Capítulo 31
Decisão antecipada
— Qual o nome dele? — Dixon indagou.
— Como ele tem apenas semanas de vida, esperamos que antes dele completar dois meses uma família venha adota-lo e dar um nome para ele carregar para o resto da vida — Antonella explicou. Ela olhava o pequeno com ternura. — Sasha pegue uma toalhinha para ele, por favor.
— Sim, senhora. — Sasha se retirou.
A criança já estava mais quieta nos braços do Dixon.
— Eu já vi artigos sobre os Wisentheiner — começou Antonella. Olhei para ela surpresa. Pra mim era estranho alguém conhecer Dixon, tinha me acostumado com ele mais mafioso do que um homem com imagem pública. — Não costumo estar por dentro das coisas do mundo lá fora, ou vendo televisão, mas um artigo a respeito de uma ajuda que vocês deram a uns moradores de rua.
Eu não sabia. Dixon sorriu minimante para Antonella que mudou de assunto.
— E vocês? Não pretendem ter filhos?
— Por enquanto estamos pensando — olhei espantada para Dixon que respondeu sem pensar... Ou pensou?
Eu fiquei calada. Se começássemos uma conversa sobre filhos na frente de uma freira, não seria nada bacana. Não por que eu não queria, mas porque eu não sabia exatamente como estava pensando.
— Com licença. — Sasha voltou com a mamadeira e um pequeno lencinho e entregou nas mãos de Dixon.
— Muito obrigado, senhorita — agradeceu Dixon, antes de se afastar. — Que nome acha que combina com ele, meu bem?
Uma pergunta curiosa. Olhei novamente para criança agora sendo alimentada.
Um nome...
— Noah. Ele tem cara de Noah — respondi. Eu gostava desse nome em particular.
— É um belo nome. Ele tem mesmo cara de Noah — concordou Sasha.
— Sem dúvida — afirmou Dixon. — Você escolheu um nome masculino, meu bem, e estou de acordo com sua escolha maravilhosa. Agora para uma garota, eu escolheria Alicia.
A garotinha do parque tinha deixado uma boa impressão em Dixon.
— Adorei o nome. E quando ela crescer seu nome com certeza ganhará uma abreviação que será igual ao meu, Ally.
Dixon sorriu com minhas palavras.
— Ou Sia. Você é a única Ally para mim. Não posso ter duas Ally's sob o mesmo teto.
Eu não queria, mas sorri. Voltei minha atenção para Sasha que fazia o mesmo: sorria para Dixon e eu, enquanto conversávamos. Eu estava preste a fazer algumas perguntas sobre o orfanato quando Antonella a chamou para conversarem em particular.
As duas conversavam no corredor, e não pude deixar de observar as expressões que Sasha fazia ao que ouvia as palavras de Antonella. Não parecia ser nada bom, e nem uma bronca. Pela expressão de ambas, era muito pior.
— Será que está tudo bem? — sussurrei para Dixon.
— O quê? — Ele não estava prestando atenção. Noah — o chamarei assim em meus pensamentos — ganhara total atenção de Dixon.
— Sasha e Melissa parecem estar com alguns probleminhas. Seria indelicado de minha parte ir perguntar?
— Você é uma mulher com as melhores intenções, Ally. Não se achane, meu bem.
Sorri. Dixon rapidamente aproximou seus lábios dos meus.
— Noah ganhou totalmente a sua atenção — eu disse, assim que desgrudei meus lábios dos deles e me levantei.
— Ele é um garotinho adorável. Já o renomeou. Vai adotá-lo?
Eu apenas sorri em resposta.
— Vou ver o que está acontecendo ali.
Antonella me viu se aproximar e sorriu para Sasha, aqueles sorrisos informantes. Eu não fiquei ofendida com a atitude, qualquer um faz isso não querendo preocupar o próximo.
— Está tudo bem? Percebo que está com problemas. — Fui direta.
— Não há nada com que se preocupar. Bem vamos ver as crianças? — Sasha desviou de assunto.
— Olha não querendo ser intrometida, é meu primeiro dia aqui, mas eu realmente quero ajudar então, por favor, pelo bem dessas crianças me diz o que lhes preocupa — implorei.
Ela suspirou, pedindo permissão para Antonella que assentiu.
— Estamos com a dispensa vazia, e o carro quebrou hoje cedo e não há meios de irmos ao supermercado comprar o que o orfanato necessita sem um carro. — ela revelou.
— Isso não é problema, nós podemos ir — apontei para Dixon que agora ria de alguma coisa que Noah fazia.
— Eu não posso aceitar. Isso seria exploração.
— Eu me ofereci Sasha, por favor, deixe-me ser útil. Dixon e eu podemos ir. É só nos dar a lista do que precisam.
— Tudo bem, me desculpe por isso — ela estava envergonhada.
— Não se desculpe. O que as crianças necessitam? — perguntei.
— Eu vou pegar a listinha e o dinheiro. Só um instante, por favor — ela e Antonella se retiraram.
Voltei a me sentar ao lado de Dixon.
— O que houve? — ele quis saber.
— A dispensa está vazia e não tem como elas irem fazer compras já que o carro também está com problemas.
— Podemos fazer isso. — Dixon sorriu, voltando a olhar para o bebê que choramingou com a mamadeira ainda na boca. — Ele tem um grande apetite.
— Sim podemos. Eu disse a elas, então pode avisar aos outros que estamos saindo e já voltamos? Vou pedir para elas me deixarem levar ele.
— Claro — ele me entregou Noah. — Sabe do que precisam?
— Não, ela ainda foi pegar. — respondi pegando Noah no colo. Dixon beijou meus lábios e depois minha cabeça.
Noah virou a cabecinha em sinal de que já estava cheio. Limpei sua pequena boquinha em forma de coraçãozinho que me fez rir um pouco. Coloquei-o de pé sobre meus seios e bati em suas costas de leve para ele arrotar.
Dixon voltou na mesma hora com Sasha e Antonella. Ela explicou para ele o que precisava e achava que seria o suficiente.
— Hmm... Eu posso leva-lo conosco? — perguntei hesitante.
— Você quer leva-lo? — ela perguntou surpresa.
— Cuidaremos bem dele — interviu Dixon.
— Estou certa de que vão, vejo o quanto o casal gostou desse pequeno. Vou buscar um cobertor — ela já saia, mas voltou. — Ele vai vomitar no meio do caminho — alertou.
— Não se preocupe com isso. — Dixon sorriu. — Aqui está tudo que precisam? — ele olhou para a lista pequena, não acreditando que tudo aquilo seria o suficiente.
— Sim, senhor? — sussurrou Sasha.
— Gostaria de conversar com as senhoras, quando regressar — Dixon disse firme, assustando a Freira. — Adicionarei alguns itens à lista. Não acho que isso será suficiente.
— Mas senhor... — ela se interrompeu ao ver a expressão determinada de Dixon.
— É pelo bem das crianças, senhorita.
Antonella voltou e olhou para nós três com certeza notando o clima que estava na sala.
— Está tudo bem por aqui? — ela olhou para Noah.
— S-sim — Sasha gaguejou.
— Aqui está o cobertor dele. Que Deus recompense vocês meus jovens.
Dixon assentiu.
Agasalhamos o bebê bem e nos dirigimos até o carro. Dixon abriu a porta para eu entrar no banco de trás já que não tínhamos cadeirinha. Já no caminho para o supermercado Dixon e eu engatamos em uma conversa sobre o orfanato.
— Eles estão mesmo passando por uma fase difícil — comentei. — O que tem em mente?
— Vou ajudar. Elas não podem recusar para sempre, são as crianças que precisam. Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance.
— Praticamente tudo está ao seu alcance — murmurei. — Sua sorte é ter meios de falsificar identidade.
Antonella não parecia o tipo de pessoa que aceitaria uma grana alta de uma única pessoa, mesmo ela sendo um empresário...
— Não irei falsificar, sei exatamente o que irei fazer.
— Sei que não. Mas é que eu ainda não consigo imaginar como fará isso. Ainda não me acostumei, porque não vejo como funciona uma máfia.
Dixon estava preste a responder quando Noah resmungou em meu colo. Ele estava preste a arrotar então rapidamente coloquei a toalhinha em sua roupa para não sujar nós dois.
— Isso ai garotão, coloca tudo para fora! — Exclamou Dixon incentivando o pequeno.
— Ele ainda não entende Dix. — Eu ri.
— Quem disse que não? Eu estava falando com ele no sofá e ele resmungava em resposta.
— Por isso você estava rindo, não é?
— Estava me observando Backer? — Ele olhou para mim pelo retrovisor.
— Não exatamente. Mas, Dixon, pretende mesmo adota-lo?
— Certamente! Greice disse que me ajudaria a cuidar dele.
— Mas e eu? Porque não perguntou pra mim? — me senti deixada de lado.
— Porque quero que você se sinta a vontade para aceitar essa responsabilidade comigo, meu bem. Não quero força-la a isso.
— Eu aceito ser a mãe do pequeno Noah, Dixon.
O carro parou e Dixon olhou para trás, pedindo para eu não sair que ele abriria a porta. Esperei ele vir — um tanto apressado — abrir a porta para mim e Noah.
Assim que estávamos fora do carro Dixon me abraçou fortemente e me beijou, logo beijando a testa de Noah. Sua mão não deixou a minha cintura um segundo se quer até estarmos dentro do supermercado.
— Vamos pegar o que tem na lista e depois adicionamos o necessário. — eu disse, já pensando no que comprar para Noah.
— Sim, vou pegar um carrinho. Espere-me aqui, por favor.
— Oi amor, a mamãe te ama muito — falei para Noah, que apertou meu dedo mindinho.
Parando pra pensar, era engraçado como eu me tornaria mãe sem mesmo ter tipo qualquer tipo de relação sexual. Mas, pensando bem, isso não era nada, nenhum pouco estranho. Não precisa eu ter me deitado com um homem para ser mãe um dia.
Em momento algum me imaginei com um filho, ainda mais não sendo casada e ele muito menos ser do meu sangue.
— Ponderando? — Dixon tocou meu braço.
— Agora sou mãe — eu ri involuntariamente. — Mesmo que nada esteja certo ainda. É uma sensação única e diferente de tudo que já imaginei em toda minha vida.
— Essa nova fase nos proporciona sensações diferentes. Mas, posso afirmar com convicta certeza de que você será uma mãe sensacional.
— Eu vou me esforçar para que sim.
— Podemos já organizar um quarto para Noah.
— Podemos, mas ele ainda é uma bolinha que precisa estar de olho vinte e quarto horas. Como faremos isso se não dormimos no mesmo quarto?
— Já pensei a respeito disso. - Dixon disse olhando para mim insinuante. — Vou conversar sobre a adoção assim que voltarmos. Prometo que nada do que eu disse essa manhã será interrompido com a chegada de Noah.
— Um filho jamais interromperia a vida de uma mãe.
Dixon sorriu.
— Eu vou proteger a minha família — ele murmurou quase inaudível.
Em meio às compras eu passei Noah para os braços de Dixon, já que o mesmo queria pega-lo. Adicionamos varias coisas saudáveis para crianças e algumas guloseimas. Pedi a Dixon que ficasse em um corredor a minha espera enquanto ia pegar outras coisas. Ele aceitou, mas seu olhar estava fixado no rostinho sonolento de Noah.
— Não quero nem imaginar quando ele estiver em casa.
— Não se preocupe, eu terei tempo para você, meu bem.
— Estou começando a duvidar.
Sai do corredor dos biscoitos e fui para onde ficavam algumas outras coisas para crianças. Compraria alguma coisa para James e Karl.
Eu estava com um desafio em mãos. Não seria fácil já que não tinha experiência alguma. Embora eu não estivesse nenhum pouco assustada. Eu tinha Greice e as outras — e minha mãe também quando soubesse — para me ajudarem e me darem conselhos.
— Dia feliz? — virei-me para a voz. Um homem bem vestido sorria olhando para a prateleira de papinhas.
— Sempre — respondi educadamente.
— Não é muito jovem para estar neste corredor?
Franzi o cenho para ele que sorriu.
— São para uma conhecida.
Limitei-me a dizer mais me lembrando da lição de Dixon e de que não podia contar o que fazia a um homem estranho.
— Não me conhece não é? — ele perguntou um tanto chocado.
— Desculpe-me, eu deveria? — perguntei tentando não soar mal educada, mas esse homem não me agradava.
— Não é de ler jornais — murmurou para si mesmo. Ignorei. — Sou Ernest prefeito da cidade.
— Desculpe minha ignorância, mas odeio politica. — falei um pouco envergonhada. — Está comprando para seu filho? — mudei de assunto.
— Não, é para o filho da minha irmã. — respondeu olhando em meus olhos.
— Deve ser uma criança incrível.
— Sim, ele é. Foi bom te encontrar, Ally. Até breve.
Espera! Tinha alguma coisa fora do lugar.
Antes que eu perguntasse como ele sabia o meu nome, ele já não estava mais no corredor. Ele podia ser o prefeito, mas era estranho demais saber o meu nome. Logo o meu!
Voltei para o corredor onde deixei meus dois homens me esperando. Afastei o pensamento esquisito que se apoderou de mim e continuei fazer o que precisava ser feito.
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Hello! Tudo bem?
Obrigada a todas as mensagens de carinho ❤
Fiquem com Deus! Agradeçam pelo dia de hoje.
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