Capítulo 27
Atitude inesperada
— Está extremante justo — Dixon implicava com o meu vestido.
— Ela está na minha companhia, Dix. Não deixarei que alguém se aproxime.
— Implicâncias sem sentido resultarão em uma hora de atraso — eu disse.
Estávamos todos empacados na porta há alguns minutos ouvindo Dixon insatisfeito com o meu vestido. Ele abriu a porta não muito contente e saiu na frente.
— Ally irá conosco no carro — Disse Demitri.
— Tudo bem, tenham cuidado — concordou.
Quando ele se distanciou para entrar no outro carro com Steve, pude reparar que todos eles estavam de preto, e única diferença eram as gravatas. Dixon era o único com a gravata não borboleta.
— Venha Ally — Greice entrou na frente, em seguida eu também.
No carro James e Karl conversavam com o pai. Demitri não se importava em dizer algumas coisas a eles referente à organização, mas entre os dois filhos, James parecia o mais interessado em saber sobre as coisas.
Eu não conseguia imaginar os filhos de Greice seguindo o caminho dos tios, mesmo assim o interesse de James deixava claro que seguiria os passos do pai. Karl, pelo contrário, seguiria outra coisa fora de tudo relacionado a organização.
Meia hora depois o carro estacionou na frente de um enorme salão muito bem decorado e as luzes realçando o toque dourado dos enfeites.
— Você já se acostumou com tudo isso? — perguntei a Greice, vendo as mulheres elegantemente ao lado de seus maridos.
— Em partes. Geralmente quando vou a festas na Rússia fico ao lado de Demitri. Criei inimizades por aqui, por causa de Solange.
— Então quer dizer que terá amigas dela por aqui?
— Sim, mesmo que poucas. Quando alguém é falsa e mentirosa só atrai pessoas da mesma laia. Com a ausência de Solange suas seguidoras darão em cima do Dixon.
Era de se esperar de amigas falsas. Greice saiu do carro com a ajuda de Demitri, em seguida repetiu o gesto comigo. Steve se aproximou ao lado de uma morena belíssima, Dixon e Louis logo atrás conversando seriamente.
— Lua, esta é Ally Backer. Ally, esta é Lua — Steve nos apresentou.
— Cabelo de duas cores — comentou a morena de olhos castanhos. Ela trajava um vestido social preto na altura dos joelhos. A íris de seus olhos era ainda mais realçada com a maquiagem forte. — Estou feliz em conhecer a mulher que Steve chama de irmã.
Abri um sorriso pela simpatia.
— Obrigada — falei.
— Onde está a companheira do Dixon? — perguntou Greice.
— Vivian precisou atender uma chamada urgente — respondeu Lua. — Dixon, não quis chamar ninguém além dela então veio sozinho.
— Achei que era obrigatório ter uma acompanhante.
— Não, lá dentro deve estar cheio de solteirões e solteironas. Muitos já fazem isso de propósito para fisgar um par.
Steve colocou uma das mãos nas costas de Lua, enquanto Demitri fez o mesmo em Greice e Louis estendeu o braço para eu agarrar. Caminhando atrás do primeiro casal, de soslaio vi Dixon digitar alguma coisa em seu celular depois que olhou para a entrada do salão amarrotada de repórteres.
Ele se aproximou de mim, guardando o celular no bolso de seu paletó e sussurrou:
— Não fique tensa, mostre a eles o seu belo sorriso.
Ele se afastou caminhado na frente indo em direção a um dos seguranças. Se Dixon não fosse empresário acredito que nenhum daqueles repórteres estaria parado na frente do salão querendo entrevistas com ele e alguns outros casais que entravam no grande salão.
No entanto, havia uma preocupação maior. Se aquilo seria divulgado em rede nacional — ou até fora —, certamente meus pais saberiam do meu paradeiro e viriam atrás de Dixon, ou melhor, iriam atrás dele na companhia. Parte de mim se sentiu feliz. Se meus pais conhecessem Dixon poderiam gostar e aprovar "minha relação" com ele. Porém, de uma coisa eu tinha a absoluta certeza: Meus pais ficariam magoados comigo — não imagino o quanto — por ter "mentido" sobre estar em Londres, em vez disso estar o tempo todo na mansão de um bilionário.
A primeira impressão que eu acho que eles teriam da história toda, é que a filha estava cansada de viver debaixo do mesmo teto que eles e decidiu fugir com o primeiro cara rico que encontrou.
Chacoalhei levemente minha cabeça afastando qualquer tipo de pensamento negativo. Eu iria encontra-los e tudo daria certo. Tinha que dar!
Olhei para fuzuê de vozes pedindo para posarmos — mais para Dixon e os rapazes — para as câmeras. Acenei rapidamente e sorri, seguindo o conselho do Dixon. Ele deu algumas palavrinhas com alguns repórteres e se juntou a nós para entrar no salão.
Uma moça se aproximou levando James e Karl. Demitri seguiu seus filhos com o olhar até que um jovem elegante chamou por seu nome. Eles se cumprimentaram com um aperto de mão. E o jovem ainda sem nome repetiu o processo com Louis, Dixon e quando chegou a Greice e Lua, beijou a mão delas.
— Eu não conheço você, bela senhorita — disse o rapaz estendo a mão. Coloquei a minha sobre a dele e ele a beijou permanecendo segurando a minha mão. — Sou Andrieske.
— Meus parabéns Sr. Andrieske — puxei minha mão levemente. Ele já tinha segurado demais.
— Aceitaria tomar um drink comigo? — ele indagou cortês.
— Por favor, não prenda sua atenção em mim. Há tantas outras damas que gostariam da sua companhia — respondi. Talvez, tenha sido insensível rejeitando o convite do aniversariante, mas eu não queria ser o centro das atenções junto a ele.
— Como deseja senhorita — ele disse. — A família é da casa, sintam-se a vontade.
Então ele se afastou, prometendo voltar depois para conversar com Dixon. Seguimos em direção ao paraíso dos petiscos. A decoração era bem extravagante. Em comparação a festa do Dixon, Andrieske parecia gostar mais de esbanjar sua riqueza.
Observando melhor, algumas coisas eram parecidas com o que tinha na festa do Dixon. A orquestra posicionada no canto esquerdo do salão — quase escondida — era a mesma que tocou no aniversario do Dixon. Alguns dos convidados eram os mesmos que compareceram na festa também.
— Parece um pouco semelhante à festa do Dixon — sussurrei para Greice.
— Certamente.
Fazer comentários a respeito da festa ia ser chato, então guardei meus pensamentos para mim mesma.
— Tem algum problema se comermos alguma coisa agora? — perguntei. Minha barriga estava começando a dar sinal de vida, e antes que alguém percebesse precisava comer alguma coisa.
— Não — ela desvencilhou do braço de Demitri. — Vou comer alguma coisa com a Ally, podem circular.
Demitri assentiu.
Lua não quis ficar com eles, sabendo que se juntariam a outros homens para falar de negócios. Por mais que ela fizesse parte da organização, ela não gostava de falar com algumas pessoas de outras organizações.
Seguimos até a mesa mais próxima e antes de pegar um pequeno prato, eu escolhia com o olhar o que me era agradável aos olhos. Por mais que fosse comida de classe, nem tudo era bom.
— Pegue esse Canapés — disse Lua, colocando um em meu prato —, vai gostar.
Peguei alguns organizando direitinho em meu prato.
— As mesas estão do outro lado — disse Greice.
— Não estou a fim de me sentar, mas vamos.
— Não, eu também não quero. Vamos ficar ali no canto, tem algumas mulheres comendo ali também.
Lua não disse nada, seguiu a gente até o canto e virou-se de costas. Em meio a nossa conversa ela revelou seu posto na organização como arqueira. Pra mim foi uma surpresa, não estávamos mais no tempo onde arco e fecha era usado. Segundo Lua, era muito eficiente ter uma equipe de artilheiros em uma máfia.
Em meio a nossa conversa não pude deixar de notar os olhares na direção dos rapazes, algumas mulheres cochichavam entre si e olhavam para eles. Apostaria que estavam falando sobre os solteiros, por que não era segredo que Demitri era casado e sua mulher estava no salão também.
Ao nosso lado três mulheres citaram o nome de Steve e Louis, elas não eram muito observadoras, ou não estavam quando entramos junto com eles, por que falavam deles em um tom que podíamos ouvir.
— Eu já dei de cima deles — disse uma morena falsificada. — Eles gostaram da minha companhia outra vez, na festa da noiva do primo.
Elas foram convidadas para a festa de Solange?
— Eu os vejo mais com as mulheres da própria organização — a loira suspirou. — Eu não conheço nenhuma delas para me aproximar.
— Certamente — sussurrou Greice.
— Elas são muito bem treinadas — comentou a ruiva pela primeira vez. — Não diria que é fácil fazer amizade com elas. Ao contrário de nós, elas parecem se dedicar mais ao trabalho que aproveitar as beldades ao lado delas.
Lua ouvia silenciosamente com sua expressão séria, chegava a ser assustador como seu olhar aos poucos ficava inexpressível.
— Vocês não sabem da melhor — a Loira se empolgou. — Descobri que Dixon está interessado em mim.
As outras duas olharam para ela duvidando. A loira revirou os olhos.
— Ele não estava com aquela mulher... — a morena refletiu por alguns segundos antes de prosseguir: — Solange?!
— Aquela dali já levou um pé na bunda, se não estaria o acompanhando como fazia antes — respondeu a loira.
— A Darker tem homens muito sérios e isso é o mais atraente, para não falar gostosos. Demitri é o único casado, soube que a esposa e os filhos dele estão aqui, mas não os vi — disse a ruiva, tomando um gole do vinho que só então percebi a taça em sua mão.
Greice falou baixinho "eu estou aqui garotas"
— Ouvi meu irmão dizendo que ela está aqui, e que uma nova garota que está acompanhando eles tem sido motivo de muitas perguntas... Bom, perguntas não quer dizer que ela seja mais bonita que eu.
Foi inevitável não revirar os olhos.
— Eles devem estar com ela por dó. Aposto que deve ser uma pobre querendo ser loira com a cara toda rebocada — a morena disse, fazendo suas colegas rirem. Eu não entendi, elas ao menos sabiam se eu era morena, ou ruiva, como podia dizer que eu queria ser loira?
Greice viu a minha expressão desagradável e puxou-me para longe daquelas alucinadas entregues as suas ilusões. Coloquei o pratinho em cima da mesa, e ao lado de Lua me aproximei dos rapazes. Eles abriram espaço no meio da rodinha para que também pudéssemos estar mais a vontade para conversar.
— Temos muitas indagações rolando por este salão — disse Demitri, entrelaçando seu braço no de Greice.
Olhando para eles, aquele incidente com o Ex de Greice tinha valido a pena, ou jamais ela teria conhecido Demitri.
— Quem é a garota que esta com Dixon — Demitri prosseguiu. — Devem tê-la visto ao lado do Dixon e não de Louis quando foi cumprimentar Andrieske.
Dixon olhou para o lado, segui seu olhar me deparando com uma mulher dialogando com um homem. Ela era alguém importante?
— Umas mulheres estavam comentando a respeito também — disse Lua. — Filha de mafiosos que só querem esbanjar o dinheiro do pai, e estar com um homem bonito cheio do dinheiro — ela suspirou, descontente.
Senti alguém cutucar o meu braço. Steve olhou para Dixon ainda olhando na direção do homem e da mulher.
— Quer ver algo acontecer? — ele perguntou próximo ao meu ouvido. Neguei sem saber o que era. — Eu quero! Vá até aquele grupo de homens e incite uma conversa. O restante vai fluir... E no final explodir.
— Explodir?
— Apenas vá.
Subitamente entendi o que Steve estava tentando dizer. Era minha chance de fazer algo por mim mesma.
— Vou pegar uma bebida — falei alto, já para chamar atenção do alvo.
Dixon virou-se para mim e se ofereceu para pegar a bebida por mim. Eu rejeitei indo em direção ao grupo de homens. Formulei conversas que poderia puxar com aquele grupo masculino, mas começaria como uma garota que não queria nada.
Só não vai assusta-los com seus gostos, Ally. De sua rubi-louquice ninguém mais precisa saber.
— Com licença rapazes — mudei o tom de voz. Eles ficaram me encarando por um tempo. — Preciso de uma bebida — alternei o olhar entre eles e a mesa.
— Oh, perdão! — desculpou-se um branquinho dos olhos verdes. Todos deram passagem para que eu pudesse passar.
— Obrigada.
Enrolei, fingindo escolher uma. Eu não queria beber uma que tinha álcool.
— Essa é excepcional — um deles entregou um vinho. — É sem álcool, não se preocupe.
— Era exatamente o que queria. Obrigada.
— Qual seu nome, senhorita?
Isso!
— Ally Backer — respondi, deixando claro que estava disposta a conversar.
— És extremamente bela. Quem é seu acompanhante da noite? — o moreno de olhos negros perguntou. Em uma breve olhada vi Dixon com a testa franzida sem entender. Para ele eu só pegaria uma bebida e voltaria.
— É muito gentil da sua parte. Mas não acho que me encaixo no perfil de mulheres belas que estão presentes.
Eu não precisava disso.
— Muito pelo contrario, pelo que ouvi e agora vejo, você é a garota que tanto estão comentando — disse um de topete. Ele depois do primeiro que falou comigo era o mais bonito da rodinha.
— Desculpe, mas não sei o nome de vocês.
Eles se entreolharam.
— Eu sou Matheus — disse o dos olhos verdes. — O moreno chama-se Felipe, esse é Sebastian, aquele é Karlos, e esse é Nollan.
Estendia a mão cumprimentando-os na sequência que Matheus os apresentava. A conversa com eles rolava sem qualquer dificuldade, eles não falavam sobre assuntos de trabalho.Karlos me encarava que chegava a dar calafrios. Ele se aproximou mais, roçando seu braço no meu insinuativo.
Por fora eu sorri. Por dentro eu arrenbentava ele todinho.
Os outros pareciam não perceber, o assunto estava interessante, porém eu não estava me concentrando direito. Soltava um "sim" "nossa, mas de verdade?" ou uns sons de surpresas.
Olhei pelo ombro de Karlos e vi que todos do grupo me olhavam. Greice se afastou mais para trás e fez um sinal de "só mais um pouquinho". Virei-me para colocar o copo já vazio de volta à mesa e fingi tropeçar no pé de Karlos. Meu corpo foi para trás, mas rapidamente ele me segurou. A cena chamou atenções para nós. Karlos ainda continuava com as mãos em minhas costas. Ele me puxava mais para si. Os outros perguntaram se eu estava bem, e não notaram a mão de Karlos em meu corpo — ou fingiram não ver.
Seja o que fosse explodir, era o momento. Em um único movimento meu corpo virou abruptamente, colidindo com um peitoral. Dixon!
Não tive tempo de falar alguma coisa. Senti lábios do Dixon junto aos meus. O beijo pareceu como se ele estivesse falando que eu era posse dele. Entreguei-me depois de ver que a atenção de todos estava voltada a nós dois.
Que maravilha!
Eu não queria deixar aqueles lábios macios. Dixon me apertou mais em sua cintura enquanto com a outra mão ele entrelaçava a sua na minha. O beijo foi ficando mais calmo até que ele me encarou, não se importando com o que fizera e na frente quem. Somente olhou para Karlos e disse:
— Espero que tenha entendido o recado Sr. Kobalski! — exclamou. Com uma mão ainda em minha cintura, Dixon me olhou e sorriu me impulsionando a andar até onde estavam os outros. — Eu sabia que isso aconteceria. Você é minha Backer.
**********************
Hello! Tudo bem?
Adicionou algum livro das indicações? São maravilhosos!
O intervalo de postagem é de uma semana. Quando eu posso eu solto capítulos no decorrer.
Amanhã tem mais!
Fiquem com Deus! Não se esqueçam de agradecer pelo dia de hoje.
®Todos os direitos reservados
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro