•Capítulo Trinta e Um•
Bônus
Antonella e Verônica estavam atravessando o corredor onde ficava o quarto de Maggie quando ouviram passos vindo do outro extremo do corredor.
Vários passos.
Elas pararam instintivamente, sabendo que algo não estava certo. Simona havia ensinado a Antonella nesses últimos meses a defesa pessoal, e Nicola estava fazendo o mesmo com Verônica, mas isso não garantia nada contra uma luta corporal com homens bem treinados, ainda mais Antonella que estava grávida de pouco.
Não demorou muito para um grupo de homens aparecerem no início do corredor, todos vestidos com calça jeans e blusas brancas, armados até os dentes. As duas mulheres não esperaram que eles chegassem até ela, se viraram e correram. Logo, o som alto de tiros soaram atrás delas, atingindo tudo ao redor das duas mulheres, e elas gritaram. Gritaram como loucas, cobrindo as cabeças com os braços e correndo de volta para o quarto de Maggie.
— Não! — Antonella gritou quando chegaram na porta do quarto, segurando o braço de Verônica e puxando-a para longe do quarto. — Eles vão pegar Julia e matar Maggie, vamos afasta-los daqui, temos mais chances juntas.
Verônica não pensou duas vezes antes de seguir Antonella de perto, não olharia para trás ou acabaria se apavorando, pois sabia que os homens estavam em seu encalço.
Belo momento para um ataque, pensou ela, de forma sarcástica, seguindo Antonella.
Elas viraram mais um corredor e entraram em um quarto. Antonella parecia conhecer bem o local, pois correu para o banheiro, e quando voltou, tinha uma Grand Power P380 semiautomática em cada mão.
Ela estendeu uma das pistolas para Verônica que pegou sem hesitar e conferiu se a arma estava carregada.
— Aqui tem 19, e aí? — Verônica perguntou, destravando a arma.
— Aqui também. — elas olharam uma para a outra, trocando aquele momento de tensão enquanto ouviam os passos se aproximando. Dessa vez não pareciam muitos, e se eles tivessem se separado, seria melhor pra elas.
Elas se posicionaram uma em cada lado da porta, ouvindo os passos passarem direto, e saíram, apontando suas armas. Antonella foi agarrada por trás no mesmo segundo por braços fortes, no mesmo momento ela entrou em ação, pisando no pé do sujeito, que gritou e afrouxou o aperto ao redor dela. Antonella lançou o cotovelo para trás, acertando em cheio o nariz do homem, se virando e acertando o peito dele com dois disparos certeiros. O homem caiu com um baque surdo no chão e ela se voltou para Verônica, que estava embrenhada com um homem muito maior que ela. Assim que o homem a imobilizou pelos braços e socou suas costas com força no chão, Antonella o acertou com um tiro certeiro na nuca, que atravessou o seu rosto e entrou no piso ao lado do rosto de Verônica.
A mulher empurrou o homem de cima dela, uma expressão de nojo em seu rosto, e pegou sua arma de onde estava no chão, pegando a mão que Antonella lhe oferecia.
— Porra. — ela estava chocada, mas não teve tempo de pensar muito naquilo, vozes masculinas chegaram de algum lugar do corredor.
— Vamos voltar para Julia e Maggie antes que eles encontrem elas. — Antonella disse e elas saíram correndo novamente pelo corredor.
Julia
O caos havia se instalado muito rapidamente, tiros e pessoas correndo do lado de fora do quarto eram ouvidos, mas eu não me atrevi a dar um pio.
Sabia que era algum tipo de ataque, era muito comum no mundo da máfia, mas eu nunca havia presenciado um. Nunca estive em um. Merda, eu olhei para Maggie indefesa na cama, imóvel, e me perguntei onde estavam os homens que Caio disse que mandaria.
Olhei para a porta novamente, ouvindo passos vindo na direção do quarto, e todo o meu corpo tencionou. O que faria?
Não tinha sequer uma arma que podia usar por perto.
Oh meu deus, morreria ali?
A porta se abriu devagar, revelando uma figura. Algo saído de um filme de terror. O meu terror particular.
Walter estava parado na soleira da porta. Estava diferente, com os cabelos compridos, o rosto magro e tinha aquela cicatriz horrenda atravessando o seu rosto na horizontal e circulando o pescoço.
O terror começou a me invadir, o medo cru, que estava morto a apenas algumas horas antes, havia voltado com força total.
O que eu faço, o que eu faço? As palavras se repetiam na minha cabeça enquanto eu olhava para Walter. Aquilo não podia acontecer de novo, eu não permitira isso. Luke chegaria e me livraria de Walter, mataria Walter. Sim, ele viria por mim. Mas ele não pode demorar, se não...
Walter fechou a porta atrás dele, um sorriso doente e obcecado tomando conta dos lábios deformados, fazendo o meu estômago revirar com o nojo.
Ele se aproximou de mim devagar, e não pude evitar recuar, passo por passo, até bater na parede a direita de onde Maggie estava.
Oh deus, por favor... Não, de novo não!
Eu implorava e orava enquanto Walter se aproximava. Sua mão desceu até a calça jeans que usava. Desfazendo o cordão que a mantinha presa, revelando sua genitália.
Fechei os olhos, aterrorizada, sentindo lágrimas involuntárias descendo pelas minhas bochechas.
Por favor, não, por favor!
Todo o meu corpo tremia, estava paralisada, meus membros se recusavam a se mover, todo o meu corpo tomado pelo medo, pelo terror, recordando do que Walter tinha feito a mim anos atrás, cada sensação, cada toque sujo.
Senti o fedor do suor, e aquilo fez meu estômago revirar e minha boca salivar constantemente.
— Você não vai olhar para o seu homem? — a voz dele era a mesma de antes, doente, instável.
Maneei a cabeça fervorosamente, me negando a abrir os olhos e olhar para ele.
— Abra os olhos. — a ordem em sua voz me fez ficar mais firme sobre isso. — Abra. A. Porra. Dos. Olhos.
Quando não fiz o que ele pediu, senti um golpe forte em meu rosto, o que me lançou para o chão. O sangue invadiu a minha boca no mesmo momento, e cuspi o líquido vermelho no chão, arfando e chorando, enquanto tentava me erguer em meus braços, mas eu estava tonta pelo golpe, tudo a minha volta girava.
Uma mão agarrou os meus cabelos, me fazendo olhar para cima, e encarar Walter. Ele sorria, como se fosse prazeroso me bater, ver-me sangrando.
— Por favor... — pedi, mas não foi a ele. Pedia para que Luke chegasse, para que alguém chegasse e impedisse que aquilo acontecesse novamente.
— Gosto quando você implora, como uma putinha. — ele disse, se abaixando na minha frente, enfiando o polegar na minha boca.
Mordi seu dedo, mas ele não pareceu se importar, apenas o irritou mais.
— Você faz isso de propósito, não é? — Walter segurou o meu rosto. — Você gosta de apanhar, como a vadia que é!
Ele me acertou outro soco no rosto, e eu caí contra o chão, ofegante em busca de ar, chorando e soluçando, sentindo tudo girando ao meu redor.
— Abrindo as pernas para outro homem! — senti um chute no meu torso e me encolhi, gritando e tossindo. — Eu não queria te matar, queria apenas pegá-la de volta, para que pudéssemos ficar juntos. Mas você fodeu com aquele fodido! O bastardo!
Ele me chutou de novo, com tanta força que senti que entrava cada vez mais na escuridão sem fim.
— Você vai pagar. — ele agarrou a minha camiseta com as mãos e rasgou-a para fora de mim. Eu me debati, tentando me livrar dele, mas Walter me acertou de novo no rosto, me fazendo cair como uma boneca de pano, quase inconsciente.
— Por favor... Por favor, de novo não... — minha voz estava longe, mas eu podia sentir as mãos bruscas de Walter arrancando as minhas roupas. — Por favor... — Solucei, me sentindo suja de novo, sentindo vontade de morrer, apenas morrer e não ter que passar por aquilo de novo. — Por... Favor...
Walter caiu inerte em cima de mim e eu continuei chorando, de alívio e terror. O que tinha acontecido? Por que...
Alguém afastou Walter de cima de mim e meu sangue parou em minhas veias quando olhei para os olhos castanhos.
— Maggie?
Maggie👆🏻👆🏻👆🏻👆🏻👆🏻
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