CAPÍTULO 19 - ALGUÉM FEZ UM AMIGO
_Oi gato, 'cê vem sempre aqui!? - ouvi uma voz da escuridão, vindo de meu quarto.
Eu não fazia menor ideia de quem poderia ser. Não era meu cariño... Aquele idiota estaria em uma suruba qualquer uma hora dessas... Uma relação aberta para nós... NÓS pegarmos as pessoas... juntos... uma... atividade em casal... E não com qualquer um que possa ter HPV, HIV, Herpes, algo do tipo.
_Vai ou não vai aparecer, viado? - disse a voz do quarto.
Eu, que já saltara a viga de ferro de minha mão, agora estava andando normalmente e acendendo as luzes do corredor. A cada tic de cada interruptor ligando uma luz, o quarto começava a ficar menos escuro, e minhas suspeitas se concretizaram, mas para ter certeza eu liguei a luz do quarto... e lá estava ele.
_Bixa, estou fazendo essa pose aqui há uns 30 minutos esperando você aparecer - disse ele contrariado, deitado meio de lado meio pra cima, com as pernas juntas como se fossem de uma menina envergonhada.
_O que é que você está fazendo aqui, Aniel?!
_Vim ver as amiga, no caso, você.
_Ah, mas não tem amiga nenhuma pra você aqui, viado!
_Não faz isso comigo, meu boy acabou de me dar um fora - disse ele colocando o dedo indicador nos lábios.
_Você sumiu, viado, você sumiu - eu disse berrando - Eu estou graxerando que nem uma princesa acabada da Diz-o-nei, só que não vai rolar baile da meia noite, olha pra mim, olha que horas são, olha o que é que eu estou tendo que fazer só porque você está com intoxicação alimentar cagando o cu pela boca.
_Eu com intoxicação alimentar? Que brega, não deveriam ter inventado algo mais viado pra mim não? Tipo "rompeu sete ligamentos do ânus, por isso vai precisar faltar o trabalho para a cirurgia de reconstrução anal". - ele disse levantando - eu iria para a cama do médico perguntar "ain doc, será que eu vou poder usar mais essa sua obra de arte? Como se fosse virgem novamente"?
_Aniel você... - disse colocando a mão no rosto. Não imaginava tamanha imbecilidade.
Mas não me contive. Eu comecei a rir.
_O viado agora virou piada, que é que é isso gente? - ele protestou.
_Olha aqui, eu não sei o que você veio fa - eu parei de falar quando percebi que ele estava nu, de pé na cama... e com meu dedo indicador apontado, e quase tocando para seu...
Ficamos em silêncio. Eu engoli a seco.
_O que é, nunca viu um pau de um viado não? - ele me perguntou - Nunca lavou o seu pinto tomando banho não? Aliás - disse Aniel pulando da cama indo em direção à estante - Me conta essa história desse gostosinho aqui. Parrudinho, baixinho, bundudinho, cara de versátil mais passivo, porém de vez em quando é heteronormativo pra você sair de bixa da história. Deve até broxar tentando te comer, sinceramente.
_É meu namorado - disse a ele.
_Cruel ele não é? - disse Aniel se virando para mim, caminhando em minha direção e colocando suas mãos em meus ombros - Por que é que nossos boys são tão cruéis conosco e a gente insiste em continuar com o relacionamento?
_Aniel eu não faço ideia do que você está fazendo aqui na minha casa... Como foi que você entrou... como foi que você conseguiu saber onde moro... como você...
_Viado, relaxa, eu sou do bem. E estou tentando me comportar, porque depois que VinhoRosé ganhou dois concursos eu achei por bem ser fechativa, mas não desbocada demais. - ele disse como se eu tivesse entendendo bulhufas.
Ficamos nos encarando por alguns minutos. Eu tentando não descer meu rosto para não olhar novamente para aquele lugar. Talvez eu estivesse ficando vermelho. O Aniel não era um cara o qual eu ficaria, ele é muito pintosa... Digo... Ele falou bem o estereótipo de homem que gosto, meu cariño é...
Droga... Muitas coisas à tona. Não entendo como num relacionamento aberto a gente pode ter esse tipo de situação. Acho que eu demando demais dele... O idiota do meu colega de trabalho, que por algum motivo o qual não sei, estava nu na minha cama fazendo perguntas quais eu conheço, e não queria me deparar dessa forma tão cedo.
_Você está com cara de emo - ele me disse, rompendo meus pensamentos - Sabe DuDu, eu não vim aqui para ficar choramingando por causa de macho - disse ele andando até a cozinha.
Aniel abriu a geladeira, se inclinou deixando seu traseiro apontado e empinado - eu não sei se era um convite ou se era seu jeito de ser... ele vasculhou o interior da geladeira com seus olhos, até que tirou uma garrafa de vinho de lá de dentro enquanto fala coisas aleatórias:
_Macho é uma coisa ridícula, sabe? Você não pode falar um "viado" sequer, não pode sentar apertando suas bolas, não pode abraçar o amiguinho roçando os paus sem sentir necessidade de sexo... Não pode deitar na cama com as amiga e falar mal dos outros sem ficar excitado por estar com mulher, não pode nem ter amigas, pois todas são pontenciais para futuras fodas, não que condeno sexo entre amigos, adoro, já fiz, super indico, mas a amizade ronda em torno disso... Amigo sou, logo, te fodo. Não tem nem aquela coisinha fofa de criar um romance, e ficar com ciúmes dos machos que a rondam... E... Achei! Adoro! - disse ele quando havia achado o vinho.
_Aniel, já vi que você quer conversar... então, por que não se veste?
_Eu não tenho roupas, vim que nem adão, bem viadão. - disse sentando em minha cadeira. Nesse momento eu fiz uma cara de enterro para ele entender que não deveria sentar seu ânus arrombado em minha cadeira predileta.
Ele está bebendo vinho direto da garrafa. Eu não acredito.
_O que é que você quer afinal, hein? - gritei pra ele.
_Senta aqui, bixa, vamos conversar.
_Eu quero descansar...
_Aff, por que é que todos hoje tiraram a noite para me rejeitarem em prol de descansarem? Vão descansar, deixem eu foder seus buraquinhos de merda... Bem, se tiver limpinho é melhor, é o que se pede né, façam a chuca por favor, não passem cheque.
Eu já estava acostumado com a imagem daquele viado na minha casa. O que não entendo é por que ele não mandou um sms, email, inbox? Vir na minha casa assim? Se cariño estivesse pra chegar agora ele iria brigar comigo, por ter trazido alguém em casa sem consentimento dele. Mas quer saber? De alguma forma Aniel está tentando fazer uma ponte comigo, ele tem boy não é?
_Viado eu vou conversar com você, mas você precisa se cobrir, e eu quero conversar na cama mesmo. Eu estou cansado sem você lá.
_Amanhã eu volto bixa, sem problemas. Obrigada por entender que eu preciso falar - ele respondeu se levantando e andando em direção a meu quarto.
Aniel se deitou na minha cama, ainda com a garrafa de vinho na mão. Eu suspirei e fui ao banheiro lavar o rosto. Lá, eu percebo que alguém havia tomado banho. Deve ter sido ele. Suspiro.
_Tira essa roupa DuDu - disse Aniel aparecendo repentinamente em minha frente ainda dentro do banheiro.
Eu gritei e caí para trás. Aniel me segurou. Se meu corpo continuasse seu trajeto, bem possivelmente iria quebrar alguma coisa na banheira.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Aniel, nu, com o rosto quase colado no meu, me falou:
_Eu adorei isso que você fez no seu cabelo bixa, tava querendo fazer no meu também, mas só daqui do meio para baixo.
Eu olhei bem para seu rosto na penumbra do banheiro. De fato esse viado é muito lindo, em outras configurações teria chamado ele para a cama, mas eu teria que falar com Fagner, eu não quero ter que ir num motel para fazer isso... eu tenho casa. Teria que dividí-lo. Meu Deus, o que eu estou pensando?
_Eu estou sentindo isso que você chama de pau. Está crescendo e pocando minha barriga. Eu queria muito falar "ain, mas que delícia", mas agora é a hora de falar do MEU cabelinho! Quero ficar bafônica pra voltar a trabalhar e chamar atenção dos boy, das girl, das pessoas sem gênero definido.
_Me desculpa - falei me afastando dele e concertando minha postura.
Ficamos um tempo parados, eu não coneguia mais olhar para seu rosto. Até que, de alguma forma, começamos a gargalhar sem motivos.
_Como se eu quisesse um boy que tem pau de guri - disse a ele.
_Você não viu nada, vem cá - disse ele mexendo em seu pênis flácido - já já sai mijo daqui de dentro, seu pedófilo.
_Não, sai! Fique longe!
_Pedobear branco, pelado com cabelo verde!
Caímos na banheira e rimos mais um pouco.
Eu fiquei olhando para o rosto dele, que estava a meu lado. Aniel laçou suas pernas em mim, como se sua esquerda passasse por baixo - entre minha lombar e a banheira - e a direita por cima de minha cintura.
_Eu estou sentindo seu pau, e não é tão grande assim pra você achar que deve comer viados - ele me disse.
Eu tentei escapar mas ele era astronomicamente mais forte! Droga viado! Como você pode ser tão forte assim? Magro desse jeito?
_Entenda gato, essa é uma terapia de choque, você vai ficar grudado comigo aqui até esse seu pau não ficar feliz quando me ver.
_Difícil - eu falei sem pensar, ficando corado em todos os tons de vermelho.
_Ora, ora ora, não imaginava essa DuDu.
Houve mais um momento de silêncio.
_Já tá calma bixa? - ele perguntou.
_Acho que um pouco - respondi.
_O suficiente - ele respondeu aliviado - então, Edward... que não é vampiro, mas humano... Me diz, o que você faz com esse cabelo? - ele perguntou fazendo carinho em meu rosto.
_E-eu pinto. Só isso. O-o resto quem fez foi mamãe.
Aniel Gargalhou alto.
_Eu adorei bixa, vou aderir. - disse ele - Mas sério, onde encontro? Você tem aí sobrando? Será que tem rosa?
_Tenho rosa, não uso porque Fagner diz ficar muito feminino.
_Fagner é seu boy?
_É...
_Meu boy... deve estar... Dormindo. Sabe aquele cara que esteve lá na loja de conveniência?
_É SEU BOY? AQUELE GOSTOSO?
_Tira o olho viado...
_Mas você... ele disse que era seu irmão...
_O que foi? Não posso pedir inocentemente a meu Nii-sama que broque meu cu?
_Nossa...
Fiquei pensando em muita coisa. Inclusive no fato de que meu irmão abusou de mim quando eu era mais novo. Eu tinha raiva por muito tempo... Aniel fodia com o irmão dele... Pior, era relacionamento de Boy... como isso era possível? Incesto...
Ficamos conversando por bastante tempo. Já nem sabia que horas eram. Eu imaginava que Aniel era um palhaço, mas não daquele nível. Por alguma razão ele não quis me dizer como ele havia perdido aquela franja que tinha. "Apliquinho", dizia ele. Era estranho, mas eu não sou aquele quem vai julgá-lo. Já tenho muitos juízes em minha cola, não preciso SER mais um.
Nós pintamos o cabelo de Aniel ali mesmo, na banheira. Eu estava com as calças molhadas, então resolvi trocá-las antes, é claro. Aniel queria que eu tirasse a roupa, para fazer uma pesquisa. Aquele tarado... Ele não ia assumir a responsabilidade do que iria ocorrer depois! Mas sinceramente, não creio que Aniel faria nada comigo, mesmo ele insinuando, fazendo brincadeiras sexuais. Quando você passa muito tempo na minha pele percebe que as pessoas apenas querem um amigo viado... Viado quer amigo viado... Mas dessa vez era Aniel... parecia diferente.
_Como foi com o seu, viado? - ele me perguntou.
_Ah, eu descolori meu cabelo, mas foi esfumado, afastado da raiz - enquanto falava eu colocava a mão na cabeça indicando os limites - então, quanto mais para as pontas, mais claro ficava. Então usei essas tintas. Elas agridem menos... E costumam sair mais... Mas é só ter alguns cuidados e...
_Mas como você conseguiu fazer esse verde quase preto aí na... raiz - ele apontou inocentemente para meu cabelo.
_Bem, eu... Passei a tinta ué. - respondi naturalmente com o pincel na mão e a botija com tinta rosa na outra - como eu não tinha descolorido a raiz, ele ficou assim, bem escuro... fixe?
_Cool! - ele respondeu - Quero no meu também!
_Não dá, seu loiro já é quase branco, umas mechas rosas da metade para baixo servirão, agora preste atenção pra você fazer sozinho. Vou te dar as rosas todas que tenho aqui, você vai gostar.
_Viaaaaaaado, vou ficar bem menininha com esse rosa todo. - falou ele se encolhendo na banheira.
Continuamos a sessão das bixas, com o objetivo de pintar o cabelo de Aniel. Iria ser engraçado no trabalho amanhã. Enquanto isso, eu estava me queixando de Cariño. Aniel era um bom ouvinte, apesar de suas piadas aleatórias e sexuais. Eu estava cansado de alguns acordos de nossa relação... favoreciam-no, mas não a mim. Isso poderia ser uma relação abusiva mesmo dentro desse modelo de relação aberta? Mas não era justamente essa coisa da possessão que é um dos pontos centrais das relações abertas serem livres?
Comparações... limitações... ambientes... pessoas...
_Viado, não há problema na possessão. - Aniel falou dentre meu monólogo final - Veja bem, Adonis ama Paul, e Paul é abusivo. Adonis adora ser fudido, destruido, quebrado por Paul, e faz tudo por ele. Paul é um sacana ridículo mal comido, e abusivo. Paul tem problemas de possessão, Adonis também. Mas os dois, mesmo que de forma não saudável, estão juntos, ao menos até onde eu li. O problema não é possessão, o problema é como você vê, sente, entende, compreende a relação, e sobretudo, se você está disposto a aceitar o amor que lhe oferecem. Paul só tem esse tipo de amor para oferecer, e Adonis o aceita. Adonis é consciente das merdas de Paul, mas ele aceita. É diferente quando se tem consciência... Você pode aceitar ou não... afinal de contas, ninguém é obrigado a aceitar o amor que lhes dão.
As palavras de Aniel entraram queimando minhas veias enquanto eu lavava as mãos na pia. Nunca havia testemunhado ele falando tão sério assim.
_Meia hora, depois a gente lava.
Eu saí do banheiro e fui ver as nossas fotos. Nunca estive em um relacionamento aberto, mas sempre traí... E sempre acabava a relação, até porque não aguentava nem minha traição e nem traição alheia. "As pessoas não são seus objetos... você não é objeto das pessoas". Eu sei... Mas... há muito tempo o saber era insuficiente para mudanças significativas... Às vezes não era questão de saber. Eu preciso rever esses nossos termos.
_Viado...
_Merda Aniel, você me assustou!
_Olha, não fique murcho como um pau de um velho de 200 anos, fica feliz ué.
_Quê?
Aniel então fez uma pose majestosa, ainda nu, e disse:
_Eu estou aqui! O príncipe... não não, esse não, possa ser que seja plágio... hum... Ah sim. Eu, o grande, te deixarei feliz! Hahahahaha - falou ele fazendo outra pose estranha no intuito de me alegrar.
Eu sorri amarelo.
_Mas e você Aniel... - perguntei quebrando o clima.
_Não vou te responder bixa, senão você vai roubar meu boy!
_Ah mas é seu irmão, e isso é meio estranho, me dá ele vai!
_Ele é mais passivo, assim que nem você, você acha que vão fazer o quê? Arrumar um pau de plástico pra enfiarem juntos em ambos os buracos?
Eu levantei e revirei o guarda-roupas e então encontrei um dildo de duas cabeças e mostrei a Aniel com um sorriso no rosto.
_Calei sua boca não foi?
_VIADO E NÃO É QUE EXISTE MESMO? - ele disse maravilhado quase esfregando a cara - e quando você quiser uma DP, não precisa nem de dois machos, é só enfiar isso no cu?
_Mas o quê?
_Ah, você faz isso que eu sei, você tem cheiro de puta DuDu - ele me disse com seu nariz roçando em minha bochecha.
_O QUE EU FAÇO NÃO DIZ...
_Calma bixa, seu toba não diz respeito a mim. Olha, assim como o meu não diz respeito a você... Nem o do seu boy, a não ser que ele esteja com o seu pau transpassado nele.
_Você tem um poder de deixar as pessoas sem graça Aniel.
_Adoro!
_Mas meu boy é... Você sabe viado. Ah, esquece, vamos tirar isso de você.
Aniel estava parado de lado, com sua mão esquerda na sua cintura, virado para a janela. Seu pênis bicudinho não dera sinal de alongamento esse tempo todo, e eu não sei porque diabos estava olhando fixamente para isso agora.
_DuDu, eu vou levar as tintas em outro momento... Na verdade, leve-as amanhã no trabalho, ok? - ele me disse bem sério.
_Ok então...
Aniel se aproximou de mim, sorriu bem em meu rosto.
_Vamos ser amiguinhos depois do sol nascer, não é? Te apresento meu boy, só pra você babar sozinho na sua cama.
_Hey, não preciso... eu, erh...
_Não precisa se explicar, se eu fosse possessivo demais, você já estaria morto na sua milésima reencarnação - dito isso com olhos malignos e uma aura assustadora de paralisar o coração, Aniel me beijou repentinamente.
Eu não lembro direito o que aconteceu, só me lembro de ver algumas pessoas lutando próximo à minha janela.
Eu nem tirei a coloração do cabelo de Aniel... Espero que não fique roxo. Ham... Ele parece um supermodelo... que inveja do boy dele.
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E aí, ficou grande, 28 centímetros... OOPS, 2,8k de palavras, sorry.
heheheheheh
Eu não sei se seria bom dividir em dois, mas enfim. Esse pedaço da história precisava ser desenvolvido. DuDu e An estavam predestinados a serem amiguinhos... Mas capítulo que vem, o cão vai chupar manga!
Vai rolar muito fight, e a resolução desse mistério está para chegar. Eu só preciso alinhar com as cenas hots :3
Ah, e haverá um mine arco para resolver parte do problema da demônia que ainda está fazendo arruaça geral, e teremos umas surpresas nesse mine arco! :3
Fiquem atentos... Entre uma morte e outra de mim mesmo na faculdade eu estarei escrevendo VinhoRosé
Bjs
Tkey-kun.
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