Capítulo 12
Sejam muito bem vindos, novos (as) leitoras (es).
Boa leitura!
Reunião inesperada
Estavam todos reunidos na sala de estar a pedido de Dixon. Murmúrios incessantes tomavam conta do ambiente, alguns comentavam ser de extrema importância, já que era a primeira reunião a ser realizada na mansão, o que despertava ainda mais meu interesse seja qual fosse o assunto.
A conversação encerrou quando Dixon, Steve e Solange adentraram a sala. Steve sorriu para todos como um cumprimento. Dixon com sua expressão ilegível caminhou até o centro da sala com Solange o lado esbanjando falsidade e hipocrisia.
—Não se preocupem, não despediremos ninguém — disse Steve, arrancando suspiros e largos sorrisos dos presentes.
Solange revirou os olhos.
— Solicitei a presença de todos aqui, para informa-los... — Dixon começou. — Hoje às sete da noite, terei uma reunião de extrema importância na mansão Nenhum de vocês poderá estar presentes, por extrema segurança. Mirian você e as moças preparem petiscos até as seis e deixem nas mesas do salão cinco, por favor. Apenas uma pessoa permanecerá na mansão — ele suspirou. — Os demais estão dispensados após esse aviso. Bom descanso a todos. — concluiu.
No começo de seu comunicado cheguei a pensar onde eu ficaria, mas ao ouvir que apenas uma pessoa permaneceria na mansão, eu tive certeza que era a mim que ele se referia.
O que fazer durante esse tempo? Uma reunião perigosa estaria acontecendo em alguma parte dessa mansão e eu seria a única cidadã inocente presente? E a minha segurança? Eles iam me matar?
Eu não tenho sete vidas! Mas sou uma gata.
Os três se retiraram da sala e os empregados voltaram a se espalhar pela mansão, felizes. Eu queria conversar com Steyce ou Mirian, mas todos estavam ocupados demais para dar atenção a mim.
— Psiu!
Olhei para os lados e não vi ninguém.
— Psiu!
Suspirei alto para quem quer que fosse estivesse ciente de que eu não estava animada para brincadeiras.
— Sou eu, Ally — Steve saiu de um dos corredores rindo.
Um sorriso inesperado se formou em meus lábios. Há três dias, desde que ele saiu com Dixon e Solange, eu não o via. O que também me lembrava de que faltavam dois dias para Sexta-feira, a consulta com a fonoaudióloga.
— Dixon me contou sobre ontem. Você está melhor? — ele perguntou.
Levantei o polegar, o fazendo rir.
— Eu sinto muito por você ter que ficar aqui durante a reunião.
Steve colocou as mãos no bolso da calça se aproximando com a expressão mais séria.
— Para sua segurança não saia do quarto. Mesmo que a reunião seja aqui, não quer dizer que confiamos neles, e Dixon sabe que não pode te colocar em risco. A partir do momento que ninguém sabe que têm alguém aqui, não virão atrás de você — disse ele franzindo o cenho.
Nos segundos que ele se pôs em silêncio escrevi:
"Porque seu semblante mudou de repente?"
— Por nada.
"E Solange?"
— Solange decidiu viajar por alguns dias.
Assenti. Era estranho saber que ela não participava dos negócios da máfia.
— Soube que Dix comprou uma câmera para você, Ally.
Com as abreviações das palavras eu estava conseguindo escrever rapidamente. Em breve seria uma Ninja!
"Sim, a melhor. Já fotografei alguns lugares, mas as fotos não poderão ficar por muito tempo na câmera... Dixon deu um álbum de fotos, mas acho que não pensou em como vou coloca-las sem ter uma impressora e um computador".
— Providenciarei, após conversar com ele.
Assenti novamente.
"Steve, quando eu disse que achava que Dixon e Solange se merecem talvez, eu esteja errada"
Ele franziu o cenho, tirou seus olhos da caderneta, e falou:
— Pareceu uma mulher defendendo alguém que gosta. Você tem um bom coração Ally... Queria conversar, mas o dever chama. Dixon virá avisá-la quando estiver restando dez minutos para o início da reunião.
Ele depositou um leve beijo em minha cabeça e saiu.
Suas demonstrações de carinho estavam meio difíceis de digerir. A única pessoa — do sexo oposto — que beijava minha cabeça era meu pai.
Segui para o meu quarto e me deitei na cama, pensando em uma maneira de me livrar do problema em que me meti. Perda de voz, a única coisa que me passou pela cabeça como vingança quando acordei. Como eu conseguiria me livrar disso?
Uma mentirinha tão patética poderia custar a minha vida de verdade.
**〜〜**
Antes de Mirian, Steyce e Mia irem embora elas se despediram desejando boa sorte. Mia afirmou convicta de que nada aconteceria comigo.
Dez minutos antes da reunião começar Dixon veio me avisar, que em hipótese alguma, eu poderia sair dos meus aposentos.
Seu traje todo preto, parecia que estava se preparando para uma guerra. Sua franja bem divida ressaltava seu olhar sombrio.
Ele parecia um chefe mesmo fora da máfia.
Porque teria ganhado aquele Cadillac?
Eu o observava sem entender o motivo estar fazendo. Quando ele virou as costas para sair do quarto, por um momento senti minhas vistas borrarem e a visão dele se apagar. Fechei os olhos com força, uma sensação estranha tomou conta de mim, e foi então que agarrei seu braço, fazendo com que Dixon vira-se abruptamente para mim.
Ficamos nos encarando.
Estranho...
Esquisito...
— Você está segura aqui — ele disse por fim, retirando minha mão de seu braço e saiu.
**〜 〜**
Já tinha se passado bastante tempo, e nada de alguém me avisar se já podia sair do quarto. Eu me sentia agoniada, curiosa, inquieta.
Abri a porta cautelosamente, e coloquei apenas minha cabeça para fora, fiquei surpresa ao ver que não havia sinal de um segurança vigiando a minha porta. Por extrema precaução não ousei colocar um calçado, o barulho poderia me denunciar à larga distância.
A procura do salão cinco, eu me sentia tensa. Talvez por estar quebrando uma das maiores ordens imposta a mim, até agora.
No final do último corredor, coloquei minha cabeça para ver quantos seguranças brutamontes estavam vigiando a enorme porta — a única porta com brutamontes. Era ali mesmo. Eles não eram meros seguranças, por ela eu não conseguiria passar de jeito nenhum. Olhei ao redor, sem sucesso. Pensei, e pensei.
Corri até o quarto e vasculhei o closet em busca de uma roupa apresentável — todas eram. Coloquei um vestido azul marinho social, e por um momento me distrai arrumando meu cabelo, quando me lembrei de que não podia ser descuidada e deixar minha câmera. As imagens que nela haviam eram de vida ou morte.
Voltei ao corredor e com cuidado me aproximei tentando passar uma imagem elegante. Os dois brutamontes me olhavam sem entender.
— Cavalheiros — esperei até ver se eles abriam a porta. Eles não abriram —, a porta, por favor.
— Sua identificação, senhorita — pediu o segurança da esquerda.
— Acredito que uma convidada especial do senhor Dixon, não precisa de identificação para entrar em uma reunião de negócios — tentei ser convincente. Na verdade eu não sabia se falar da maneira certa.
— Sinto muito, mas não podemos deixa-la passar sem sua identificação... E calçados! — disse o segurança da direita.
— Calçados?
Olhei para meus pés, não acreditando que eu tinha me esquecido de colocar um sapato. Um sapato! Quem em santa consciência iria a uma reunião de negócios descalços? Faltei me bater ali mesmo, por tanta burrice e falta de atenção.
O segurança da direita me olhava como se eu fosse um tipo de ameaça.
— Meus sapatos estão na entrada. Mulheres... sabe?
— A senhorita, não pode entrar sem a identificação e os sapatos - reiterou.
— Olha, eu.. eu não queria, mas... — comecei meu teatro. — Estou com muito medo de não contar logo ao Dixon, sobre nossos filhos. É a melhor oportunidade, já que a senhora Solange não está presente. Vamos ter gêmeos! Gêmeos — Enxuguei minhas falsas lágrimas, torcendo para eles caírem na farsa.
— Senhorita pessoas que fazem teatro são realmente convincentes. O que a senhorita fez agora, foi um insulto aos seguranças da organização. Nada nos fará deixa-la entrar por essas portas.
— Ah, santo avestruz! — resmunguei. — Sou amiga do chefe de vocês, só quero saber se ele e os outros estão bem. A reunião já dura bastante tempo.
— Precisa ir.
Eu faltei gritar e mandá-lo ir caçar minhocas, mas ao mesmo tempo fiquei admirada, pelo profissionalismo.
— Okay, fui pega. Qual o nome de vocês? — perguntei, sentindo minhas bochechas quentes. Eles realmente mereciam respeito por não caírem em um golpe tão baixo. — Eu sou uma amiga do Dixon mesmo, como estou sozinha queria pelo menos tentar entrar na reunião escondida.
— Senhorita, estamos em horário de trabalho.
— Dizer apenas o nome não fará de você um péssimo segurança — eu disse, já não gostando do cara.
— Eu sou Marco e ele é Lucas — respondeu Lucas, o não tão antipático.
— Belos nomes. Bom, minhas tentativas não deram em nada, então vou voltar. Ah, podem manter em segredo que eu falei com vocês?
Eles me olharam desconfiados.
— Uma longa história, mas não comprometerá o trabalho de vocês se... manterem em segredo que tivemos essa conversa estranha.
Nenhum disse uma palavra. Considerei o vácuo um sim.
Já me afastando senti uma agonia tão intensa que rapidamente voltei atrás. Tinha alguma coisa errada. Os dois seguranças se entreolharam com o barulho estrondoso vindo do salão.
— Tem alguma coisa errada. Abram a porta!
Sem qualquer repreensão pela minha teimosia — e nem deviam me repreender —, eles abriram a porta.
Paralisei com a cena diante de mim, enquanto os dois correram para ajudar.
Dois homens de terno preto brigavam cinco passos de onde eu estava, imóvel. Um era mais alto e levava vantagem enforcando o adversário. Ambos tinham seus olhares frios.
Splach!
Sangue espirrou em mim. Um dos homens caiu ensanguentado no chão, o outro olhou para mim sem entender.
Rapidamente coloquei a câmera para filmar, fotos estavam fora de cogitação. Misturei-me no meio da multidão a procura de Dixon e Steve. A adrenalina começava a consumir o meu corpo.
— Steve, Dixon! — murmurei para mim mesma.
Avistei Steve se esquivando de alguns golpes direcionados ao seu rosto. Logo mais a frente, Dixon estava cercado por um grupo de homens tentando acerta-lo.
— Aaaaah!
Não contive o gemido quando um corpo colidiu ferozmente com as minhas costas. Cambaleei dois passos antes de me recompor.
— Ally!
A voz de Steve ressoou no meio de toda aquela bagunça, chamando a atenção. Ele bateu a cabeça de um dos agressores na parede sem olhar para o individuo.
— Van, tire a daqui! — Dixon esbravejou.
Meu corpo rodopiou agressivamente para um lado colidindo com um corpo masculino segurando minha cintura.
— Aqui não é lugar para uma dama.
Não olhei para seu rosto, com minha atenção voltada a Dixon em seu momento de distração por minha causa.
— DIXON ATRÁS DE VOCÊ! — gritei.
Não deu tempo de se esquivar.
— Me solta!
Mordi sem piedade o braço do homem que me segurava e consegui me soltar.
Corri em direção a Dixon. Eu não sabia se ele realmente tinha sido atingido. Mas, ao me aproximar pude vê-lo retirar a faca de seu corpo como se não fosse nada.
— SAIA DAQUI! — Dixon gritou novamente.
— Mas... — tentei argumentar.
— AGORA ALLY!
Van agarrou meu braço rapidamente seguindo as ordens de Dixon. Naquele alvoroço, me senti observada. Parecia loucura, o sentimento que me alcançava era raiva, ódio. Olhei ao redor tentando achar esse alguém. Nada!
Esquivando-me de alguns homens que insistiam em ir para cima de Van, um deles agarrou meu outro braço impossibilitando que eu prosseguisse com Van.
— Olha o que temos aqui... — disse o homem. Sua aparência era de um verdadeiro psicopata. Mas o sentimento dele era diferente. — Qual seu nome gracinha?
Sem tempo para responder, antes que Van o golpeasse dei um chute nas partes intimas do velho tarado. Os olhos do homem se arregalaram antes de ir ao chão.
— A cavalaria chegou — Louis disse brincalhão, ajudando Van a tirar os homens do caminho.
— Como pode se divertir em meio a isso? — perguntei abismada.
— Estamos em um videogame da vida real — Louis sorriu com sua própria resposta, antes de virar-se com o chamado de Steve por Dixon.
Olhamos na direção de Dixon, cambaleando de um lado para outro. Já se notava em seu terno o sangue encharcado. Dessa vez, não fui a única a correr em direção a ele, Louis também correu enquanto Van correu para ajudar Steve.
— LOUIS, TIRE DIXON E A ALLY DAQUI! — Steve gritou do outro lado. — O SHOW VAI ACABAR.
Louis colocou o braço direito de Dixon por seu ombro enquanto eu fiz o mesmo do outro lado. Olhei uma última vez para Steve, ele pegou uma das cadeiras ao seu lado e tacou com força as costas de um dos homens. Sua reação me surpreendeu, jamais havia visto a expressão vazia em seus olhos.
Tome cuidado, por favor.
Um dos homens de Dixon estava guardando a porta, e nos deixou passar.
Seguindo pelo corredor o silêncio de Dixon me incomodava, eu não sabia o que se passava em sua mente. Eu estava sendo exterminada em seus pensamentos?
— Louis, pode deixa-lo em meu quarto. É mais fácil que subir com até o segundo andar.
Louis concordou.
Minutos depois Louis colocou Dixon na cama e saiu para ajudar Steve, mas antes de se retirar ele elogiou a minha voz.
Aproximei-me de Dixon, sem saber ao certo se mordia os lábios ou e jogava da janela. O que aconteceria comigo?
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Oi! Oi! Como vocês estão?
Não esqueça a estrelinha
Fiquem com Deus!
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Escrito e publicado por: Dhiedy Bueno, na plataforma Wattpad.
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