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7 Dias


Logo após eu terminar de ler a mensagem, alguém bate na porta, caminho para que eu possa ver quem é através do olho magico: -O que essa mulher está fazendo aqui de manhã- eu penso. Ela não vai sair até eu atender então, eu abro a porta lentamente.

- Dona Lurdes, a que devo a honra da sua visita?

Dona Lurdes é minha vizinha, bem o que posso dizer dela.... ela sabe mais da minha vida do que eu mesma.

-Posso entrar?

Antes mesmo de eu poder responder, ela entra abruptamente.

-Claro – falo em um tom inaudível.

-Parece que teve festa ontem.

Ela fala olhando as garrafas espalhadas no chão.

-Então posso ajuda-la em algo?

Até quem fim ela para de olhar meticulosamente minha casa e diz:

-Sim, fique à vontade. – ela diz apontando para o sofá

É impressão minha ou ela está me dizendo para ficar à vontade na minha própria casa?

-Dona Lurdes, preciso ir  ao trabalho, será que tem como a senhora me falar o que está acontecendo? -digo com impaciência.

-Claro, tudo bem. Bem eu queria apenas fazer uma pergunta, para você.

-Claro, faça.

-Tem um homem que vem aqui todas as manhãs.

-Aqui, no apartamento aparecem pessoas todos os dias.

-Bem, no seu apartamento.

-Como assim? -junto todo o meu auto controle, para não surtar.

-Ele vai até a portaria fala com todos, entrega doces para as crianças que estão na recepção e sobe para seu andar, quando ele chega na sua porta, ele manda uma mensagem ou tira uma foto e vai embora. Eu achei muito estranho.

-Como ele é?

-Ele é elegante, aparece sempre de terno, cabelos penteados para trás, é alto e magro.

-Muito obrigada, Dona Lurdes.

Vou caminhando com ela até a porta.

-Então você o conhece? – ela me pergunta com curiosidade.

-Sim eu o conheço, é um primo meu.

Tive que mentir novamente, já estou me acostumando com isso. E é terrível.

-Ah... que bom, já estava achando que era um serial killer- ela diz com alivio. -Bom é melhor eu ir, até amanhã querida.

-Até amanhã, Dona Lurdes.

Fecho minha porta, e me encosto nela, até aprender a respirar novamente. Mas logo me levanto, afinal tenho que trabalhar. Faço minha rotina normalmente, apenas pulo a parte de comer. Essa noticia de manhã não caiu bem.

Chegando no Departamento:

-Mariah

-Montes

Yuri e o coronel caminham na minha direção.

-Preciso falar com você no laboratório -Yuri diz, me dando uma piscadinha para eu poder entender qual é o assunto.

-Montes, quero falar com você no escritório. -o coronel fala com um tom sério.

Ambos olham para mim, esperando a minha decisão.

-Tudo bem Mariah eu espero no laboratório.

Thiago(coronel), vira de costas para me acompanhar até a minha sala, até:

-Não Yuri, vou com você, depois eu e o coronel Ramos podemos conversar. –falo sem pestanejar

Antes deles falarem algo, vou para o laboratório.

-Caramba, você dispensou o coronel. -ele diz impressionado.

-Qual é o problema?

-O problema Mariah é que ele é o coronel.

-Certo – viro os olhos.

-Entre -ele diz abrindo a porta do laboratório.

-Então descobriu, quem são as vítimas?

-Não, porque o sangue é falso Mariah, provavelmente alguém só queria te assustar.

-E conseguiu. Mas Yuri você não acha estranho, o Sergio ser acusado de matar sua esposa e suas duas filhas, e no dia seguinte aparecer uma caixa com dois vestidinhos ensanguentados na minha casa? eu sei que o sangue não era de verdade, mas alguém quer me intimidar.

Por um momento, eu lembro da Dona Lurdes, falando do homem tirando fotos da porta do meu apartamento.

-Mariah, ainda estão te ameaçando? -Yuri usa um tom preocupado.

-Não, claro que não tenho que ir, o coronel me espera.

-Mariah

Antes dele terminar de falar eu saio do laboratório. Filho da puta, ele quer me intimidar e está conseguindo, mas isso não vai ficar assim, não mesmo. Caminho até a recepção para falar com a Layla.

-Hey

-Hey Mariah, precisa de alguma coisa?

-Sim, o Sergio está na sala de interrogatório?

-Ainda não, ele vai chegar em aproximadamente 2 horas, acompanhado do advogado. Você quer que eu peça para o Carlos te encontrar?

-Não é exatamente sobre isso que preciso da sua ajuda.

-Como assim? – ela fala confusa.

-Preciso que você garanta que Carlos, Yuri, Carla e principalmente o coronel Ramos não entrem nessa sala hoje. -falo com tanta naturalidade, que até me assusto.

-Como assim Mariah, eu sou apenas uma recepcionista, não posso impedir, ninguém de entrar, muito menos o coronel. Mariah o que você vai fazer? -ela diz um pouco desesperada

-Calma, Layla, eu preciso que você finja que cancelaram o interrogatório, para que os agentes achem que eles não vão vir. Quando eles chegarem, e só você pedir para entrarem pela porta dos fundos, e dizer que é para não atrair a imprensa.

-Mariah você quer que eu cometa um crime, que MERDA!

-Shhh, fala baixo. Layla você é minha melhor amiga nos conhecemos a anos, estou te pedindo isso porque preciso descobrir a verdade. Por favor me ajuda.

-Que droga Mariah- ela usa um tom baixo -Eu não te reconheço mais –fala decepcionada -Vou fazer isso, mas eu sei que tem algo errado acontecendo com você.

-Obrigada Layla, e me desculpa.

Eu me retiro, e vou falar com o coronel que está me esperando no escritório.

-Mariah que bom que arrumou um tempo. -ele diz enquanto sento na cadeira.

-Eu precisava ir para o laboratório, era urgente.

-Mais urgente do que falar com o seu chefe?

-Claro que não, chefe, sou toda ouvidos. – digo usando ironia

-Você recebeu minha mensagem. Você tem sete dias para condenar Sergio Marques. Caso contrário, a minha cara e a sua vai estar em horário nobre. E isso não vai ser nada bom. – ele diz pressionado o maxilar.

-Eu sei disso Thiago, eu vou dar um jeito nisso.

Falo com uma certeza que não tenho, mas não vou desistir, não mesmo.

-Eu espero que sim.

Ele se retira da sala, e meu telefone vibra com uma mensagem, de um numero desconhecido.

-Ei sou eu L, consegui o que você me pediu. Boa sorte para nós.

-Obrigada L, se algo der errado não assuma o que você fez, deixa que eu resolvo. Beijos

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