Capítulo 25: Rebeldia
_ Por quê tu tá falando com esse cara?_ Rick a puxou pelo braço em sua direção deixando o homem sem graça. Por mínimos segundos seu lado revoltado cedeu aos olhares disfarçados para o peitoral malhado e os músculos que não sabiam como esconder-se dentro da camiseta de Rubens que ali parado em frente a mesa feito um cão sem dono.
_ CHEGA!_ Clamou Rita se soltando dos braços secos como galhos do filho._ Eu já te disse que ele veio para conversar, por isso fale o que quiser. Rubens é bem vindo nessa casa.
O Garoto mordeu os lábios e encarou o pai de perto como um cão farejador.
Sua mente barulhenta gritava escandalosa, Rubens assentiu a aflição daquele silêncio insuportável de alguns segundos.
_ Só não chame quando ele te encher de porrada!_ Hesitou em ir para o seu quarto apanhar uma muda de roupa. Mas o ódio sucumbia em seu corpo e o deixou desatinado. Quando deu conta já estava deixando a casa.
_ Eu vou falar com ele._ O ex detento saiu deixando Rita sem tempo para que o impedisse. Isso só o deixará mais nervoso ainda.
_ Inferno!_ Murmurou sozinha com a voz arranhada._ Só enchendo a cara para aguentar esse garoto!_ Ascendeu o último cigarro cujo escondido em cima da geladeira.
Na calada da noite, precisamente na entrada da casa, o pai desnaturado não desistiria de tentar reconciliar-se com o filho que com a bicicleta queria a todo custo sair sem rumo no meio na noite.
_ Rick, deixa eu falar contigo._ Conservou seus um metro e noventa em frente à bike.
_ Sai da minha frente!_ Exerceu força em um dos pés contra o pedal e empurrava o corpo para frente com as mãos no guidom.
_ Eu vou entender se tiver raiva de mim só quero que você respeite sua mãe. Ela apenas sente vontade de consertar as coisas._ Vendo uma certa calma dando cor no rosto do garoto, Rubens distanciou um pouco.
_ Se ela quisesse consertar as coisas, não ia te trazer aqui e muito menos beberia todos os dias._ O som da sua voz que fina explicava uma angústia da qual o ex detento podia perceber de longe. Rubens baixou a cabeça e desviou a atenção na enferrujada bicicleta, e os vários adesivos colados para cobrir as áreas com presença de ferrugem.
_ Lembro de como você adorava essa bike._ Analisou as rodas e viu que o pneu traseiro estava quase vazio._ Era tão legal vê-lo brincando com ela, fingindo ser uma moto._ O valentão Suspira impaciênte.
_ Sem lembranças do passado._ Apoiou um dos pés sob o gramado grosso.
_ Eu sei que tu não gosta de falar só passado_ Disse com a voz grossa de sargento, porém educado.
_ Será eu eu posso ir agora?_ Perguntou desviando os olhos do pai que o encarava.
_Aonde você vai a essa hora?_ Puxou assunto.
_ Não te interessa!.. Quem sabe sumir daqui._ Rebateu mordendo os lábios e virou sem sair da sua " moto"equipada com colagens de caveiras.
_ Eu sei que não fui um bom pai Rick_ Gritou enquanto ele se distanciava e cruzava a rua._ Saiba que eu te amo meu filho!
O jovem trancou a respiração no momento em que ouviu nitidamente as palavras" eu te amo meu filho"freou tornando o zumbido dos pneus chiando á areia da estrada de chão. Seu peito instigou uma respiração ruidosa, suas mãos suavam frias. Uma lágrima lenta invadiu o olho esquerdo.
Não tinha palavras, muito menos gestos para revelar o que houve com seu estado mental na hora em que absorveu as palavras emitidas com clareza da boca enchuta de Rubens que rareou como fumaça entrando como ecos em seus ouvidos.
Jamais esperava isso dele. Uma força de reflexões intuitivas o fez crer que realmente o sujeito pôde ter mudado. Por outro lado queria pensar que tudo não passaria de uma farsa somente para ceder a esperada confiança que ele sonhava ter do filho.
As palavras pesadas adentraram seus ouvidos como baladas de sinos de igreja e repetiam o toque que ecoava no interior da sua alma.
A raiva escureceu seu cenho e rapidamente deslembrou os pensamentos bons e positivos a respeito do homem que o observava aflito na porta de casa escondido no escuro de uma noite fria e sombria.
Mesmo no escuro dava para ver com exatidão o poder que suas palavras proporcionaram um estado eufórico que por dentro agitaram a mente de Rick que cheirava a rebeldia.
Mas o efeito logo evadiu-se obrigando o rapaz iniciar o trajeto de pedaladas aceleradas sem dizer uma palavra.
A vontade de fugir a toda aquela bagunça que sujava sua cabeça e o atormentava.
A rajada de vento quase derrubava seu corpo.
Se deslocou por todos os cantos da cidade, com uma bicicleta modesta da marca Volare aro 26 e ainda com o pneu traseiro quase que vazio disputava velocidade com os carros rumo as estradas em destino ao centro da cidade.
O trajeto seria o Skurras bar, uma conversa com seu amigo Maicon o ajudaria a localizar-se e em relação a tudo que se passava.
Chegou muito rápido e bastava atravessar a rua já que os bares iluminados situavam do outro lado do bairro agitado.
O sinal vermelho do semáforo anunciou uma enxurrada de carros, motos e caminhões de carga dando partida. Rick distraído não ousou prestar atenção e seguiu calculando de que haveria tempo.
Uma luz intensa de um caminhão contornou seu rosto pálido e contraído, uma surdina abafada de uma buzina o assustou. O garoto cruzaria a rua se não fosse atropelado pelo motorista encolhido que brecou sem sucesso.
Rick foi arremessado para longe.
O impacto ocasionado pela colisão o desmembrou da bicicleta enferrujada e agora espatifada em pedaços de sucata.
_ Meu Deus!_ Gritou uma senhora esbaforida vestida com um sobretudo cor creme de lã batida.
Era sangue para todos os lados, multidões de curiosos se formava como um espetáculo ao ar livre batendo foto e filmando o corpo estirado e ensanguentado de Rick jogado no meio da estrada interligada à avenida principal da rua.
_ alguém chama uma ambulância!_ Alertou o homem saindo as pressas do caminhão com um dos faróis arruinado pela forte batida do corpo do jovem.
_ Ele atravessou o sinal vermelho!_ Explicou apalpando enlouquecidamente a artéria carótida do rapaz.
Uma de suas pernas sangrava, porém a cabeça escorria muito sangue e um dos olhos estavam horrivelmente inchado.
Todos ali espantavam. Gente chorando sem nem conhecer o garoto cuja imprudência lhe reservaram uma fatalidade o pondo em uma situação de risco de vida.
_ Será que está morto!_ Perguntou um rapaz com as mãos sob a cabeça.
Continua. Votem e comentem..
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