.
Elas me levam até o corredor da minha cela, e eu entro. Todas olham para mim.
-Mariah eu...
-Não! -eu falo
Me apoio na cama para subir no beliche. Mas a dor e terrível.
-Merda!
As lagrimas que estavam guardadas, escorrem nesse momento. Como se não bastasse, apenas um comentário me faz explodir:
-Espero que você tenha aprendido, você deveria ficar perto da gente e valorizar quem te ajudou, não ficar atrás de pílula do dia seguinte, delegada. -Jasmine diz
-Agora eu te mato...
Antes de eu atacar Jasmine.
-Eu estou com câncer!
Jasmine e Lauren olham chocadas para Katha.
-Está em estagio terminal, por isso eu passo mal todos os dias, e está ficando cada vez pior. Eu pedi para a Mariah me fazer um favor.
-Que favor? -Jasmine usa uma voz tremula.
-A tal pílula do dia seguinte que você não para de infernizar ela com isso, era um remédio que eu pedi. -os olhos dela enchem de lagrimas.
-Quanto tempo você tem? -Lauren pergunta
-2 meses.
-Esse remédio era para te matar? -Jasmine diz
-Era para acelerar minha morte.
-Katha você não precisa deles, nós vamos fazer serem seus melhores 2 meses, eu prometo -Jasmine diz
-Ou talvez não precise esperar -eu falo.
Todas olham para mim fixamente. Eu retiro os comprimidos do bolso.
-Você conseguiu? -Katha pergunta
-Eu falei que iria conseguir. Agora a escolha e sua Katha ou você passa os ''melhores'' 2 meses da sua vida como a Jasmine prometeu para você, ou você toma os comprimidos.
Eu os entrego para a Katha. E automaticamente minha visão escurece.
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