CAPÍTULO 13
Bateu mais duas vezes na porta metálica do quarto. Tinha esperança de que sua Capitã abrisse para conversarem sobre tudo o que estava acontecendo. Tinha também medo de que ela fizesse alguma bobagem. Adamma sentia que poderia ajudar de alguma forma, mas ela sequer respondia.
— Zahra... — bateu mais três vezes. — Zahraaa! — nada. Concluiu que ela não falaria com ninguém. Era inútil continuar tentando. A médica escreveu um bilhete curto em um pequeno pedaço de papel e passou por debaixo da porta, na esperança de que a colega lesse mais tarde. Você precisa sair dessa.
— Você deveria se apressar — uma voz masculina bem atrás de sua cabeça lhe assustou.
— Meu Deus! — Adamma levou a mão ao peito ao virar-se e ver o belo homem de cabelos loiros e sorriso perfeito. — Você me assustou, Jad — riu. — Não te ouvi chegando.
— Desculpa. Só vim te avisar que vamos atravessar a Lua de Sangue, e seria melhor procurar um assento seguro. Só falta você.
A mulher de olhos e cabelos azuis sorriu sem graça. Já tinha ouvido o aviso de dez minutos, mas não sabia bem há quanto tempo. Ficar solta durante uma aceleração como aquela poderia causar um grave acidente, devido à inércia. Segundo as regras de navegação, a nave só poderia arrancar caso o painel na Ponte de Comando indicasse que todos os tripulantes estavam devidamente acoplados a uma base segura. Após alguns minutos, eram liberados de suas amarras.
— Perdoe-me, mas eu estava tentando falar com a Capitã Zahra. Ela não responde. Acho que pode estar inconsciente, sei lá.
— Não acho que seja possível — respondeu Jad. — O monitor mostra que ela se acoplou ao assento do seu quarto assim que o primeiro aviso foi dado — sorriu, exibindo seus belos dentes novamente. — Não dá pra fazer isso desacordado. Ela está bem, acredite. Só não quer conversar agora.
— Que bom — a médica suspirou, aliviada. — Já estava achando que teria que arrombar a porta.
Os dois riram juntos. Jad já ia perguntar se ela não preferiria continuar conversando quando estivessem devidamente presos, mas ela se adiantou:
— Vamos ficar lá na enfermaria? Aproveitamos e fazemos os seus exames quando formos liberados. Já é um senhor de mais de noventa anos, né? — sorriu, tímida, diante de uma face indecifrável. Ele não parecia ter gostado da piada. Estou exagerando? — Ah! — lembrou de repente. — Eu coleciono artigos das antigas missões espaciais da Força Aérea. Podemos ver se tem alguma foto sua.
— Artigos?
— Sim. Eu adoro a Era das Missões Espaciais. Meu pai foi piloto, sabia? Tenho certeza de que tenho alguma fotografia da Daid-2 nas minhas coisas. Vamos?
— Claro! — abriu um sorriso entusiasmado. — Vamos logo ver essa preciosidade.
Os dois caminharam juntos para o quarto de Adamma e a nave finalmente pôde prosseguir.
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