Residência de Lilith e Lúcifer...

Lilith

Após meu marido ser levado para a delegacia, eu me desabei em lágrimas doída, e sentia também muita dor pelo corpo, devido ao fato dele ter me arrastado pelo chão, me segurando pelos cabelos.

Eu não estava conseguindo acreditar em tudo em que ele fez, muito menos conseguia odiá-lo. No fundo, ele estava doente, porém, eu sentia medo dele. Afinal, se ele não ficar preso e voltar para casa, ele poderá muito bem tentar me matar, e eu não posso permanecer mais nessa casa que é dele.

— Mas para aonde eu irei? — me perguntei em pensamentos. De repente, meu celular começou a tocar. E, ao atender, vi que era Sara, a minha amiga e colega de trabalho. A mesma, ao ouvir minha voz embargada, desejava saber o que havia acontecido, e eu lhe contei tudo.

Ela disse que viria me buscar para ficar na sua casa, pois eu não devia e nem podia permanecer nessa casa, já que eu estava correndo risco de vida. Ao encerrarmos a ligação, eu comecei a arrumar minhas roupas e pertences, e uma hora depois ela chegou para me buscar. Ela me ajudou a colocar as minhas malas no porta-malas de seu carro, e depois seguimos para a sua casa.

Centro de Atenas, bairro de Kolanaki, edifício Tebas, apartamento 54, no 4º...

Shion

Eu estava em meu apartamento, após um cansativo dia de trabalho árduo. Meu neto Kiki estava comigo, pois ele irá dormir comigo hoje. Meu filho Mu e minha querida nora Ariana foram comemorar o aniversário de casamento deles na ilha de Satorini e deixaram Kiki comigo. Ainda bem que já é sexta-feira, e amanhã e depois eu não precisarei trabalhar e poderei descansar.

Dokho, o meu velho e bom amigo, havia me convidado para sair hoje, porém, eu tive que recusar seu convite, pois não podia deixar meu neto sozinho. Mesmo que ele já esteja com 12 anos, para mim ele ainda é só uma criança, que por sinal é muito danado.

Nós dois resolvemos jogar xadrez e comer pizza. Depois de jogarmos algumas partidas de xadrez, resolvemos assistir um pouco de TV. Ao olhar no imenso relógio de parede, vi que ele marcava 23:30, e meu neto já havia pegado no sono. Então, eu parei o filme e peguei o Kiki no colo para levá-lo até o seu quarto que ele tem aqui no meu apartamento.

Entrei no quarto todo branquinho, com a mobília nas cores em mogno, e o coloquei na sua cama, que tem o formato de carro de corrida, e o cobri com a colcha azul marinho. Depois, deixe o abajur aceso, pois Kiki tem medo de escuro. Em seguida, lhe dei um beijo de boa noite, e ao sair do seu quarto, encostei a porta de madeira pintada de branco e segui até a sala para continuar a ver o filme. Mas acabei perdendo o interesse no mesmo e desliguei a TV, seguindo até a cozinha para beber um copo de leite. Após isso, segui para o meu quarto, indo até meu banheiro que é acoplado no meu quarto, para lavar o meu rosto e escovar os dentes, para assim poder dormir.

Depois da minha higiene noturna, tirei as roupas que eu estava e coloquei o meu pijama para dormir. Me deitei na cama, e após ficar pensando na loira que eu amo, adormeci.

Delegacia de Atenas, sala do delegado...

Lúcifer

— Que droga! Era só o que me faltava! Será que eu terei que passar a noite aqui? — eu perguntei em pensamentos, enquanto o delegado me interrogava. Eu lhe relatava o quão eu estava arrependido e lhe dizia também que eu havia agido sem pensar. Porém, o mesmo me falava que eu passaria a noite numa cela, e ele estipulou também o valor de minha fiança.

Devido ninguém pagar para eu sair, eu passei o final de semana preso. Mas na segunda-feira, obtive a liberdade graças ao meu advogado Ashitarote. Ao chegar em casa, minha esposa não se encontrava mais em nosso lar. Eu não fazia sequer ideia de onde ela estava. O pior, é que eu fui proibido de chegar perto da mesma, devido à medida protetiva.

Eu achei melhor deixar a poeira dar uma abaixada, mas eu vivia ligando para ela e lhe implorava para voltar comigo e para ela voltar para a nossa casa. Mas ela se mostrava irredutível e ainda guardava magoas de mim.

Eu não conseguia nem me alimentar. Eu só sabia encher a cara, devido ao meu desgosto que eu sentia. Parei até de dar aulas e o reitor me mandou embora por abandono de emprego. Eu só sabia beber e chorar, e eu estava ficando um tanto desleixado — eu já não tinha vontade de mais nada e eu só deseja morrer.

Devido a minha insistência em ficar ligando para minha loira, ela mudou seu número e me bloqueou de todas suas mídias sociais, fato que me faz entrar em completo desespero, pois eu a amo e só de pensar que ela esteja junto com o desgraçado água de chuchu, me sinto mal. Eu preciso descobrir aonde minha loira está vivendo para poder lhe pedir perdão e lhe dizer o quanto eu estou arrependido de ter feito o que eu fiz.

Empresa Kido, fim de expidiente...

Shion

Após o expediente ter chegado ao fim, eu, como de costume, resolvi oferecer uma carona para Lilith. E pelo fato de Sara já ter ido embora, a bela loira acabou aceitando a minha carona. Estávamos seguindo o nosso trajeto, em direção a sua casa, porém...

— Por favor, senhor Shion, não me leve para a casa daquele monstro! — ela pediu, contendo lágrimas nos olhos e bastante atordoada. Resolvi frear o carro e dar meia volta. Em seguida, por não estar entendendo nada, eu resolvi saber o que estava acontecendo.

— Lilith, o que houve? Por que você está chorando? O que aquele maldito te fez? — eu lançava as minhas inquietantes perguntas, bastante intrigado.

A bela loira me contou todo o terrível e lamentável fato ocorrido, entre ela e o troglodita desgraçado, fato que fez meu sangue ferver. E, de fato, eu estava desejando acabar com a raça dele. Mas Lilith me pediu implorando, para não fazer nada contra ele, pois o filha da puta estava doente.

Ela me contou também que ela teve que mudar de número e bloqueá-lo de suas mídias sociais. Ela está morando com Sara. E, devido ao ver a frágil loira chorando de forma copiosa, eu resolvi convidá-la para irmos ao Shopping, para tomarmos sorvete, e ela aceitou.

Ao chegarmos ao Shopping, e após passar pela guarita dos guardas, entramos no mesmo. Em seguida, estacionei meu carro, e depois desci do mesmo e fui até o lado do passageiro para abrir a porta, para a minha bela amada loira descer.

Seguimos juntos até a sorveteria do lugar. Nós nos sentamos numa mesa e pegamos o cardápio para escolhermos nossos sorvetes.

Ela optou por uma vaca preta e eu escolhi um sorvete de chocolate com granulado e confetes. Enquanto ficamos tomando os deliciosos sorvetes, conversávamos assuntos um tanto agradáveis.

Moa

Eu estava no Shopping, na mesma sorveteria que Lilith, a esposa do Lúcifer. Os dois estavam dando a entender que eles eram bem mais que chefe e secretária, e até mesmo amigos. Para mim, eles estavam juntos e fazia tempo. De fato, na minha concepção, o meu amigo Lúcifer realmente estava sendo traído pela vadia loira. Eu tirei muitas fotos, sem eles perceberem, e as enviei por via What’sApp para o meu amigo chifrudo.

Lúcifer

Ao ouvir o toque de mensagens do What’sApp, eu resolvi pegar meu celular que estava do meu lado sobre o sofá preto. E ao olhar no aparelho, no mesmo apareciam notificações, então resolvi entrar no aplicativo, vendo assim várias mensagens de Moa.

Eu fiquei tão furioso que eu arremessei o aparelho contra a parede com o mesmo se desmontando.

Essa vadia, realmente, já estava me traindo e faz tempo. Mas isso não vai ficar assim! Eu vou matá-los, e será amanhã mesmo!

No dia seguinte, empresa Kido, recepção...

Lilith

Eu estava na minha mesa e fazia uso do meu notebook, enquanto conversava com minha amiga Sara, lhe contando sobre a noite agradável que eu tive na companhia do senhor Shion. E ela me dizia que eu e ele iríamos formar um belo casal.

Lúcifer

Eu adentrei a maldita empresa, passando pelos seguranças, após ter lhes enganado. Assim que cheguei à área onde ela fica, escutei a conversa da vadia com a Sara. Devido a tudo o que eu ouvi, fiquei cego de raiva e grudei na mesma, pelos seus longos cabelos dourados, e sem pensar duas vezes bati nela. Bati até na Sara que tentava ajudá-la.

Ambas gritavam e choravam enquanto eu quebrava tudo a minha volta, até que, de repente, o maldito Shion surgiu diante de nós. Eu acabei pegando Lilith e a segurava, enquanto colocava uma faca em seu pescoço.

Já o filha da puta, me pedia para me acalmar.

Shion

Ao ver tal cena de Lúcifer segurando à loira que eu amo, e que o mesmo segurava uma faca na direção de sua jugular, eu me sentia desesperado, pois de fato a praga do Lúcifer estava fora de si. Enquanto Sara e eu, tentávamos convencê-lo de se acalmar e não fazer a nenhuma besteira, Aiolos me deu um sinal que tinha avisado os seguranças e a polícia, que já estavam preparando para entrar.

Numa distração dele, eu consegui desarmá-lo e consegui pegar Lilith para protegê-la do maluco. O mesmo veio para cima de nós dois e eu envolvi a loira para lhe proteger.

Em seguida, eu a deixei aos cuidados de Aiolos e saí em luta corporal contra o lunático que estava armado com uma faca. O mesmo conseguiu me ferir e levava vantagem sobre mim — de fato, ele estava disposto a me matar. Por sorte, os policiais e os seguranças entraram bem na hora e conseguiram deter o louco.

Os policias o algemaram e o levaram para a delegacia.

A bela loira veio até mim, chorando, desesperada. A mesma desejava saber como eu estava.

Pov autora

Um mês após o fato lamentável ocorrido na empresa Kido, Lúcifer foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima.

Shion criou coragem e se declarou para Lilith, que ainda sofria por todos os momentos de horror que ela viveu. E a mesma, que também estava nutrindo sentimentos pelo seu chefe, enfim resolveu se dar uma chance de viver uma linda história de amor com o belo e bondoso homem de cabelos verdes-claros que é totalmente diferente de seu ex-marido. Ela já havia dado até entrada na papelada do divórcio, e agora a mesma se sentia livre para viver esse amor puro e verdadeiro que não se baseia em um relacionamento possessivo como seu antigo...