Fim
Filipi puxa Hannah pela janela. James e eu começamos a trocar tiros com os seguranças, em questão de segundos James cai no chão como pedra. Sergio sai correndo, os seguranças estão todos mortos.
-James! -eu tento correr na direção dele, mas a minha perna me impede.
Me aproximo dele, e coloco a minha mão para estancar o sangue que sai descontroladamente do abdome.
-Mariah...
-Ei não fala nada, eu vou tirar você daqui.
Eu tento puxa-lo, mas não consigo.
-Mariah, pare... -ele segura meu pulso.
-James nós precisamos sair daqui – minha voz é apavorada.
-Pegue o celular no meu bolso esquerdo, e a chave do carro...
-James, o que você está falando?
-Pegue.
Eu retiro o celular, e a chave do bolso dele.
-Tem dois números salvos nele, o do Filipi e de um delegado... -Os olhos dele começam a fechar, ele tenta mantê-los abertos
-James fica comigo...
Ele começa a tossir sangue.
-Todas as saídas da mansão estão fechadas, o Sergio deve estar preso em algum lugar daqui...Você precisa chamar a policia e vá embora antes deles chegarem -ele tosse novamente -Não vá para o abrigo vá para a chácara, o Filipi vai de ajudar confie nele...
-James nós precisamos sair daqui.
-Mariah, eu não vou conseguir sair daqui, e você sabe disso...Muito obrigado por tudo -uma lagrima escorre pelo rosto dele.
-James para de falar isso, eu vou tirar você daqui -eu tento puxa-lo novamente
-Mariah, por favor pare... - ele geme de dor.
Nesse momento eu acabo me conformando com a situação. E me sento ao lado dele.
-Você não pode morrer... - lagrimas escorrem pelo meu rosto.
Ele para de pressionar o abdome, e segura na minha mão. Eu coloco a minha mão para continuar estancando o sangue, mas ele me impede:
-Não...apenas fique comigo.
Depois de alguns minutos, o aperto na minha mão se torna fraco, os olhos dele perdem o brilho e se fecham, e ele suspira pela última vez.
-Não!
Meu grito ecoa por toda a mansão, e logo em seguida são substituídos por lagrimas. Eu pego o celular e ligo para a polícia, depois de mais o menos 3 minutos escuto o barulho das sirenes. Saio da mansão ando em direção do carro.
Não me lembro como cheguei até a chácara. Não consigo entrar, não sabendo que a Hannah está lá. Então eu ligo para Filipi, o celular toca apenas uma vez:
-Filipi... -minha voz está embargada.
-Mariah.
-Eu estou aqui fora, você pode vir aqui?
Ele abre a cortina, e me vê do lado de fora.
-Estou indo.
Ele atravessa a rua e entra no banco do passageiro:
-Então ele...-Filipi fala
-Ele morreu, eu vou matar aquele filho da puta -eu bato com as mãos no volante.
-Você sabe do acordo?
-Que acordo?
-Claro que ele não te contou...
-O que Filipi!?
-Ele te entregou o telefone do delegado?
-Sim.
Ele suspira e fala:
-O James fez um acordo com o delegado da cidade que você foi presa. Ele me fez passar meses investigando o Sergio.
-Para que?
-Ele conversou com o delegado e fez um acordo que se ele falasse tudo sobre o Sergio, sobre os sequestros, as mortes, e todos os planos. O delegado retiraria todas as suas acusações. Você precisa ligar para o delegado, ele vai te dar as instruções.
-Meu deus... e a Hannah, como ela está?
-Ela não sabe muito bem o que aconteceu, mas ela quer muito ver o pai.
-Filipi...
-Vamos cuidar da sua perna, e depois vamos resolver tudo isso.
-Porquê você está me ajudando?
-Eu conheço o James à anos, e mesmo com toda a merda acontecendo com vocês, eu nunca tinha o visto tão feliz desde o dia que ele te conheceu. Então se você era importante para ele, é para mim também. Vamos entrar.
Ele sai do carro, eu me apoio nele até chegar na casa. Hannah está brincando no sofá.
-Mariah! -ela corre na minha direção quando me vê.
-Ai..oi princesa -forço um sorriso.
-Calma aí mocinha -Filipi fala enquanto me ajuda a sentar no sofá.
-O que aconteceu com sua perna? -ela fala enquanto senta do meu lado.
Filipi sorri, e diz:
-Vou buscar o kit medico, volto logo.
-Eu me machuquei um pouquinho -eu falo.
-Está doendo?
-Quase nada -está doendo para caramba, mas isso não precisa ser dito.
-Você está triste?
-Cheguei, o que você acha de ir brincar lá fora? -Filipi fala quando percebe onde a conversa está chegando.
-Mas você falou que eu não podia -Hannah diz.
-Mas agora pode, vá -ele sorri
-Eba! -ela corre para fora da casa.
Filipi começa a limpar o ferimento.
-Você pretende contar para ela? -ele fala.
-Uma hora vou ter que contar.
-É melhor ela saber por você, do que pela televisão ou pelos colegas.
-Mas como eu vou dizer uma coisa dessas? -eu coloco a mão na cabeça.
-Pronto, tente não fazer muito esforço.
-Você mora onde? -eu pergunto
-Eu moro com a minha esposa, e meu filho de 5 anos.
Eu o olho com espanto.
-Que foi, eu não tenho cara de pai? -ele sorri.
Eu dou uma risada, mas logo paro.
-Mas eles sabem?
-Meu filho acha que eu sou um super herói, e que tenho que sair para missões secretas. Minha esposa sabe, mas ela não quer que eu conte detalhes.
-Então você deve ser feliz, apesar de tudo.
-Eu sou um homem realizado, tenho uma família que eu não trocaria por nada, eu daria a minha vida por eles.
Hannah entra.
-Mariah, você não quer vir brincar comigo?
Filipi olha para mim, eu entendo o que ele quer que eu faça.
-Ei princesa, sente aqui comigo -bato no espaço do sofá.
Ela olha para mim e pergunta:
-Onde você estava? e cadê o papai? ele vai demorar para chegar? -o olhar dela é confuso.
-O papai, não vai voltar princesa.
-Porquê? -ela fala com a voz de choro.
-Ele morreu.
-O papai morreu?
Eu afirmo com a cabeça. Ela me abraça e começa a chorar desesperada.
-Shhhh -eu tento conforta-la
Ela só para de chorar quando dorme nos meus braços. Filipi aparece com uma xicara de café, e me entrega.
-Obrigada
-Parece que você leva jeito -ele ri, quando vê a Hanna deitada no meu colo.
Eu dou um sorriso.
-E então o que você vai fazer?
-Vou ligar para o delegado.
-Parece uma boa ideia.
-Você pode ficar de olho nela?
-Claro, vá em frente.
Me levanto devagar, tirando a cabeça dela do meu colo, e apoiando devagar no sofá. Eu entro em um quarto, e ligo para o delegado.
-Penitenciaria de Vartany, delegado Patrick.
-Patrick, sou eu Mariah.
-Mariah, imagino o porquê, que você me ligou.
-Você foi até a mansão?
-Sim, eu fui, o Sergio está preso aguardando julgamento, e o James faleceu. Eu estou com todas as provas contra o Sergio, elas parecem coerentes, mas ainda vão passar por uma análise.
-Certo.
-Mariah, eu sei que nós temos um acordo, mas você ainda é uma criminosa procurada, você está com a Hannah?
-Sim, eu estou com ela.
-Amanha eu vou até a chácara, o James me falou onde fica. A Hannah vai para um abrigo.
-O que! Ela acabou de perder o pai, e você quer leva-la para um abrigo?
-Mariah, eu não posso deixa-la com você. Amanhã minha equipe vai busca-la. Eu preciso que você venha até a delegacia precisamos conversar.
-Que horas eles vão vir?
-Eu não posso te dizer.
Eu desligo o telefone.
-Droga!
Filipi aparece rapidamente no quarto.
-O que aconteceu?
-Eles vão vir buscar a Hannah.
-Quando?
-Amanhã. Ela ainda está dormindo?
-Sim. Por que você não descansa um pouco?
-É melhor você ir Filipi, eu cuido dela.
-E você?
-Eu sou bem grandinha, consigo me cuidar -eu sorrio.
-Tudo bem, qualquer coisa me ligue.
-Ok, obrigada.
Ele acena e vai embora. Eu pego a Hannah no colo e a levo para o quarto. Eu passo a noite acordada.
No dia seguinte:
A campainha toca. Eu me aproximo da porta e olho pelo olho magico.
Abro a porta.
-Bom dia Mariah, estou aqui para buscar a Hannah.
Tornar as coisas mais difíceis não é uma opção.
-Tudo bem, entre -eu falo acenando
Hannah sai do quarto.
-Oi Hannah, como você está? -a moça fala simpaticamente.
Ela se esconde atrás de mim, e fala:
-Quem é ela, Mariah?
Eu me abaixo na altura da Hannah.
-O que você acha de passar um tempo em uma casa com várias crianças?
-Parece legal, mas você também vai?
-Adultos não podem ir.
-Então eu vou ficar sozinha?
-Claro que não, você vai passar alguns dias lá, depois eu vou te buscar.
-Você promete?
Eu olho para a moça que está parada na frente da porta.
-Prometo. Vai ser divertido -eu dou um sorriso.
-Vamos Hannah -a moça oferece a mão.
Antes de ir, ela me abraça.
-Tchau princesa -eu dou um beijo na bochecha dela.
Hannah segura na mão da mulher.
-Até logo Mariah -a mulher diz.
Eu fecho a porta, e ligo para o delegado.
-Patrick?
-Que bom que você fez o certo Mariah.
-Que horas eu posso ir aí?
-Pode vir agora mesmo, quando estiver na frente da delegacia me ligue.
Pego a chave do carro, e dirijo até a delegacia.
-Patrick.
-Estou indo.
Ele aparece na porta da frente, e me chama. Ele me leva até o escritório.
-Sente-se -ele aponta para a cadeira.
Ele se senta na minha frente.
-Imagino que queira ir direto ao ponto.
-Se tiver como.
-Não ache que eu apoio a ideia de levarem a Hannah, mas a lei é essa.
Eu não falo nada.
-O James fez um acordo comigo, você deve saber disso. Ele me trouxe varias provas para o caso ''Vinte de maio'', graças a elas o Sergio continua preso, o julgamento dele será amanhã, apenas o juiz pode dizer se essas provas são realmente relevantes.
-E se não forem?
-O acordo foi bem claro, o James me daria provas para colocar o Sergio atrás das grades, em troca você sairia isenta das suas acusações. Se as provas não foram relevantes, você vai retornar para a prisão.
-E a Hannah?
-Eu também preciso falar com você sobre isso.
Ele se levanta da cadeira, e caminha até uma gaveta de arquivos. Ele me entrega um papel.
-''Certidão de Adoção''
-O James assinou uma certidão de adoção, se você sair com a ficha limpa, você tem a opção de adotar a Hannah.
Ele me entrega uma carta.
-Ele também pediu para entregar essa carta para você -ele me entrega a carta.
Eu abro:
''Olá Mariah, acredito que você esteja no escritório do delegado, com uma certidão de adoção em mãos, e apavorada. Primeiro eu quero pedir desculpas por te deixar nessa posição. Eu assinei a certidão de adoção não para te forçar a assina-la, não quero que pense dessa forma, você a assinando ou não eu sou profundamente grato por tudo que você fez por mim, e pela Hannah. Mas se caso você queira embarcar nessa jornada com ela, eu peço que a ame incondicionalmente, e nunca a deixe pensar que eu a abandonei. Você é a mulher mais foda que eu já conheci, e quero que você seja muito feliz.
Eu te amo.
Criminoso Fodão''
-Ele gostava muito de você Mariah, deu para perceber quando ele veio até aqui.
As lagrimas escorrem desesperadamente, pelo meu rosto.
-Eu posso...falar com a Hannah?
-O julgamento do Sergio, vai ser amanhã. Infelizmente você não vai poder estar presente. O seu julgamento vai ser depois do dele. Se você sair isenta, você pode ir falar com a Hannah.
-Ok.
Eu saio do escritório do Patrick e volto para casa. Ligo para o Filipi:
-Filipi?
-Mariah, como foi?
-O julgamento do Sergio vai ser amanhã, o meu vai ser assim que o dele acabar.
-Vai dar tudo certo.
-Eu espero que sim. Filipi, eu posso te fazer uma pergunta?
-Claro.
-Você sabia da Certidão de Adoção?
Ele fica em silencio por um tempo.
-Sim, eu sabia. E se a minha opinião valer, eu acho que você vai ser ótima para a menina.
-Eu espero, até Filipi.
-Até.
O Dia do Julgamento.
Eu não sei a quanto tempo estou esperando nessa sala. O julgamento do Sergio começou à 2 horas, eu fui proibida de assisti-la.
A porta da sala abre.
-Sua vez -um guarda armado com um fuzil, me chama.
Entro na sala de julgamento. O juiz me pergunta sobre tudo que aconteceu, desde o dia que eu falei com o Sergio pela primeira vez. Depois de aproximadamente 3 horas de julgamento, chega a hora da sentença.
-Devido todas as provas apresentadas contra o senhor Sergio Marques. Eu a declaro isenta de todos os crimes cometidos pela própria. Porém não poderá trabalhar em nenhum cargo envolvido com a justiça, e parte da sua sentença será convertida em serviço comunitário, a senhora recebera a sentença de 5 anos de serviço comunitário.
O juiz bate o martelo. Eu não consigo ter uma reação. Eu estou finalmente livre?
Dois dias passam.
Eu estou no abrigo. Entro na parte do parque onde Hannah está sentada.
-Ei princesa -eu a chamo
Ela olha para trás e corre na minha direção.
-Mariah! -ela me abraça -Eu achei que você não iria voltar.
-É claro que eu iria voltar, eu não prometi?
-Nós vamos embora?
Eu tomo coragem e digo:
-O que você acha de morar comigo?
-Nós duas? -ela sorri
-Isso aí, nós duas.
Ela me responde me dando um forte abraço, e pergunta:
-Quando nós vamos para casa?
-Logo, logo princesa.
Eu passo um tempo com ela, mas preciso ir até a delegacia.
-Eu tenho que ir, mas eu volto.
-Mas, você já vai? -os olhos dela enchem d'água.
-Ei não chora, eu vou voltar.
-Vai mesmo?
-Claro que vou.
Eu saio do abrigo, e vou para a delegacia. Resolvo tudo com o delegado. Espero nunca mais voltar.
No dia seguinte:
Eu estou indo buscar a Hannah. A adoção foi muito mais rápida do que qualquer outra, afinal não foi nem um pouco convencional. Eu resolvo tudo no abrigo, em fim nós estamos juntas novamente.
5 Meses depois.
''Nesses cinco meses aconteceu muita coisa. O Sergio foi sentenciado a prisão perpetua. Eu consegui falar com o pessoal da CIT, nosso relacionamento é bom, eu acho que já é um grande passo. A Hannah fez 7 anos semana passada, ela é a garotinha mais incrível do mundo. Eu estou prestando serviço comunitário todas as semanas, e acredito que quando a minha sentença acabar, vou continuar ajudando as pessoas. Eu me tornei uma escritora, podemos dizer que bem sucedida...''
-Mamãe.
-Só um minutinho, eu estou escrevendo.
-Estou morrendo de vontade de comer bolo de chocolate.
-Então o que acha de fazermos um?
-Sério? -os olhos dela brilham
-Sim. E quem chegar por último na cozinha perde -eu a olho com um sorriso brincalhão.
Fim...
🌹Muito obrigada por chegar até aqui, a sua presença foi muito importante para a continuidade do livro. Vinte de Maio se despede, mas eu não, ainda vou incomodar muito com as minhas notificações :) kkkkk. Muito obrigada mesmo e um beijoooo.
Se poderem compartilhar o livro vai me ajudar bastante.
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