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2 - Eu gosto do proibido

A sensação dos lábios de Luna entrelaçados aos meus é única, principalmente por ser algo que definitivamente não deveria estar acontecendo. E eu, motivado pelo caos, me instigo com esse tipo de situação.

Eu gosto do proibido.

Só que dessa vez é diferente, porra. Luna é namorada do meu irmão. Os dois estão juntos há três anos. Eu não deveria estar tão excitado enquanto ela pressiona o corpo contra o meu nesta parede.

Mas isso é culpa de Enzo. Se esse filho do cão estivesse aqui, essa garota não teria me atacado tão ferozmente. Sei que está fazendo isso de vingança. E porra, que vingança adocicada.

Como meu irmão é capaz de trair uma mulher deste nível, logo no aniversário dela? Justamente com a Samantha?

Essa vadia é caso antigo e tem uma fixação doentia pelo meu irmão. Até tentar me seduzir ela já tentou.

Apenas gostaria de entender o motivo desse encontro dos dois. Enzo não especificou o que iria fazer, mas também não sou idiota. Se me pediu para distrair Luna, é porque iria demorar. E um mais um é dois, não é muito difícil de compreender as motivações que o levou até Samantha hoje.

Por mais que ache que Enzo mereça os chifres que está levando, é totalmente contra o que acredito trair meu irmão desta forma.

Diante disso, reúno toda a minha força de vontade e me afasto dessa força da natureza que está à frente do meu corpo, beijando minha boca tão deliciosamente e respiro sofrêgamente.

- Luna... - Viro o rosto para o lado e afasto delicadamente seu corpo do meu. - Isso não podia ter acontecido... Ele é meu irmão... - Sinto minha voz rouca por conta do tesão.

A garota me encara lasciva e profundamente, apesar do ódio em seu olhar. Isso é assustador. Luna sempre foi briguenta, isso é um fato. Mas o alvo nunca fui eu, então estou totalmente perdido.

- Desde quando essa porra está acontecendo? Desde quando o filho da puta do seu irmão está me traindo com aquela vadia? - Ela pergunta, já voltando a pressionar meu corpo contra a parede, fazendo questão de estufar os seios.

Sinceramente, adoraria esse tipo de ódio destinado a mim se a autora fosse outra pessoa. Mas Luna não, porra.

Essa garota sempre foi peculiar, desde o ensino médio. Foi extremamente frustrante não ter provado de seu sabor antes de receber a notícia de que ela e meu irmão estavam namorando. Tê-la me provocando desta forma e em público é basicamente um tormento.

Diferente das patricinhas sem personalidades, Luna era uma espécime rara. Com sua jaqueta de couro e coturnos pretos, sua presença era - e segue sendo - extremamente destoante. E completamente o oposto do gosto por mulheres de Enzo. Nunca entendi o que uniu esses dois.

- Eu não sei Luna, que droga! E para de agir assim comigo, não sou eu que estou possivelmente te traindo! Está destinando essa merda de ódio à pessoa errada. - No momento em que profiro essas palavras, Cora e Lina aparecem e puxam a amiga, confusas pelo contato excessivo com o gêmeo errado.

- Que porra está acontecendo aqui, gente? E o Enzo? - Cora questiona firmemente enquanto Lina nos encara boquiaberta.

Já tenho uma breve ideia do que se passa em sua cabeça. Ela sabe que, durante a adolescência, nutri uma leve queda por Luna. Por isso a repreendo com os olhos, implorando silenciosamente por silêncio.

Além disso, agradeço ao universo por estar escuro o suficiente para que ambas não notem a porra do relevo na minha calça, porque Luna conseguiu me tirar dos eixos. Juro que se não o mínimo de auto controle, teria levado essa gostosa para o meu apartamento sem pensar duas vezes. E ela, no cúmulo de sua raiva, teria ido. E o caos estaria plantado.

O diabo atenta. E atenta com vontade.

- Está com uma vadiazinha por aí. - Luna responde, dá de costas e saí empurrando o amontoado de jovens se pegando para abrir caminho.

As duas garotas me encaram e eu dou de ombros, como se não soubesse de nada.

- Tem certeza, Caio Valentine? O clima aqui estava estranho demais, parecia até que vocês dois estavam tendo uma conversa íntima, se é que me entende. - Lina me indaga e eu reviro os olhos.

- A amiga de vocês é psicótica quando quer. Enzo faz as merdas e ela acha justo atacar o gêmeo errado. - Rebato e as duas se encaram, evidentemente suspeitando de algo. Contudo, desistem de questionar, pelo menos agora.

- Essa conversa não terminou, Caio Valentine. Ainda queremos entender o contexto disso aqui! - Cora gesticula, pega na mão da amiga e segue à procura de Luna, finalmente me deixando a sós com os meus próprios pensamentos.

Impressionantemente, a única coisa que permaneceu na minha cabeça após a saída delas foi: "que porra acabou de acontecer aqui?"

- Primeiro de tudo: eu não deveria te dar tanta intimidade, sério. - Bryan menciona enquanto uma loira rebola em seu colo e beija seu pescoço.

Observo a cena sentado do outro lado da sala privativa do bar enquanto fumo um cigarro. Ele me fita seriamente e continua o sermão.

- E segundo... Porra, Caio. De todas que já aprontou, essa é a pior. Ela é a minha irmã e namorada do seu irmão! - Esbraveja e solta um gemido enquanto coloca as mãos na cintura da mulher e conduz seus movimentos.

Passaram-se dois dias do incidente no aniversário de Luna. Eu e ela estamos sem nos falar desde então.

Na verdade, não conversei com ninguém depois daquilo. Nem com as meninas, tampouco com Enzo, que age como se não tivesse transado com a vadia da Samantha e, consequentemente, provocado a terceira guerra mundial.

Eu poderia continuar fingindo que nada aconteceu, mas simplesmente não consigo. Precisava desabafar com alguém, ou surtaria. E quando surto, as coisas tendem a dar errado.

O único problema é que meu melhor amigo é a droga do irmão de Luna. Não tive escapatória.

Já tinha ideia de que ele ficaria puto, por isso o trouxe no "clube do amor", bar que o os rapazes do time costumam se reunir. Não são necessárias explicações sobre o que acontece aqui, o nome já diz tudo.

- A investida foi dela, Bryan. Sua irmã queria respostas e as arrancou esfregando os seios em mim. Ela jogou baixo e agora não consigo tirar essa merda da cabeça. - Desabafo e dou um trago no cigarro, apenas me recordando dos lábios macios de Luna. - O pior é que foi bom. Você me conhece, sabe como sou atentado. Está sendo absolutamente impossível não querer mais.

Bryan apoia a cabeça no ombro da loira, com o objetivo de fitar meus olhos. Evito encarar muito, tenho medo do que ele possa estar fazendo por baixo da mesa com aquela mulher. Ela não é nem um pouco respeitoso em relação à minha presença.

- Vamos ignorar o fato dela ser a minha irmã e o outro fato, ainda mais pertinente, de Enzo ser o seu, okay? - Pergunta e eu assinto.

A loira rebola, ele geme e eu bufo.

- Porra, Bryan, vá para a merda de um motel. Te chamei para desabafar, cara. Não para te ver fodendo. - Afirmo e dou mais um trago no cigarro.

- Já te chamei para participar da brincadeira. Não veio porque não quis. - A loira, que aparentemente se sentiu desafiada, levanta do colo do meu amigo e, com um sorriso lascivo preenchendo os lábios, senta no meu.

Ela une nossas testas e fixa nossos olhares, rebolando firmemente na minha parte sensível. Admito que fico constrangido com o ataque repentino, mas entro no jogo.

Bryan acha graça da minha reação e prossegue com o discurso enquanto observa a cena.

- Então, voltando... Você deveria conversar com a Luna. Conheço minha irmã o suficiente para saber que ela deve estar neurótica. Não no sentido de querer repetir a dose, mas sim de querer esclarecer as coisas. Durante três anos de relacionamento, ela nunca sequer cogitou trair o Enzo, quem dirá com o irmão gêmeo dele. Esse encontro com Samantha deve ter sido o ápice, sem dúvidas. - Afirma de maneira reflexiva.

Enquanto Bryan fala sobre suas teorias em relação ao relacionamento de Enzo e Luna, a loira, que usa um vestido excessivamente curto, conseguiu me excitar e conquistou muito mais da minha atenção receberia em outras circunstâncias.

Por baixo da mesa e ciente de que Bryan não enxergaria a cena, percorro a coxa macia da mulher no meu colo com a mão, e alcanço sua calcinha rendada. A carícia lhe arranca um suspiro demorado e me provoca um sorriso lascivo.

Diante disso, apressado pela sensação de seu corpo em uma de minhas mãos, toco seu ponto sensível com o dedão e, nossa, tão molhada. Tão desejosa por mim.

A loira arfa em meu ouvido e mordisca o lóbulo de minha orelha atrevidamente. Eu foderia ela aqui mesmo, mas seria hipócrita da minha parte, já que estava mandando meu amigo ir a um motel há alguns minutos.

Pressiono o dedão com um pouco mais de força e movimento lentamente, sentindo a loira cravar as unhas contra minha camisa. Ela realmente está muito excitada, pronta para me receber e acalmar a tensão que percorre meu corpo nos últimos dois dias.

Por fim, chego à conclusão de que eu mesmo deveria seguir meu conselho.

- Você tem razão, Bryan. - Concordo, apesar de não fazer ideia do que ele está falando neste momento. - Vou conversar com Luna. Mas amanhã. Porque hoje meu encontro é com essa loira gostosa, entre quatro paredes.

Ela sorri em resposta, se aproxima de Bryan e dá um selinho em seus lábios.

- Se quiser, está convidado. Gostei de vocês assim que entraram no bar. - Se pronuncia pela primeira vez e, porra. Que voz gostosa.

Eu e Bryan saímos daquela sala abraçados à loira que conhecemos mais cedo no bar. Sorte a nossa.

Pagamos o que consumimos e partimos para o motel em meu carro.

Foi literalmente a primeira vez em dois dias que consegui distrair a minha mente do fato de ter sido um grandíssimo filho da puta com o meu irmão.


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