4 - Brinquedos sexuais, Luna?
Antes de entrar no banheiro, Luna pegou e jogou uma bolsa de gelo na minha direção, o que foi ótimo, pois tenho certeza de que essa porrada vai inchar meu nariz. Depois disso, ela entrou e fez questão de enfatizar que não demoraria muito tempo.
Não me importei, afinal, vim sem avisar. Apenas fiquei ali, apenas refletindo sobre a porrada que levei há alguns minutos. Quem olha para a carinha bonita de Luna Simões e a julga por isso, está totalmente enganado.
No ensino médio, a fama dela era de ogra briguenta. Vivia pegando detenção por arrumar confusão com as garotas da nossa turma, porque as mesmas insistiam em chamá-la de "gótica psicótica". Só porque Luna tinha personalidade e elas não.
Vai ver é por isso que ela não ia com a minha cara durante a adolescência. Éramos muito parecidos neste âmbito, até dividimos algumas detenções. Mas não é esse o ponto. A questão é que, justamente por conhecer sua personalidade, estou estranhando o quão passiva ela está diante da atitude do meu irmão.
Enzo com certeza está aprontando alguma merda cabeluda, daquelas que não poderei defendê-lo como faço normalmente. Cora e Lina já me consideram um 'passador de pano' compulsivo, apenas pelo fato de ajudar o meu irmão a manter o relacionamento com a namorada.
Contudo, dessa vez, acabei me envolvendo além do necessário, a ponto de ter permitido que Luna me usasse em um momento extremo de raiva. Agora estou aqui, com o nariz doendo e tendo que me desculpar por ter me permitido ultrapassar os limites.
— Não se fala aquele tipo de coisa para uma mulher comprometida, Valentine. — Luna vem para a sala com uma toalha enrolada no cabelo, baby-doll fino, e senta na ponta oposta do sofá em que me encontro.
— Mulheres comprometidas também não costumam beijar homens em baladas, Luna. Pois veja onde chegamos, querida cunhada! — Ironizo e ela revira os olhos. — Mas estou falando sério: isso não pode acontecer novamente, Luna. De maneira alguma.
— É tão irônico isso sair da sua boca, Caio. Logo você, que disse há alguns minutos que não consegue parar de me imaginar na sua cama. — Ela me encara com um sorriso ladino nos lábios e eu retiro o gelo do nariz, que já não dói tanto assim.
— Não fique se achando. — Reviro os olhos e sento de lado, virando o corpo totalmente na sua direção. — Apenas fui sincero. Seu irmão me orientou a fazer isso.
— Você contou para o Bryan?! Tá de sacanagem? — Levanta rapidamente e arregala os olhos. — Porra, Caio, tem merda na sua cabeça?! — Dá alguns passos e para à minha frente.
Em resposta, levanto e paro a pouquíssimos centímetros de Luna, encarando fixamente seus olhos castanhos. Não admito ninguém falando desse jeito comigo. Contudo, o movimento tem um efeito completamente inesperado, fazendo com que a tensão sexual entre nossos corpos seja quase palpável. Assim como eu, sei que ela também está sentindo isso. A certeza me alcança quando a desgraçada morde o lábio inferior e me lança um sorriso malicioso, como quem questiona silenciosamente: "não vai fazer nada sobre isso?".
Diante da provocação, levo uma mão à nuca dela e elevo seu olhar, para que fique ainda mais próxima de mim. Luna continua sorrindo. Maldita. A tensão só aumenta. E a porra de uma ereção me alcança, é inevitável.
— Me conhece tempo o suficiente para saber que odeio esse tipo de marra para cima de mim, Luna. Meninas más não chegam a lugar nenhum, querida. — Nossos lábios quase se tocam assim que termino de falar.
— Para alguém que não queria repetir a dose, cunhadinho, sua boca está muito próxima da minha. Próxima demais, eu diria... — Ela cochicha enquanto encara meus lábios e eu engulo em seco, tensionando o maxilar.
A razão e o desejo lutavam firmemente na minha mente e dentro das minhas calças enquanto os olhos de Luna brilhavam de luxúria na minha direção. Quando estava prestes a ceder aos meus instintos, a campainha do apartamento toca, fazendo minha cunhada dar um pulo para trás.
— É o seu irmão. Ele disse que viria, tinha esquecido desse detalhe. — Ela declara e eu arregalo os olhos, já pensando na merda que poderia acontecer caso Enzo me encontrasse aqui. — Mas a nossa conversa ainda não terminou, quero muito saber o que tem a me dizer. Se esconda no closet do meu quarto. Meu assunto com ele com certeza não vai demorar. — Luna enfatiza e eu sacudo a cabeça de maneira negativa compulsivamente.
— Está louca? E se vocês fizerem as pazes e ele dormir aqui, Luna? — Questiono em tom de sussurro. — Vou ficar na porra do seu armário a noite inteira enquanto ouço vocês fodendo? Não, nem que me paguem! — Enfatizo e cruzo os braços. Como resposta imediata, ela emburra a feição, erguendo uma das sobrancelhas.
— Ah, não. — Luna começa a me empurrar e eu quase caio. Não sabia que ela era tão forte. — Você vai sim e pare de agir como um pirralho birrento. Se tiver que me ouvir fodendo com o seu irmão, irá ouvir e é isso. Sem ciúmes, por favor.
— Luna, calma! Eu posso sair pela janela, para com isso, caralho. — Tento interrompê-la, mas a garota continua fazendo força contra meu corpo até o quarto e, posteriormente, o closet. Antes de me trancar, ela para e me encara.
— Primeiro, você não é passarinho para pular do quinto andar. Vai se quebrar todinho, não quero testemunhar sobre a morte de ninguém, obrigada. — Ela pontua e me lança um sorrisinho travesso, do qual estou aprendendo a odiar. — E segundo: relaxa, não vou demorar. Estou com ódio da cara do seu irmão.
Por fim, Luna, ainda com a droga do sorriso travesso no rosto, me dá mais um empurrão, fecha e tranca a porta. Já que não esperava pelo último golpe, acabei caindo em cima de uma prateleira repleta de coisas. Consequentemente, derrubei tudo no chão.
Respiro fundo e me ajoelho, agradecendo ao universo pelo cubículo ser grande o suficiente para me comportar sem qualquer sufoco. O único problema foi quando me afastei da bagunça que fiz e acabei me deparando com inúmeros vibradores e objetos sexuais caídos ao chão.
Arregalo os olhos e observo os objetos coloridos à minha frente. Pênis de borracha, vibradores e um plug anal de coração rosa, fofinho até.
— Brinquedos sexuais, Luna? Sério? Você me prendeu na porra de um closet cheio de roupas e brinquedos sexuais? — Penso alto, irritado.
Me afasto dos brinquedos sórdidos e tento não imaginar como Luna ficaria os utilizando. Puta merda, cara. O diabo realmente gosta de atentar.
Viro para a parede e sento de pernas cruzadas, tentando focar apenas no que vivi durante a semana até então. O foda é que quando esse tipo de coisa acontece, minha cabeça de cima para de funcionar direito, dando espaço para a de baixo. Isso torna tudo fodidamente mais difícil.
Respiro fundo e passo as mãos pelo rosto, tentando ignorar minha mente fértil. Será que meu cérebro não entende que Luna é a mulher da porra do meu irmão? Nunca tive esse problema nos últimos três anos, inferno. Daí, do nada, tudo se tornou insuportável em uma semana?
Parece a porra de uma brincadeira de mau gosto. Muito, muito mau gosto. Torturante, até.
A situação só fica menos pior quando a porta do quarto se abre e duas vozes alteradas preenchem o ambiente. Dou graças ao universo quando ouço Luna e Enzo discutindo. Só assim para minha atenção ser destinada a outra coisa.
Nota da autora
Oi, gente! O que estão achando?
Não deixem de comentar e votar para engajar a obra! É muito importante para estimular na continuação. Também peço que indiquem aos amigos.
Obrigada!
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