oito.
Volte uma casa para ler o capítulo SETE surpresa que eu postei ontem a noite! Caso você não tenha lido por motivos de carnavrau!
Demoro mais do que dez minutos para fazer uma análise da água na garrafa de Carson. Na verdade, eu levo o dia todo. Mas nem morta que vou deixar que eles saibam disso. Fazer uma análise físico-química da água não é a coisa mais fácil do mundo, ainda mais para quem tem um laboratório rudimentar como temos em St. Vincentti.
Quando eu deixo o subsolo e alcanço a escada para o corredor principal do colégio, a chuva ainda está caindo de forma pesada. As pessoas estão espalhadas pelas salas de aula e pelos corredores de pedras frívolas, mas não paro para dar uma olhada. Ouço alguns animais domésticos brigando, como se estivéssemos em uma versão moderna da arca de Noé.
Mas, ao que parece, o tornado não passou pela cidade. O que significa que ele deve ter mudado o seu curso. Eu vi a formação das nuvens no céu e a velocidade do vento quando chegamos naquela manhã. Não havia uma opção em que o tornado não passasse para dar um alô. O que me deixa mais apreensiva sobre os campos de algodão e as famílias do nosso perímetro rural.
― Liv!
A voz de Cherie me faz virar. Ela está sentada ao lado de Georgia em uma das salas da ala norte. Não conheço as outras pessoas na sala, apesar de "filha do xerife" estar estampado em um crachá invisível no meu pescoço. Então eu não me esforço para acenar para ninguém.
― Finalmente saiu da caverna, Batman. ― Georgia confere as próprias unhas. ― O que estava criando lá embaixo? O novo Frankenstein?
― Fico feliz que você tenha se tornado uma pessoa com admiráveis referências da cultura popular, Georgia. Mas não. ― Balanço a garrafa plástica de Carson. ― Você sabe onde Carson está?
― Se vai encontrar Carson, vai encontrar Seth, Liv. ― Cherie suspira. ― Tem certeza de que é uma boa ideia?
― Ah, eu já me esbarrei com ele hoje e foi péssimo. Mas preciso deles para descobrir algumas coisinhas. ― Olho para as desconhecidas e mexo os ombros, sussurrando. ― Tudo bem, estou assumindo uma postura diferente com Seth. Como se eu fosse socá-lo e não estivesse chorando todas as noites.
― Homens são tão imbecis. ― Georgia revira os olhos negros, sussurrando de volta. ― Você devia passar para o nosso lado, sabe?
― Bem, as coisas não funcionam assim.
― Se você quer que funcione do seu jeito, tem que dar uma arrumadinha em si mesma.
Olho para baixo. Não acho que tenha algo errado com os meus jeans dobrados acima dos tornozelos. Muito menos com o meu All Star branco de cano alto. Ele combina perfeitamente com a minha camiseta branca de algodão resistente e macio produzido em Seven Heavens.
É uma pena que Georgia Dayrell tenha uma opinião totalmente contrária. Ela segura minha camiseta e dá um nó em meio aos meus protestos.
― Vamos amarrar assim para unir esses seus peitos. ― Os olhos negros dela são incisivos e ordenadores. ― Mostrar um pouco de pele da barriga não faz mal. É verão, mesmo que não pareça. Achei o seu cabelo opaco, a propósito.
Georgia agarra o meu elástico de veludo azul e solta meu rabo de cavalo.
― Podíamos marcar um dia de salão. ― Cherie salta da mesa, dobrando as mangas da minha camiseta duas vezes. ― Maggie iria adorar!
― Com licença? ― Eu dou um passo para trás.
Geogia segura o queixo e me analisa como se eu fosse um experimento. Ela mexe a cabeça de um lado para o outro e puxa um pouco mais o nó da minha camiseta, comprimindo os meus seios e apertando-os dentro do sutiã. Cherie joga as pontas do meu cabelo para cima como se o vento os tivesse beijado.
― O cabelo está melhor. A franja está ok. Peitões no lugar. Só falta uma música, sabe, Cherie? Liv tem que entrar no refeitório tipo as modelos da Victoria Secrets. Vamos matar Seth Rowan de desespero.
Ela gargalha de um jeito insano enquanto pega o próprio celular. Cherie se aproxima, analisando a playlist de Georgia.
― Eu não acho que eu vá conseguir...
https://youtu.be/dMMUH_ZpbB0
(Starboy - The Weekend)
Eu me silencio assim que ouço The Weekend cantando Starboy. Trocamos um sorriso cúmplice desses que só garotas conseguem quando chegam a uma conclusão em conjunto. Starboy é uma ótima música para descrever Seth Rowan. Também é uma ótima batida para que eu entre no refeitório andando com efeito.
― Vai. ― Cherie coloca os fones sem fio no meu ouvido e Georgia os conecta no celular.
Acho que ela diz que o alcance é grande o suficiente para que eu desfile pelo refeitório, mas suas mãos me empurram para fora da sala imediatamente antes que eu entenda. Inflo o peito, então, e jogo todo o meu cabelo para um lado só. Eu me desequilibro por um momento, mas me recomponho antes de chegar até a porta de correr.
Me sinto idiota passando pelo corredor como se eu fosse mesmo uma Victoria Secrets. Eu acho que funciona só pelo modo como consigo arrancar os Ice Cage de sua euforia imbecil e ganhar alguns acenos assim que estou dentro do refeitório.
Sorrio de leve. Sabe, de um jeito "eu não me importo", mesmo que esteja me importanto muito. Aceno para a mamãe, sentada em uma das mesas com Elysha e Taylor Hastings. É muito estranho que ela esteja ali também. Mas estou focada no modo como o rosto da minha mãe se transforma. Eu posso jurar que aquele olhar diz: "essa é minha garota".
Marcho para a mesa em que Seth e Carson estão sentados. Eu espero que Seth continue concentrado em seu cantil de licor, mas ele ergue os olhos em um átimo assim que nota minha presença. Entreabro os lábios, semicerrando os olhos e os desviando para Carson como se Seth não existisse.
A atenção embasbacada de Seth, voltada para mim, faz com que Carson erga os olhos do celular. É um alívio que eles estejam mais azuis do que rodeados de vermelho agora. Significa que não está com tanta raiva canalizada, afinal.
― Você demorou uma década! ― Ele se inclina na mesa quando me sento na ponta e puxo os fones de Georgia. ― Consegue imaginar o castigo que é me sentar aqui com todas essas pessoas? Incluindo Taylor Hastings, a grande responsável pela morte da minha mãe.
― Pelo que entendi, Taylor não obrigou o seu pai a colocar a mão dentro do vestido dela. ― Rosno em um sussurro e Carson cruza os braços de um jeito enervante. ― E você precisa entender que pipetas volumétricas, frascos Erlenmeyer e buretas não podem ser manipulados por mágica. ― Varro o cabelo para trás do ombro de um jeito convencido. ― Além do mais, eu estava realizando o meu próprio experimento quando você chegou. Decidi terminá-lo antes.
― Então você está criando o Frankenstein?
― Combinou com Georgia para dizerem isso, Carson?
Seth pigarreia, fazendo com que Carson e eu olhemos para ele, como uma autoridade. Odeio o efeito que ele causa em mim, então desvio os olhos do modo como os seus estão brilhando à luz baixa do gerador da escola e cruzo os braços ao me recostar na cadeira. Pelo modo como suas maçãs do rosto parecem rosadas, eu arriscaria a dizer que o cantil de licor está vazio.
― Como você faz isso, Olivia?
― O que? Frankenstein?
É difícil para ele tentar esconder um sorriso, o que me deixa ainda mais desconcertada. Não quero flertar com o idiota que disse que só queria a minha virgindade para roubá-la do meu pai. Estou tentando me convencer sobre o fato de que ele parece extremamente interessado em como faço ciências e não nos meus peitos apertados contra a minha camiseta amarrada. As duas opções me envaidecem.
― Eu adicionei algumas gotas de uma solução indicadora. Depois precisei titular com mais uma solução, anotar o volume e fazer os cálculos para chegar ao resultado. E ― encaro o rosto preocupado de Carson ― boa noite, Cinderela. A droga que derem para você beber é metanfetamina. Inodoro, com sabor amargo e facilmente diluída em água ou álcool.
― Impossível. Não que eu me orgulhe disso, mas já usei metanfetamina. E MD. Nenhuma delas parecia causar os efeitos que senti.
― É uma metanfetamina mal executada. Potencializou os efeitos agressivos e liberou o seu alter ego psicótico como um soro mutagênico. Tem certeza de que não está voando por aí jogando abóboras explosivas nas pessoas, Duende Verde?
― Ah, qual é?
― Espera. ― Seth se inclina sobre a mesa também, muito mais lento que nós dois. ― Isso significa que a droga ou foi comprada de algum traficante inexperiente ou feita em um laboratório precário.
― Com conhecimentos de quem assistiu Breaking Bad e jogou no Google a fórmula da metanfetamina. ― Completo. ― Então, Carson? Qual dos seus amigos traficantes tem uma reputação ruim?
― As drogas que eu consegui aqui vieram de Denver. Eles têm um esquema com a California. De drogas que chegam pelo mar. São completamente seguras.
Arranho a garganta para que ele perceba o absurdo que acabou de dizer.
― Nenhuma droga é segura.
― Quero dizer que são de qualidade. Há muita gente grande envolvida. Eu sou apenas um adolescente rico financiando as grandes corporações do tráfico.
― Você devia mesmo estar dizendo isso à filha do xerife?
― Essa droga não veio de fora. Ele veio de perto, Liv. Fabricação artesanal.
― Feita às pressas. ― Me debruço sobre a mesa. ― Especialmente para você.
― Então temos que encontrar quem fabricou metanfetamina aqui por perto. ― Seth sugere, os olhos varrendo o refeitório. Eles fazem a curva para o caminho que leva diretamente de volta para o meu rosto. O que é engraçado. ― O primeiro passo é observar as pessoas suspeitas. Quem se sairia bem com isso?
Nós três nos viramos para a mesa dos Ice Cage. É automático que encaremos Conor Maynard. Mas não sei se consigo vê-lo em um laboratório. Ele mal consegue média para passar de ano. E em todas as vezes que conseguiu, precisou de um parceiro de estudos.
― Ah, merda. ― Cubro a boca, me encolhendo na cadeira. ― Henry.
Seth e Carson se viram para mim com expressões curiosas. Abaixo os braços, encarando a mesa vazia.
― Henry Hastings sempre foi obrigado a ser o parceiro de Conor para que ele passasse nas matérias e não saísse do time. Em troca, Henry ganhava méritos para o seu incrível currículo como estudante. O que facilitou sua aprovação no MIT como monitor e professor particular.
― Você acha que Henry tentaria me ferrar? Eu nunca fui um amigo ruim para ele quando éramos crianças. Seth era.
― Não tem a ver com o que fazíamos quando éramos crianças, Carson. Tem a ver com o que o seu pai fez à família dele. Principalmente à Taylor. E Henry perguntou à Cherie se eu havia escolhido o lado Rowan já que nunca mais falei com ele outra vez.
Seth revira os olhos, encarando o teto de um jeito indignado.
― Quando foi que comer sardinha estragada fez com que o ego dele ficasse tão inflado?
― E quando foi que tomar licor de toranja fez o seu inflar? ― Retruco.
Seth molha os lábios com a ponta da língua, olhando para o teto e sorrindo com indignação contida. Ergo uma sobrancelha e desvio os olhos para a impaciência de Carson.
― Espera. Então é isso? Foi Henry Hastings?
― Não dá para ter certeza. O que você fez com Mischa, Carson?
― O que? ― Carson sorri, desdenhoso. ― Eu não fiz nada que ela não quisesse.
― Porque ela queria sua jaqueta antes de Owen se tornar poderoso novamente. E você estava constantemente em fuga quanto a isso. Há três pessoas nessa escola capaz de fabricarem metanfetamina no nosso precário laboratório. Eu, Henry e Mischa. E suas possibilidades estão reduzidas para duas.
― Espera. Você é capaz de fazer metanfetamina?
― Carson ela é a filha certinha do xerife. Ela não faz droga. As repreende. ― Seth rosna. ― E é muito improvável que Henry Hastings esteja agindo como um traficante e colocando o próprio futuro em risco. Foi Mischa. Mulher vingativa é o pior dos pesadelos.
― É mesmo? Você quer culpar uma mulher? ― Lanço o meu polegar para trás, encarando Seth com determinação. ― Olhe só para o estado de Taylor Hatings e me diga se ele não teria um motivo para acabar com vocês.
Nós olhamos na direção da mesa em que Elysha e a minha mãe conversam. Taylor está sentada na cadeira encarando os próprios pés. Seus lábios ficam tremendo para frente e para trás e ela não consegue desviar os olhos um segundo de seu ponto fixo. As suas roupas são claramente algo que uma mãe brincando de boneca colocaria em sua filha. Ela tem um laço preto prendendo a franja de seus cabelos curtos e castanhos. E seu vestido rodado faz parecer que ela voltou a ter cinco anos novamente.
― Droga. ― Ouço Seth sussurrar. ― Mas por que ela ajudaria a achar o corpo da minha mãe? Faz mais sentido que Mischa tenha feito a droga para se vingar de Carson e retomar o namoro com Owen se é popularidade que ela quer.
― É uma possibilidade. Eu não posso dizer o quão apaixonada Mischa achou que estivesse. Ela é escorregadia e imprevisível. Mas o fato de Taylor ter ajudado nas buscas ao corpo de Pet faz com que as suspeitas sobre Henry estar em um grande esquema para tentar prejudicar vocês sejam mais plausíveis. Taylor sabia que era ele, mas não queria que ele sofresse. E talvez ela ainda tenha sentimentos pelo seu pai. Foi ela quem deu dinheiro a ele em troca da rádio fantasma. Ela ajudou vocês a escaparem. E continua fazendo o possível para que se safem de alguma maneira.
― Que merda. ― Carson soca a mesa. ― Coisa bizarra e nojenta.
Eu puxo um pouco de ar para continuar o meu raciocínio, mas os irmãos Rowan erguem os olhos para alguém além da minha cabeça. Aperto os lábios de um jeito receoso e me viro. A imensidão de músculos e altura de Garret, o guarda redes dos Ice Cage, forma uma montanha ao meu lado. Ele olha para Carson e Seth e depois toca o meu ombro.
― Está tudo bem aqui, Liv?
Eu demoro um segundo encarando o queixo quadrado de Garret. Há duas covas profundas em cada lado de seus lábios volumosos e olhar para elas me levam diretamente às suas orelhas amassadas e intimidadoras. Balanço a cabeça de um jeito positivo e ele sorri um pouco mais, ignorando completamente a existência dos Rowan.
― Então, eu estive pensando. ― Ele se abaixa e nós ficamos na mesma altura. ― Você não quer ir ao lago com a gente depois que as tempestades se forem? Vamos fazer um dia de comemoração antes do verão chegar e antes da formatura.
― Ah... ― Estou muito surpresa pelo convite e pelo modo como ele sorri de um jeito implorativo. ― Eu não sei, eu...
― Eu posso te buscar. Se você quiser, claro. Vai ser muito divertido. Prometo.
Eu quebro contato visual com Garret e me viro para os Rowan. Toda a expressão de Seth está congelada em ódio enquanto ele encara Garret. Seus olhos se chocam os com meus violentamente e eu os retiro, sentindo o quanto aquilo o irrita.
Sorrio sem querer.
― Tudo bem. ― Garret me dá um sorriso enorme quando o fito. A boca dele é tão grande que acho que ele pode me engolir. Se Carson é o Duende Verde, Garret é alguma coisa parecida com Venon, com certeza. ― Eu quero. Você pode me buscar. Me mande uma mensagem, certo?
Garret me entrega o seu telefone e eu coloco o meu número nele sabendo que ele nunca vai conseguir me encontrar porque não tenho um celular. Eu ainda ganho uma piscadela vergonhosa antes que ele saia. Meu rosto está pegando fogo quando me viro para frente.
― Que merda foi essa? ― Carson sussurra.
― Que merda? Estou indo ao lago! Quando as chuvas passarem. O que tem nisso? E, a propósito, qual é o sobrenome dele mesmo?
― Não pode ir a um lago com esse animal. ― Seth explode, empurrando seu cantil de licor vazio para longe.
― Ah, sim. Me avise quando eu tiver que considerar qualquer coisa que venha do cara que disse que tirou a minha inocência do meu pai. Sendo que isso nem faz sentido!
Estreito os olhos e Seth desiste, cruzando os braços e olhando para o outro lado. Ele está fugindo de novo e não estou surpresa.
― Então foi isso que disse a ela?
― Não enche, Carson.
― Não, Seth. Mano! Você disse isso mesmo? Nem eu diria algo tão bosta.
― Obrigada, Carson, pela consideração.
Empurro a cadeira para trás, mas antes que eu saia Carson sussurra.
― Liv! O pinto do Garret não é o maior, mesmo que pareça.
Atiro a garrafa contra ele com força. Carson começa a gargalhar de um jeito psicótico.
― Liv, espera! ― Ele estende a mão. Já estou de pé, considerando se devo segurá-la. Decido que não tem problema. ― Eu soube o que aconteceu com a sua mãe. Quando estávamos em Minnesota. Espero que ela fique bem.
Balanço a mão com a dele, concordando. Estou realmente agradecida pelas palavras de Carson. Parece que faz muito tempo desde que a mamãe tentou se matar, como se eu tivesse esquecido. Mas Carson ainda se lembra e tenho uma impressão dolorosa de que isso o atinge por causa de Lilly, sua ex-namorada.
― Obrigada, Carson.
Me afasto, olhando por cima do ombro uma última vez antes de atravessar o refeitório. Seth me encara e seus olhos vacilam entre a raiva e o desespero. Ele está em conflito porque tentou me afastar de coisas que ele considera perigosa, mas não pode decidir as minhas batalhas.
E, além disso, vou torturá-lo até que ele perceba que foi um babaca ao me dizer coisas tão horríveis. Além do meu rebolado mortal de All Star, o meu passeio com Garret sem sobrenome é uma ótima oportunidade, afinal. E vou fazer de tudo para aproveitar o meu dia no lago.
Antes que eu possa dar uma olhada no estado em que se encontra a chuva, no entanto, o sistema de som do St. Vincentti deixa um chiado escapar. A voz da nossa coordenadora Claire Bennet pede que todos prestem atenção no próximo recado. E que o pânico não se instaure.
A simples menção de pânico da senhorita Bennet faz o meu sangue gelar. Olho para cima de forma apreensiva e espero pelo pior.
Meu pai não voltou da sua ronda. E o tornado tomou outro rumo longe da cidade. Provavelmente na direção para o qual ele marchou.
https://youtu.be/QSoMuggScJ0
Estou cheia das referências: cabelo ok, a franja tá ok, peitões tá ok e rebolado ok. Brota no refeitório pro desespero do seu ex!
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