CAPÍTULO 09 - ALGUÉM FEZ UM ACORDO SEXUAL (parte 1)
Foram horas de reunião. Horas discutindo sobre tudo. Horas. Mas eu ainda estava pasmo. Eu sabia que precisava de mais treinamento militar para esse tipo de operação, o Charles tinha, o Charles roubou a cena com seu machado. Mas não era isso que estava me deixando confuso. Era todo o resto.
As cenas que visualizei quando minha joia brilhou; quando vi An com olhos vermelhos perfurantes, de quando An me beijou... As sensações familiares, os dejavù...
Eu estava imerso em minha bolha enquanto ouvia por alto algumas coisas aleatórias.
_Dêmonio da Malásia e Indonésia – era a voz de Marina – uma mulher que morre... no parto e volta comendo homens...?
_Sim – a voz de An ao meu lado – Algo assim.
_Mas por que ela estava como homem e tendo como alvo uma mulher? – Marina perguntou – E por que haviam lobisomens lá, e por que não comiam o corpo inteiro das mulheres?
_Aquela sapatão deve ter possuído uns lobis e feito o estrago, lembrem-se de que a vadia só os fez beber o sangue, como se fossem vampiros. Ela quer incriminar a mim, ou chamar a atenção de alguém, só isso.
_Esse só isso custou uma fortuna e quase nos matou – pontuou Marina.
_Que pena, não? – disse An.
_Você... Realmente – Marina estava estressada – seu "gostosinho" poderia ter morrido.
_Não! – afirmou An – todos vocês sim, mas ele não. Eu não deixaria, como não deixei.
An segurou minha mão, eu a puxei. Ele então colocou seu dedo mindinho frio sobre o meu e os cruzamos pelo resto da reunião. Eu fiquei mais calmo desde o momento em que ele cruzou o dedo com o meu. Aos poucos estava soltando a mão da coxa à cadeira, e finalmente estávamos de mãos dadas.
Era sempre assim? Com os outros de mim? Digo, ele disse que foi selado e nossas almas unidas, e essas correntes e gemas eram nossa cadeia. Eu estou intrigado. Parece que desde que o vi eu já tinha esse sentimento, e quando percebi isso, não queria me permitir por conta de mim mesmo, de quem eu devo ser nessa vida em questão. As coisas prazerosas, levianas, mundanas, deixei tudo para analisar, trabalhar, focar nisso, em pesquisar. Fechei meu coração como se não houvesse mais tempo para isso. A Chlöe! Ela se aproximou de mim, ela virou amiga minha sem nem antes eu perceber. Agora An invadiu minha vida e, como um clichê romântico de vampiros, colocou minha vida de cabeça para baixo.
_Vai para casa Ângelo – o diretor falou – não terá serventia você aqui desse jeito. Vai e leva esse monstro com você. Fique de olho nele.
Sem pensar duas vezes, eu soltei a mão de An e saí da sede. Eu estava faminto, era meio dia, ele precisava ir para o trabalho.
_Você me espera em casa, gostosinho? – ele me perguntou quando eu o deixei em seu trabalho – eu posso voltar sozinho hoje.
_Você... precisa mesmo ir trabalhar nesse lugar de faixada hoje? – o perguntei docilmente.
_Sim... não posso jogar para cima o trabalho, chefe vai me matar e vender meus órgãos, ou vender meu corpo – disse essa última frase alisando seu próprio corpo para completar a cena cômica e lasciva que ele sempre precisa fazer.
Eu ri.
_Nossa mas... – antes dele continuar, eu imaginei o que ele iria dizer. Sim, eu achei graça com algo exagerado que An fez ou falou... pela primeira vez em todo esse tempo.
Levantei o vidro do carro o mais rápido que pude, estava envergonhado por ter rido daquela piada ridícula e saí dali o mais rápido que pude.
Já em casa, eu fui procurar alguma coisa para comer: estava faminto. Acredito que tinha achado pão, frios, salada, suco de uva e vinho. Com excessão do vinho, o resto eu fiz uma combinação e comi e bebi.
De barriga cheia eu fui para a cama. Eu sentia o cheiro doce de An nos lençóis. Peguei meu celular para tentar me distrair e havia uma mensagem de um número estranho.
"Olha só o que você faz comigo meu Angel! Amei ver seu sorriso largo e sua risada gostosa"
Era An. A mensagem seguia com uma foto que... Mas que merda era aquela!? An sentado em uma privada, de tampa abaixada, com a camisa na boca, fazendo aparecer de seu peito até seus pés; também por conta das pernas flexionadas. Sua calça estava aberta e seu pênis estava escapando inteiro, juntamente com seus testículos. Aquilo estava desengonçadamente imenso de ereto e jogado para o lado esquerdo. A foto parecia que ele tinha movimentado o membro de alguma forma para que desse a ideia de movimento.
Eu joguei o celular pro lado.
Eu levantei com dor na alma "meu celular", pensei. Estava intacto graças às forças do sexo.
Deitei e coloquei meu celular numa cômoda próxima à cama. Tentei dormir mas não consegui. A sua foto estava me assombrando. Eu apenas queria mais... Queria que ele estivesse aqui, mas ao mesmo tempo me feria por causa daquele sentimento. O que vivemos em outras vidas para que nessa eu esteja tão perdidamente desejoso de ter você? Logo ele, um babaca sanguessuga afeminado.
Me levantei em um pique! Peguei meu celular e abri a mensagem novamente. Tinha outra, "Aqui é Edward, o Aniel pegou meu celular emprestado para falar com você, por favor não me ligue de volta". Deixei a irritação de ter alguém me dizendo o que fazer de lado e abri a imagem novamente.
Aqueles olhos... Aquela mordida... Aquele... corpo... aquele cheiro... aquela textura de sua pele fria... Aquela voz icônica fazendo piadas sexuais de tudo.
Corri para o banheiro para tomar banho frio antes que eu cedesse à tentação ridícula de me tocar pensando no An. Eu já tinha feito isso, digo, nos flashes eu vi, eu senti. Eu em alguma vida do passado já esteve perdidamente apaixonado e com muito desejo sexual por An. Anu... Mas eu ainda não desisti! Eu... queria... eu não gostava de me sentir confuso assim.
Após o banho eu sabia o que ia acontecer quando An chegasse. Vesti apenas uma camisa folgada, bebi uma taça de vinho rosé, deitei no sofá e deixei o álcool fazer efeito. Aconteça o que for, o álcool fará seu trabalho, e ainda posso utilizar isso como justificativa. Vê? Meu eu que é perdido por An poderá se satisfazer e meu eu que acha ele um babaca também, porque a culpa será do álcool. Um plano perfeito.
_Anu... – falei sozinho e sem querer.
O dia passou e eu percebi apenas quando eu acordei com uma lambida em minhas virilhas. Abri os olhos lentamente enquanto sentia a língua rodando meus testículos. Eu imaginava que o plano idiota tinha dado certo. Daria, mas eu me assustei com algumas coisas: era de noite, mas a que horas? A língua era de An? Que horas são? Sete, oito, nove? E... queria mesmo saber quem era que estava me lambendo.
Pulei do sofá assustado.
_Calma, sou só eu – disse An com uma cara de decepcionado – eu faço tão ruim assim?
_Tsc – a única resposta que eu pude dar naquele momento.
Aos poucos fui relembrando de meu estado mais cedo, logo corei de vergonha.
_Você se limpou todinho, ficou o dia todo com essas pernas gostosas de fora e esse botão delicioso à mostra só esperando por mim, meu moranguinho? – disse An mordendo seus lábios.
_Não te interessa – o respondi dando as costas cobrindo minhas virilhas com a mão.
Fui até a cozinha. Eu estava nervoso, eu queria muito que nós dois... Mas eu não conseguia me permitir. Vamos Angelo, você já deixou An fazer coisa pior, o que mais pode ser tão errado? Peguei o vinho aberto e comecei a beber como se fosse cerveja. Preparei um sanduiche para mim apenas com uma fatia, para não deixar meu estômago vazio.
_Faz um para mim também, meu gostoso – An estava pedindo atrás de mim, com o seu corpo colado ao meu e seus lábios próximos aos meus ouvidos.
_Sai de perto de mim – eu falei de forma firme e... um pouco assustado.
_Nossa, eu não te entendo, seu cheiro está forte, seu sangue correndo rápido em suas veias, seu coração está explodindo, seu rosto está vermelho, sua respiração está ofegante, você está suando demais, e seu piupiu está escorrendo líquido pré-seminal... se isso não é sinal de desejo sexual, o que é então? Por que me rejeita tanto? – cheque mate.
_Não é de sua conta – disse irritado procurando um copo para pôr vinho para ele. O que é que estou fazendo? Minhas ações e minhas palavras estão incoerentes.
An ficou estarrecido quando ofereci uma taça de vinho a ele, que bebeu com olhos de uma criança feliz quando recebe doce. Imaginei que sua felicidade decorria do fato d'eu ter feito alguma coisa por ele.
Me sentei no sofá depois de engolir o sanduíche, continuei bebendo a garrafa de vinho, creio que seriam duas taças ou três ao todo... Era muito álcool para mim. Eu liguei a televisão, An veio para perto de mim, sentou no chão de frente para a televisão, abriu minhas pernas e as colocou sobre seus ombros, meus pés estavam caídos em sua barriga. Eu voltei a ter uma ereção, meu pênis tocava o cabelo e a cabeça de An sem querer e eu apenas morria de vergonha.
_Alguém está animadinho – disse ele rindo – mas não se preocupe, eu vou me comportar hoje.
No dia que eu quero que você não se comporte, desgraçado, você resolve se comportar. Frustração era o que eu estava sentindo.
_Olha – falou An – seu coração de rubi brilhou naquela hora, não é Angel?
_Sim – não esperava que ele dissesse algo sobre isso.
_Você parece mais compassivo comigo anjinho – continuou ele sem olhar para trás – e isso, bem, me deixa atiçado, digo, quero entrar em você até não sobrar nada de você... Mas... Eu percebo sempre que você não me aceita. Eu estou tentando esperar...
_Pelo quê? – perguntei.
_Por você me deixar...
_Você é irritante – falei grosso com ele – nunca sabe a hora de fazer as coisas, ou de não fazê-las.
Ele olhou para trás com os olhos brilhando e com uma cara confusa. Meu pênis estava quase enfiado em seu nariz, mas ele conseguiu fazer com que o clima mantivesse um ar de inocência mesmo com uma cena pornográfica acontecendo. Ele entendeu o recado, pois lentamente ele foi levantando e se jogando para cima de mim, sem tirar os olhos dos meus. Nessa altura eu podia jurar que minhas sobrancelhas se elevaram bem na linha do nariz, daquele jeito que ficam quando você vai chorar ou quando você é emotivo ou um pouco submisso na hora de ser usado como um brinquedo preferido do outro.
Ele me beijou. Mordeu como já o tinha feito. Enfiou sua língua como já o tinha feito. Sugou meu sangue como já o tinha feito.
_Você está bêbado – ele me disse muito sério. Eu respondi retribuindo o beijo.
_Você está... – ele disse novamente, dessa vez não deixei ele terminar a frase.
Eu sinto que havia o beijado por séculos. Onde esses lábios estavam esse tempo todo?
Eu abri um pouco as pernas para ficar mais confortável, mas creio que ele leu de outra forma, porém eu não liguei... Ele podia, naquele momento, entrar...
Ele me carregou, até o banheiro, me colocou na banheira tirou minha camisa; tirou suas roupas, entrou na banheira e ligou o chuveiro quente. Ficamos ali, eu de pernas abertas e ele em cima de meu corpo, me apertando contra a banheira, segurando meu cabelo como se estivesse puxando. Estávamos ofegantes.
_Aqui... não – eu falei a ele. Eu queria na cama. Eu já não estava preocupado com mais nada, só queria em um lugar mais seco. Ah, só lembrando, eu estava tonto: a quantidade de álcool enfim me afogou e a loucura subiu.
_Eu estou suado, meu moranguinho, eu quero sentir seu cheiro, não o meu – ele me disse – vamos fazer aqui.
O seu cheiro queimava minhas narinas, estava muito doce. Seus olhos estavam brilhando. As sensações de ter meu corpo esmagado pelo seu; meu cabelo sendo puxado; meus lábios sendo beijados e mordidos, estavam me fazendo delirar. Eu não me reconheci, mas naquele momento eu queria que tudo isso acontecesse.
_Mete... logo – falei sem pensar ainda com a língua para fora e ofegando.
An levantou seu corpo e pôs uma cara muito confusa. Depois de um momento de reflexão ele desceu seu corpo e voltou a me beijar. Droga! Seu cabelo me cobria por inteiro e fazia uma capa, a água penetrava, banhava nossos corpos; o calos ficava retido, não saia por completo, pois o cabelo de An não deixava.
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É normal um autor ficar babando pelo seu casal favorito de sua história? Ah, estou muito triste. Mas vocês apenas saberão o porquê no próximo capítulo.
Tkey-kun
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