Coma
Algemas prendem meus braços no ferro gelado da cama do hospital, estou com um vestido hospitalar no corpo.
Uma enfermeira me olha:
-Oh! Você acordou, que bom -ela olha para as algemas -Sinto muito, mas não posso tira-las.
-O que aconteceu?
-É melhor eu chamar a medica, ela pode te explicar melhor.
Ela aperta um botão. A medica chega em poucos minutos, acompanhada pelo delegado Patrick.
-Como se sente?
-Não sei.
-Não tem problema, geralmente quem fica em coma, não sabe muito bem como se sente.
-Coma?
-Sim, você entrou em coma.
-Dormi por quanto tempo?
-Uma semana.
-O que!
-Mariah me fale tudo que aconteceu. A medica disse que você tinha outros hematomas pelo corpo. -ele usa um tom sério.
-Não sei.
-Mariah, você quase morreu, achamos que você não iria acordar. Você não acha que está na hora de contar a verdade?
A medica olha para mim e nota a minha confusão.
-Delegado, ele acabou de acordar de um coma, preciso examina-la. -ela diz
-Não me importo se ela acabou de acordar. Ela não se importou se o porteiro estava apenas lendo um jornal quando ela o matou. E já que a doutora é a profissional aqui, tente a fazer lembrar o que fez a colega de cela dela morrer, porquê até o momento a suspeita e ela – ele usa um tom agressivo.
-Tudo bem, o senhor pode remover as algemas?
-Doutora as algemas e para a sua segurança e a nossa.
-Acredito que ela não vai oferecer nenhum perigo agora.
-Eu sei o que ela oferece, doutora, afinal esse é o meu trabalho, e você está me impossibilitando de cumpri-lo.
-E o senhor está me impedindo de cumprir o meu. Preciso dela solta para examina-la, ela precisa caminhar, e o meu trabalho e garantir que ela saia bem daqui, e o senhor está me impossibilitando de cumpri-lo. -ela fala calmamente.
Ele se aproxima de mim e tira as algemas do meu braço. Eu os esfrego para aliviar o incomodo.
-Quando terminar, me chame.
-Claro -ela diz
Patrick sai do quarto. A doutora se aproxima de mim:
-Então, eu preciso dar uma olhadinha em você. -ela me dá um sorriso simpático.
-Ok
-Você não tem ninguém que queira ligar? - Ela pergunta enquanto me examina.
-Não.
-Isso é orgulho ou realmente você não tem ninguém?
-Todo mundo que chega perto de mim morre, doutora.
Ela fica em silencio.
-Você realmente matou o porteiro?
-Sim.
-Porquê?
-Você seria uma péssima delegada -eu dou um sorriso
-Imagino, então é melhor eu fazer o meu trabalho -ela sorri -Você está bem, a cirurgia está cicatrizando rápido. Vamos trocar o seu curativo, e você vai precisar andar um pouco, o que acha?
-Parece bom.
Ela limpa a cirurgia no meu abdome, e troca o curativo.
-Vou chamar uma enfermeira para dar uma volta com você.
Patrick abre a porta:
-Não precisa doutora, eu faço isso.
-Ela acabou de ser operada.
-Acredito que um passeio eu consiga fazer.
Ela olha para mim:
-Tudo bem, eu vou - falo
-Certo, andem devagar e não demorem mais que 15 minutos.
-Sem problemas -Patrick fala -Vamos Mariah.
Ele caminha até mim, e oferece o braço. A doutora sai da sala, e nos caminhamos até a parte exterior do hospital.
-Mariah, vamos ter uma conversa de delegado para delegada.
Nos continuamos a andar olhando para frente. Eu fico em silencio.
-Quanto tempo você acha que vai pegar de cadeia, depois de matar o seu porteiro e ser acusada de matar a sua colega de cela? e claro, não esqueça do seu cargo, que não contribui nem um pouco para o seu julgamento. -ele fala calmamente.
-Imagino que não vai ser pouco tempo.
-Não mesmo, você pode pegar perpetua se o juiz tiver piedade de você, talvez ele diminua para 60 anos. Você é jovem, mas com as confusões que você arruma duvido que consiga sair.
-Por que vocês acham que eu matei a Katha?
-Eu interroguei algumas detentas que estavam no dia. E a Jasmine sua também colega de cela, falou com convicção que foi você. Ela disse que você conseguiu dois comprimidos para a Katharine. Isso é verdade? E quem te forneceu eles?
-Eu não consegui comprimidos para ninguém.
-Não acredito em você Mariah. Você vai receber alta amanhã de manhã, seu julgamento é no dia seguinte. Você não quer me contar o que aconteceu. Então apenas te desejo boa sorte.
-Patrick, você pode me contar o que aconteceu no dia que a Katha morreu?
Ele suspira.
-Eu estava na minha sala quando um dos guardas chamou os médicos, eu o contatei para perguntar o que havia acontecido, então ele me contou que a Katharine estava morta, e que você havia contado para ele. Quando achávamos que não poderia piorar escutamos gritos, não sabíamos que você estava envolvida, porquê quando chegamos não tinha ninguém além de uma poça de sangue no chão. Foi quando eu recebi um chamado direto dos guardas, falando que a Karolin estava pedindo ajuda, e que você estava tendo um ataque cardíaco. Os médicos subiram ate a cela dela. Ela estava em cima de você tentando reanima-la. Eu nunca pensei que falaria isso, mas se não fosse ela você teria morrido. Quando eu cheguei, você estava pálida, e a cada movimento mais sangue saia da sua boca. Os médicos perguntaram para a Karolin a quanto tempo você estava daquele jeito, ela falou que faziam 2 minutos. Então os médicos falaram que não tinha mais jeito. Ela simplesmente surtou, e deu um soco no seu peito, e foi aí que você deu um suspiro. Os médicos te colocaram em uma maca e a trouxemos para cá. Você teve uma hemorragia interna. O cirurgião disse que seu abdome já estava sensível, e facilitou a hemorragia, também viram várias manchas roxas no seu corpo. Então eu te pergunto, o que aconteceu antes do incidente?
-Eu não me lembro.
-Certo se você não quer falar sem problemas. Você quer fazer alguma ligação?
-Não é necessário.
Na verdade é necessário sim, e muito. Mas se eu ligar com o telefone daqui com certeza ele vai rastrear a chamada.
-Você tem certeza?
-Absoluta.
-Então vamos voltar para o quarto.
Nos caminhamos em silencio, até o quarto.
-Eu vou embora, mas não faça nenhuma gracinha. Tem guardas na porta do seu quarto, no final do corredor, na recepção e em lugares que você nem imagina. -ele fala duramente.
-Estou começando a me sentir importante. -falo ironicamente
Ele abre a porta, e eu entro.
Deito na cama e começo a pensar. Eu não quero ficar o resto da minha vida em uma prisão. Então a minha única alternativa e aceitar a proposta do James. Eu Preciso falar com ele, mas como eu não sei.
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