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dezessete.


https://youtu.be/9HDEHj2yzew

(Physical - Dua Lipa)

Olivia Quinn Wilder. Dezessete anos. Nascida em 04 de dezembro. Sagitário com ascendente em leão, segundo a posição dos astros e seja lá o que isso queira dizer. Melhor aluna do St. Vincentti por três anos consecutivos. Vencedora de todas as feiras de ciências desde o fundamental. A melhor jogadora de sinuca e pior cozinheira do planeta. E ladra.

Se eu tivesse um perfil completo espalhado em um cartaz de procurada, ladra estaria em negrito. Porque não é todo dia que se invade uma lanchonete, entra numa casa e rouba um notebook sem que ninguém perceba. É um feito horrível, no entanto. Mas não consigo deixar de pensar o quão grandioso é.

Eu acabei de roubar o computador de Henry Hastings e estou me sentindo ótima.

Quero dizer, eu acho que é a adrenalina. Estou batendo no volante da picape cantando a plenos pulmões com os vidros fechados. Imagino que os grilos do lado de fora estejam em silêncio com o vibrato do carro parando nos semáforos vazios.

Olho mais uma vez para o computador, banhada de triunfo, e continuo cantando com Dua Lipa. Me sinto completamente louca e agradeço por estar sendo abafada dentro da picape. Quando freio em frente à minha casa, desligo o rádio e fico sussurrando a música, contemplando o meu feito no banco do carona.

― Eu roubei o computador de Henry Hastings. Mesmo.

Agarro-o como se ele fosse um fragmento da minha alma e salto do carro. As luzes estão todas apagadas na minha casa. Faltam alguns minutos para meia noite e quando chego até a nossa porta de entrada, noto que o bilhete que deixei para mamãe atrás do nosso porta-recados desapareceu. Provavelmente ela já está dormindo, então avanço até a cozinha em silêncio.

A expectativa é como um raio, iluminando o meu corpo e causando choques elétricos por cada extensão de nervos. Mexo os dedos no ar, sentindo a impaciência me cobrir. A luz da tela faz os meus olhos arderem e para a sorte de Henry Hastings, seu precioso computador está protegido com senha. Para o seu absoluto azar, no entanto, eu sei entrar em qualquer máquina que eu quiser graças aos projetos avançados de informática dos quais participei para trabalhar na loja dos meus pais.

Estou dentro em menos tempo que eu esperava. O meu pescoço escorrega de lado em indignação. Henry tem uma foto do C3PO na tela inicial. Nada de Eloise Flume, nada de princesa Leia. É apenas o C3PO e sua lataria dourada irritante.

Eu sei para onde preciso ir. Para os acessos de Henry no dia em que Marie acusou James de assédio. Se ele interceptou as câmeras de segurança do hotel, deve ter feito isso de imediato, já que estava viajando com a delegação. E mesmo que ele tenha apagado o histórico, eu encontro os caminhos ocultos por onde ele esteja e chego exatamente no meu destino: DoubleTree Hotel em Saint Paul, Minnesota.

― Peguei você, Henry. ― Há uma tríade de arquivos de vídeo escondidos no sistema. Respiro profundamente toda a expectativa pairando ao meu redor e abro o primeiro vídeo. A imagem do elevador surge em primeiro plano. ― Eu realmente peguei você, seu imbecil.

James entra primeiro, mexendo no celular. Um grupo de pessoas entra depois. Não conheço a maioria delas, mas identifico Henry com Eloise em um canto, Marie Belcher e dois jogadores do Ice Cage. Um a um, eles vão saindo do elevador. James olha ao redor e percebe que está acompanhado apenas de Marie e então acaba. Eu volto o vídeo, mas não há nenhum sinal de que Henry e Marie estão trocando olhares.

Clico no segundo vídeo. Assim como o primeiro, há apenas imagens em tons azulado. Não posso ouvi-los, mas sei que James diz algo de um jeito exasperado quando Marie começa a tirar as próprias roupas. Ele comete o terrível erro de guardar o celular e bradar as mãos na direção dela, ao invés de filmá-la em contraprova. Marie grita, puxando a blusa e o segundo vídeo acaba.

Mal consigo respirar. Meu dedo está tremendo quando clico no terceiro e último vídeo. Eu preciso cobrir os meus lábios para não acordar os meus pais. Marie começa a se arranhar e a se beliscar e James leva as mãos aos cabelos, desesperado. Segundo erro: ele parece completamente despenteado agora. Marie puxa a calça para baixo e o elevador abre. Ela corre, com James em seu encalço. Ele tenta voltar para o elevador, mas um par de mãos o puxa para fora. E o terceiro vídeo acaba.

― Oh, merda. ― Deixo escapar. ― Que merda.

Não sei o que fazer, no entanto. Roubei o computador de Henry com um único propósito: desmascará-lo e inocentar James. Entretanto, Marie Belcher será massacrada se descobrirem. Levo a mão até os cabelos e sinto o suor frio em minha testa. Engulo, olhando para além da escuridão da cozinha.

Decido enviar os vídeos para o celular de Seth. É o único lugar fora da rede que tenho em meu alcance. Quando termino de transferir os arquivos, apago-os em definitivo do computador de Henry. Estou segurando o queixo e vasculhando todo o sistema apenas para me garantir que não há vestígios dos vídeos do hotel quando o celular vibra, me fazendo saltar de susto.

O nome de Carson pisca na tela.

― Carson?

― Olivia, sou eu. ― A voz de Seth entra pelos meus ouvidos como bebida quente descendo pela garganta. ― Onde você está? Cherie acabou de nos contar o que vocês descobriram.

Entreabro os lábios sem ter certeza do que dizer. Antes que eu consiga escolher as palavras, ouço um barulho surdo vindo da sala. Fecho o computador imediatamente e a escuridão me absorve.

― Olivia?

― Estou em casa, Seth.

Ouço os passos descendo as escadas e me levanto, esperando que a mamãe ascenda a luz. Nada acontece durante alguns segundos. Tudo o que ouço é a respiração apreensiva de Seth do outro lado.

― Mãe? ― Eu a chamo de um jeito impaciente. ― É você?

É extraordinário como o meu olho esquerdo se adapta rapidamente à escuridão por causa da minha pupila constantemente dilatada. Começo a enxergar cada pedaço da minha casa através das frestas de luz que entram pela janela com mais velocidade do que o meu olho direito consegue processar. Pisco algumas vezes e então o vejo: meu pai parado na porta da cozinha.

Deixo um suspiro de susto escapar sem querer.

― Com quem está falando?

A voz do meu pai parece um trovão cortando o meu céu. Quando ele acende a luz, minhas pálpebras se chocam com força e eu perco minha visão. O choque de ser pega naquela situação é tão fortuito que não consigo me defender quando ele agarra o celular da minha mão.

― Pai!

― De quem é esse telefone? ― Seus olhos se apertam contra o visor. ― Carson? Está falando com Carson Rowan?

― Me devolva!

― Carson! ― Ele me empurra, levando o telefone para perto do rosto. ― Fale comigo, seu miserável drogado. O que você quer com a minha filha? Ela não é traficante.

― Pai! ― Seguro seu braço. ― Por favor, pare com isso!

― Sou eu, senhor Wilder. ― Ouço a voz de Seth no momento em que a mão espalmada do meu pai abraça todo o meu rosto, seus dedos segurando-o como ganchos mortais. Ele me bloqueia facilmente com o corpo e fico imóvel, agarrada ao seu braços tentando fazer com que ele me solte. ― Eu emprestei o meu telefone à Olivia.

― Então você está com esse garoto de novo? Por isso foi à festa do novo xerife? ― Meu pai atira o telefone de Seth na sala. ― Quando eu disse para não ir, Liv! Você me apunhalou nas costas!

É difícil respirar com os dedos dele apertando os ossos da minha face e comprimindo meu nariz. Forço o pulso do meu pai e puxo minha cabeça para trás. Há um pequeno momento de confusão em que ele percebe o que está fazendo, então me solta, puxando o braço dos meus dedos.

― Liv... ― Ele respira de um jeito intenso. ― Por que você está fazendo isso, minha filha? Você não gosta da sua família? Você quer se aliar aos Rowan e me destruir? Você não tem piedade dos meus sentimentos?

― Pai. Cadê a mamãe?

― Você disse que ela foi ver o tio Nolan! ― Ele continua gritando. ― Ela não voltou. E você tentou me dopar para que eu não percebesse que as duas estavam me traindo!

Eu me surpreendo com a intensidade que o ar está circulando pelos meus pulmões. Os olhos azuis do meu pai estão cingidos pelo vermelho de suas pupilas. Não consigo distinguir se há raiva ou desgosto no modo como ele olha para mim. Decido que as duas coisas.

― Não estamos traindo o senhor. Eu... Eu gosto de Seth, pai. Eu não sei como isso aconteceu. Só... Aconteceu. Estou apaixonada por ele. Não estou fazendo isso para magoar você ou atingi-lo. Muito menos Seth. Estamos apaixonados. Só queremos viver isso enquanto temos chance. Não somos Rowan e Wilder. Somos Seth e Olivia. Eu... Gostaria que você entendesse.

De repente, percebo que estou agarrada à pia da cozinha, pronta para pegar uma faca. É o meu pai quem está parado diante de mim, mas ele comprime a minha garganta só com o modo como olha para mim.

No entanto, ele se afasta, saindo da cozinha. Olho para as minhas mãos trêmulas, tentando pensar no próximo passo. Imagino se estraguei tudo para mamãe. Acho que, de alguma forma sim. E isso me constrange. Passo a mão de forma compulsiva pelos cabelos e dou meia volta tentando encontrar um jeito de sair dali e avisá-la sobre a ira de Jonathan Wilder.

A voz do meu pai quebra meus pensamentos quando ele retorna.

― Então é isso? ― Ele ergue o celular de Seth para que eu veja uma foto minha de calcinha e moletom. Uma foto minha sobre o céu vermelho que ele guardou sem que eu soubesse. ― Você está saindo por aí agora como uma puta? Drogando o seu pai e transando por toda a cidade?

A mão dele é tão rápida em agarrar meus cabelos, que não consigo alcançar nenhum talher. Cada poro do meu coro cabeludo arde com o puxão. Não sei ao certo o que começa primeiro, se as lágrimas ou os meus gritos. Estou sendo arrastada de volta pela sala, ouvindo-o esbravejar como um leão faminto na selva.

― Vamos ver se ele ainda vai querer tirar fotos suas. ― Ouço seu braço arrastar gavetas do móvel perto do sofá. ― Se você não for tão bonitinha assim.

― Não! Pai! Pare!

Não tenho forças para lutar contra ele. Há uma grande tesoura entre seus dedos e meus cabelos estão acorrentados em sua outra mão. Grandes soluços interrompem meus gritos e eu desisto de lutar.

Silêncio. A respiração rude do meu pai bate contra o meu rosto molhado assim que a tesoura se aproxima dos meus cabelos. Um nó gigantesco entala na minha garganta e eu aperto os olhos.

― Jonathan!

É a voz da mamãe surgindo como um rompante salvador que interrompe tudo.

O segundo de distração do meu pai é suficiente para que eu consiga me soltar. Um chumaço de fios arrancados fica entre seus dedos quando caio no chão e o choro recomeça no momento em que mamãe me abraça por trás.

― O que estava prestes a fazer? Você enlouqueceu, Jonathan?

― Saiam daqui! ― O meu pai gira a tesoura para além da mamãe, mas escondo meu rosto entre os braços dela. Não me importa quem esteja ali. Quero sumir. ― Esse é um assunto de família!

― Você é o único que vai sair daqui! ― O grito de mãe que eu ouço é visceral contra meu pai. ― Chega, Jonathan! Você ia cortar o cabelo dela? Ia machucá-la com uma tesoura? Quando você se tornou esse monstro descontrolado?

― A culpa é sua, James! ― O papai grita.

Não consigo impedir minha curiosidade dessa vez. Eu me afasto o suficiente de mamãe e olho para trás. Não sei como James Rowan chegou ali tão rápido, mas ele está acompanhado do novo xerife Rosenstock e de Rock.

― Se a culpa é minha, está atacando a sua filha por que?

― Liv. ― Mamãe afasta meus cabelos para além das lágrimas. ― O que houve? Ele machucou você?

― Ela estava tirando fotos nuas por aí com aquele garoto Rowan.

― Esse é o corpo dela. ― Eu sinto a voz da mamãe sair entre os dentes. ― Você não pode violá-lo. Você sequer pode tocá-lo. Muito menos escolher o que ela faz com ele. Esse tempo morreu, Jonathan. Nós morremos como família! Eu quero que você saia antes que eu mande prendê-lo.

― A polícia sou eu, Maggie! ― Ele ri de um jeito idiota. ― Não pode me chutar daqui. Eu... Fiquei nervoso. Liv! Nunca faria nada com você. Liv... Minha filha. 

― Não toque em mim! ― Grito às cegas. ― Não chegue perto de mim! Eu odeio você! Eu odeio o que você é e o que fez comigo ou com a minha mãe! Eu odeio absolutamente tudo sobre ser sua filha! Eu quero que você morra!

O silêncio na sala me deixa tensa, mas me encolho nos braços da mamãe e fecho os olhos.

― A polícia sou eu agora, senhor Wilder. E o senhor está preso em flagrante por agressão à senhorita Olivia Wilder.

Eu acho que o papai está tentando ser irônico com Rock e o novo xerife. Eu o ouço esbravejar e lutar quando eles o rendem, mas tudo o que faço é me encolher ainda mais nos braços da minha mãe. Seu cheiro doce de amaciantes de roupa e maquiagem barata é a coisa mais segura que eu tenho naquele momento.

― Acabou, meu amor. ― Ela sussurra, me apertando. ― Está tudo bem. Estamos livres agora. Me desculpe não ter chegado antes.

― Você chegou no momento certo, mamãe. ― Fungo.

― Eu te amo, Liv. Vamos ficar bem. Eu te amo. Você foi muito corajosa, minha Olivia.

O choro derrama pela minha garganta como uma locomotiva fora dos trilhos. Me apego ao abraço da mamãe e deixo os meus pulmões esvaziarem. Queria que todos os meus pensamentos sumissem com as lágrimas. Mas jamais vou esquecer da fúria violenta e cega do meu pai. Muito menos de como eu fui enfática ao dizer que gostaria que ele estivesse morto.

Ele não conseguiu cortar o meu cabelo. Mas cortou o nosso laço para sempre. 

Olá, bebês. Esse capítulo é bastante tenso e impactante. Gostaria de estar postando-o em um momento melhor. Gostaria que agora, nessa fase que o mundo está vivendo, tivéssemos apenas capítulos felizes. Mas a vida é muito difícil para quem convive com um agressor. E agora, enquanto estamos de quarentena, se estamos bem e em casa, eu fico pensando em quantas mulheres, filhas, estão presas com um homem violento nesse exato momento. Estou aqui enviando minhas orações a essas mulheres e meninas e espero que vocês façam o mesmo. E que possamos superar a pandemia e a violência contra a mulher. No meu mundo ideal isso não existiria. Seguimos fortes e corajosas para enfrentarmos o que de pior vier em nossa direção. 

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