Medalha
Ainda é bem cedo, quando um dos guardas abre a porta da cela:
-Montes levante, você precisa se arrumar para o seu julgamento.
Me levanto um pouco tonta de sono.
-Venha comigo.
Eu o acompanho, ele me leva até o banheiro e para na porta.
-Tome um banho, tem um uniforme limpo no banco. Não demore.
Eu entro no banheiro, e ligo o chuveiro. A água está quente o suficiente para deixá-lo cheio de vapor.
-Montes -o guarda fala batendo na porta.
-Estou saindo.
Desligo o chuveiro. Caminho até o espelho que ainda está embaçado, passo a mão para conseguir me ver, penteio o cabelo, escovo os dentes e visto a roupa laranja com meu numero de identificação nas costas.
Saio do banheiro:
-Você vai precisar colocar isso agora -ele balança as algemas
Coloco os braços para frente.
-Vamos o ônibus chegou.
Ele coloca a mão no meu braço, para me guiar pelo caminho. Enquanto andamos alguém me chama:
-Mariah, não vai se despedir?
Eu procuro a voz.
-Karolin, você deveria estar no programa de narcóticos.
-Bom te ver também Travis. -ela sorri.
-Não tenho tempo para as suas gracinhas.
Ele continua a caminhar.
-Espera! Posso falar com ela?
-O ônibus já está nos esperando.
-Qual foi Travis, é rápido, prometo.
Ele olha pra mim.
-5 minutos.
Ela caminha até o meu encontro.
-Então, você vai mesmo?
-Sim.
Ela olha para a mão dela.
-O que é isso? -eu pergunto
-60 dias limpa -ela revira os olhos.
-Legal.
Ela puxa o cordão e deixa apenas a pequena medalha do tamanho de uma moeda.
-Pega -ela me entrega a medalha.
-Por que?
-Para te desejar sorte -ela dá uma gargalhada.
-Eu não posso aceitar, isso vai te motivar a continuar, e não cair em tentações. -dou um sorriso torto
-Mariah eu vejo todos os tipos de drogas todos os dias. Eu estou limpa esse tempo todo porquê eu quero, não por causa disso -ela balança a medalha. Eu quero que você fique com ela, e não me pergunte o porquê.
-Vamos Montes -o guarda se aproxima.
Ela coloca a medalha no bolso da minha calça. O guarda me leva para fora, e em pouco tempo já estamos na estrada. Agora que estou aqui dentro, a fixa caiu.
O tempo passa já estamos na estrada há 1 hora.
-Travis pode ir, eu cuido dela. -um guarda diz.
-Valeu, Ben.
Travis anda em direção a cabine do motorista. Ben se aproxima da gaiola.
-Toma -ele me entrega as chaves -esconda-as.
Ele se senta no banco da minha frente, e não diz mais nada. O ônibus para bruscamente.
-Droga, um acidente -o motorista grita na cabine -Nós vamos descer, para ver o que está acontecendo.
Ben olha para mim, e vira para acompanha-los. Eu começo a abrir as algemas.
-Não desçam! E uma emboscada -Ben grita – Ele veio buscar ela -ele aponta para mim.
-É verdade isso Montes? -Travis pergunta.
-Tem um homem saindo de um dos carros. -o motorista diz.
-Me ajudem por favor, minha namorada está presa nas ferragens.
Essa é a voz do James.
-É mentira não acreditem nele. Ela está com a chave da algema e da grade.
-Que você me deu! -eu falo
Travis anda na minha direção.
-Me devolva Montes. -ele diz apontando uma metralhadora para a minha cabeça.
-Tudo bem, relaxa -tento me manter tranquila
-Estenda os braços -ele aperta as algemas. Ele acaba esquecendo de trancar a grade.
-Não vamos cair na sua... Droga o que está acontecendo?
O ônibus acende os faróis sozinho, começa a buzinar e abre as portas.
-O que você está fazendo? -Travis pergunta desesperado.
-Eu não sei...
James entra com tudo, e aponta a arma para o motorista. Os outros dois apontam as metralhadoras para ele.
-Já era, dois contra um abaixe a arma!! -Travis diz gritando.
-Antes de você me matar, eu o levo junto.
-Então vamos fazer assim...
Ben caminha na minha direção, e mira para mim.
-Ben, você não estava valente assim, quando fechamos o acordo ontem a tarde. -James usa um sorriso desafiador
-Seu filho da puta.
-Que acordo Ben? -Travis pergunta
-É Ben, conta para ele. -James o instiga
Vamos Maria, pensa...A medalha eu a pego no meu bolso. Ela tem uma ponta afiada, como fazem uma coisa dessas na prisão? Ben está distraído tentando explicar para os outros a história. Eu pego a ponta da medalha e... Voilà, abro as algemas. Quando Ben olha para trás encarando o James. Nesse momento eu chuto a grade, que bate diretamente no rosto dele, o fazendo derrubar a arma. Os outros olham para trás instintivamente:
-Atirem! -Travis diz
-Cuidado, James! -eu grito
Eu tento alcançar a arma do Ben que está no chão, ele puxa a minha perna. eu consigo pegar a metralhadora, e dar uma coronhada que o faz desmaiar.
-Ah! -James geme com o braço sangrando.
Eu disparo contra Travis, que cai como pedra no chão. James consegue atirar, no motorista que também morre na hora. Ele coloca a mão no braço que sangra descontroladamente.
Eu vou até o Ben e rasgo um pedaço da camisa dele.
-Temos que ir Mariah...
Eu aperto o pedaço de pano como se fosse uma faixa no braço do James.
-O que vamos fazer com ele? -eu aponto para o Ben.
Sem hesitar ele dá um tiro nele.
-Porra! -eu grito.
-Vamos, temos que ir.
Descemos do ônibus, que esta todo alvejado. James abre o porta-malas do carro, e retira um galão de gasolina.
-Espalhe pelo ônibus, rápido.
Eu pego o galão da mão dele, e começo a espalhar. Quando acabo, ele joga um isqueiro. Nós corremos para longe do ônibus, consigo sentir o calor do fogo atrás de mim.
-Entre no carro.
Ele dá a partida no carro rapidamente.
-Seu braço está sangrando muito, talvez a Margot possa te ajudar.
Ele aperta com força o volante, fazendo as dobras do seu dedo ficarem brancas.
- A Margot não trabalha mais comigo. -ele usa um tom sério.
-Por que?
-Ela morreu. Muita coisa mudou Mariah. Estamos no mesmo barco, e agora nós somos foragidos.
-Você sempre foi.
-Eu sempre fui foragido da justiça, mas depois que o Sergio descobriu que você matou o Bryan, e pior que eu ajudei você -ele balança a cabeça.
-Como ele descobriu?
-Ele sempre descobre.
Ele para o carro.
-Saia, temos que continuar o caminho.
-A pé?
-Sim.
Nós continuamos a andar em silencio.
-É normal a fixa não cair na hora, mas depois que alguém atirar em você do nada, ou sequestrar...
-Nos vamos encontrar ela. -eu digo
-Espero Mariah. -a voz dele está esgotada.
Nós andamos por mais alguns minutos.
-Chegamos.
-Um galpão?
-É aqui que eu e a Chloe moramos agora, se você quiser continuar viva, junte-se a nós.
Ele olha para o galpão de longe.
-A Chloe está foragida também?
-Ela é boa atrás de um computador, mas em campo nem tanto. Quando ela se encontrou com você no bar, ela acabou deixando rastros. E agora o Sergio está atrás dela.
-Entendi.
-Você vai ficar? -ele pergunta ainda olhando para o galpão.
-Nós temos um acordo James, você cumpriu com a sua parte, e eu vou cumprir com a minha.
-Eu devia ter planejado melhor a missão, não era para nos termos matado aqueles caras.
-Foi o melhor a ser feito, afinal o que iriamos fazer com eles depois? Dizer: ''Por favor não falem para ninguém''
-Talvez você esteja certa. Vamos entrar.
Entramos no galpão.
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