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epílogo


O ano de 2019 foi um ano para sempre.

Exatamente do tipo que acaba sem que você saiba de suas últimas vezes. Havia muitos últimos momentos acontecendo naquele ano sem que ninguém se desse conta. Agora, no presente, é que conseguirmos enxergar todas aquelas despedidas em que nunca tivemos a chance de ar adeus.

Sempre pareceu haver um dia após o outro. Páginas de cadernos de planos preenchidas com nossos próximos passos, desejos e metas. É assim que o ser humano funciona. Sonhar o novo ano é fundamental para manter a nossa esperança. Está intrínseco na nossa essência prometer a nós mesmos um futuro próximo muito melhor.

A arte de superar até mesmo o que foi bom, em busca de algo sempre maior e melhor, de repente, foi varrida do planeta inteiro. Todas as páginas vazias, prontas para serem preenchidas com novos acontecimentos, se rasgaram sozinhas em cada canto do mundo e foram levadas para longe em um vendaval de acontecimentos que atingiu a todos em um nível global.

Foi como se a nossa casa se vingasse de nós. Um incêndio de proporções assustadoras destruiu a Austrália no começo do ano. O céu realmente se tornou vermelho no país de Cherie Murphy, colorido de fogo e sangue. O seu senso de proteção e justiça fez com que ela tivesse que abandoar o próprio projeto de intercâmbio, deixar a namorada Georgia Dayrell para trás e se juntar às milhares de pessoas e animais lutando em prol da vida.

A ameaça de uma terceira guerra mundial surgiu diante das disputas governamentais dos maiores líderes mundiais. O enriquecimento nuclear tornou-se pauta em qualquer sala de aula, roda de conversa ou negociações econômicas. Havia algum tipo de medo se espalhando por todos os países tão forte quanto as novas ondas fascistas enquanto nos forçávamos a acreditar que o mundo não poderia retroceder aos anos mais sombrios de nossa história.

E então, nossa pior pandemia aconteceu. 

O Corona Vírus, cuja origem se imagina ter sido na China, espalhou-se pelo mundo tão rapidamente quanto um vírus digital. Não havia mais fronteiras ou distâncias. Ninguém conseguiu se isolar do pior acontecimento da era moderna. Pessoas de cada canto do planeta ficam muito doentes. O sistema de saúde entrou em colapso. Milhões de pessoas morreram. Um genocídio causado por uma doença cruel. E uma corrida em busca da cura superou os níveis de empenho da corrida espacial na época da Guerra Fria.

Passamos a lidar, então, contra um inimigo comum. E apesar disso, de estarmos todos do mesmo lado, o vírus nos afastou ainda mais. As nações fecharam suas fronteiras. As pessoas se fecharam em suas casas. Aqueles que não puderem se esconder, ou não quiserem, continuaram sendo atingidos.

Muitos de nós perdemos alguém. Muitos de nós choramos pela perda de alguém que nem conhecemos. Uma nuvem de tristeza cobriu o mundo como se fosse o apocalipse. 

Foi como sentir a esperança morrer. E quando se mata a esperança, nada consegue sobreviver sem ela.

O verão de 2019 foi a última vez que vi Seth Rowan. Ela não retornou para os Estados Unidos no natal. Sua família, James e Carson, foram visita-los. E, logo depois, o planeta inteiro começou a se fechar. Foi tão rápido quanto chuva sem anunciação. Despencou sobre nós a intensidade da distância e a preocupação em fazer algo além de nossas vontades pessoais, principalmente quando confrontamos a doença de perto.

Nós perdemos o tio Nolan em abril. Seus pulmões não resistiram à violência do vírus. E eu fiquei presa em Palo Alto, sem conseguir dizer adeus. Com a doença do tio Nolan, James foi infectado. Ele ficou por tanto tempo entre a vida e a morte que Carson, Seth e a mamãe praticamente foram morrendo juntos. Seth, isolado em Oxford, parecia prestes a fazer um ato de loucura e eu não conseguia acalmar o coração dele estando tão longe.

Eu via as pessoas indo embora. Simplesmente estavam ali em um dia e no outro eram enterradas em massa, como em um filme ruim que eu não gostaria mais de assistir.

https://youtu.be/CGYa8KuoTqA

A recuperação de James Rowan foi, definitivamente, o nosso reencontro com a esperança. Eu entendi, então, depois de muito tempo, que a esperança não estava morta. Nós só a tínhamos deixado de lado. Quando ele saiu da Unidade de Tratamento Intensivo, empurrado em uma cadeira de rodas por um enfermeiro usando sua armadura de equipamentos de proteção médica, ganhando palmas da equipe e sendo filmado para o mundo, reencontrei a minha esperança de um jeito bastante pessoal.

Eu precisava fazer alguma coisa.

Quero dizer, o mundo estava morrendo. Mas havia milhões de pessoas lutando pela vida de alguma forma. Os animais foram os primeiros. Com as pessoas fora das ruas, eles ocuparam lugares que havíamos roubado deles. Depois, os jornalistas decidiram nos dar alguma injeção de ânimo com boas notícias. Curados, isolados diminuindo a taxa de contaminação a quase zero, equipes corajosas na linha de frente ao combate, trabalhando exaustos por mais de trinta horas seguidas.

Então, eu decidi mudar o meu caminho. 

Havia um plano, logo nos meus primeiros dias de aula, de me formar como química. Eu queria continuar com a minha pesquisa sobre poluentes, cores no céu do mundo inteiro e equipamentos capazes de diminuir a emissão de gases tóxicos sem que as cores das nuvens fossem alteradas. Esses seriam os primeiros degraus para chegar ao topo mais alto dos meus sonhos: um Nobel em química.

Mas a pandemia fez com que eu abandonasse todos os meus planos pessoais. Quero dizer, nenhum sonho individual poderia existir se o mundo inteiro sumisse por causa de uma doença. Eu ainda poderia ganhar um prêmio Nobel algum dia. Um Nobel de Fisiologia ou Medicina, eu quero dizer.

Não que eu tivesse alguma vocação para ser médica. Eu não sou do tipo de pessoa que tem a frieza e a sensatez daqueles que estão na linha de frente. Mas eu poderia dedicar a minha vida estudando uma maneira de combater o Corona Vírus e as demais pandemias que o mundo ainda desconhece.

Eu fiz de um dos laboratórios de Stanford o meu quartel general. Eu sou apenas um soldado, mas nós temos bons capitães e generais nessa guerra. Comecei sendo da equipe de combate tecnológico. Desenvolvendo equipamentos para facilitar o trabalho de quem está lá fora e de quem precisa de ajuda para respirar. Fiquei sabendo, recentemente, que o MIT e uma equipe de Henry Hastings, desenvolveu uma máscara que acende uma luz ao entrar em contato com o COVID-19.

Então, quando achei que meus esforços em engenharia não seriam de grande ajuda, eu me joguei em farmacologia. Ainda era química e eu ainda podia me sentir confortável no meu laboratório. Eu só precisava me esforçar mais em biologia – o que, diante dos esforços de todo o mundo nem pareceu uma coisa tão grandiosa assim.

Eu não vejo as pessoas que amo há alguns meses. Também não sei quanto tempo isso vai durar. Tenho andado cansada e não consigo dormir direito porque agora faço parte de uma importante equipe da Universidade de Stanford que está trabalhando em busca da mutação genética viral para que seu poder de contágio seja extinto.

Meu contato com o mundo exterior passou de mínimo para nulo. Eu acho que Seth desistiu de mim, embora não posso culpá-lo. Todo mundo meio que desistiu de algo para focar em um objetivo comum. Ele está em um voluntariado em Oxford sendo cobaia de testes ao mesmo tempo que ajuda um grupo de refugiados sem teto do Reino Unido. A última vez que tive notícias dele foi através da minha mãe, porque Seth estava no meio da Escócia, incomunicável, ajudando a isolar povos mais vulneráveis. Mas ele parecia feliz e, principalmente, com esperança. 

Às vezes eu me pego chorando em algum lugar, com medo. Cada ligação, rezo para não ser uma notícia ruim. Mas a cada fim do dia, alimento o meu espírito com um pouco de gratidão por quem está em casa, por aqueles que estão usando máscaras, por todos que deixaram de fazer aglomerações, por profissionais da saúde, por doadores anônimos e solidários.

Se puder, fique em casa.

Se não puder, tome cuidado.

Tudo isso vai passar. Vamos contar uma nova história com novos sentimentos a partir de agora.

Logo estaremos juntos de quem amamos.

Não percam à esperança. Ela será a sua salvação nos momentos de escuridão. E lembrem-se: pode parecer solitário agora, mas não estamos sozinhos. É lutando juntos, mesmo que separados fisicamente, que conseguiremos nos fortalecer e vencer o caos.

https://youtu.be/3tBk7ONm95Q

Em homenagem à memória dos milhões de mortos pela COVID-19. Suas histórias jamais deixarão de ser contadas. Vocês serão lembrados com amor. Para sempre. 

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