Capítulo 29
— Que Velstand seja abençoada com paz e prosperidade. — digo segurando a mão da uma mulher que, timidamente, sorria para mim.
Ela seca uma lágrima, comovida com o gesto honroso da rainha. Em seguida, vem um casal com sua pequena filha, falando sobre a alegria em estar perto de mim. De canto, avisto Lyanna conversando com alguns camponeses no canto do enorme salão real.
Em dias como esse, onde o castelo está aberto ao povo, que posso aplicar a maior parte do meu plano. Conquistar a carisma das pessoas de Velstand é tão fácil quanto roubar pão de um mendigo. Depois da guerra, a fome e a miséria se alastraram por essas terras — minhas futuras terras — e o maldito Kendric se preocupou, primeiramente, em retomar o poder militar.
É claro que o exército crescente de Velstand é uma chama de esperança, mas uma pessoa faminta não se importa com guerras e brigas de território. Então, é nessa parte em que eu ajo pelas sombras, usando meu próprio recurso para comprar alimento para esse povo. Quando não posso abastecer suas casas, ao menos encho seus corações de palavras de conforto.
— Que Velstand seja abençoada com paz e prosperidade. — repito o mantra ao apertar a mão de uma senhora que, lentamente, descia os degraus com sua velha bengala de madeira.
Retomo a postura ereta repousando as mãos sobre o colo, roçando os dedos no tecido vermelho do longo vestido que, como uma cascata, escorrega aos meus pés. O longo cabelo preto está preso em um coque alto e as mechas trançadas formam uma coroa entorno da minha cabeça. Quando abaixo a cabeça para cumprimentar um garotinho, as joias reluzentes de ouro em meu pescoço, e os brincos pesados, balançam com o movimento.
— Então, pequeno, o que você gostaria de pedir?
O garotinho apoia a mão no queixo fazendo um bico. Suas bochechas rechonchudas parecem maiores desse jeito. As roupas esfarrapadas evidenciam a sua classe social e tento ocultar um sorriso.
Os pobres são os mais fáceis de agradar e manipular. Eles se contentam com qualquer migalha.
— Eu quero que a mamãe pare de sofrer.
Ergo sutilmente a sobrancelha.
— Como assim?
Ele abaixa o olhar para as botas surradas, onde o dedão está exposto.
— O papai vive batendo nela quando está irritado e isso deixa a mamãe triste. Eu não gosto de ver a mamãe triste.
Os seus olhinhos castanhos estão marejados, o que me deixa com um pesar no peito. Odeio homens nojentos que se acham dono das esposas.
— O seu pai está aqui? — questiono e ele assente. — Onde?
O garotinho aponta para um homem de roupas marrons e cabelos pretos rente à testa. Ele conversa com outros camponeses no canto do salão, alheio ao meu olhar afiado.
Bato a ponta do dedo, coberto pela garra de metal, contra o braço do trono. Como o imprestável do rei está trancado em sua sala de reuniões, com um bando de soldados igualmente imprestáveis, posso agir ao meu bel prazer.
— Prometo que sua mãe nunca mais vai sofrer. — murmuro acariciando a cabeça do pequeno. — Gostaria que seu pai fosse viajar e a deixasse em paz? Assim vocês poderiam afastar toda a tristeza daquela casa.
Com um brilho esperançoso no olhar, o menino assente diversas vezes.
— Sim! Sim! Sim!
— Então, seja paciente. E que Velstand seja abençoada com paz e prosperidade.
Após dispensar o garoto com um breve aceno, meneio para que uma empregada se aproxime e sussurro em seu ouvido:
— Chame o senhor Leroy. Agora.
O tom frio em minha voz faz os pelos de sua nuca se enriçarem. Não demora muito para que o homem alto de longo cabelo preso em um coque se aproxime. Ele para ao lado do trono, apoiando as mãos nas costas e observando o movimento das pessoas no salão. A sua expressão despreocupada não levanta suspeitas. Todos pensam que ele é um guarda real, protegendo a sua querida rainha.
— Quem eu devo matar?
— Aquele inútil na terceira pilastra à direita. Faça da forma mais discreta possível. A esposa e o filho dele já sofreram o suficiente.
Ele balança positivamente a cabeça. O brinco prateado em formato de lança em sua orelha se move de forma lenta.
— Como desejar, Majestade.
Ainda mantenho o olhar no povo e acenando com um sorriso, pergunto:
— Conseguiu despistar os soldados de Valfem?
— Com muito esforço, sim. Não foi fácil, mas passamos a imagem de um reino falido que sofre internamente na sua economia. Por pena ou falta de provas, nos deixaram em paz.
Batuco a ponta da garra no trono, impaciente.
— Não deixa de ser verdade.
— Por enquanto. Com paciência, iremos nos reerguer.
— Obviamente.
— Aproveite seu momento de exibicionismo, Majestade. Sabe como as coisas ficarão agitadas futuramente.
Repouso novamente as mãos sobre o colo, adotando um semblante inocente e frágil, e sorrio para o povo.
— Eu o garanto, Turner, que estou cansada de ser um pavão em exibição. O rei vai me foder à noite como se todo esse espetáculo de graciosidade não valesse nada. Então, estou mais do que pronta para o futuro.
♔♔♔
Lyanna anda ao meu lado pelo vasto corredor, contando sobre o aumento de apoiadores da nossa causa. O longo vestido vermelho atrapalha um pouco a minha locomoção, mas tenho uma mulher paciente e compreensiva que segue meu ritmo sem reclamar. Não era o bárbaro do Kendric que praticamente me arrastava pelo castelo.
Ao seu lado, aprecio esse breve momento de paz.
Breve demais.
Lyanna ouve algo, pois saca a sua espada e me joga para o lado, onde choco o ombro contra a parede fazendo os quadros da família real balançarem. Antes de questioná-la, vejo a albina trincando os dentes enquanto tenta bloquear o golpe de alguém. Essa pessoa usava um longo capuz vermelho que cobria sua boca e cabeça, deixando apenas os olhos negros expostos. Ela porta uma afiada espada oriental, tão brilhante quanto as joias em meu pescoço.
A figura desconhecida se afasta alguns passos com uma agilidade surpreendente e depois encara a própria arma com desdém. Ela solta a espada no chão e estala o pescoço.
— Quem diabos é você?! — grita Lyanna.
Ouço uma risada melodiosa em resposta. Apenas isso.
— Quem mandou me matar? — questiono erguendo a cabeça. Não irei demonstrar fraqueza ou medo diante de ninguém. — Foi o maldito do meu marido?
Uma mão fina e delicada surge da manga larga e vermelha da roupa, puxando o capuz para traz, onde um longo cabelo negro e liso se destaca.
— Eu não iria trabalhar recebendo tão pouco. E já investiguei o seu marido, ele prefere investir em soldados falidos e riquezas desnecessárias. — a voz suave ecoa pelo corredor. A mulher retira a máscara que cobria a boca, expondo os finos lábios rosados. — Ele não é uma ameaça para o meu príncipe, diferente de você.
Ela ergue o olhar e sou atingida por uma onda de frieza. A misteriosa mulher usava um quimono vermelho com bordados brancos, formando flores de cerejeira. Uma imagem tão pura e divina, contrastando com o demônio à minha frente.
— Uma assassina de aluguel. — concluo trocando um olhar significativo com Lyanna. Ela mantém a postura tensa enquanto apontava a espada para a inimiga. — Então, o "moralista" do príncipe de Valfem sabe jogar sujo? Isso está ficando interessante.
Lentamente, ela retira um leque prateado de dentro da manga do seu quimono. O olhar dela se demora no objeto, como se esquecesse da minha presença e de Lyanna. O fato de estar tão relaxada é uma ofensa clara: ela não nos considera uma ameaça.
Tento esconder o sorriso. Irá se arrepender dessa escolha, sua maldita.
— Eu me pergunto o que seria jogar sujo, Majestade. E porque isso deveria importar quando se trata de lutar pelo bem de um reino. Bem, não que eu me importe. Só trabalho para quem me paga mais, só que o príncipe... Ele é especial. Os deuses o escolheram para governar Valfem e a vontade divina deve ser respeitada. — profere retirando mais um leque da outra manga. Ela direciona um sorriso sereno em minha direção. Em nenhum momento, olhou para Lyanna que, em passos lentos, encurta a distância. — Os deuses foram claros em mandar que eu a mate.
Fecho os punhos ao lado do corpo e, entredentes, digo:
— Para o inferno o que os deuses pensam! Nenhum deus se importou enquanto eu definhava. Por que eu deveria dar atenção para a vontade deles? Essa é a minha vida e não deixarei ninguém decidir por mim! Não mais!
— A sua força de vontade é admirável, eu ficarei feliz em matar alguém tão corajosa. Isso irá tornar a sua morte mais gloriosa.
Em um solavanco, a mulher avança em minha direção, mas Lyanna surge na frente. A albina bloqueia, com maior dificuldade, um ataque vindo desse misterioso leque prateado. Ao apertar os olhos, noto que ele é composto por afiadas navalhas.
— Lya, meu amor, cuidado!
— Não deixarei ninguém tocar em você, querida. Eu prometo.
— O amor é tão lindo. Eu farei com que fiquem juntas no limbo, não se preocupem. — a mulher dizia sem tirar o sorriso dos lábios, o que torna suas palavras mais macabras.
Rapidamente, ela some de vista surgindo por baixo de Lyanna e cortando sua pele com o leque. Ao se erguer, já prepara um ataque horizontal mirando o pescoço da minha amada, mas ela consegue desviar. A lâmina passa raspando por seu rosto, cortando superficialmente uma parte da bochecha. Os ataques dessa estranha são precisos e rápidos, tornando as esquivas de Lyanna cada vez mais difíceis.
Uma angústia se apossa do meu coração. Não posso perdê-la. Ela é a única digna de sentar ao meu lado quando conquistarmos o trono.
Os meus olhos percorrem o ambiente, procurando qualquer possível arma. Porém, a atenção é desviava para um vulto preto surgindo entre as duas mulheres e chutando a barriga da invasora, que recua alguns passos. Pela postura e roupas pretas, reconheço de imediato o meu espião.
— Kai!
O homem saca seu par de adagas sais [1], avançando contra a inimiga. Uma troca de golpes rápidos e precisos se inicia entre ambos. E confesso que é difícil definir o vencedor dessa batalha. Os movimentos dos dois estão em sincronia, como se um fosse o reflexo do outro. Ora ele arrancava sangue da invasora, ora ela conseguia fazê-lo sangrar.
Lyanna se aproxima envolvendo-me em um abraço caloroso. Inspiro seu aroma delicioso misturado com o sangue da recém batalha, relaxando um pouco.
— Fiquei com medo de perdê-la, Lya.
— Eu nunca irei abandoná-la, querida.
Assinto, mas, ainda assim, o medo continua instaurado em meu peito. Então, para distrair a mente, concentro-me na batalha.
Quando ambos adotam uma certa distância, Kai retira a máscara preta revelando o rosto fino e belo. O nariz levemente arrebitado, o maxilar definido e os intensos olhos negros que ajudam a identificar a sua origem oriental. O curto cabelo rente à orelha está jogado para trás, e apenas algumas mechas roçam contra a pele alva da testa.
Kai é um espião contratado do oriente. A única informação que possuo sobre sua vida é de que cresceu em um orfanato diferenciado, onde as crianças eram treinadas para servirem reis e generais.
— Eu não imaginava encontrá-la nessas circunstâncias, irmã.
Surpresa, eu exclamo:
— O que?!
A mulher mantém a expressão serena.
— Encontros de família sempre me deixam ansiosa, otouto, por isso busco evitá-los ao máximo.
Kai a encara mortalmente.
— O que faz aqui, Ayumi?
— Pensei que soubesse, otouto. Vamos, seja mais inteligente do que isso.
A troca de farpas aveludada causa um estranho clima. A tal Ayumi vira-se para mim e profere:
— A vontade dos deuses será cumprida, Majestade. E a sua cabeça estará em minhas mãos quando o destino chegar.
Abro a boca para rebater sua tolice, mas ela joga uma tocha no chão. O fogo se alastra ao entrar em contato com o tapete. Por instinto, Lyanna me protege contra seu corpo, coberto pela armadura prateada.
Kai volta-se para nós duas, apoiando a mão no peito para se reverenciar. Seus olhos adotam um frio assustador ao refletirem as chamas do corredor.
— Perdoe-me o inconveniente com a Ayumi, minha senhora. Prometo que irei matá-la o quanto antes.
Não o respondo, mal consigo respirar. Enquanto encaro a figura movendo-se furtivamente pelo corredor, do outro lado das chamas, passo a ponta dos dedos pelo pescoço refletindo sobre suas palavras.
♔♔♔
— Hoje foi um dia e tanto. — dizia Lyanna jogando-se na poltrona do meu quarto após retirar a armadura.
O fogo foi contido e todos engoliram a desculpa de ter sido acidental. Kai retornou aos seus aposentos depois da confusão ser solucionada, mas combinamos de nos encontrar no outro dia. Afinal, precisaria dos seus serviços para algo "especial".
— Fui uma tola. Subestimei Valfem, por causa do perfil do príncipe, mas ele é tão ardiloso quanto qualquer outro monarca. — murmuro sentando-me na cama e encarando os próprios dedos, revestidos pelas garras prateadas. — Esse erro não irá se repetir.
Ouço passos se aproximando e um peso extra ao meu lado na cama. Lyanna segura uma das minhas mãos, erguendo-a até beijar o nó dos dedos.
— Não se culpe tanto por errar, querida. Ninguém imaginaria que aquele príncipe boêmio tivesse tanto poder.
Afasto-me do seu toque, caminhando em direção à penteadeira. Com movimentos lentos, retiro o vestido que escorrega pelas curvas do meu corpo. Mantenho o olhar fixo no meu reflexo, tendo ciência de que a atenção de Lyanna está direcionada às minhas costas.
Mais especificamente às diversas cicatrizes marcando minha pele.
— Diga isso ao meu marido. Perdi a noção de quantas vezes fui punida por cometer um erro, Lya. Se eu quero atingir o topo, não posso fracassar.
Lyanna para atrás de mim, apoiando as mãos em meus ombros. Os seus polegares fazem preguiçosos movimentos circulares em minha pele, tirando parte da tensão existente.
— Tem algo em mente, Bella?
Um sorriso de canto se forma em meus lábios. É a única resposta que posso dar no momento.
♔♔♔
Kai, como sempre, é pontual em aparecer em meu escritório. O rei está dormindo ainda, afinal o Sol mal surgiu nas colinas. Além do espião, Turner também está presente, mas dá sinais de sono.
— O que é tão urgente que requer nossa presença? — questiona esfregando os olhos.
Apoio as mãos na janela, encarando o jardim do palácio.
— Bomani está cuidando do treinamento do nosso exército. Enquanto isso, vocês dois precisam servir. Turner, quero que você e seus homens interceptem a carga de pólvora circulando por Valfem. Vamos retirar toda e qualquer vantagem deles em uma possível guerra.
— Se eu fizer isso, ficará claro as intenções de Velstand. Pensei que queria que fôssemos discretos.
— Não há como ser discreto se Valfem já desconfia o suficiente da gente para mandar uma mercenária me decapitar.
Turner interrompe o bocejo para soltar um palavrão alto.
— Mas o que...
— Fomos atacados ontem. — interrompe Kai mantendo o olhar vazio direcionado ao chão. — Os planos de Velstand foram descobertos. Estamos em desvantagem.
— Que merda, hein.
Viro-me para eles, escondendo toda preocupação com minha típica máscara de indiferença.
— Kai, infiltre-se em Valfem e descubra tudo o que for necessário para a nossa vitória. E acabe com aquela maldita mercenária, ela é uma pedra no nosso sapato.
Ou melhor, no meu sapato.
A sombra de um sorriso surge nos lábios finos de Kai.
— Como desejar, minha senhora.
— Então, tudo se resume a uma batalha de força. — comenta Turner cruzando os braços musculosos sobre o peito. — O reino que ceder primeiro vai ruir.
Assenti e retiro de dentro do robe um frasco com um líquido roxo. Estico o braço em direção ao espião que o pega em um rápido reflexo, sem questionar o seu conteúdo. Kai foi treinado o suficiente para apenas ouvir o necessário e falar quando solicitado.
— Pedi para a Alene tornar o príncipe infértil. Uma precaução para que não haja ninguém na sucessão, mas não temos tempo. Misture essa poção com o frasco que a entreguei, sem que ela saiba.
Turner franze o cenho.
— O que é isso?
— Veneno. Irá matá-lo lentamente. Se nossos ataques não forem o suficiente, isso será. Preciso que seja rápido e silencioso.
Um breve olhar para Kai é o suficiente para dispensá-lo. Quando a porta se fecha, os olhos castanhos de Turner focam em mim.
— O rei desconfia dos seus movimentos. Um soldado de confiança me informou de que um guarda foi designado para vigiá-la de perto.
— Pelo visto, Kendric não é tão burro quanto eu pensava. Ultimamente, esses homens andam me surpreendendo.
— Isso é sério, Arabella. Uma coisa é se preparar para uma batalha contra outro reino, outra é um golpe interno.
Atravesso o quarto em passos confiantes, balançando os quadris. O olhar de Turner passa brevemente para o meu corpo, mas logo foca em meus olhos verdes. Esmeraldas que cintilam como o próprio ouro, segundo Lyanna. Apoio a mão em seu peitoral musculoso, passeando os dedos pela camisa marrom de linho.
— Estou pronta para qualquer tipo de batalha, Turner. Você não?
— Nunca fugi de uma luta.
— Permanecer na luta por obrigação e escolher lutar são coisas diferentes. Enfim, só peço para que confie em mim. A movimentação de Kendric não me preocupa, sou mais ardilosa do que ele e toda a sua corte miserável.
Turner afasta a minha mão do seu peitoral, estreitando os olhos.
— Sei o que está fazendo, tentando me distrair para que eu não perceba o seu medo. O medo de falhar e perder tudo o que tem. Ao menos, o pouco que lhe resta.
Dou um tapa em seu rosto. A palma da minha mão arde e o maldito mal tem a decência de fingir que o golpe o afetou de alguma forma.
— Meça bem suas palavras! Um dia você terá algo pelo qual lutará, Turner Leroy, e saberá o peso disso!
Lentamente seus lábios carnudos erguem-se em um sorriso malicioso. Turner coloca as mãos dentro dos bolsos da calça, inclinando-se em minha direção. Ele é enorme, praticamente uma muralha de músculos. Mas continuo com a cabeça erguida, sem deixar-me intimidar com sua postura imponente.
— Acha mesmo que eu me tornaria escravo de alguém ou alguma coisa? Que eu deixaria de fazer o que bem entendo para ver outra pessoa feliz? — os seus olhos escurecem enquanto profere de maneira firme tais palavras. — Já fui um prisioneiro dessas tolices, Majestade. E não pretendo seguir o mesmo caminho novamente.
Turner sai do quarto antes de ser atingido por outro tapa. Não que faça diferença. Ambos sabemos que meus golpes não o machucam, e que suas palavras não me afetam.
Apoio a mão sobre o colar de pérolas com uma pedra azul no centro, adornando meu pescoço em um contraste perfeito com meu robe vermelho. Esse presente de Lyanna é um lembrete de que luto por um futuro ao seu lado.
Da mesma forma que tenho certeza da minha convicção, sei que os dias de paz em Valfem estão contados.
♔♔♔
Kai
"Há uma guerra acontecendo dentro de mim esta noite."
Thousand Foot Krutch – War of Chance
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Dicionário:
Otouto: palavra japonesa que significa "irmão mais novo".
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