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Capítulo 7


Sete noites é o suficiente. Tem que ser suficiente.

Ando de um lado para o outro do quarto, mordendo com força o lábio, perdida em meus pensamentos. Aloys não caiu no meu jogo de sedução, o que foi uma grande surpresa. Ele é um monarca ensinado a ter todas as mulheres aos seus pés. Isso deveria torná-lo um homem arrogante e prepotente.

Mas só consegui detectar gentileza e humildade

Isso está errado, muito errado. Aloys só pode estar mentindo para que as mulheres caiam em sua lábia.

Não consigo pensar em outra explicação para um comportamento tão peculiar. Já conheci homens com menos de dez stans no bolso que me tratavam como seu brinquedinho pessoal. E agora estou diante do homem mais rico do reino que... Não fez nada. Mesmo quando me jogou na cama, sua mão entorno do meu pescoço foi para mostrar que, apesar de gentil, ainda possuía vontade própria.

E ao lembrar dessa cena, meu rosto esquenta. É uma reação contra minha vontade, é óbvio. Não posso me sentir excitada por um homem maldito me tocando.

Ou posso?

— Eu perguntei como foi o jantar com o príncipe. — questiona Abbie pela milésima vez, tirando-me dos meus devaneios.

— Desculpa, estava distraída. Foi bom. Foi normal. Foi...

— Esplêndido, eu diria, já que mal consegue se concentrar em nossa conversa.

Paro de andar no mesmo instante, lançando um olhar sério em sua direção.

— Nós só jantamos, Abbie. Pare de suposições tolas.

— Aham, sei. Você está igual à Emma, escondendo suas travessuras com o príncipe.

É mesmo. Abbie ainda não foi convidada para jantar com o príncipe, não sabe que ele não dorme com suas concubinas... Isso se o miserável estiver falando a verdade.

Dou nos ombros.

— Que seja.

Ela faz um bico, apoiando as mãos na cintura.

— Você está tão misteriosa e eu aqui, ansiosa para sentir os braços fortes do príncipe me segurando. Ao menos, ele é gentil?

Sei que Abbie pergunta sobre o sexo, mas a resposta "sim" a escapar dos meus lábios diz à respeito de tudo, menos isso. Aloys, ao que pareceu, sabe tratar uma mulher. Mas estive tempo demais com homens para saber que mentir é uma habilidade nata da natureza deles.

Abbie saltita pelo quarto falando da ansiedade sobre hoje à noite, onde terá um tempo a sós com o príncipe.

Ironicamente, estou ansiosa pelo mesmo motivo que ela, apesar de nossas expectativas serem bem diferentes.

❀❀❀

Respiro fundo encarando meu reflexo. Não me arrumei como da última vez, mas a roupa continua elegante demais. O vestido verde descia como um véu pelo meu corpo, onde um espartilho preto e apertado estava entorno da cintura. Havia uma fenda chamativa até metade da minha coxa direita, expondo a bela sandália de couro marrom. O par de luvas combinava com o restante do vestido e a seda acariciava meus cotovelos.

Metade do cabelo preso em um coque e o restante caindo como uma cascata sobre meus ombros. O rosto marcado por uma leve maquiagem, principalmente nos lábios destacando seu tom rosado.

Não deveria estar nervosa, porém havia muito em jogo. Seduzir o príncipe, detentor de todos os segredos de Valfem, era necessário para concluir minha missão. Só que, infelizmente, ele não estava disposto a cair em meu jogo sexual.

Ainda.

Juro que vou conseguir levá-lo para cama e fazer com que só pense em me ter entre seus lençóis. É a única forma que conheço de chegar no cerne da mente masculina.

Ao ouvir passos, espio pela fresta da porta a figura feminina cruzando o corredor. É Abbie que entra em seu quarto com um semblante cabisbaixo. Provavelmente esperava uma noite de juras de amor, mas só recebeu um jantar elegante e cantadas do amigo do príncipe.

Quando a porta do seu quarto se fecha, essa é a deixa para sair pelos corredores e seguir para o salão principal, onde um certo rapaz já me aguardava.

Odeio admitir, mas Aloys está sempre belo com suas roupas reais. A calça preta de montaria apertada às coxas definidas, a camisa cinza com um botão aberto, dando-me a visão do peitoral moreno e liso. O cabelo estava bagunçado e um pouco molhado.

Ele não usava nenhuma arma... Ao menos visível. Porém, sabia que todo príncipe aprendera a utilizar o próprio corpo como arma.

Não iria me enganar pelo seu sorriso acolhedor ao me ver. Não iria ficar derretida por suas covinhas como as demais mulheres. Não iria...

Droga. Ele é lindo demais.

Aloys apoia a mão no peito, reverenciando-se para mim.

— Não precisa, Alteza. Não é um encontro como os outros e sei que não tem intenção nenhuma comigo.

Ao mesmo tempo que ajeitava o corpo, o moreno erguia as sobrancelhas.

— Isso é um gesto de respeito, sentimento esse que tenho com qualquer um que esteja disposto a me servir ou servir Valfem. Se eu possuo intenção ou não, esse deveria ser um detalhe irrelevante.

Demoro tempo demais para digerir suas palavras, tanto que deixo escapar minha desconfiança.

— Diz isso para todas? E ainda nega que não é galanteador.

Aloys cruza os braços, sorrindo de canto. É um sorriso malicioso que causa um estranho arrepio pela minha coluna.

— Está admitindo que sou galanteador? Temos um avanço. Saí de homem boêmio para um romântico nato.

Viro o rosto para o lado a fim de esconder o rubor leve em minhas bochechas.

— Convencido.

Ouço sua risada arrastada antes dele se aproximar, esticando o braço.

— Vamos? Essa noite vou mostrar o meu lugar favorito.

Deve ser a sala de treinamento ou o seu arsenal de armas... Algo bem chato.

Forço um sorriso, enlaçando meu braço no seu.

— Claro, alteza.

Aloys guia-me pelos vastos corredores do castelo, onde encontramos alguns guardas fazendo rondas, mas nenhum ousa questionar nosso passeio noturno. Afinal, quem iria reclamar da vontade do príncipe?

Estranhamente, reconheço esse caminho, mas prefiro ficar calada até confirmar minhas suspeitas. Quando ele para diante da porta, arregalo brevemente os olhos.

— Mas essa é...

— Sim, o melhor local para encontrar paz. — dizia empurrando a porta dando-me a visão familiar de várias estantes de livros, iluminados pelos candelabros presos nas paredes. As cortinas estavam fechadas, mas ainda sentia que o lugar estava iluminado por algo além das velas. É como se o ambiente fosse o próprio paraíso. — Eu a apresento a biblioteca. Se bem que, creio eu, já tenha a visitado. É um dos lugares de maior acesso em todo o castelo.

Largo o braço do príncipe para adentrar na biblioteca, sendo agraciada novamente pela sensação reconfortante de estar rodeada de livros. Sempre fui privada da boa educação, mas meus pais se esforçavam para me dar bons livros. Eles diziam que livros possuíam o poder de nos transportar para mundos diferentes e, assim, esquecer da dor da realidade.

— Por que a biblioteca é de tão fácil acesso? Livros trazem conhecimento e poucos reis aprovam isso.

Aloys apoia as mãos nas costas, mantendo o sorriso descontraído nos lábios enquanto caminha calmamente pela biblioteca, demorando o olhar em cada livro.

— Conhecimento não deve ser temido, e sim admirado. Se as pessoas soubessem como é bom expandir a mente, não teriam repulsa ou medo dos sábios.

Estou verdadeiramente admirada com suas palavras, piscando os olhos de forma rápida. É difícil digerir tanta informação, principalmente quando vim preparada para ouvir a típica baboseira de nobres. Ele deveria estar falando em dinheiro ou poder, mas seu olhar brilha de maneira única ao encarar livros velhos.

— Os seus pais não o reprimiram por preferir livros? Desculpa estar sendo ousada, é que eu soube que a criação de Valfem é voltada para guerras.

— O meu pai era o maior amante de livros que eu já conheci. Foi ele quem me incentivou a passar horas nessa incrível biblioteca.

— Lendo livros de guerra e estratégia, eu suponho?

Aloys ria jogando a cabeça para trás.

— Não. A sua maior paixão eram os romances. Ele sempre foi um romântico incurável. — profere em um tom nostálgico, parando diante de uma estante. A sua mão alcança um dos livros o analisando com ternura. A ponta dos dedos passeia pela capa marrom até deslizar pelas folhas amareladas. — Já leu esse? É o meu favorito!

Ousadamente, aproximo-me do príncipe quase tocando nossos corpos quando paro ao seu lado. Por causa da diferença de altura, ele precisa abaixar um pouco o livro para que eu visualize a capa.

— "O amor além do sangue." — murmuro e logo olho para a expressão serena do príncipe. Somente um tolo não veria o quanto se sente em paz nesse lugar. — É um romance? Pelo título, parece algo macabro.

Ele nega com a cabeça sem deixar de rir.

— Pensei a mesma coisa quando meu pai o apresentou para mim, mas é um romance sobre uma bela princesa que se apaixonou por um camponês. Os dois enfrentam os obstáculos da diferença de sangue.

— Alguém nobre com uma pessoa de classe inferior? Que blasfêmia.

— Eu acho bonito a forma como eles lutam contra o preconceito e todas as consequências de seu amor.

— Isso não deveria ser proibido?

— Em alguns reinos, livros assim são, mas não em Valfem. Não vejo mal nenhum um romance como esse, até porque a única coisa que ele instigará no leitor é amar.

— Um amor fadado ao fracasso. Nobres não se apaixonam por pessoas pobres.

— Diga isso ao rei Lorcan e à rainha Diana.

Bufo em resposta. Para piorar, ele está certo. Lorcan declarou publicamente o seu amor por uma empregada que, por muito tempo, carregou a mesma fama que eu.

— As estrelas tiveram pena do sofrimento dele e os abençoaram, mas isso não vai acontecer novamente.

— É tão cética assim em relação ao amor entre diferentes classes? — questiona virando o rosto em minha direção, abaixando brevemente a cabeça para olhar em meus olhos.

— Entre qualquer forma de amor. — respondo convicta, erguendo o queixo para estar à altura de sua presença.

Deveria fingir ser uma jovem boba e apaixonada, mas Aloys exala uma sinceridade absurda. É quase impossível mentir perto deste homem.

— Coração partido?

Mordo o lábio, abaixando o olhar para os próprios pés. É hora de voltar a usar a máscara da Alene tolinha, assim terei a atenção desejada.

— Quem sabe, Alteza. Acho que o amor não é para mim.

— Ora, não diga isso. Tenho certeza que encontrará alguém gentil e bondoso.

— Para cuidar de mim?

Ele franze o cenho.

— Acho que a senhorita sabe muito bem se virar sozinha. Deveria encontrar alguém para ser sua alma gêmea, igual àquela lenda da Estrela Ponte dos Mundos.

Diferente da maioria das pessoas que conheço, ele não me vê como uma figura frágil que precisa ser protegida — como Christian via. Pensei que homens assim só reconhecessem as mulheres do exército, mas pelo visto Aloys tem uma forma peculiar de pensar.

Mas sentimentalismo não me levará à nada e estarei apenas desperdiçando minha noite.

Por isso, estico a mão para tocar gentilmente seu rosto. Os dedos correm pelo maxilar definido até o nariz afilado, depois descem para os lábios bem desenhados. Os seus olhos percorrem cada canto do meu rosto, como se buscasse alguma resposta pela forma carinhosa ao qual era tratado.

— O senhor também merece conhecer o amor, Alteza. Sei que cedo ou tarde escolherá uma rainha para governar ao seu lado, espero que ela o aceite como é.

Momentaneamente, ele fecha os olhos aceitando a carícia até dar um passo para trás. Não sei porque, mas meus dedos ficam gelados, como se sentissem falta do calor de sua pele.

— Não acho que mereço, senhorita. O amor é algo belo em livros e, pode sim, ser encontrado em corações sinceros. Mas vivemos em uma corte ardilosa, cercado por pessoas traiçoeiras, não serei tolo em acreditar no amor vindo de um lugar assim.

— Poderá encontrar uma rainha de outro reino.

— Se uma rainha está disposta a se casar com um homem que mal conhece, isso me leva a crer que o amor é sua última opção.

Estou surpresa em quantas vezes concordei com suas palavras em uma única noite. Aloys pode ter o jeito descontraído de uma criança, mas não era tolo. Perguntava-me se era subestimado por sua maneira de agir, só que o silêncio se tornou a melhor resposta.

— Leia e me diga o que achou. — dizia estendendo o livro para mim e, relutante, o pego.

— Espero que não seja um final meloso.

— Não gosta de finais felizes?

Abaixo o olhar para a capa, trazendo o livro contra meu peito.

— Já gostei, mas agora acho que é uma bobagem que contavam para as crianças. É uma forma tola de fazê-las acreditarem que ainda há esperança no futuro.

Aloys muda sua expressão para algo distante e triste antes de retornar ao sorriso de sempre.

— Sem esperança, não há futuro. E sem futuro, não há esperança.

Engulo em seco, incapaz de contestar suas palavras.

— Bem, senhorita, acho que desfrutamos da nossa primeira noite. Tenha um bom descanso.

Quando ele dá o primeiro passo para se afastar, sinto o peso da situação. Não posso desperdiçar um momento sequer, já que Aloys é ocupado demais com suas obrigações. Preciso prendê-lo a mim em cada oportunidade presente.

— Espere, Alteza! Eu quero ler para o senhor.

Ele se vira para mim, arqueando a sobrancelha.

— Como assim?

— Esse romance... — digo apontando para o livro. — Nunca li algo assim e gostaria de saber se estarei entendendo bem o sentimento que ele quer retratar. E creio que a melhor forma é lendo para alguém que já o entenda. O que me diz? Prometo que será apenas um capítulo.

O príncipe encara-me de forma pensativa, ponderando a proposta até assentir suavemente. Faço o maior esforço para conter o sorriso vitorioso antes de sentar em um dos divãs dispostos no canto da biblioteca, ao lado de uma das enormes janelas. Aloys sentava-se no largo tapete bege em frente ao divã e, nesse momento, não contenho a exclamação:

— O senhor é um príncipe, não pode sentar no chão!

De maneira despojada e até provocante, ele apoia os cotovelos no tapete deitando quase por completo o corpo.

— Acho que posso sim.

Que maldito ousado!

Mas não consigo evitar de rir. Um príncipe sentado num tapete simples enquanto uma prostituta se acomoda no seu divã caro. Não é todo dia que vemos isso.

Ignorando o sorriso presunçoso de Aloys, começo a ler o primeiro capítulo de forma despretensiosa. Porém, conforme passava as páginas, sentia que estava cada vez mais presa à estória. Às vezes, o príncipe dava sua opinião pessoal sobre algum trecho e, assim, se iniciava um debate.

E então, o tempo passou em um piscar de olhos.

Bocejo ao passar para o capítulo dez.

— Está tarde e você parece cansada. — Aloys comenta erguendo-se e estendendo novamente o braço. — Em outra ocasião, continuaremos a leitura.

Concordo envolvendo meu braço ao seu onde, em seguida, caminhamos pelos vastos corredores do castelo em direção aos meus aposentos. Sendo sufocada por esse estranho silêncio, comento:

— O senhor é o primeiro príncipe leitor que eu conheço.

Aloys interrompe sua caminhada despreocupada diante da porta do meu quarto. Ele inclina levemente a cabeça, analisando-me com um sorriso de canto que destaca a cicatriz em seu lábio.

— Isso é ruim, senhorita?

Paro à sua frente pressionando a capa dura do livro contra meus seios. É uma estratégia para atrair a atenção do rapaz nessa região, mas ele tem o olhar curioso focado em meu rosto. Infelizmente, a intensidade de sua íris castanha faz as maçãs do meu rosto esquentarem.

E o pior é que gostei disso. Ele não agia de maneira desrespeitosa comigo, mesmo sabendo que minha função é usar o corpo para servi-lo.

— Não. Eu admiro isso no senhor, Alteza. Por favor, continue me surpreendendo.

Pela primeira vez, Aloys expressa uma singela surpresa. Ele desvia o olhar, coçando a nuca com um sorriso sem graça.

— Eu farei o possível, Alene.

Ergo o livro até o rosto para ocultar o sorriso idiota em meus lábios. Por mais envergonhada que esteja, não quebro o contato visual.

— Tenha uma boa noite, Alteza.

Ele murmura um "boa noite" antes de seguir seu caminho. Decido entrar no quarto apenas quando a sua silhueta some no corredor.

Ao me jogar na cama, estico os braços para analisar a capa do livro imaginando um mundo onde a diferença de classe não existe. É algo tão fantasioso e ridículo que estou rindo, mas não entendo o aperto no coração.

Essa sensação de esperança.

Viro para o lado, encarando o escuro do quarto enquanto a mente vaga para a nossa primeira noite. Quando fecho os olhos, a última imagem em minha mente é de um príncipe sentado de forma despojada no tapete, ouvindo uma prostituta contar a mais bela história de amor.

Que tolice.

Que bobagem.

Que perfeito.

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