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Perigo 💣🔥
Eu não tava nem sabendo o que sentir, papo reto! Era uma sensação estranha pra caralho, não tinha nem como explicar. Eu tava fodido irmão, tava na merda. Eu nem contava com ninguém não, o Thiago foi o único a bater no peito por mim, como sempre e somente ele. Tava sem saída, sem saber o que fazer, tava procurando uma opção porque caralho, tava no fundo do poço.
Júlia: Licença...- Sussurou batendo na porta e entrando, olhei pra cara dela e caralho irmão, pior que o dragão!
Encarei ela dos pés a cabeça, a roupa suja de sangue, a cara de quem tava dormindo, o cabelo todo pro alto e também tinha uma cara de quem não tava raciocinando nada direito.
Perigo: Saí Júlia, não adianta tu falar nada pra mim! Eu vou ficar boladão com a tua cara, mete o pé.- Apontei sem muito caô, não era mentira.
Tava querendo matar, descontar a raiva em qualquer um, comecei tentando pelo Th, mas com ele era inválido porque ele já era acostumado, mas eu tinha certeza que a Júlia ia sair magoada, porque eu não ia para o bico!
E eu já tinha tudo em mente, consegui e nem sei como uma cartela de remédios que na certa, tomando tudo eu ia morrer sem precisar de muito esforço.
Júlia: Me deixa falar, não precisa ficar na defensiva não! Eu tô aqui, te ajudando.- Olhei pro teto, buscando paciência e tentando ficar calado.- Tá tudo bem, Perigo.
Perigo: Porra garota, vai tomar no meio do teu cu! Vai se foder caralho, não abre o bico, já mandei tu meter o pé daqui.- Falei na pura ignorância mesmo.
Ela parou de andar, de falar e ficou me encarando, parou no meio do quarto e ficou me encarando como se eu fosse o cara mais filho da puta do mundo, encarei ela na cara do ódio e ele abriu a boca, apontando pra mim.
Júlia: Escuta caralho, eu não passei a porra da madrugada toda, dormindo no caralho de uma cadeira de hospital, suja de sangue, pra escutar merda não, porra! Eu não fiquei desesperada tentando te ajudar no meio da rua, sendo obrigada a ver quem eu mais temia, pra tentar te salvar e tu me receber assim! - Falou com puro ódio na voz e eu virei o rosto.
Perigo: Já te falei Júlia, não tô com cabeça caralho! O que custa me deixar aqui sozinho cara? Vai tomar no cu.- Apertei a mão e ela olhou.
Júlia: Aonde tu arrumou essa cartela? - Falou se aproximando e puxando da minha mão.- Tá maluco, Perigo? Tu ia se matar? - Falou sem acreditar.- Vai tomar no cu, egoísta!
Perigo: Saí daqui, Júlia.- Repeti balançando a cabeça e olhando pra ela.
Júlia: Você tem uma filha, a Sofia, você lembra!? Todo esforço que tu fez, caralho Perigo...- Falou decepcionada comigo.- Não é o fim do mundo, eu te entendendo, entendo que a sua dor é grande ao ponto de você achar que eu não sei o que cê tá sentindo, mas eu te entendo.
Ela passou a mão no rosto respirando fundo e eu olhei pra ela, desviei e olhei pra parede. Sentir a suas duas mãos pegando nas minhas e neguei com a cabeça.
Júlia: Me deixa te ajudar, cara. Tu passou meses cuidando de mim, sem nenhuma obrigação e agora eu quero fazer o mesmo por ti.- Eu neguei.- Preciso que você me escute, me entenda também.
Perigo: Só cuida da Sofia, sei lá Júlia! De alguma forma, participa da vida dela e fica de olho em tudo que ela faz.- Falei negando.- Eu não quero continuar aqui carregando essa parada de ser inútil não.
Júlia: Você vai desistir assim mesmo? Mais fácil do que eu imaginava...- Olhei pra ela.- Eu gosto de você, é sério... Tenta me entender, você não morreu não, você ainda tem a chance de fazer a diferença, ainda vai continuar sendo o paizão.
Perigo: O que tu quer? - Quando terminei de falar, alguém bateu na porta e era o Th com cara de cu.
Júlia: Ele vai dizer que você morreu, o corpo sumiu e sei lá, ele vai inventar algo pro Rei, pois eu vi ele no carro que atirou.- Engoliu no seco e eu percebi a agonia dela.- E com isso, você e a Sofia se viram comigo, a gente da um jeitinho, Th ajuda daqui, eu ajudo daqui, você ajuda de tal forma e vai dando tudo certo. Se o Rei sonhar que você tá vivo, vai continuar querendo te matar por algum motivo que não sei, mas vai.
Perigo: Cobrança pelo o que eu fiz com a Laura.- Sorri debochado.
Th: Ela tem razão César, não adianta negar não! - Colocou lenha na fogueira e eu mordi meu lábio.
Olhei pra Júlia que já nem me olhava mais, apenas balançava a cabeça pra um lado e pro outro, nem nas minhas mãos ela encostava e tava toda estranha após falar do Rei. Olhei pra todos os cantos daquele quarto e olhei pra ela novamente, tava na fuça que ela tava se esforçando pra caralho.
Perigo: Segue a mente dela, Thiago.- Falei grosso e ele me olhou por um bom tempo sem entender.
Neguei com a cabeça e levei uma não até a minha cabeça onde eu esfreguei por um bom tempo, até olhar pra Júlia que tava calada olhando pro ferro da cama, procurei a mão dela e puxei pra mim, fazendo ela me olhar aos poucos.
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