Se foram meus dias?

NÃO CONSEGUI DORMIR UM MINUTO, os raios da alvorada já entravam pela fresta da cortina. Fui me olhar no espelho e as olheiras estavam mais profundas. Minha aparência estava deplorável. Quando finalmente bocejei pra valer, três batidas na porta me fez resmungar.

— Ally, o chefe mandou chama-la. — A voz de Mia soou atrás da porta.

Eu congelei.

— Ally? — Ela voltou a chamar.

— Já estou indo.

Abri a porta e estremeci com o semblante assustado de Mia. Ela percebendo minha relutância explicou:

— Dixon está lá embaixo com umas mulheres sinistras. — Eu preferia ter ficado sem saber qualquer coisa. — Deve ter acontecido alguma coisa que o deixou com uma cara nada boa.

A culpa era minha.

— Steve está junto com ele? — Aquele outro cara parecia ser mais racional.

— Steve dificilmente passa a noite aqui — ela deu de ombros sem muito interesse em continuar contando. — Sabe por que ele está te chamando?

— Eu não sei bem — e era verdade.

Chegando perto da sala onde Mia disse que ele me esperava me silenciei. Dixon estava sentado com três mulheres assustadoras que Mia descrevera. Ele deu um sorriso sinistro e levantou-se. Pegou o copo da mão de uma das mulheres e se aproximou.

— Pronta para conhecer uma pessoa louca fazendo a melhor obra de arte?

Franzi o cenho olhando para as três mulheres assustadoras.

— Beba! — Ele ordenou, estendendo o copo em suas mãos com água.

— Não vou beber isso!

— Beba — reiterou.

Sem muita escolha bebi a água, sentindo o gosto amargo de alguma coisa dentro. Terminando de beber meus olhos lacrimejaram, imaginando as piores coisas acontecendo comigo.

Dixon pediu que umas das mulheres vendassem meus olhos. Ela aproximou-se vagarosamente sem deixar seus olhos negros desviarem dos meus. Depois de já não poder ver a claridade da luz, braços fortes me levantaram. Era Dixon! Seu perfume era inebriante, uma mistura de chocolate e avelã. Meus olhos começaram a pesar enquanto forçava minha mente a lembrar de uma canção que costumava cantar quando pensava que era o fim de tudo. Sem me importar com a sonolência repentina e as lágrimas que começaram a umedecer a venda, comecei a cantar.

Anjo cintilante, eu acreditei que tu eras o meu salvador quando eu mais precisava. As lembranças aliviam a dor por dentro. Recordo-me novamente, este é o preço de almejar.

Minha voz saia esganiçada mesmo assim eu continuava cantar. Não me mandaram calar a boca uma única vez. Mentalmente dei adeus aos meus pais e minha melhor amiga.

O som de uma porta sendo aberta denunciava que tínhamos chegado. Senti o chão novamente e Dixon tirou a venda dos meus olhos. A primeira coisa que vi, foram os olhos castanhos avermelhados. Fiquei encarando ele assim como ele a mim. Eu não senti medo por mim. Senti pena daquele homem.

— Mesmo com o que vai fazer comigo, eu não morrerei magoada com você. Não darei meu ultimo suspiro odiando alguém. — Alguém que tanto admirei.

Virei-me para observar a enorme sala. Mesmo com a pouca iluminação dos candelabros, foi o suficiente para ver os instrumentos de tortura encostados nos cantos da sala.

A força em meu corpo faltou, eu não conseguia me manter mais em pé. Abaixei a cabeça com minha respiração dificultosa. Minha cabeça começou a latejar e antes que eu me desse conta estava sendo novamente carregada.

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Olá! Tudo bem?

Desejo a vocês um final de semana maravilhoso. Fiquem com Deus!

Não esqueça a estrelinha 😢

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Escrito e publicado por: Dhiedy Bueno, na plataforma Wattpad.

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