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Capítulo 3

- Você tem certeza disso, Alene?

Guardo o último vestido na bolsa velha de couro enquanto ouço a pergunta preocupada de Izobel. O meu cabelo ruivo está preso em um coque enquanto trajo um longo vestido bege, talvez o único decente sem nenhum rasgo ou mancha.

- Eu vou ficar bem, Izobel. Essa é a única forma de realizar o nosso sonho.

- E se você morrer? E se o príncipe tomá-la à força?

- Ele não seria o primeiro, não é? - digo forçando uma risada seca.

Mas minha amiga não me acompanha na risada. Ela segura meu rosto com ambas as mãos, tocando nossas testas. Por um instante, fecho os olhos inspirando seu cheiro de sabão de erva-doce.

- Não preciso ser inteligente para saber do que precisa fazer para extrair informações. Eu só peço para que tome cuidado, porque você é a única pessoa que não virou as costas para mim.

- E você é a única que entende a minha dor. - murmuro abrindo os olhos enquanto as lágrimas escorriam por minha face. - Por isso, prometa que encontrará um trabalho assim que chegar em Valfem. Não quero vê-la nessa vida nunca mais.

- Eu prometo, Alene. Estou cansada de ser usada desse jeito.

Recebo um beijo afetuoso na testa antes de seguir para fora da taverna. A noite cobria toda a cidade e, de forma discreta, saímos sem deixar nenhum vestígio. Roland não aceitaria bem a nossa saída e, seguindo o conselho de Dalibor, fomos até a esquina mais próxima onde uma carruagem nos aguardava.

A carruagem de Velstand estava disfarçada com as cores de Velorum. Sem pensar demais, entramos o quanto antes e, sob o som do trote dos cavalos, iniciamos uma nova fase da nossa vida.

A ansiedade sufocava-me de maneira tão intensa que sequer preguei os olhos, por outro lado Izobel dormiu feito um gato. Aproveito a insônia para analisar a mudança de paisagem, representando a entrada do reino que, temporariamente, seria a minha casa. Uma vastidão de plantações se estendia pelo horizonte, onde o sol nascia iluminando as pequenas casas de campo. Um rio cortava todo o território e, em frente, encontramos uma enorme ponte de madeira que separava os verdejantes campos da capital. Perto da ponte, havia uma enorme torre vigiada por três guardas.

- Chegamos, Izobel. Acorda!

Assustada, minha amiga se senta coçando os olhos e soltando um bocejo. Estou tão nervosa em ser descoberta que bato inquietamente os pés no assoalho. Porém, o cocheiro está tão calmo que não demonstra o mínimo de alívio ao passar pela identificação de um dos guardas. Logo, deixo a preocupação de lado para admirar o interior do reino.

Havia luz e brilho por todo lugar. As pessoas sorriam alegres, cumprimentando umas às outras. Mulheres e homens vestiam uniformes militares, patrulhando as ruas; enquanto os comerciantes apresentavam uma variedade absurda de produtos. Então, a carruagem para diante de uma casa ao final da rua. Ela é pequena, mas aconchegante, possuindo dois quartos e uma cozinha com o necessário.

Izobel se jogou na cama macia, sorrindo como uma criança ao estar diante de doce.

- Olha para isso, Alene! Uma cama e macia! Eu acho que morri e estou no paraíso.

- Mas se lembre de que isso é temporário. Se tudo der certo, no futuro vamos ter uma cama bem mais confortável do que essa.

Ela faz um bico, parando de pular sentada no colchão.

- Será que eu ganhei uma irmã mais velha e não sabia?

Rio diante do seu comentário e me sento ao seu lado, entrelaçando nossas mãos.

- Eu só estou preocupada contigo, Izobel. O mundo aqui não é melhor do que em Velorum, garanto que qualquer homem imundo não pensará duas vezes em passar a mão em você. Mas como combinamos...

- ... Eu não vou trabalhar em nenhuma taverna, eu sei. Então, como irá conseguir se infiltrar no castelo? Nós não passamos de camponesas.

É nessa parte que me sinto uma hipócrita, pois pressiono Izobel a sair dessa vida enquanto me afundo mais ainda nela.

- Houve rumores de que o príncipe quer concubinas. Serão dez mulheres ao dispor das vontades dele. O tempo é curto, seis meses no castelo, mas deve bastar para ter informações preciosas. Dalibor conseguiu me colocar nessa lista e o resto será comigo.

Izobel me lança um olhar que conheço muito bem e, no fundo, sei que mereço a reprimenda à seguir.

- Alene, você vai ter que se deitar com esse homem imundo e, enquanto isso, eu terei a garantia de uma vida boa? Isso não é justo! Deixe-me ser a concubina dele, tenho mais tempo de experiência.

- Dalibor quer à mim para fazer esse serviço.

E eu não posso contar que fui uma espiã.

- Se o príncipe descobrir das suas intenções, vai matá-la!

Suspiro pesadamente.

- Eu sei. Dalibor garantiu que há pessoas de Velstand infiltradas no castelo e, se for descoberta, posso pedir proteção a eles.

- E você acreditou?

- Claro que não. Ele é só mais um homem manipulador como todos os outros que conheci, mas esse homem manipulador é nossa única esperança. Confie em mim.

Mordendo os lábios, Izobel segura minhas mãos enquanto seus olhos passeiam por meu rosto.

- Não queria confiar em você, porque sei como se sentirá pressionada a fazer tudo dar certo. Mas, céus, eu confio. E como confio.

❀❀❀

O castelo enorme e bem fortificado encontrava-se no centro da capital. As telhas são azuis com bandeiras vermelhas localizadas nas pontas. Não detectei tantos soldados quanto nas ruas, mas a maioria portava um instrumento de metal. Parecia um cano longo e fino que cabia na palma da mão. Essa deve ser a famosa arma de fogo que tanto falam.

Estudei um pouco sobre Valfem a caminho do reino. É um lugar não tão pacífico, pois participou de diversas guerras no passado. Os seus governantes possuem o histórico de serem guerreiros frios, cruéis e sanguinários; mas justos com seu povo. Há tradições peculiares em Valfem, como o próximo governante estar com várias mulheres antes de escolher uma noiva, o que é o caso.

Nunca vou entender o motivo disso, mas se esse príncipe mimado concorda com essa tradição idiota, não serei eu quem vai contradizê-lo.

As outras moças já aguardam em fila pela abertura dos portões. Elas estão bem vestidas e, internamente, me questiono se as roupas dadas por Dalibor serão o suficiente para competir com damas da mais alta classe. O maior problema é que todas são "expostas" demais. No momento, uso um longo vestido vermelho de veludo com pequenas argolas presas na lateral do quadril, onde abaixo desce uma enorme fenda expondo quase toda a minha coxa. Uso um par de botas preta e nenhum colar - afinal, Dalibor não se daria o trabalho de comprar joias para uma prostituta. O meu longo cabelo vermelho está solto, caindo sobre os ombros como uma cascada.

A roupa é um recado claro: use meu corpo como bem entender.

Enterro a sensação de nojo no fundo do meu peito enquanto adentro no castelo.

Parte da sensação se dissipa ao analisar o vasto salão, onde um longo tapete vermelho se estende até as escadas. Havia alguns quadros nas paredes, só que estavam ocultos pela pouca iluminação. Como se fossem propositadamente deixados no escuro, onde o passado deveria habitar.

- Prazer, senhoras. Eu sou Joana, a governanta desta casa. - uma senhora de entorno sessenta anos, cabelo branco preso em um coque e longo vestido azul se apresenta. Ela possuía um sorriso acolhedor que surgia junto com as rugas no canto dos olhos marrons. - Irei guiá-las para seus quartos e, enquanto isso, passar as regras.

- Pensei que era só abrir as pernas para o príncipe gostoso. - brinca uma loira ao meu lado que, instantes atrás, se apresentou como Emma.

Joana deixa escapar uma risada baixa.

- Jovens... Tão precipitados. Em Valfem, possuímos a tradição de "preparar" o príncipe para a vida à dois e, para isso, ele deve estar familiarizado com outras mulheres. Servir alguém da família real vai além dos deveres na cama. As senhoritas precisam aprender a escutar, aconselhar e apoiar o príncipe.

Ou seja, precisamos agir como rainhas sendo que não passamos de prostitutas reais. Que coisa escrota.

- A única regra é que não criem vínculos afetivos com Vossa Alteza. É um caminho que só trará dor.

- Quanto a isso, não precisa se preocupar. - resmungo baixo.

- Cuidado ou vai pagar por suas palavras. - dizia Emma dando um sorriso de canto, analisando-me de cima à baixo. - Se bem que já é sofrimento demais estar entre pessoas superiores. Não acho que será tola o suficiente para sofrer em dobro.

Mordo a língua para não lançar um xingamento nada agradável. A hostilidade irá apenas encurtar o meu prazo neste castelo.

- Muitas damas foram cativadas pela beleza do jovem Aloys, mas precisam se lembrar da real função de vocês. - adverte Joana.

- O príncipe é tão bonito assim? - murmura uma bela jovem de curtos cabelos cacheados e pele negra. Os olhos esverdeados dela brilhavam contra a luz do lustre. O seu vestido verde parecia uma parte da natureza envolta de uma ninfa. Seu nome é Abbie Collins. - Eu ouvi boatos de que ele circula as tavernas, mas nunca tive a chance de vê-lo. Os meus pais me proíbem de ir para lugares impuros.

Impuros. Involuntariamente olho para meu próprio corpo, onde vários homens já o violaram. Não me sinto digna de estar entre essas damas castas.

- No momento certo, irão conhecê-lo, meninas. Agora, vamos.

O meu quarto é simples e, ao mesmo tempo, espaçoso. A cama está coberta por um macio e cheiroso lençol branco. Há um belo tapete largo cobrindo o chão, possuindo bordados dourados e azuis formando desenho de flores e folhas. Ao lado da cama, há uma cabeceira com um jarro vazio de flores e, mais à frente, uma escrivaninha de madeira ao lado do guarda roupa.

Ao puxar as cortinas beges para o lado, tenho uma bela visão do jardim real. A vontade de passear pelo local aumenta, mas lembro de uma das regras de Joana: "sair do castelo apenas com a permissão de alguém da realeza".

Suspiro sentando-me na cama.

- Estou presa aqui...

❀❀❀

Os dias que se passaram foram tediosos. Éramos convocadas por Joana para nossas refeições em um salão separado dos demais, onde não tínhamos contato com os nobres. Algumas damas, como Emma, foram convocadas para ir ao quarto do príncipe à noite; mas nenhuma entrou em detalhes. Pela cara da loira, acho que ele foi muito rude, o que me faz confirmar os boatos de que o príncipe de Valfem não passa de um maldito como os demais. Na primeira oportunidade, ele vai me violar bem como tantos outros fizeram.

Não posso perder tempo parada, preciso buscar informações.

Saio do quarto conferindo o corredor vazio para, então, vasculhar os cômodos do castelo. Deve haver alguma biblioteca onde posso obter informações valiosas. Ergo o vestido vermelho - o mesmo utilizado no primeiro dia em que vim à Valfem - apressando os passos.

- Para onde vai senhorita?

Paro diante da voz desconhecida a ecoar pelo corredor, virando-me em direção ao homem. Ele é alto, magro e possui um nariz fino acima do seu bigode alinhado. A sua roupa marrom com bordados dourados e bem polida é um sinal de que ocupa lugar de respeito em meio à corte. Instantaneamente, endireito a postura e faço uma reverência.

- Perdão, senhor. Eu acabei me perdendo pelo castelo em busca da cozinha.

Ele arqueia a sobrancelha, aproximando-se com as mãos apoiadas nas costas. O seu olhar de indiferença percorre o meu corpo e, de maneira automática, recuo um passo.

- Você deve ser uma das concubinas. Que insulto uma mulher desse nível andando pelo castelo, onde muitos nobres de respeito circulam. Sabe, eu nunca fui de acordo com essa tradição idiota. Putas são feitas para serem comidas longe daqui. - dizia segurando o meu rosto com força, apertando os dedos contra minha bochecha. - Como alguém pode estar disposta a abrir as pernas para o príncipe das desgraças?

- Isso... Está doendo, senhor.

O aperto torna-se mais forte e solto um gemido de dor. Ele passa a mão pela minha coxa exposta, subindo lentamente.

- E que roupa é essa? Está praticamente pedindo para um homem violá-la. Eu posso ser mais interessante do que o príncipe e prometo usar bem o seu corpo.

Luto contra as lágrimas nos olhos, já sabendo o que virá a seguir. Se eu ficar calada, tudo acabará rápido como das outras vezes e, depois, poderei investigar melhor o castelo. Eu só preciso ser forte e...

- A única coisa que será violada é o seu rosto desprezível se não soltar a moça, Fausto.

Aquela voz masculina e grossa reverbera por cada parte do castelo. Olho discretamente para o homem musculoso e alto se aproximando de nós dois. Primeiramente, encaro o par de botas marrons e polidas, que para à poucos centímetros de onde estamos, antes de analisar melhor o dono da voz. O olhar cor de mel dele está focado no maldito que me segura e, quando desvia a atenção para a mão dele em minha coxa, sinto como se algo fervesse dentro do desconhecido. O seu cabelo castanho escuro está bagunçado e toca sutilmente os ombros largos. Ao cruzar os braços, os músculos definidos se contraem na camisa verde que combinava com a sua calça de montaria marrom.

Não devia achar atraente a cicatriz no canto do lábio ou a outra cortando sutilmente a sua bochecha, mas acho. Como acho atraente.

Fausta solta meu rosto e faz uma reverência, mas não detecto nenhum sinal de respeito em seu gesto. Não quando havia um sorriso felino presente.

- Esqueci que não posso tocar nos brinquedinhos do príncipe. Algumas regras são difíceis de lembrar.

- Se acha que pode me enganar com suas mentiras, está equivocado.

Massageio o pescoço ao ser solta, olhando o homem com incredulidade. Quem seria idiota o suficiente para enfrentar um membro da corte? E principalmente, por uma mulher como eu.

- Só achei que não teria problema brincar um pouco com essa bela moça. - Fausto comenta lançando-me um olhar repleto de malícia, causador de embrulhos desagradáveis em meu estômago. - Afinal elas servem para isso, estou enganado?

O rapaz trinca o maxilar delineado, dando um passo em direção à Fausto. Com a aproximação, noto uma longa espada presa em suas costas. Não, ele não é um idiota qualquer. Deve ser algum guarda real.

- Coloque-se em seu lugar, Fausto. Faça isso da sua forma porque, eu o garanto que, não gostará da minha.

- Cuidado com sua arrogância. Todos os poderosos podem cair, creio que já tenha sentido o gosto do fundo do poço e queira evitá-lo. Tenha um ótimo dia, Alteza.

Fausto sai pelo corredor sem antes lançar um olhar significativo em minha direção. Mas eu não me dou o trabalho de oferecer migalhas de atenção, não quando uma palavra dita pelo maldito ecoa em minha mente.

- Al... Alteza...?

O rapaz finalmente me encara. Não. Ele olha para mim.

- Você está bem? - pergunta e detecto o tom de preocupação em sua voz. Deve ser falso ou mera formalidade, mas só consigo assentir com a cabeça, sem ânimo para alimentar pensamentos negativos sobre esse homem. - Aconselho não sair sem a presença de outra pessoa. Nem todos aqui são bons. Por sinal, eu não me apresentei adequadamente... - apoia a mão no peito fazendo uma breve reverência. Algumas mechas do cabelo castanho acariciam a pele lisa do seu rosto. - Eu sou...

Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto dos deuses. Estava esperando encontrar um monarca arrogante e sem escrúpulos, mas estou diante dos olhos mais amáveis que encontrei em toda a minha vida. Ele não pode ser quem eu penso que é... É impossível...

-... Aloys Rilley, príncipe de Valfem.

E por uma fração de segundos, encarando o meu alvo, o tempo parou.

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