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Capítulo 15

A estranheza da minha presença na carruagem logo foi suprida por uma breve explicação do príncipe. O cocheiro não se opôs, apesar de arquear a sobrancelha em minha direção, e Tristan assentiu com um suave sorriso. Ele olhou para mim, dando uma piscada e retribuí com um aceno desajeitado.

Gostava da presença do ruivo, mas sentia uma pontada de culpa por ter dormido com ele. O que era incompreensível, visto que nunca me arrependi de seduzir alguém para obter algo desejado.

Durante o longo e silencioso caminho, adormeço com o balanço da carruagem. O meu último pensamento foi como minha vida sofreu reviravoltas. Há dois meses atrás, se dissessem que seria a companhia frequente de um príncipe, iria rir e chamar a pessoa de louca. Contudo, o destino traçou um caminho diferente do imaginado para a minha vida. E parte de mim temia que fim esse caminho levaria.

Trair um príncipe era o mesmo que ter um reino inteiro como inimigo. E sinceramente, ter a cabeça constantemente na forca não era a sensação mais reconfortante de todas.

Abro os olhos quando a luz solar roça em minhas retinas. Ajeito-me no banco de estofado azul escuro, puxando suavemente a cortina da mesma cor para, através da janela, avistar a paisagem.

O verde havia tomado conta de todo o ambiente. Nesse momento, passávamos por uma enorme floresta de pinheiros. Alguns cervos e lebres surgiam entre os arbustos, fugindo ao ouvir o som das rodas.

— Estamos muito longe?

Aloys encontrava-se concentrado em sua leitura, mas é atencioso o suficiente para responder.

— Não muito. Canopeia é um reino relativamente perto de Valfem. Ao longo dos anos, o meu pai e o rei Gael construíram uma estrada cortando a Floresta de Troia, um atalho muito útil para nosso comércio.

Viro-me em direção ao príncipe, fingindo minha melhor expressão inocente e curiosa.

— Comércio de comida, por exemplo?

Aloys tem uma risada suave. Tão agradável que sequer noto quando se espalha por todo o ambiente.

— Valfem não é infértil como Icarus. Conseguimos nos abastecer muito bem com a agricultura local. Canopeia nos comercializa remédios e, em troca, disponibilizamos pólvora.

O tal soldado Noah permanece observando a paisagem enquanto batucava os dedos, impacientemente.

— Pólvora? Para que?

— Temos um sistema de armas mais complexo do que os demais reinos. Aprendemos um pouco com Cartelli, mas o desenvolvemos de forma melhor graças aos estudiosos das academias. — completa Tristan que, até então, se manteve calado pois comia uma maçã. — Criamos alguns aliados ao longo dos anos e, em troca, compartilhamos conhecimento.

A conversa tomava um rumo interessante. Muitas informações importantes e necessárias.

— Mas é algo justo? Vocês oferecem armas e recebem apenas remédios em troca.

— Iria se surpreender com o que esses remédios podem fazer. — dizia Tristan com um sorriso de canto. — A medicina de Canopeia é assustadoramente avançada.

Gostaria de perguntar a quão "avançada" é a medicina, porém o som de água corrente chama a minha atenção. Pela janela, avisto um riacho cortando a grama verdejante. Dos dois lados do vasto campo, há simples casas de tijolos. Todas com a bandeira do reino Canopeia: verde e prata. O desenho estampado na bandeira é uma cobra enroscada num grosso livro.

Mais à frente, muralhas gigantes de pedra cinza formam a proteção perfeita para o reino. A carruagem para diante de dois guardas portando afiadas lanças. Após as apresentações, o grande portão verde se abre dando-nos permissão para adentar no coração de Canopeia.

E, nesse momento, quase perco o fôlego. Havia tanto verde dentro quanto fora da cidade. As ruas perfeitamente pavimentadas, onde carroças e cavalos cruzavam as pedras polidas. Há uma variação de casebres simples à casas de três andarem. No centro da cidade, há uma enorme torre onde um grupo de soldados fazia a vigília do local.

Um grupo de estudantes, segurando livros, acenava para Aloys ao avistarem nossa carruagem. O príncipe abria um largo sorriso, cumprimentando os jovens — e não deixo de me surpreender com a presença de garotas no grupo.

— Esse seria o paraíso?

Tristan escuta meu murmúrio, deixando escapar uma breve risada.

— Espere só para ver o castelo.

Não demora muito para entender o seu comentário. Quando a carruagem segue para uma região mais afastada da cidade, avisto o enorme castelo de três andares rodeado por uma densa mata. O palácio é completamente diferente de qualquer um que já vi. Não possui janelas; e sim abobadas, tetos curvos e aros. As plantas rasteiras se enroscam nas pilastras brancas, onde brotam flores roxas.

Um aroma extremamente agradável de flores invade minhas narinas, conforme avançamos.

O cocheiro nos deixa na porta, um enorme arco protegido por três guardas de uniforme verde com prata, e seguimos para o interior do castelo. Enquanto Aloys e Tristan conversavam com um dos guardas, estou distraída demais observando o ambiente ao meu redor.

Há um pequeno lago no interior do castelo, onde o teto é inexistente. Peixes dos mais variados tamanhos e cores nadam dentro dessa água cristalina. Um grupo de jovens passa pela gente, usando longas túnicas brancas e portando pesados livros, reverenciando-se para o príncipe.

— Quem são elas? — questiono. — Esse tipo de uniforme é de alguma academia?

Viramos um corredor, encontrando dois guardas alimentando alguns pequenos macacos que, timidamente, aceitavam as frutas oferecidas.

— São as Aprendizes. Um grupo de estudiosas da vida e medicina, que trabalham diretamente para a corte real. — explica Tristan após dar uma piscada sugestiva para uma das mulheres que, em resposta, dá uma risada sem jeito. — Detentoras de todo tipo de conhecimento que o reino de Canopeia pode oferecer, até mesmo o conhecimento proibido.

Paramos diante deu uma larga porta, onde um dos guardas que nos conduzia a empurra causando um leve rangido.

— Por que haveria algum conhecimento proibido?

— Há várias formas de matar, alterar a consciência de uma pessoa ou até mesmo extinguir a chance de uma futura linhagem de reis apenas utilizando o lado mais... Oculto da medicina. — dizia Aloys com o olhar focado no horizonte, mas possuindo uma rara expressão séria. — Se esse conhecimento cair em mãos erradas, será o fim do nosso mundo.

Quando estou prestes a perguntar se o príncipe possui esse conhecimento, um grito estridente chama a nossa atenção.

— Aloys! Pensei que tivesse esquecido de mim!

A jovem não deveria ter mais do que vinte e cinco anos. A sua pele negra reluzia os raios solares que atravessam o teto de vidro. Os longos cachos pretos desciam por seu corpo, tocando nos quadris volumosos. Ela andava com uma suavidade surpreendente e, por baixo do longo vestido branco e esvoaçante, noto que está de pés descalços.

Ela se joga nos braços de Aloys que retribui instantaneamente. O moreno gira com a jovem em seus braços e a sua risada acalorada preenche o ambiente.

Sinto um repentino incômodo, que logo trato de engolir junto com a saliva.

— Senti sua falta também, Alyssa. — brincava o rapaz a deixando no chão. — Mas sabe como tenho estado ocupado ultimamente.

Quando ele a coloca no chão, a princesa fazia um biquinho com seus lábios carnudos e brilhosos. Antes de fazer algum comentário, corria até Tristan o abraçando com força.

— E você, seu safado ruivo? Qual a sua desculpa?

Tristan joga a cabeça para trás, rindo.

— Eu preciso acompanhar o nosso príncipe neném em todas as reuniões. Não posso deixá-lo sozinho com esses nobres malvados.

— Eu não sou neném! — protesta Aloys.

A tal Alyssa ria alto até que seus olhos pretos focam em Noah, que se mantinha afastando brincando com os próprios dedos. Então, um sorriso terno surge nos lábios da princesa que esticava o braço em direção ao rapaz.

— Vem. Eu senti a sua falta, Noah.

Os olhos dele se iluminam e, em passos lentos, o rapaz estreita a distância entre ambos. Alyssa o abraça com cuidado, como se fosse quebrá-lo em vários pedaços. Noah retribui o gesto repousando a bochecha no topo da cabeça dela, desprovida de qualquer coroa, enquanto as bochechas adquirem um tom rosado.

Tem algo estranho entre esses dois.

Alyssa logo se afasta para focar em mim, inclinando a cabeça.

— Quem é você?

Não há arrogância ou ciúme em seu tom de voz, apenas uma singela curiosidade.

Pigarreio baixo.

— Alene Evans, Alteza. Sou... Er... Acompanhante do príncipe.

A mulher alterna o olhar entre mim e o príncipe, deixando escapar uma suave risada antes de dizer:

— Não precisar usar o "alteza", Alene. Particularmente, não acho que combine tanto comigo e, enquanto meus pais continuarem vivos, vou dispensar qualquer título. — dizia aproximando-se e segurando minhas mãos. Os seus dedos grossos são macios e quentes. — Além disso, qualquer uma próxima do Aloys é minha amiga também. — então se inclina para sussurrar em meu ouvido. — Depois eu vou gostar de saber como se conheceram. Não imaginei que ele já estivesse comprometido.

Minhas bochechas tornam-se vermelhas em um piscar de olhos.

— Não... Não somos nada disso. — sussurro de volta. — É que há uma tradição em Valfem, meio que...

— Concubina, certo. — comenta com pesar na voz. — Não se preocupe, já sei sobre essa tradição ridícula. Não precisa dizer mais nada.

Agradeço internamente à princesa por sua empatia.

Alyssa vira-se para Aloys e já corria em sua direção, puxando o braço do príncipe pelo corredor e gesticulando para que a seguíssemos. Como um cavalheiro, Tristan enlaça o braço no meu e me conduz pelos vastos corredores do castelo, iluminados pela ausência de janelas e pelo enorme jardim à céu aberto no centro do palácio.

— Ele não gosta de falar muito, pelo visto. — murmuro para o ruivo, lançando um olhar por cima dos ombros para Noah que nos acompanhava algumas passadas atrás.

— Não é que ele não goste, Alene. Ele simplesmente não pode.

Diante do meu olhar confuso, Tristan completa:

— Ele é mudo. Perdeu a capacidade de falar quando ainda era uma criança, mas consegue nos ouvir bem.

Minhas orelhas queimam ao pensar que o rapaz escutou minhas palavras, o que deve ter sido bem ofensivo. Ao olhar novamente para Noah, ele continua com uma expressão neutra enquanto o olhar está focado na princesa Alyssa, que ria alto de algum comentário de Aloys.

E minhas suspeitas só aumentam.

Ao adentrar em seu escritório, sou recepcionada pelo cheiro das rosas que compunham o arranjo no centro da larga mesa de madeira. Há tantos livros na estante que, ao pensar na princesa lendo todos eles, o broto da admiração surge em meu coração.

Alyssa gesticula para que nos sentemos, tomando seu lugar na ponta da mesa com Aloys do lado direito e Tristan do esquerdo. Opto por estar do lado do ruivo enquanto Noah permanece em pé, apoiado em uma das estantes. As suas sardas são refletidas pela luz solar que adentra a janela. A brisa balançava suavemente as cortinas brancas junto com seu longo cabelo preto, preso parcialmente por um coque alto.

— Soube da situação de Valfem. — Alyssa dizia adotando uma postura mais séria. A sua coluna está ereta e as mãos se entrelaçam sobre a mesa. — Não é fácil ter o apoio de nobres tendenciosos. O meu pai enfrentou uma situação semelhante anos atrás, por sorte conseguiu controlar a própria corte. Espero que consiga fazer o mesmo, Aloys.

A covinha esquerda na bochecha do príncipe surge quando ele sorri.

— É o que eu mais desejo, Alyssa.

Não gosto de vê-lo sorrindo tão abertamente para a princesa. Talvez minha expressão fechada esteja evidente, pois Tristan me cutuca de forma discreta.

— Está tudo bem, Alene? A viagem de carruagem a deixou enjoada?

Nego com um falso sorriso.

— Só estou cansada.

— Já fui informada do motivo dessa viagem. Fora virem me visitar, é claro. — brincava Alyssa. — O meu pai irá se reunir com vocês amanhã, mas já adianto que tem todo o apoio de Canopeia. Além dos remédios, vamos fornecer um investimento generoso para as academias de Valfem.

O sorriso de Aloys não poderia ser maior. Ele segura a mão da princesa, dando um beijo no nó de seus dedos.

— Muito obrigado, Alyssa. Não faz ideia do quanto isso é importante para o nosso reino.

— Valfem tem sido um grande aliado de Canopeia há muitos anos, compartilhando seu conhecimento para o nosso povo. Essa é uma dívida que eu e minha família não podemos esquecer. — ela respondia repousando a outra mão sobre os enormes dedos de Aloys, olhando no fundo dos seus olhos. — O meu povo não é guerreiro como o seu ou do rei Lorcan, mas o nosso conhecimento é tão valioso quanto as armas que derrubam reinos.

Preciso admitir que, mesmo sendo uma princesa, Alyssa já possui postura de uma rainha. A sua jovialidade não pode ser confundida com ignorância, visto que a mulher se expressa com uma segurança e firmeza invejáveis.

— E vocês dois, deveriam se envergonhar! — exclama a princesa, voltando a adotar uma postura descontraída. — Esquecem da amiga de infância e ainda são deselegantes em não apresentar a nova amiga de vocês.

— Ela não é exatamente a nossa amig-... — a fala de Tristan é interrompida quando alguém, provavelmente o príncipe, pisa em seu pé. — Caramba! Tem um boi debaixo da mesa?

— Alene é uma amiga recente. — mentia Aloys.

Alyssa se encosta na mesa cruzando os braços sobre os fartos seios, realçados pelo decote do vestido. As dobrinhas de sua barriga se destacam nessa posição e, pessoalmente, acho esse detalhe um charme.

— Sei que é sua concubina. Você já foi melhor mentindo, Aloys.

O moreno ria nervosamente.

— Eu tentei, pelo menos.

— Esses dois... — ela suspira balançando a cabeça. — Sabe que não aprovo essa tradição, assim como você; mas também reconheço que há coisas acima da coroa. — o seu olhar terno recai sobre mim. — Espero que fazer parte disso tenha sido uma escolha sua, Alene.

Engulo seco. Os meus lábios formam o sorriso mais convincente possível enquanto inclino suavemente a cabeça para o lado, sentindo o cabelo escorregar por meus ombros.

— Eu escolhi servir ao príncipe. E sinto-me feliz em estar na sua companhia.

De canto, noto o rosto de Aloys ruborizar. Sinceramente, não estava aguardando essa sua reação e, de forma involuntária, acabo corando também.

— Que fofos... — sussurra Alyssa antes de se levantar e caminhar até Noah. — E você, como está? Soube que tem passeando muito por outros reinos, espero que o Aloys não esteja pegando pesado contigo ou eu darei uma boa surra nele!

— Eu ajudo! — dizia Tristan erguendo a mão e acompanhando Aloys na risada. Logo, os dois se levantam e eu também, ajeitando o vestido.

Noto como Noah curva os lábios finos em um sorriso discreto. Ele precisa abaixar a cabeça para fitar o rosto da princesa e há um brilho único em seu olhar enquanto a encara rir descontraidamente.

Como se a sua risada fosse preencher o ambiente de luz.

— O Noah... Ele...

— Sim, ele gosta da Alyssa. — Tristan interrompe minha fala, quase sussurrando. — Mas peço para que não toque nesse assunto com ela.

— Por que? A princesa não gosta dele?

— A situação é bem mais complicada do que isso. — dizia Aloys lançando um olhar triste para Noah. — Eu e Tristan não demoramos muito a perceber os sentimentos dele. Gostaríamos que ele se declarasse e lutasse pelo coração da princesa, mas...

A fala dele é interrompida pela porta sendo aberta. Um rapaz alto e musculoso, portando uma espada na cintura, adentra no local. Ele usava uma camisa branca colada ao peitoral e uma calça marrom, combinando com as botas pretas de cano longo. Os seus cabelos loiros e curtos, levemente ondulados na altura da orelha, se movem junto com a brisa.

— Minha querida, aí está você! Eu a procurei por todo lugar! — dizia o rapaz puxando Alyssa para um abraço apertado e possessivo. Logo, o sorriso some dando espaço a uma expressão vazia. — Olá, Aloys.

— Olá, Hakon. Que prazer vê-lo aqui.

Há uma certa ironia no tom de voz de Aloys, algo extremamente raro. O tal Hakon mal nos encara, mantendo o olhar e queixo erguido em direção ao moreno.

— Há muito tempo não pisa em Canopeia. Veio para fortificar os laços?

— Os laços já estão fortificados há anos. Não preciso perder minha viagem com isso. Vim rever uma velha amiga e negociar o futuro do meu reino.

Hakon abre a boca para rebater seu comentário, mas Alyssa apoia a mão no peito do rapaz.

— Como foi lá na taverna?

O peito do loiro se infla com seu ego.

— As pessoas amaram a minha nova música. Uma pena que minha querida noiva não estava presente para presenciar o meu grande momento. — comenta apoiando a mão no rosto da princesa a acariciando com o polegar. — Eu senti tanto a sua falta.

Alyssa corresponde com um sorriso discreto, sem mostrar os dentes.

Os pontos se ligam instantaneamente. Noah nutre uma paixão platônica por Alyssa que, devido ao seu comprometimento com o noivado, não sabe dos sentimentos do amigo.

— Ele é um cantor famoso na cidade, além de um duque influente na região. — dizia Tristan com um olhar sério direcionado à Hakon que se gabava da sua música para ninguém em especial. É como se ele sentisse a necessidade de ser notado. — Alguém com uma bela voz e influência social. Já deve imaginar como o Noah se sente.

Olho para o rapaz que encarava Hakon praticamente esmagando Alyssa em seus braços fortes. A abismo entre os dois é quase palpável. Como Noah se sente diante de alguém que possui tudo o que lhe foi negado? E ainda, é detentor daquela pessoa que ele deseja.

Sinto tanta pena dele que quero protegê-lo do mundo. Aloys e Tristan pensam igual, pois adotam uma postura protetora com o rapaz, tanto que o ruivo o puxa para um abraço de canto.

— Vamos para os quartos. A viagem foi longa e eu preciso descansar.

— A minha bunda está doendo. Maldito estofado da carruagem. — dizia Aloys acariciando os quadris.

É inevitável não rir da forma como tentava aliviar o clima. Alyssa me acompanha na risada e Noah se permite sorrir um pouco.

Mas é claro que esse momento de alegria não poderia durar.

— Ah, você está aí, Noah! — dizia Hakon com uma falsa surpresa. — Eu mal o vi, tão calado e escondido. Praticamente invisível entre a gente. Como você está? — pergunta com um sorriso de canto, onde detecto tudo menos gentileza. — Esquece. Não é como se você fosse falar. Desculpa, eu sempre esqueço esse detalhe. Que descuido o meu.

Não sou uma pessoa agressiva, mas, nesse momento, senti vontade de jogar o jarro de flores na cabeça de Hakon e enfiar as rosas em um lugar pouco apropriado nele.

Noah desvia o olhar para os pés. Os olhos perdendo aquele brilho aos poucos.

Aloys fecha os punhos ao lado do corpo e os seus músculos se retesam. Tristan lança um olhar de poucos amigos, comentando:

— Sua memória não me parece boa, Hakon. Seria uma pena se você recebesse uma pancada na cabeça e perdesse o restante da pouca sanidade que lhe resta.

O duque estreita os olhos.

— Isso me pareceu uma ameaça.

— Só pareceu mesmo. — Tristan rebate. — Eu não sou um homem de ameaças, sou um homem de promessas.

Alyssa pigarreia alto atraindo toda a atenção para si.

— Já ia esquecendo de apresentar a nova amiga do Aloys. Alene, esse é Hakon, o meu noivo.

Pela primeira vez, o loiro olha para mim dos pés à cabeça e arqueia a sobrancelha. Institivamente, dou um passo para o lado ficando próxima de Aloys. Não estava gostando da forma como ele me encarava. Porém, quando sinto a mão do moreno em minha cintura, puxando-me contra sua muralha de músculos, a tensão some em um piscar de olhos.

Ergo a cabeça o encarando, surpresa. Em resposta, recebo mais um dos seus sorrisos calorosos acompanhado do par de covinhas.

Quero que essas covinhas sejam vistas apenas por mim.

— Amiga? Vossa Alteza não anunciou a sua tradição de dormir com... dez? Vinte mulheres? É com ela que o príncipe está trepando? — dizia Hakon em tom de deboche. — Que ótima escolha, devo admitir. Você e o seu amigo a dividem ou...

A frase é interrompida, pois Aloys avança contra Hakon dando um soco em seu rosto.

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