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Epílogo

Quatro anos depois

No Cartório de Registro de Imóveis, em Pôr do Sol, a bela mulher ruiva sentia-se observada pelos olhares intrigados das pessoas que ocupavam o recinto. Tanto funcionários como clientes não disfarçavam o furor causado pelo retorno da noiva abandonada à cidade natal.

Acomodada na cadeira a seu lado, encontrava-se a madrasta, Elisa, que desde que foi acusada como cúmplice da tentativa de estupro tivera seu credibilidade altamente questionada, o que a levou a ficar mal falada na cidade. Uma punição, talvez, dentre as muitas que não sabia que ainda estavam por vir. Algumas, podia-se dizer, tão cruéis quanto seus atos passados.

A vida não perdoava nossas dívidas. Ela cobrava, de uma maneira ou de outra, e o momento de cobrança de Elisa chegaria muito em breve.

Enquanto a madrasta iludia-se com a felicidade temporária oportunizada por sua cobiça por dinheiro, a mulher ruiva lia as últimas linhas da escritura do imóvel do qual seria a única proprietária: a Oficina Ferreira, o legado de Alexandre Ferreira e o bem de maior estima para a filha dele.

A casa foi vendida em comum acordo e o valor foi repartido entre as duas herdeiras. Quanto se tratou da oficina, no entanto, a mecânica, usando o valor que recebeu da venda da casa, fez questão de comprar a parte da madrasta no imóvel. Elisa não via a hora de pôr as mãos no dinheiro e ir para bem longe da detestada Pôr do Sol.

- Pretende assinar isso ainda hoje? - perguntou à filha postiça com expressão zombeteira.

Diana olhou para o lado e abriu um calmo sorriso.

- Você me desconcentrou. Agora terei que ler tudo de novo.

E, sob o riso contido da funcionária que as atendia, voltou para o início do documento para recomeçar a lê-lo com uma lentidão exasperadora à Elisa.

Somente após concluir a minuciosa leitura foi que pegou a caneta e rubricou sua assinatura na linha indicada. O ato exigiu que usasse a mão esquerda, já que era canhota, e a funcionária pôde vislumbrar o delicado círculo de ouro reluzindo no dedo de Diana.

- Você se casou! Meus parabéns - congratulou a auxiliar de cartório em tom amigável.

Foi então que Elisa notou a aliança, um pouco perplexa.

- Com aquele... como é mesmo o nome do investidor? - indagou a funcionária.

- Fernando. Sim, me casei com ele.

O assombro no rosto da madrasta ficou pior e se viu perguntando:

- Quando?

- Minha associação com você termina aqui - Diana respondeu, cortando-a sem piedade, com a voz surpreendentemente suave, porém firme. Então, voltando-se para a empregada, agradeceu com um sorriso genuíno enquanto apertava-lhe a mão: - Obrigada pelo atendimento. Tenha um ótimo fim de semana.

- Você também, querida. Felicidades!

Fora do cartório, feliz por saber que não teria de encontrar com Elisa nunca mais, Diana entrou no carro e dirigiu até a oficina. Seus dedos em torno do volante, gélidos e ligeiramente trêmulos, eram uma mostra das reações negativas que estar com alguém que lhe fizera tanto mal lhe provocava.

A princípio, não podia pensar em ver Elisa que se sentia nauseada. Depois, com longa terapia, redescobriu forças e o desejo de colocar um ponto final naquela parte de sua vida. Em poucas semanas completaria o quarto ano de terapia, isto porque foi uma das primeiras coisas que Fernando sugeriu que Diana fizesse, mostrando-se mais do que disposto a pagar as sessões para sua companheira. Quando, enfim, ela aceitou e iniciou, foi que o casal passou por uma nova prova de fogo.

Uma que fez Diana destruir-se por inteira para, então, poder reconstruir-se.

- Olhem só quem resolveu aparecer! - Fabrício alardeou, atravessando o pátio da oficina para abraçar a querida visitante. - Como você está?

- Feliz agora que consegui formalizar a transferência da oficina. Agora sou a única pessoa a quem vocês devem dar satisfação.

- Eles também ficarão felizes por não ter mais que ver a cara de Elisa, acredite. - Sinalizou na direção dos mecânicos. - A gente não aguentava mais aquela mulher sondando nosso trabalho e nos acusando de mentir sobre os lucros! Os fofoqueiros não param de comentar que ela está praticamente de malas prontas, louca para sair de Pôr do Sol. A vida dela não ficou muito fácil por aqui depois... que... você sabe - ele falou, hesitante. - Depois que aconteceu aquela coisa ruim com você - explicou.

Bem nesse momento, Miguel juntou-se aos dois e Diana correu para dar-lhe um abraço.

- O povo daqui acredita em você, menina - ele disse, complementando as informações de Fabrício. - Por causa da condenação de Luiz e uma série de pistas que os fiscais da vida alheia têm desenterrado. Mas enfim, chega de falar de coisa ruim. Tem alguma coisa diferente em você... E o que é essa aliança no seu dedo?

Diante da curiosidade do velho senhor, Diana abriu um sorriso. Era bom ver rostos amigos. As conversas ao telefone foram ótimas para matar a saudade, mas nada como um diálogo cara a cara.

- Me casei - ela contou, radiante de alegria.

- Quando?

- Hoje estamos completando dois meses de casados.

- Você e Fernando?

- Sim... Estava segurando a notícia porque queria dizer frente a frente...

- Caramba, você e Fernando! - Fabrício berrou de repente, interrompendo-a. - Eu sabia! Eu sabia!

- Sabia o quê? - Diana indagou.

- Sabia que aquele lá ia fazer um estrago na sua vida. Que ia te levar para o caminho ruim... o triste caminho de fazer sexo com a mesma pessoa pelo resto da vida!

Ela caiu na risada, pensando que não seria nenhum sacrifício amar Fernando pelo resto da vida. Ele ficou ao lado de Diana, mesmo com suas inseguranças e medos estimuladas pela criação recebida de uma madrasta narcisista e abusiva. Mesmo com as crises de autoestima que a aterrorizaram em seus momentos mais sombrios, quando duvidou que um homem como ele pudesse estar realmente apaixonado por alguém como ela. Fernando beijou todos os seus traumas e foi paciente até ela descobrir a força, dentro de si, para enfrentá-los um a um.

- Onde está Fernando? Não veio com você? - Miguel perguntou.

- Ele teve que ficar trabalhando, mas estamos planejando tirar umas férias e ficar um tempinho aqui na cidade. - Ela suspirou. - Às vezes sinto falta desse sossego de Pôr do Sol...

- Miguel comentou que sua vida de mecânica na capital está bombando. Que está até trabalhando como mecânica de uma concessionária de marca renomada! - Fabrício parecia empolgado com as conquistas dela.

- Ele também contou que quase enlouqueci com o trabalho e os estudos? - ela brincou, o tom modesto.

- Mas sobreviveu. É o que importa - interveio Miguel, com expressão comovida. - Se seu pai estivesse vivo, Diana, ele sentiria muito orgulho de você. Não tenha dúvida disso.

- Oh, não me faça chorar! - ela fingiu brigar enquanto secava os cantos dos olhos.

Por fim, foi cumprimentar os outros mecânicos e conversar com eles. Sua despedida foi marcada pela promessa de retornar com o marido para reunirem-se com os velhos amigos e conhecidos.

Horas mais tarde, quando o céu já estava escuro, entrou no apartamento com uma vontade louca de jogar-se nos braços do homem de sua vida. Para sua frustração, tudo que encontrou foi um bilhete, afixado com um imã na porta da geladeira, com a caligrafia de Fernando dizendo que ele estaria na quadra de basquete.

Diana desceu até lá e encontrou uma figura, robusta e solitária, batendo a bola pela quadra para, em seguida, arremessá-la na cesta. Sem poder evitar, ela encarou o rosto e o dorso nu suado que a fazia sentir-se tentada.

Um par de intensos olhos pretos pegaram-na em flagrante.

- Ei, moça! Admirando a paisagem?

- E que paisagem.

Abrindo um lindo sorriso, Fernando deixou a bola de lado para andar até a esposa e, com as mãos no rosto dela, saudá-la com um beijo exigente.

- Conseguiu resolver a transferência da oficina? - ele inquiriu, os dedos enrodilhados nos cabelos dela.

- Felizmente, sim.

- Que bom, meu amor. Sei o quanto isto é importante para você. Eu te daria um abraço agora, se não estivesse tão suado.

- Não ligo - disse Diana, já se atirando naqueles braços que a acolheram de muita boa vontade. Ela fechou os olhos e suspirou. - Acabou, Fernando. Acabou. Quando visitarmos Pôr do Sol, é possível que Elisa não esteja mais lá, pois ela está com intenções de sair do estado. Talvez até do país, segundo dizem. Sinto-me estranhamente calma. Aliviada pela maneira como as coisas estão se acertando. Às vezes parece mentira... mas então percebo que não e sinto esse estado de felicidade plena pelo qual tenho esperado em toda minha vida.

O corpo dela tremulava de emoção e ele a segurou mais forte.

- Você merece, por tudo pelo que passou e por toda a força de vontade que teve para dar a volta por cima.

- Eu não teria conseguido sem você - Diana murmurou baixinho ao erguer o rosto para fitá-lo. - Obrigada, querido.

- Lembra aquela noite em que me procurou no hotel de Brígida para fazermos amor pela primeira vez? Eu disse que você podia me pedir qualquer coisa, que eu te dava. Não estava brincando. Amo você, minha fada. Sei que fui grosseiro no começo, mas fiquei apaixonado assim que a vi naquela oficina, confortável no meio daqueles homens, e você reagiu à altura às minhas tentativas de intimidá-la, demonstrando essa inteligência que tanto admiro.

De súbito, foi tomado pela lembrança de quando foi ao escritório da mecânica pela primeira vez, onde foi ela que acabou intimidando-o com o nível de conhecimento sobre conserto de carros.

- Mesmo com os danos sofridos em casa, você tinha convicção nos ensinamentos de seu pai e uma paixão fervorosa pelo seu trabalho. E isso, Diana, somado ao coração bom que você tem, me pegou de um jeito inexplicável. Eu amei o conjunto todo - Fernando confidenciou a ela enquanto, de mãos dadas, caminhavam para o banco mais próximo.

- Já eu, tive raiva de você. Raiva de como meu corpo respondia à sua voz, à sua presença, especialmente porque eu o achava muito arrogante nos primeiros dias...

Fernando atirou a cabeça para trás e deu uma gargalhada ao mesmo tempo que sentava ao lado de Diana.

- Mas aqui estamos. Sobrevivemos ao segundo mês de casados. - Então, arqueando as sobrancelhas de modo sugestivo, perguntou à esposa: - Alguma ideia de como podemos comemorar?

- Várias! - ela respondeu com genuíno entusiasmo e ambos caíram na risada.

Quando fez-se silêncio, Fernando contemplou com adoração a mulher à sua frente. Amava o jeito modesto dela de vestir-se. Adorava a simplicidade e a doçura naqueles olhos castanho-claros, bem como a autoconfiança neles, adquirida ao longo dos últimos anos. Na verdade, amava todas as facetas de Diana, até aquela que lhe fazia surpresas, quando, em noites de saideira, aparecia com um vestido sexy e toda maquiada, quase matando-o do coração.

Fernando capturou a mão esquerda da esposa e tocou a aliança dela.

- Eles estavam certo sobre nós.

- Quem?

- Os apostadores de Pôr do Sol. Disseram que eu seria seu quarto noivo. E acertaram.

- Quarto e último - pontuou ela, categórica.

- Assim espero.

De repente, recordando algo engraçado, ela contou:

- Antes mesmo que eu saísse de lá, as pessoas descobriram nosso casamento e se mostraram convictas de que eu logo apareceria grávida. Isto os levou a iniciar uma nova aposta sobre o sexo do nosso primeiro bebê. Alguns dizem que será menina; outros, que será menino. Mas eu lhe digo: dessa vez erraram.

Diana encarou o marido, que aguardava pela explicação.

- Será um casal de gêmeos - ela disse com estrelas nos olhos.

Fernando quase perguntou como ela podia ter tanta certeza assim, até que entendeu tudo por trás da mensagem. Ou melhor, do comunicado: o de que em breve seria pai... de gêmeos!

Com furiosa alegria, ele a pegou num abraço e a rodopiou no ar, fazendo-a dar um gritinho divertido. Depois, colocou-a no chão e beijou-lhe o rosto.

- Quando casou comigo, você me fez o homem mais feliz do mundo, Diana. Pensei que nada pudesse superar isso... Como estive errado!

- Oh, Fernando, também estou tão feliz! - ela declarou quase sem fôlego. - Nem posso acreditar que constituiremos uma família...

- Uma linda família cultivada em um lar que será mantido por nada menos que amor e carinho.

Diana escutou a ideia sem contestá-la. A vida não era um conto de fadas, mas descobriu que sonhos podiam, sim, tornar-se realidade. Agora, sua felicidade era completa com sabor de eternidade.

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