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Agosto: Conto - Acertando (Parte 2)

Elenco:

Joaquim ''Ana'' Medeiros / Jorge Savegnani

Ato 4:

     Não era a situação mais fácil para Jorge, namorar uma pessoa trans. Conforme os dias iam passando, sua cabeça se enchia de perguntas a qual o envergonhava de ter. Sabia que Joaquim, que um dia fora Ana, sabia muito bem a posição em que ele estava. O amor falou e tocou mais alto, e eles estavam muito bem além de notar uma aura de plenitude graças a revelação feita.

     Na festa de uma amiga do Jorge, Ana e ele se destacaram dos demais e conversaram um pouco:

- Essa é a última vez para mim, preciso passar a transição e ser Joaquim.- Disse ela contemplando as estrelas.
- Operação? Você vai fazer isso mesmo? - Indagou Jorge fingindo estar conformado.
- Sim, marquei consultas e em alguns anos devo ser por fora aquele que sou por dentro. - E olhou para seu amor.
- Eles vão me chamar de viado não vão? - Perguntou ele ainda olhando o céu.
- Talvez, acho que sim mas isso não vai importar né? - Disse ela segurando as mãos de Jorge por um dedo.
- Não, sei que não mas vai doer...mas também vai ser bom ter você do lado. - Disse ele finalmente se virando para seu futuro Joaquim. - Eu te amo o máximo que meu coração pode aguentar

/////

     No meio da transição física, Ana já parecia demais com Joaquim. A ponto que foi expulso de casa pelo seu pai e dias depois evitado pelos demais familiares. Ele agora só poderia contar com seu namorado e os poucos amigos que ainda restavam para com eles. Por que é tão difícil ser aceito?

     Por mais que viver nesse mundo imperfeito de pessoas errantes seja complicado, não ter o carinho e apoio daqueles que chamamos de família é a pior sensação. O mundo se torna gelado e quase sem nenhuma esperança. Gente de casa faz falta mesmo que essa gente quase nunca o tenha dito incentivos de amor.

Ato 5:

     5 anos se passaram e haveria uma Parada do Orgulho LGBT+ no dia 22 de outubro de 2017 quando é o aniversário de Joaquim ou aniversário daquela Ana que não existia de certa forma. O tempo lhe foi bem generosa, trouxe maturidade e um casamento lindo. Trouxe entendimento para que Joaquim pudesse continuar seguindo sua vida e lutando pelo seu espaço.

     Seu aniversário seria comemorado em casa, Jorge estava trocando de canais quando resolveu deixar em uma cobertura sobre a Parada do Orgulho, até que de repente:

- Estamos aqui com o senhor Michel Campos não é isso? - Pergunta o repórter para o homem que concorda. - Diga ''Seu'' Michel, qual sua ligação com a ''parada gay''?
- Eu tenha uma filha que acredito ser filho hoje em dia, se chamava Ana Medeiros -
- ! CORRE AQUI AGORA! - Jorge grita para Joaquim ouvir da cozinha.
- ...então esse é meu terceiro ano que venho para ver se encontro meu filho. - Termina o relato enquanto Joaquim chega.
- E o senhor vem sempre na Parada de São Paulo? - Pergunta o repórter se aproximando de Michel por causa do barulho.
- É o meu pai! Ele está na televisão! - Diz Joaquim espantado.
- Sempre nas Paradas que são próximas a capital, sempre a procura do meu filho. - Disse já emocionado e Joaquim senta no sofá.
- E como o senhor lidou com isso? Só para finalizar a entrevista. - Avisou o repórter.
- Muito mal, eu tratei pior do que trata um verme e só depois fui procurar entender e saber que dói tanto nele quanto doía em mim, hoje eu só posso esperar que ele esteja feliz.

     E na mesma hora que a transmissão muda, Joaquim e Jorge levantam num pulo e vão correndo tentar encontrar Michel. Eles não sabiam muito bem como encontrá-lo mas lembram de onde o repórter e o pai de Joaquim estavam.

/

     Após chegar de carro onde a Parada começava, eles foram cruzando a marcha até encontrar o lugar onde Michel fora entrevistado. Chegando próximo de lá, havia um pequeno grupo ao redor de alguém, conforme foram se aproximando, o homem no meio grita:

- É O MEU FILHO! O MEU GAROTO! - E as pessoas abrem o campo de visão e revelam Michel.
- PAI! - Joaquim corre para dar um abraço e segundos depois Jorge participa também.

     Todos ao redor começam a aplaudir e dar gritinhos de felicidade. Possivelmente estavam próximos durante o relato, conheciam Michel ou foram até ele após verem a entrevista.

- Como eu senti sua falta... - Disse Michel segurando as lágrimas.
- Eu senti tanto...achei que nunca mais teria uma visão próxima do senhor. - Disse Joaquim não conseguindo evitar de continuar o abraço.
- Desculpa por ter sido um pai horrível, eu realmente nunca soube como te tratar, meu bem. - Disse agora cumprimentando Jorge.
- Não se preocupe, ainda não acabou! - E eles choraram abraçados enquanto a multidão ao redor crescia.

/

- Como todos estão? - Perguntou Joaquim ao chegar em casa e ver seu pai deslumbrado com a casa.
- Bem... - virou-se para o casal - estão todos bem. Não gosto muito deles, sabe? Mas são meus parentes e estão bem.
- E o senhor, tudo bem? - Perguntou Jorge.
- Na medida do possível...vão dar uma festa não vão?! Comemora essa data ainda, filho? - Perguntou Michel num tom diferente.
- Sim, o dia que eu nasci, seja Ana ou Joaquim, eu nasci neste dia. - Respondeu.
- Muito bem, fico feliz que comemore. - Disse ele se aproximando.
- O que o senhor fez da vida nesses últimos anos? - Joaquim voltou a perguntar.
- Nada de interessante. Trabalhando, sozinho, a sua procura, procurando material sobre LGBTs... - Terminou sorrindo.
- Não tem ideia de como isso me deixa orgulhoso, pai! - E os dois voltaram a se abraçar.

///

- Obrigado, viu? - Disse Joaquim enquanto colocava as pernas sobre as pernas de Jorge.
- Pelo o que? - Perguntou ele enquanto ia acordando - Ajudar a arrumar essa bagunça?
- Não, por tudo, esses anos todo, tenho que demonstrar muita gratidão. - Completou
- Eu te amei todo esse tempo e que continuar te amando muito mais - Disse Jorge.
- E eu, te amei todos os dias, te amo hoje e vou amar muito mais no futuro. - Respondeu Joaquim.

Ato 6:

     Depois de se levantarem, Joaquim viu Jorge entrar pela cozinha e no mesmo segundo lembrou que seu pai estava hospedado ali. Lembrou das pessoas maravilhosas que estiveram na sua vida e que circularam em sua vida. Lembrou também das situações difíceis e complicadas que passou para aprender a ser mais forte. Um tempinho depois lembrou que boa parte dos LGBT+s não tem apoio quase ou nenhum de seus familiares.

     Pensou que acertou na vida. Acertou sua personalidade e corpo, acertou no amor e tempos depois se acertou com seu pai...foi passando a vida acertando as coisas para que no final se senti-se finalmente completo. Então veio a sua mente, um pensamento de sua mãe: ''nenhum homem é alguma coisa sem seu pai, seu amor e seus aliados, você terá os três?''. Sim, Joaquim agora tem.

     Estava parado enquanto lembrava e pensava. Começou a andar até a porta da cozinha até ver uma pequena borboleta que imediatamente o lembrou a mesma borboleta que quase causara o acidente que ele tanto queria ter feito sozinha na estação de trem. Ele sabia que não poderia ser a mesma, porém por segundos pensou consigo mesmo, que ele não era mais o mesmo desde aquele dia. Encontrou a si mesmo, o aceitou, o amou e encontrou um amor que o aceitou e o amou.

TEXTO E REVISÃO: Raphael Maitam

P.s.: Vocês sabem que não consigo escrever um conto triste. Já li, já assisti, já ouvi e presenciei atos tristes demais para com as pessoas LGBT+s, não sou capaz de fazer um final triste.

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