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Capítulo 1




Ninguém esperaria que em um vilarejo como a Vila Divina fosse acontecer um festival. Nunca acontecia nada nesta vila. Era tudo muito monótono, apesar do único bar e discoteca tentar alegrar a cidade durante a noite. Discoteca esta que somente foi inaugurada neste ano em comemoração ao campeonato da Copa do Mundo de Futebol, na qual Brasil foi tricampeão. Havia um shopping também, ou posso dizer, uma galeria, mas para os moradores da cidade era o suficiente para fazer as compras. Júlia, por sua vez, encontrava-se entediada. Queria viajar, conhecer o mundo... Sua única esperança era a faculdade de medicina que seu pai queria que ela fizesse, mesmo contra a sua vontade. Mas ao menos, ela poderia sair daquela cidade, e quem sabe, convencer o pai a cursar a faculdade de Artes que ela tanto almejava. Quem sabe...

O pai, Sérgio, era um homem muito rígido, o contrário de sua mãe Marina, sua aliada e conselheira. Para Sérgio, as crianças devem ser educadas e obedientes e ainda, opinar era uma palavra que não existia em seu vocabulário. Crianças não devem ser ouvidas, pois elas estão sempre cheias de ideias e loucuras, e isso incluía Júlia, que apesar de ter completado dezessete anos, ainda era considerada uma criança pelo pai.

Em uma cidade como aquela, com poucas coisas a se fazer, era muito estranho pensar que um festival estaria ocorrendo. No entanto, o circo tinha chegado e Júlia percebeu a aglomeração de pessoas na praça e também ouviu o barulho da música de sua sacada.

— Mãe, pai! Está havendo uma apresentação na praça! Vamos!! — disse animada.

Sérgio não queria participar. Um homem como ele não se importava com os que não eram de sua classe social, porém, vendo esposa e filha animadas, achou melhor ir com elas. Não queria que elas se envolvessem em demasia com a plebe. Entretanto, algo além o preocupava. Um certo medo lhe afligia, e isto, era mais que suficiente para fazer questão de acompanhar sua filha e esposa.

Ao chegarem à praça, um grande evento havia se formado. Um palco com palhaços fazendo brincadeiras, um mágico apresentando alguns truques, dançarinos encantando a plateia e, por último, trapezistas. Trapezistas fazendo inúmeras piruetas, estrelinhas, e se lançando ao ar para alcançar a outra barra do trapézio. Ninguém sabia quando eles armaram a apresentação, o que supunham, era de ter sido na noite anterior. Entretanto, ali estavam todos os artistas encantando o público com suas pequenas apresentações simples.

Júlia se deixava cativar pelas apresentações, inúmeras ideias passavam por sua cabeça e o meio de expressá-las viria mais tarde, em suas telas e tintas. Porém, um trapezista em especial lhe chamou atenção. Ele era alto, tinha o corpo definido e seus olhos eram intensos e azuis, em contraste com seus cabelos negros, fazendo qualquer mulher suspirar de desejo.

Uns minutos se passaram quando o mesmo trapezista o qual Júlia admirou, pegou o microfone e disse:

— Bom dia, povo da Vila Divina! Essa foi apenas uma degustação do que vai acontecer hoje às dezenove horas no Circo Alegria. Não percam nossa estreia, muitas surpresas os espera!

Pode ter sido impressão de Júlia, mas ela sentiu o olhar do trapezista sobre o seu. Encabulada, pediu ao pai:

— Posso ir, meu pai?

— Conversamos em casa — respondeu sério. — Agora vamos!

Apesar de Júlia estar acostumada com as reações severas do pai, algo no seu olhar demonstrava medo e insegurança. Mal sabia ela que Sérgio e Marina ficaram aflitos ao ouvir o nome do circo que durante anos, tanto os atormentara. Então, ele puxou a filha pelo braço e a multidão foi se dispersando. Júlia olhou para trás e observou o trapezista lhe olhando. Não foi impressão. Ele realmente a encarava e isso despertava ainda mais seu interesse.

Em casa, Júlia não saía do seu ateliê. Apesar de seu pai obrigá-la a cursar medicina quando terminasse o verão, ele permitia que ela continuasse a pintar, no entanto, como um hobby.

As pinturas de Júlia refletiam seu estado de espírito. E nas quatro horas seguintes que passou trancada em seu ateliê, era possível perceber as mais diversas atrações de circo. Ela englobou tudo o que viu na manhã para os seus quadros. Cores quentes, cores frias, silhuetas de trapezistas, dançarinos, tudo isso era possível identificar em suas obras.

À tarde, Júlia, entrou na sala de jantar com seu jaleco todo sujo de tintas, cabelos presos com lápis e um sorriso igual ao do Gato Cheshire, da Alice no país das Maravilhas.

— Você não irá sentar à mesa nesses trajes! Trate logo de se vestir como a perfeita dama que é! — disse Sérgio com rispidez.

— Calma, pai! — tranquilizou Júlia. — Eu só vim lhe pedir para me deixar ir ao circo esta noite.

— Nunca! Você não vai se misturar com essa gente! — disse ele com uma expressão a qual Júlia nunca havia visto antes.

— Amor, tenha paciência. — Tentou acalmar Marina, apesar de sentir o mesmo receio do marido. — Júlia é uma menina jovem, nunca houve nada diferente aqui. Ela só quer se divertir.

Antes de Sérgio responder, a campainha soou. Era Gabriel, um jovem muito rico e filho do melhor amigo de Sérgio, já falecido. Sérgio sempre admirou a família Silva, e quando o amigo morreu, Gabriel foi escalado para sua empresa com um cargo deveras importante, apesar de ter somente dezoito anos na época. Gabriel se formou em contabilidade com auxilio de Sérgio, e atualmente, trabalhava como contador na Fábrica Bom Sonho.

Gabriel entrou, Sérgio na mesma hora levantou-se, o cumprimentou e por um momento esquecera o pedido da filha, até ela lembrar-lhe:

— Pai... Por favor, me deixa ir. Não irei sozinha... Posso pedir para a minha babá para ir comigo.

Apesar de Júlia ser quase maior de idade , seu pai contratou uma babá quando ela tinha cinco anos de idade, e desde então, Ana, agora com trinta e três anos, acompanhou o crescimento de Júlia e ainda permanecia na casa da família Monteiro, atualmente, ajudando Júlia e os demais empregados em pequenas tarefas da casa.

— E a sua amiga Raquel, Júlia? — perguntou a mãe.

— Ela está viajando com a família. Nenhuma amiga minha se encontra na cidade. Todas aproveitaram as férias para viajar — disse tristemente.

Júlia tinha poucos amigos: Raquel, Larissa e Jaqueline eram as suas únicas amigas. Ninguém da sua escola queria se envolver com Júlia, não por ela em si, mas pelo pai dela. Todos tinham muito medo dele. Larissa e Jaqueline eram as amigas as quais seu pai aprovava, por conta da condição financeira das meninas. Já Raquel, foi o tipo de amizade que mais custou ao pai aceitar. Ela era bolsista e sua família não tinha dinheiro suficiente para serem considerados ricos, inclusive, o pai de Raquel trabalhava na fábrica de Sérgio. Para Raquel conquistar a confiança de Sérgio, ela precisou mostrar a sua lealdade à família Monteiro e aos poucos foi conquistando a confiança. No entanto, isso levou uns dois anos e somente quando Júlia ficou doente e a amiga foi a única que a visitou. Júlia teve catapora.

O rosto de Gabriel se iluminou com a ideia de levar Júlia para passear sob os seus cuidados e propôs a Sérgio:

— Senhor Monteiro, permita-me levar sua filha ao circo. A trago em segurança às dez.

Como Sérgio adorava a ideia de ver a filha se envolver com Gabriel, mesmo sendo este 10 anos mais velho que ela, ele sorriu e respondeu:

— Excelente ideia. Júlia só irá ao circo se for à sua companhia.

Júlia tinha repugnância de Gabriel. Achava ele falso, mesquinho e machista. Não queria a companhia dele, no entanto era a única saída para ir ao circo. Ou iria com ele, ou não poderia ir. Júlia só pensava em rever aquele misterioso trapezista.

— Tudo bem — respondeu com uma careta. — Estarei pronta às seis e meia.

Gabriel sorriu e fez um aceno com a cabeça:

— Até mais tarde, minha doce menina.

Júlia, mantendo a falsidade, respondeu:

— Até.

Obra Revisada e Registrada na Biblioteca Nacional!

Esta é a versão nova, espero que gostem!

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