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Capítulo 9

Antes mesmo de avistarem a cachoeira, Diana e Fernando puderam escutar o som majestoso das águas caindo. Ficava mais forte, mais intenso, conforme avançavam a trilha de areia clara.

No alto das árvores frondosas, pássaros cantavam e voavam de um galho a outro. O sol, embora tampado parcialmente pelas copas das árvores, brilhava no céu com fulgor, o que fazia com que refrescar-se nas águas fosse uma boa pedida.

Os dois visitantes desviavam com cuidado das plantas rasteiras. Vez e outra ouvia-se estalos de quando pisavam em galhos secos. Assim que os dois, enfim, alcançaram a área da ladeira de terra, Fernando foi na frente e pegou a mão de Diana para ajudá-la a descer.

Suados e ofegantes, eles levantaram o rosto e encararam o grosso feixe de água, que jorrava por entre o morro de densa vegetação, descendo em uma queda de cerca de trinta e cinco metros. O lago formado, em tom esverdeado, combinava com a natureza que os cercava.

Fernando ficou impressionado com a paz e a calmaria do recanto.

— É paradisíaco — ele comentou, olhando em volta.

— Lindo, não é? Esta cachoeira é um dos meus lugares favoritos. Gosto muito de vir aqui. Pena que ultimamente não tenho tido tempo.

— O que tem lhe tirado o tempo? — ele perguntou, virando o rosto para Diana.

— Trabalho.

Fernando fez uma careta.

— Nossas semelhanças estão começando a dar as caras. Minha estadia em Pôr do Sol está se revelando uma fuga da minha vida na capital. Lá eu respirava trabalho, acordava com trabalho, dormia com trabalho. Trabalho para cá. Trabalho para lá. Você precisa deixar isto de lado de vez em quando, moça, ou vai enlouquecer e terá de gastar todo seu salário com tratamento médico e psicológico.

Uma risada escapou de Diana.

— Que foi?

— Você me chamou de moça. Pela segunda vez no dia.

Ele olhou-a, divertido.

— E por acaso não é uma moça?

— É que faz parecer que sou muito nova.

— Tenho 34 anos. Para mim, você é nova.

Ela piscou com a informação.

— É tão velho assim?

— Ou você é jovem demais. Depende do ponto de vista.

— Engraçado... — disse, pensativa. — Acho que o fato de trabalhar no meio de homens acima dos trinta às vezes me faz esquecer da minha idade e o meu sexo.

— Eu diria que é um bom sinal. Que conseguem se tratar de igual para igual, apesar das diferenças. Mas isso, dentro da oficina, com os seus colegas de longa data. Fora da oficina, a história é outra e você precisa ter cuidado.

— Do que está falando?

— Quando estiver fora da oficina, não vai deixar de ser mulher só porque esqueceu que é, Diana. Você será notada por homens de todas idades e a liberdade que tem com seus colegas de trabalho não pode ser a mesma que terá com esses "gaviões".

— Gaviões? — Ela conteve o riso.

— Sim, como aquele com quem estava conversando na feira. O que segurou seu braço... Quem é ele?

Chocada que estivera sendo observada, deixou escapar a resposta:

— Luiz?

— É seu amante?

— Não! — ela negou imediatamente. Teve vertigens ao imaginar-se amante daquele homem asqueroso. — Ele é só um desses "gaviões", como você disse. Não tenho absolutamente nada com Luiz Cavalcanti. E nem quero ter.

A resposta fez Fernando relaxar um pouco.

— Mais um segundo e eu o teria arrancado de você. Aquilo não se faz, Diana. Especialmente com uma mulher. Jamais admita ser tratada daquela maneira.

Fernando Guerra tinha o poder de deixá-la confusa. Em um momento a desprezava e, noutro, mostrava preocupação. A intensidade que encontrou em seus olhos chegava a embaraçá-la. Disfarçou a reação apontando a contradição:

— Está tentando me ensinar sobre como lidar com homens? O que admitir e o que não admitir que façam comigo ou com meu corpo? Não acha que é irônico isso...? Afinal, você é um homem!

— Sou, mas isso não me impede de querer alertá-la.

— Está alertando alguém que já teve três noivos... Acredite, sei muito sobre homens — afirmou, a voz trêmula desmentindo-a. Para seu embaraço, todos os homens com quem já esteve, até mesmo seus ex-noivos, pareceram-lhe simplesmente desatentos demais para fazê-la acreditar que tinha aprendido tudo o que precisava aprender.

Fernando, com um mal disfarçado sorriso nos lábios, sugeriu:

— Vamos nos sentar um pouco, apreciar a vista e conversar. — Abaixando-se, forrou uma toalha de tecido sobre a terra e colocou a cesta de comida a seu lado. Viu que Diana continuava em pé. — Sente-se! Bem aqui do meu lado... isso... quero olhar bem nos seus olhos enquanto me fala por que foi deixada por seu primeiro noivo. A versão que tenho é a dos fofoqueiros, mas quero ouvir a original.

— Esse é o tipo de história que eu até contaria, se estivéssemos em uma mesa de bar, de preferência com um copo cheinho de cerveja gelada ao meu alcance.

Fernando abriu um belo sorriso.

— Não é má ideia. Podemos trocar histórias enquanto afogamos nossas mágoas na bebida.

— Também foi deixado por alguém?

De repente o semblante dele adquiriu um ar sombrio quando disse, olhando fixamente para frente:

— No meu caso, eu tive que deixar a pessoa depois de tanto tempo sendo feito de gato e sapato.

Diana não fez nada para quebrar o silêncio que se instalou entre eles. Deixou o som da água misturado aos barulhos da natureza reagirem como calmantes ao estado de espírito dele. Isso costumava funcionar com ela, em momentos de aborrecimento, quando visitava aquele lugar sagrado.

Pensando no que lhe fora dito, não conseguiu imaginar como uma mulher teve o desplante de enganar alguém como Fernando. Logo ele, que lhe transmitia uma seriedade e lealdade escassamente encontradas nos homens de seu cotidiano. Ele parecia ser o tipo que amaria e protegeria até a morte... o que era intenso e perturbador, embora esperado de sua personalidade forte.

Alguns minutos depois, Diana colheu o resultado de sua atitude de ficar em silêncio quando Fernando colocou-se de pé e anunciou, com a expressão suavizada:

— Vou dar um mergulho. Vem comigo?

— Não trouxe roupas de banho.

— Mesmo sabendo que íamos para a cachoeira?

— Bem... eu não planejava me molhar.

Podia sentir a irritação nos olhos dele quase incinerando-a.

— Tire a roupa, então — ele ordenou secamente.

— Ficou louco? Não vou tirar a roupa na sua frente! Vá mergulhar sozinho. Eu me contentarei em observar tudo daqui.

— Qual o motivo do pudor? Uma mulher de biquíni é o mesmo que estar seminua, na minha opinião. Não tem muita diferença, não concorda? Estarei de sunga na sua frente, mas, sejamos francos, será praticamente o mesmo que estar de cueca.

O raciocínio fez tanto sentido que ela não viu jeito de rebater.

— Sempre resolve as coisas com essa irritante praticidade? — disse, aborrecida, e se pôs de pé. — Devo ter perdido o juízo por concordar com isso... mas está bem, vou mergulhar com você! Só não fique me olhando — ela pediu ao dar as costas e começar a despir-se do macacão.

Buscando encurtar o constrangimento, arrancou a camisa de uma vez e desfez o rabo de cavalo. Seminua, sentiu um arrepio percorrer a coluna acompanhado da sensação de estar sendo observada. Ela se virou e deparou com Fernando magnífico na sunga, estudando seu conjunto íntimo de algodão indisfarçadamente.

— Pedi para não olhar! — ela ralhou ao mesmo tempo que levantava os braços para cobrir os seios num gesto de recato.

— Eu até entenderia sua vergonha se pelo menos houvesse alguma coisa para ser olhada aí.

A provocação brilhava nos pretos olhos cínicos e ela saiu correndo atrás de Fernando.

— Ora, seu...!

Os dois caíram abraçados na água, aos risos. Quando Diana ia empurrá-lo, ele a segurou mais perto e começou a fazer cócegas nela, fazendo-a gritar e se debater escandalosamente em seus braços, espirrando água para todo lado.

Em uma dessas, ela acabou engolindo água e se engasgando. Fernando soltou-a de imediato. Observava, exasperado, o rosto de Diana ficar vermelho enquanto ela se acabava de tossir, as lágrimas escorrendo de seus olhos sem que tivesse controle.

Após a agonia, Diana olhou, acanhada, para seu acompanhante.

— Desculpe, isso não foi nada elegante. Devo ter parecido um gato ridículo expelindo uma bola de pelo... Me sinto estúpida! — Cobriu o rosto com as mãos, rindo mais de si mesma do que de qualquer outra coisa.

A reação foi tão inocente que Fernando, levado por aquela espontaneidade, colocou protetoramente os braços em volta do corpo delicado.

— Você não é estúpida. Talvez um pouco doida da cabeça, mas não estúpida.

— Nossa, obrigada, já me sinto melhor — ela replicou com ironia.

— Não há de quê, moça.

Parados, com a água batendo até a cintura, eles não disseram uma única palavra. Fernando a acolhia contra si segurando-lhe a nuca com a palma de uma mão enquanto a outra a prendia pelas costas. Bem devagar, Diana foi voltando a si e se dando conta do calor dos braços envolvendo seu corpo seminu. Somente ao tirar as mãos do rosto é que tornou-se consciente, retesando-se, do peitoral musculoso amparando a lateral de seu rosto.

Tensa, sentiu um formigamento percorrer seus lábios, tão próximos da pele macia e flexível que, se decidisse virar um pouco a cabeça, sua boca encostaria no peito quente e másculo.

E ela teria adorado, confessava.

Desde que conhecera Fernando, tem sido assaltada por inúmeros desejos. Alguns eram doces e românticos e, outros, de cunho extremamente libidinoso. Para sua sorte, eram passageiros, mas sempre retornavam, incrivelmente mais fortes, ao rever a causa de seu descontrole hormonal.

Diana não ousava mover um músculo, desesperadamente em busca de refrear a crescente vontade de roçar a pele dele com os lábios. Ouvia o som de seus próprios ofegos conforme sentia a tensão enrijecendo os músculos do pescoço. Ela pensava que era a única coisa ali ficando dura feito pedra, até sentir a rigidez de Fernando por sobre a sunga.

A constatação de que ela o excitava fê-la estremecer. Antes mesmo que pudesse se recompor, Fernando afastou-se apenas o suficiente para erguer seu queixo e se defrontar com o choque na expressão da moça.

— Posso pedir desculpas se a ofendi.

Consciente da interpretação errônea que ele fez de sua reação chocada, Diana respondeu:

— Não ofendeu.

— Será que as coisas entre nós ficariam estranhas se eu te beijasse? — Seguido à pergunta, ele traçou o lábio inferior dela com a ponta do dedo indicador.

A sensualidade do toque deixou-a tonta. Como se não bastasse, o formigamento que sentia nos lábios transformou-se em latejante necessidade, irradiada para o resto do corpo, e ela sentiu-se fraca, sem domínio dos movimentos. Se não estivesse sendo apoiada por Fernando, decerto teria tombado na água.

Como se em uma resposta muda para a pergunta dele, a boca de Diana entreabriu. Fernando, então, curvou-se com a intenção de beijá-la.

— Espere — ela murmurou antes que os lábios do dois se tocassem.

— Que foi?

— A aposta... Não tem medo do que as pessoas vão pensar se pegarem nos beijando?

— Só estou pedindo para beijá-la, não para que case comigo. Além disso, não tem ninguém vendo. Você vê alguém aqui além de nós?

— Não...

Com o coração aos saltos, viu-o avançar os poucos centímetros que separavam suas bocas.

— Espere um instante.

— Não me peça mais para esperar, Diana.

Lembrando-se das palavras que a madrasta disse na feira, sobre alguém como ela ser incompatível com o nível de Fernando, pensou nas incontáveis mulheres bonitas e sofisticadas que ele já deve ter beijado.

Tomada por uma irracional insegurança, ela virou o rosto, mais uma vez impedindo o beijo de ser realizado.

— Você pode se arrepender... — ela avisou baixinho, a mente sendo assombrada pelas intermináveis reclamações e comentários sobre seu jeito masculinizado.

Determinado, ele pegou-lhe um dos lados do rosto e fez com que ela o olhasse.

— Como alguém pode se arrepender de realizar o que mais deseja? Desde que a encontrei naquela feira, não consigo parar de pensar como seria beijar essa boca linda...

Então ele baixou o rosto tão rápido que Diana mal teve tempo de registrar o que aconteceu. Nos segundos seguintes, a boca dele tomava a sua com vigor, quase como se quisesse devorá-la.

Quando Diana percebeu, dedos contornavam a hélice cartilaginosa de sua orelha em uma carícia que lhe arrancou suspiros, enquanto a palma da outra mão deslizava por suas costas, aplicando-lhe a suave pressão que a fez ir de encontro ao corpo dele.

Ao inclinar mais o rosto, Fernando cresceu sob ela. Depois, agarrando-lhe a nuca, assaltou novamente a boca feminina, desta vez invadindo-a em busca de um contato mais íntimo e profundo. Tamanha era a ardência do beijo, combinado com a precisão dos toques, que Diana contorcia-se naqueles braços resistentes como uma prisioneira que pedia para ser libertada. Em resposta, eles se fechavam mais ao seu redor, e em meio ao doce tormento, ela refletiu que nenhum homem nunca a beijou daquela maneira.

Na verdade, antes de Fernando, não tinha ideia de como um beijo podia ser tão avassalador. E sentiu-se feliz por ter feito a descoberta.

Depois de algum tempo de beijos e carícias, Diana estava deitada sobre a toalha tomando banho de sol. A seu lado, sentado e apoiado sobre a palma da mão, Fernando mordeu uma maçã.

— Não precisa me esperar para almoçar. Meu apetite demora a abrir. — Ela queria acreditar que era isso, e não o momento tórrido nas águas, que lhe tinha deixado com mil borboletas no estômago, assim retardando sua fome.

— Com o tempo perceberá que sou um eterno faminto — ele disse, girando o rosto para mirá-la da cabeças aos pés e mordendo a maçã. Ao fazê-lo com tanta gana, enquanto encarava suas curvas sutis, Diana sentiu-se intimidada com aquela linguagem corporal masculina.

Decidindo ignorá-lo, fechou os olhos e procurou relaxar. Acabou tirando um cochilo desses que faziam perder a noção do tempo. Ela despertou sobressaltada, o coração disparado, com a impressão de ter algo importante para fazer.

Fernando, que esteve concentrado na paisagem, olhou para a bagunça ruiva a seu lado.

— Por quanto tempo dormi? — ela perguntou, erguendo o tronco.

Ele consultou o relógio de pulso e respondeu:

— Não tem nem dez minutos.

— Sabe quando você acorda com a sensação de que está atrasado para algum compromisso?

— Sei bem. — Estendendo o braço, ele pediu com voz rouca: — Venha cá. Chegue mais perto.

— Por quê? — perguntou, ainda meio zonza do curto sono agitado, distraída demais para notar que Fernando a observava com um olhar muito estranho.

— Porque quero beijá-la de novo. Se importa? — entoou com impaciência.

— É sempre direto assim com as mulheres?

— Ultimamente, sim. O divórcio matou meu lado galanteador.

É divorciado..., pensou Diana. Ao contrário dela, ele de fato chegou a subir ao altar. Quis saber mais, fazer-lhe perguntas, entretanto, por notar ser um assunto que ainda o aborrecia, resolveu manter a linha da conversa.

— Que pena. Eu teria adorado vê-lo em ação, todo sedutor para cima da mulher que deseja conquistar... — ela falou, a cabeça tomada por cenas fantasiosas.

Ela engatinhou para perto de Fernando e ficou na posição que ele queria, isto é, sentada de lado, o corpo atravessado sob suas coxas, com ele apoiando-a contra o peito.

— Para alguém que já teve três noivos, você é meio lenta para perceber algumas coisas, não?

— Golpe baixo você ficar me mandando indiretas quando minha alma ainda nem tinha voltado para o corpo.

Ele deu uma risada gutural antes de seus olhos buscarem os dela, castanhos e brilhantes, que combinavam com a doçura de sua dona. Reparou nos lábios rosados e inchados e, em vez de beijá-los primeiro, resolveu fazer as coisas de outra maneira: arrumou-lhe os cabelos atrás da orelha, expondo melhor o rosto bonito, então, lentamente, seus dedos começaram a passear pelos traços femininos. A testa, o arco da sobrancelha, a inclinação do nariz, a maçã do rosto e, por fim, arrastou o polegar ao longo do contorno do queixo até subir para a boca macia.

Diana instintivamente separou os lábios para receber um beijo que lhe foi dado na pálpebra do olho esquerdo. Com frustração, recebeu outro na bochecha, o que apenas deixou-a cheia de vontade. O mais difícil de aguentar foi quando a boca de Fernando encostou no canto da sua.

Choramingando, ela murmurou:

— Por favor, me beije log...

As palavras foram sufocadas por um beijo violento. Diana sentiu a diferença das carícias anteriores para as de agora, que ficavam cada vez mais ousadas, inserindo-a em um ritmo erótico e lascivo que não tinha certeza se queria partilhar naquele momento.

Com um braço, ele a agarrava com intensa paixão enquanto a outra mão alisava sua barriga plana e apertava sua cintura com possessividade, os dedos languidamente subindo para o seio no sutiã...

O desconforto veio depressa tão logo a mão alcançou e apertou seu seio de forma devassa. Ela estremeceu e tentou se afastar, mas Fernando, na certeza de que ela estava correspondendo apaixonadamente, prendeu-a e continuou a acariciá-la muito intimamente.

Quando não pôde mais suportar a invasão, Diana segurou-lhe o pulso para longe e o beijo parou bruscamente.

Abriram os olhos e encararam-se, quase sem fôlego.

— Não vou fazer nada que você não queira — Fernando adiantou-se com ar sério ao vê-la desconfortável, a segurança jamais abandonando sua voz. — Se quiser ficar nos beijos, tudo bem. Mas se quiser ir um pouco além, me fale. Apenas deixe-me saber até onde posso ir. Quero saber os seus limites.

Ela ponderou antes de estabelecer as regras.

— Provocações são admissíveis, contanto que não avancem para toques diretos. Apenas ameaçando...

— Gosta de ser ameaçada, Diana? — A voz profunda e rouca continha uma nota de humor.

— Sabe o que quis dizer.

Com notável empenho, Fernando recomeçou a conquista enquanto Diana o observava, trêmula ao sentir a mão acarinhar sua coxa interna, o que culminou em uma passada com os dois dedos bem rentes à sua virilha. Ela contraiu as pernas e suspirou.

— Assim?

— Assim.

— Me toque — ele sussurrou, tomando-lhe a mão e fazendo-a deslizar por seu ombro e peito. Ela pôde sentir, contra a palma da mão, as batidas frenéticas de seu coração.

Encorajada, Diana distribuiu pequenos beijos em seu tronco, deliciada com o calor da pele de Fernando, até ele reivindicar sua boca novamente.

Ela não lembrava quando foi a última vez que passou uma tarde tão agradável e inesquecível com alguém. Fosse qual fosse o resultado de seu caso com Fernando, guardaria aquele momento como um tesouro, enternecido em suas memórias e em seu coração.

Horas mais tarde, quando o sol terminava de se pôr, Diana encarava as chaves do carro. Assim como ela, Fernando estava em pé na calçada em frente ao hotel de Brígida.

Ela pensou no que encontrou nos braços de Fernando: entusiasmo, prazer, paixão e reciprocidade, o que contrariava todo o desprezo e rejeição que ambos haviam declarado um ao outro desde o início.

— Somos dois mentirosos, não somos? — ela perguntou e transferiu a atenção das chaves para ele.

— Somos. — Ele não titubeou, tampouco demonstrava arrependimento. — Mas só porque trocamos alguns beijos não significa...

— Que vamos nos casar. Eu sei. Não precisa ficar repetindo isso. — Ela suspirou. — Fomos apenas adultos que aproveitaram a companhia um do outro.

— Isso me lembra... — Enfiando a mão no bolso, retirou a carteira da bermuda. — Eu disse que ia comprar a sua tarde.

Sim, houvera dito. Mas ele não tinha reais intenções de pagá-la com dinheiro, tinha?

Horrorizada, assistiu-o abrir a carteira na sua frente. A decepção afundou seu coração ao notar, diante dela, um homem que encarava o momento deles, tão belo e apaixonante, como uma transação comercial.

— Por favor, não faça isso.

— Como quer que eu a pague, então?

— Você não me deve nada.

Não se dando por satisfeito, ele insistiu:

— Vou compensá-la de alguma forma.

— Não quero nada. Tudo o que fiz... fiz porque quis. Isso é tudo.

Ela começou a se afastar para a pick-up sentindo um nó de sofrimento formar-se na garganta. Antes de alcançar a porta do veículo, sua mão foi segurada e ela voltou-se para ele, que aproximava o rosto do seu.

— As pessoas estão olhando — lembrou-o, olhando ao redor e identificando alguns cidadãos parando o que faziam para observá-los.

— Dane-se o que vão pensar. Dane-se a maldita aposta. De toda maneira, em menos de duas semanas estarei a quilômetros de distância desta cidade. Com a minha ausência, naturalmente encontrarão algo novo para divertirem-se.

As palavras de Fernando acertaram-na como um tapa. Ela, então, despertou do lindo sonho para encarar o mundo real: o que quer que eles tinham um com o outro era temporário, com data para terminar. Conhecendo-se, sabia que no final das contas era ela quem tinha altas chances de se dar mal, uma vez que começava a sentir de fato algo por ele.

Seu tolo coração traiu-a novamente. Só que, dessa vez, foi muito cruel em fazê-la gostar de alguém que só estava de passagem na cidade; alguém que encarava tudo aquilo como uma aventura. Então, quando chegasse a hora, ela seria mais uma vez rejeitada e esquecida.

Era tudo o que não precisava.

Foi com os olhos ardendo em lágrimas que recebeu o beijo de Fernando. Teria forças para fazer com aquele fosse o último? O mais sensato era afastar-se... não era?

Com a cabeça cheia de dúvidas e inseguranças, ela tomou a iniciativa de desvencilhar-se dos braços e entrar na pick-up. As mãos tremiam, mas conseguiu dar partida no carro antes que Fernando visse suas lágrimas de medo e confusão.

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