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Capítulo 8


"Eu admiro isso no senhor, alteza."

Essa simples frase pairou em minha cabeça, tanto que passei a noite inteira encarando o teto. Não deveria estar tão afetado pelo comentário de alguém que não me conhece, mas estava.

A leitura sempre foi a minha paixão. Se pudesse, viraria um daqueles poetas apaixonados incuráveis, que recitavam seus mais belos versos de amor em plena luz do luar. Mas todo sentimento relacionado à livros e romances foi abafado por minha "mãe".

Roseta acreditava que essa paixão pela literatura só me deixava mais fraco. Para ela, um rei devia se preocupar com o jogo de manipulação da corte e guerras; tanto que treinou Amis escondido para ocupar o lugar do meu pai.

Ele sim sabia apreciar um bom livro.

Dominic possuía a postura de durão, principalmente por causa da sua barba espessa e escura e as sobrancelhas grossas. Porém, por dentro, somente eu sabia do coração enorme e mole que esse homem possuía. Às escondidas, eu e meu pai íamos até a biblioteca para ler e fugir da realidade sufocante daquele castelo.

Uma realidade onde não precisávamos viver com o peso da coroa.

— Estou achando que esse romance vai terminar em uma tragédia. — resmungo passando para a próxima página de "O amor além do sangue."

— Nem todo romance tem final feliz. É bom ir se acostumando, filho.

O clima estava agradável naquela noite de verão. Meu pai, como sempre, encontrava-se acomodado no divã da biblioteca lendo de maneira despojada. Com seu robe vinho e os longos cabelos castanhos soltos, não parecia o rei imponente e sério que surgia todas as manhãs. Por outro lado, estou deitado no tapete com a barriga virada para a tapeçaria bege e fofa.

Optávamos por um silêncio confortável nas noites de leitura, mas um debate sempre era bem-vindo.

— É difícil entender o autor que escreve um romance de final triste. Outro dia, li uma frase assim "o amor é a esperança daqueles que navegam pelas águas turbulentas da vida". Se é esperança, quer dizer que tem final feliz, certo?

A risada grossa e alta do homem ecoa pela biblioteca vazia.

— Não discordo de suas palavras, mas precisa entender que o amor é mais complexo do que imagina. Cada história possui sua particularidade, mas em todas é necessária uma coisa: a presença do amor. Ele pode ser o destino final mas, às vezes, pode ser apenas parte da sua trajetória. E creio eu, que isso já basta.

Franzo o cenho, fechando o livro logo em seguida. Sento no tapete cruzando as pernas, lançando um olhar confuso para o meu pai.

— Está dizendo que se o amor tiver um final feliz ou não, pouco importa; o que importa é ter feito parte da sua vida?

— Exatamente.

— Que pensamento masoquista, pai.

Outra vez ele ria. Meu pai não tinha uma risada bonita, mas eu gostava. Roseta sempre reclama do som estridente de seu riso, como se fosse um defeito, mas como poderia ser se ele tinha o dom de iluminar o ambiente?

— Um dia será grande para entender. Só espero que não aprenda da forma mais dolorosa como eu, filho.

Movido pela curiosidade, inclino-me mais em sua direção.

— Como assim?

Mas só recebo um sorriso triste como resposta.

A espada reluz contra o sol, ofuscando minha visão. Tristan se aproveita para dar uma rasteira precisa, fazendo-me cair sentado no chão. Logo, apontava a espada para o meu pescoço com um sorriso de canto.

— Anda bem distraído, Alteza. O que houve?

O campo de treinamento encontrava-se cheio e o som de espadas e chutes ajudou a abafar o meu longo suspiro.

— Nada demais.

O ruivo estica a mão e a aceito de bom grado, levantando-me em um único impulso.

— Um dos seus encontros finalmente rendeu algo a mais?

Lanço um olhar amistoso em sua direção, mas Tristan não se importa.

— Qual é, grandão. Há mulheres bonitas se atirando aos seus pés e você sequer deu a chance de conhecê-las melhor. Sei que tem suas responsabilidades como rei, mas também sei que gosta de se divertir.

O miserável estava certo, mas admitir em voz alta renderia um Tristan de ego inflado o dia todo. E não estava com paciência naquele dia.

— Eu sinto que Fausto está articulando ao meu desfavor na corte. Ele quer criar uma imagem negativa sobre mim para os nobres e não duvido nada que tenha sido esse maldito a espalhar boatos descabidos sobre mim. Então, estou evitando criar mais problemas, Tristan. Não vou dar razão para mais boatos.

O ruivo revira os olhos guardando a espada na cintura.

— Você é um príncipe muito bondoso, sabia? Se fosse o Lorcan, já teria colocado a cabeça do Fausto em uma estaca no centro da cidade.

Deixo escapar uma breve risada enquanto sigo pelo campo de treinamento, onde meu amigo me segue bebendo água de seu cantil.

— Tenho bom gosto para decoração, cabeça de fogueira. Nunca colocaria uma coisa horrenda como aquela em Valfem.

Nós dois rimos em cumplicidade. Tristan e eu temos muito em comum, mas me arrisco a dizer que o ódio por Fausto é o ponto principal.

— Mas voltando ao assunto, você deveria avançar em seus jantares com as concubinas. Eu não aguento mais ouvir os suspiros dessas moças pelos corredores, Aloys.

Nesse momento, quem suspira sou eu.

— E os meus, você irá aguentar? Porque não estou disposto a ser um tormento para elas.

— Como assim?

Abaixo o olhar para minhas botas marrons de treino, sujas de terra.

— Essas moças esperam um homem viril e responsável, só que eu não sou assim.

— Claro que é. Essa é uma parte sua também, bem como o seu lado mais amável.

— Nos jantares, as concubinas só falavam da minha aparência ou bajulavam minha postura como monarca.

Tristan já havia presenciado alguns desses jantares e pelo seu rolar de olhos, percebi que entendia muito bem o meu lado.

— Ninguém sabe quem é o Aloys verdadeiro ou se interessa em saber sobre ele, exceto...

Hesito ao lembrar da noite anterior. Da forma como Alene olhava para mim com atenção, sorria com ternura. Admito que suas ações iniciais me deixaram um tanto assustado e curioso, mas a ruiva mostrou um lado dela tão adorável que me vi incapaz de negar suas vontades.

Não imaginei que fosse gostar mais ainda daquele livro, mas sendo lido pela voz suave de Alene causou outro efeito em mim. Algo arrebatador e inexplicável.

—... Bem, esquece.

O rapaz arqueia a sobrancelha.

— Alguém conseguiu prender sua atenção?

— Não é isso, é só que...

— Você é péssimo mentindo, Aloys. Eu sabia que, cedo ou tarde, alguém conseguiria despertar seu interesse. Então, pretende avançar na tradição com ela? Sabe que não poderá enrolar a corte por muito tempo.

Pensar em Alene em minha cama, tocando aqueles lábios macios contra os meus, sua pele lisa roçando na minha e seus cabelos cor de fogo totalmente bagunçados após inúmeros orgasmos é algo perigoso.

Muito perigoso.

Ajeito a camisa para esconder o quanto esses pensamentos me afetaram. E não estou disposto a dar mais um motivo para Tristan ter boas risadas.

— Tem alguém levemente... Interessante. Mas é cedo demais para decidir.

— Você ainda tem tempo para saber o que fazer. Apesar de tê-lo pressionado, siga seu ritmo. Pouco importa o que a corte pensa ou deixa de pensar, a palavra final sempre será a sua.

Para muitos, Tristan podia ser um guarda real bobão e mulherengo, mas eu conhecia a imensa sabedoria desse homem que, tão novo, aprendeu da forma mais dolorosa a viver.

— Obrigado. Eu vou tentar me divertir um pouco, acho que vou enlouquecer se tiver outra reunião com o Fausto.

— Está fazendo certo. A coroa é um fardo sim, mas você não é obrigado a carregá-lo o tempo todo. Antes de tudo, tem que estar disposto a ser feliz. Um rei triste é um dos maiores carmas para o povo.

Mais uma vez, sou agraciado por seu sábio conselho.

— Tristan, você é realmente incrív-...

— E seja no que pensou, chame essa garota para um passeio. Faça o desjejum juntos ou a leve para conhecer o jardim. Porque se não tirar todo esse tesão acumulado, vai explodir.

Arregalo os olhos.

— Mas o que...

Tristan aponta para minha calça.

— Pelo visto, essa espada em suas costas não é a única que temos aqui. Guarde sua arma secreta para quem dominou seus pensamentos, grandão. Ou serei obrigado a cortá-la.

Xingo um palavrão nada cortês enquanto sou tomado por um súbito rubor. Por outro lado, Tristan joga a cabeça para trás rindo sem controle.

Ele é inteligente o suficiente para sair do campo de treinamento, ainda rindo, senão eu mostraria o resultado dos longos anos de treinamento.

♕♕♕

No final das contas, acabei acatando o conselho do Tristan; não que ele estivesse certo, só queria passar um tempo longe das obrigações.

Respiro fundo parando diante da porta do seu quarto, dando leves batidas. Após alguns segundos, ela é aberta pela figura ruiva e baixinha à qual, aos poucos, estou me familiarizando. Instantaneamente, Alene arregala os olhos e demora um pouco para voltar a si, fazendo uma reverência desajeitada.

— A-Alteza, eu não esperava o senhor por aqui. A que devo a honra de sua visita?

Coço a nuca olhando para um ponto qualquer por cima de seus ombros.

— Bem, eu pensei se você não gostaria de... De sair um pouco. Deve ser bem chato ficar nesse quarto o dia todo. Por que não saiu até então?

Os seus cílios longos se movem delicadamente conforme piscava os olhos, confusa.

— Não possuo permissão para sair do quarto sem a ordem de alguém da nobreza.

Uma raiva incontrolável percorre meu sangue. Já odiava essa tradição maldita, e agora o ódio acaba de ganhar uma proporção perigosa. Tratar essas damas como animais em uma prisão? Está na hora de rever essa tradição e, silenciosamente, coloco esse tópico em minha mente para a próxima reunião.

— Agora você possui a minha ordem para sair pelo castelo onde e quando quiser.

Não contenho o sorriso de canto ao vê-la toda sem jeito, abrindo e fechando a boca diversas vezes até ser capaz de formular uma frase.

— Mas... Mas os demais nobres não vão gostar.

O meu sorriso presunçoso se alarga enquanto me abaixo o suficiente para sentir seu hálito quente contra a minha pele. Sinceramente, não fazia ideia de o porquê agir assim; só achava interessante vê-la toda corada como estava nesse exato momento.

— Quem não gostar, pode reclamar diretamente para o príncipe. Então, o que me diz de sair?

Demora alguns segundos, mas o seu sorriso aparece — por mais que pareça um pouco "forçado". Alene assente em silêncio, envolvendo o braço no meu para que eu possa conduzi-la pelo castelo. O seu belo vestido rosado se arrastava pelo chão com delicadeza. Na verdade, tudo nessa mulher exala graciosidade.

— Quer dizer que a minha companhia o agradou, alteza?

Abaixo brevemente o olhar para fitá-la, surpreendendo-me ao ser alvo de um olhar tão intenso.

— Gosto de um bom passeio depois de uma reunião exaustiva. E acredite, o Tristan não é a melhor companhia para um momento como esse.

— Ora, por que?

— Ele quer descontar a raiva da reunião com longos treinos, e estou pouco propenso a receber rasteiras e socos.

Sua risada agradável preenche o ambiente enquanto caminhamos pelos vastos corredores. Os guardas, por onde passamos, fazem reverências e os nobres lançam olhares furtivos em nossa direção. Devem pensar que vou levá-la para a cama.

Afasto a imagem da ruiva em minha cama o mais rápido possível.

— E a reunião, como foi?

Pisco os olhos, confuso. Nenhuma das concubinas perguntou sobre minha rotina. Todas queriam saber sobre minha riqueza ou quantas mulheres já dormi. Ninguém se importou com o Aloys preocupado que repousa a cabeça no travesseiro e é consumido pelos próprios pensamentos.

Não imaginei o quão bom é alguém perguntando sobre o seu dia.

— Foi chata, como sempre. Fausto quer que eu seja uma cópia do rei Lorcan, mas isso é impossível! Eu não fui treinado para ser um guerreiro assassino!

Vejo uma singela surpresa passar por seu rosto.

— O senhor não sabe lutar?

Não contenho a risada, balançando a cabeça negativamente.

— Sei sim, só que digamos que meu estilo de luta é diferenciado.

Alene interrompe a caminhada quando estamos no meio do corredor, puxando-me pelo braço e, assim, sou forçado a abaixar o corpo até encurtar a nossa distância. O seu olhar gentil abranda qualquer inquietude que haja em meu coração.

— Diferenciado? Isso me deixou curiosa, Alteza. Eu gostaria de vê-lo em ação... Em como o seu corpo age.

A sua respiração quente contra meu rosto, combinado com o olhar intenso, causou-me calafrios estranhos. Alguma força inexplicável me deixa contra essa mulher, onde me vejo incapaz de negar aos seus pedidos. Alene fica na ponta dos pés, tornando o espaço entre sua boca quase mínima. Naquela distância, podia facilmente tocar seus lábios rosados, mas contive qualquer vontade tola em meu âmago.

Precisava ser o príncipe responsável que Valfem necessitava.

— Vamos aproveitar a nossa segunda noite. O que me diz? — digo ajeitando a postura e, infelizmente, tomando uma distância segura da mulher.

Um leve traço de irritação, como o franzi de testa e o nariz retorcido, passa por seu rosto; porém, dura tão pouco que poderia jurar ser uma ilusão. A ruiva retorna a sorrir com suavidade, apoiando as mãos frente ao corpo magro.

— Claro, Alteza. Para onde iremos agora?

— Um lugar secreto do príncipe.

Os seus olhinhos verdes brilham de expectativa.

— Vamos logo, então. Estou curiosa para conhecer esse tal lugar secreto.

♕♕♕

Pela quarta vez, Alene alterna o olhar de mim para o estábulo. Enquanto isso, rio alto apoiando a mão na barriga. Se ela pensou que teria um encontro romântico no salão principal ou uma visita ao meu arsenal de armas, está enganada.

— Alteza, eu... Eu não sei o que dizer.

Apoio o ombro na porta de madeira, sorrindo de canto.

— Pode dizer que está decepcionada. Não é uma novidade para mim.

Quando terei a sua resposta — uma provável confirmação — a ruiva dá um pulo surpresa ao sentir o focinho comprido de um dos cavalos em seu pescoço. Ela vira o rosto para o animal e qualquer xingamento some diante de Pavo, o belo cavalo cinza de Tristan. De forma relutante, a jovem estica a mão para acaricia-lo, mas se afasta quando o animal fica agitado.

— Pavo não gosta muito de contatos físicos. Pelo menos, nenhum que não venha do Tristan.

— Ah... Entendo.

Repouso as mãos dentro dos bolsos da calça, analisando o brilho em seu olhar.

— Gostaria de ir para outro lugar? Eu posso pensar em outra ideia.

Alene volta-se para mim, franzindo o cenho.

— Por que? Eu gostei daqui.

Ergo ambas as sobrancelhas, incrédulo.

— É verdade?

— Claro que sim. Então, onde está o seu alazão?

Com uma suave risada, eu a conduzo para o final do estábulo onde um grande cavalo branco de intensos olhos pretos já dava inúmeras voltas, alegre com o meu retorno.

— Olá, garotão. Como você está? — digo acariciando o seu focinho. Em resposta, recebo um relincho animado. — Também senti a sua falta, amigo.

Noto como Alene está observando de longe, curiosa.

— Esse é Pegasus, o meu fiel companheiro. Pode tocá-lo, ele é dócil.

Ainda relutante, Alene se aproxima de Pegasus e a sua mão trêmula acaricia a lisa crina branca dele. O cavalo dá um passo em sua direção, desejando mais do toque sutil enquanto a encara. Em poucos instantes, um sorriso bobo está estampado em seus lábios; algo que alegra meu coração, tanto que me encontro sorrindo também.

— Ele é tão lindo, Alteza.

— Pegasus foi um presente do meu pai. — confesso. — Eu o ganhei quando ainda era um garotinho imaturo. Bem, não que muita coisa tenha mudado.

A ruiva vira o rosto para mim, encarando-me com uma intensidade assustadora.

— O senhor é um monarca incrível, pelo pouco que pude presenciar.

Também retribuo essa troca de olhares, esquecendo como se respirar. Para uma concubina, Alene possui ousadia e coragem de sobra. A sua postura rígida e o queixo erguido demonstram como passou por muito na vida, mas nunca deixou de lutar por aquilo que acredita.

Lentamente, estico a mão para enroscar uma mecha macia do seu cabelo ruivo na ponta dos meus dedos. Alene permanece com o olhar focado em mim, apesar do leve rubor em suas bochechas. Por outro lado, posso ouvir a própria respiração de tão concentrado que estou no momento.

Ela apoia a mão no meu peito enquanto fica na ponta dos pés, aproximando-se em um ritmo torturante. Abaixo o olhar para seus lábios entreabertos e rosados, inclinando a cabeça em sua direção.

— Alteza, eu...

— Grandão, eu estive te procurando por todo o castelo. — grita Tristan ao se aproximar. — O que está fazendo aqui?

Alene se afasta de forma repentina enquanto encaro com o ruivo, seriamente. Ao notar a presença da jovem, Tristan ergue as mãos em sinal de rendição.

— Eu não sabia, é que temos um assunto urgente para resolver.

Lanço um olhar pesaroso para Alene.

— Não tem problema, Alteza. — sorria com suavidade. — Eu já estava de saída mesmo, tenho que encontrar uma amiga.

Assinto de forma breve antes de fitar o meu amigo. A ruiva já começa a se afastar, mas antes afaga a crina de Pegasus que, em resposta, balança a cabeça alegremente.

— O que há de tão urgente assim?

— Vamos viajar para Astana.

Pegusus cutuca minhas costas com o focinho, mas preciso ignorar para focar totalmente em Tristan.

— Temos que fortificar relações com outros reinos, eu sei. Mas por que tão rápido assim? E por que Astana?

Ele ria brevemente, apoiando uma mão na cintura enquanto a outra descansa no cabo da sua espada.

— Fortificar relações? Esse não é o principal objetivo, grandão. Vamos tentar uni-lo com a rainha de lá, a temida Loba de Astana. 

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