Capítulo 14: Dilema familiar
A luz incandescente do sol refletia em seu claro rosto um sorriso sincero e feliz, o olhar sorria liberdade_ exigente de esperança, de dias melhores talvez.
Com o brilho inconfundível do sol, deu existência a uma linda tarde de veraneio de forma a tornar tudo bonito sob aquele extenso quintal da casa de Rick.
As flores do jardim eram belas exalavam um perfume suave, doce, as folhas se libertaram com tenra suavidade e leveza da robusta árvore encontrada ao centro daquele jardim maravilhoso pintado a cores naturais.
Atirou com toda força o corpo magro e pequeno ao tapete verde do gramado, por alguns instantes se conteve em concentrar a escutar o leve sopro do ventos ecoando seus cabelos ondulados, derramados ao rosto.
_ Sorriu_ A sensação de estar conectado à natureza lhe dava perspectivas felizes da vida_Com os braços apoiados sob a cabeça, e com os olhos fechados movia o rosto a cima de sua silhueta._ Queria aspirar o ar puro.
Todos os acontecimentos soavam de uma extrema proporção e delicadeza._ Uma chuva de pedaços de girassóis sobrevoam, por volta pousavam próximo ao jovem.
Rick só não deixava de chacoalhar os leves pés sob a maciez do gramado fofo e limpo._ Era como se, o tapete em forma de folhas atiçava seus pés a tocarem cada canto de folhas frescas de outono.
Se sentiu o garoto mais feliz do mundo_ vestia uma roupa considerada, preferida do seu guarda-roupa.
A blusa regata cor azul, desenhando um rosto de um panda ao centro, a calça moletom preta, curta que não chegava nem às canelas davam contorno ao menino esquelético.
Despiu seus olhos revelando a pureza, o bem estar da leveza de ser criança._ Explorou cada canto até que avistou uma flor encontrada ao canto de uma roseira._ Apanhou-a entre os dedos.
_ Ricardo!_ Uma voz feminina gritou seu nome._ A voz delicada como aquela rosa, pertencia a uma mulher loira alta, cabelos compridos largados na cintura, acompanhandos ao final do vestido branco de renda delineado ao corpo escultural da mulher.
Carregava em seus braços uma bandeja metálica, limpa contendo frutas, que o rapaz mais gostava_ Três pares de maçãs, uma laranja, abacaxi cortado em fileiras.
Ao notar sua mãe se aproximar o rapaz, gesticula com as mãos um asceno.
Em partida correu sem pressa em direção a ela que ao desprender a bandeja de seus braços e deixar ao gramado, recompensa o rapaz ofegante com um abraço acolhedor, forte._ Tomou o menino magricela em seus braços, girava seu corpo com o dele._ O garoto expandiu seu sorriso, ainda mais feliz depois de ser afagado pela bela moça que o segurava._ Para ele era como se um escudo contornasse seu corpo, a medida em que qualquer objeto sólido pudesse sem sucesso tentar lhe atingir, contudo nada o destruiria diante daquele forte e cálido abraço, cada minuto que seu corpo se mantivera enlaçada ao corpo dela estaria protegido de mundo cruel, ferido, e magoado com todas as divergências.
Afastou seu pequeno rosto rosado, e com toda presteza capturava cada movimento dos lábios vermelhos, pintados por um batom vermelho morango em contraste à sua boca.
Envolveu mais ainda seu corpo ao de Rita, queria aproveitar o máximo aquele gesto único, simples cujo somente as mães obtiam conhecimento de fazer com tanto amor e acolhimento.
_ Olha o que eu trouxe!_ Solta o garoto ao chão e novamente toma a bandeja em suas finas e delicadas mãos._ O menino com os dentes arreganhados, alcançou seu braço sem timidez uma maçã que estava escondida na bandeja.
Abocanhou a fruta com a ajuda de suas mãos._.Rita sorriu, toda manhã, quando montava a bandeja colocava mais maçãs, do que as outras frutas._ Conhecia o gosto do filho por maçãs.
Rick podia as vezes deixar de fazer o dever de casa, porém nunca deixou sequer de comer uma fruta._ Não era o garoto típico de ter que puxar a orelha para impor a obrigação de ter que se alimentar.
_ Eu não podia esquecer da sua frita predileta!_Sua afirmação foi reforçada por uma vasto sorriso escorrido ao rosto.
A mulher jovem de olhos claros garantia toda a extrema dedicação de cuidar da casa, porém mesmo passando horas ocupando-se com as tarefas domésticas nunca se abdicara de dar atenção ao filho. Todo o começo de tarde era de praxe finalizar os afazeres domésticos, montar a bandeja de frutas e conquistar um sorriso daquele garotinho, até então com seus oito e genuínos anos de idade.
_ Mãe, hoje poderíamos brincar de pique esconde._ Sugeriu ao lamber seus finos dedos. Ela sorriu com força, ergue-se daquele canteiro próximo ao rodapé que separava o chão de lajotas da porta de madeira da casa.
_ Você vai ter que me encontrar!_ Saiu em disparada contornado sua silhueta a uns galhos secos situados à enorme arvore do quintal.
O garoto não se conteve ao examinar as lindas e frutas que ainda o esperavam, ao passo que o silêncio da mãe o esperando encontrar o pressionou._ Já estou indo te achar!_ Gritou dando passos leves com cautela adentrou seu corpo aos inúmeros galhos que davam volume ao incansável quintal._ Procurava com toda cautela. Odiaria ter que estragar o clima da brincadeira, Rick era muito competitivo.
Por vezes quando algum desafio surgia, iria até o final para descobrir e desvendar qualquer mistério desafiador.
Marcha lentamente até o canto das roseiras que ficava ao final do quintal, mesmo brincando quase todos os dias com sua mãe, sempre notou falta de opção da mãe por nunca sentir o ímpeto de explorar aquele enorme pátio, parecido com o país das maravilhas. Escondia no lugar de sempre nas roseiras._ Por que será?_ Algumas vezes se perguntou.
Pecorreu sorrateiramente até que instantes depois ele anuncia sua busca._ Te achei!_
Você sempre me acha, assim não é justo!_ Desvanece o corpo alto e estonteante da roseira.
_ Claro, eu já sei que você sempre se esconde aqui._ Argumenta instigando, Rita não se conteve com tanta fofura em uma criança só.
_ Venha cá seu espertinho!_ Tomou novamente aquele garoto carregado de sonhos aos seus braços.
Não havia maior felicidade, do que observar o sorriso de Rick, o único motivo da jovem acordar todos os dias, a única razão para estar disposta a sempre dar o seu melhor.
_ Rita!_ Uma voz grave, grossa de alguém que estivera furiosa se aproxima.
_ Eu já não disse que quando eu chegar em casa, quero meu almoço na minha mesa!_ Um homem de grande estatura,olhos esverdeados, cabelos acastanhados curtos, invadiu a roseira com seu corpo robusto, ao notar a mãe desenlaçando seu filho de seus braços range seus dentes.
_ Cadê o meu almoço sua vadia?_ Xingou ao alcançar seus enorme braço pressionando o pulso esquerdo da jovem que sem reação ficou.
_ Calma Rubens!_ Exclamou de dor._ Ele já está pronto, eu só esqueci de esquentar porque senti vontade de vir aqui no pátio, brincar com Ricardo.
O garoto encarava aquele homem desprezível, odiava ver seu pai torturando sua mãe com xingamentos e não poder nada._ Por vezes absteve em agir, mas a imagem de seu pai o batendo incansavelmente invadia sua memória.
_Agora você vai ver o que é brincar!_ Puxou a jovem pelos cabelos que clamava dor.
_ Vai ficar tudo bem querido!_ Não saia daí_ Pediu ao garoto antes do homem a arrastar pelas longas madeixas loiras até sua casa.
Rick obediente como sempre permaneceu encolhido, o olhar se apagou com a tristeza de ter que ouvir gritos de dor, sem aos menos fazer nada. Cada esmurro soava tão alto, cada grito soava tão doloroso que o jovem rapaz podia sentir a mesma dor que a mãe agora estaria sentindo.
Fechou seus olhos, não se conteve em lágrimas, toda doce manhã e calorosa manhã, acabaria por uma fria, nada amorosa tarde...
_Desgraçado!_ Gritou Rick ao dar um salto de sua cama._ Se encontrou livre da cama, olhou trêmulo em direção das mãos, analisou que já eram quase seis horas da manhã, ouviu o som calmo das gotas de chuva estilhaçar a janela do seu quarto. Voltou à cama, respirou fundo revirou seu rosto para o canto da parede._ Estava tão cansado, na noite anterior não conseguiu sequer pregar seus olhos.
Antes de adormecer tomou um retrato da sua escrivaninha cor bege, acariciou aquela criança da foto sorrindo rodeado por flores em um lindo jardim, a criança usava uma regata verde, contendo no centro um desenho de um urso panda, a calça folgada nas pernas finas._ Uma lágrima caiu ao retrato._ Rick sentiu vontade de penetrar seu corpo, talvez sua alma perante a foto, queria proteger aquela criança até então provida de uma tamanha inocência.
Encarou a foto mais uma vez.
_ Por que você teve que passar por tudo isso? Por quê?_ Perguntou exigindo algum tipo de resposta.
Cansado de saber que só o silêncio e a sinfonia da chuva o acompanhava fechou seus olhos, abraçou o retrato e adormeceu.
Continua votem e comentem pessoal.
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