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Capítulo 6 - 📄Corações Em Frangalhos📄

Miguel não podia acreditar. Elisa só podia estar brincando. Um "não" era a última coisa que ele esperava ouvir dela...

Elisa, o que está acontecendo? - perguntou, com a voz trêmula, sem entender a distância que ela impunha entre eles.

- Não posso te explicar, Miguel... Só acredite em mim quando digo que isso é o melhor para nós. - Sua voz tremia, quase desmoronando junto com o resto de sua resistência.

Miguel balançou a cabeça, confuso, sua expressão refletia incredulidade e dor. Ele tentou encontrar lógica em palavras que pareciam tão absurdas quanto cruéis.

- Melhor para nós?! Está sendo egoísta! Como viver longe um do outro pode ser o melhor para nós? - Ele insistiu com a voz carregada de frustração e angústia. - E as promessas de ontem à noite, o que aconteceu aqui? Foram mentiras, tudo o que você disse, Elisa?!

Ela engoliu em seco, com as lágrimas já queimando seus olhos.

- Não, Miguel... O que te falei foi verdadeiro, puro e sincero. - Seus lábios tremeram ao proferir as palavras. - Mas as coisas mudaram de repente.

- Mudaram?! - Miguel deu um passo à frente, sua voz se elevou em desespero. - O que aconteceu de ontem para hoje? Preciso saber, Elisa!

As mãos dela se fecharam em punhos ao lado do corpo, como se pudesse conter a verdade apenas apertando os próprios dedos. O rosto já estava molhado de lágrimas, e sua garganta parecia seca como o deserto.

- Não posso te contar agora. - Sua voz se partiu, e ela desviou o olhar, incapaz de encará-lo diretamente.

- Talvez, quando eu finalmente puder lhe contar, seja tarde demais para nós dois, mas mesmo assim você entenderá.

- Não faça isso comigo, Elisa... Não seja tão cruel a esse ponto. - A voz dele quebrou, e segurou os ombros dela, tentando alcançar o olhar que ela evitava a todo custo. - Se o problema for o seu pai, eu vou falar com ele. Eu juro que resolvo isso. Não deixarei que ele te obrigue a fazer algo que não queira!

Elisa finalmente ergueu os olhos, com o coração se partindo ao ver o desespero estampado no rosto dele.

- Não, Miguel! Não é isso! - A voz dela saiu mais alta do que pretendia, reverberando na sala.

- Então me explique! - Ele gritou de volta, com os olhos já brilhando com lágrimas contidas. - Pelo amor de Deus, Elisa, me diga o que está acontecendo!

Ela fechou os olhos por um breve momento, tentando reunir a coragem necessária para continuar. Sentia como se estivesse pisando em cacos de vidro, cada palavra a feria tanto quanto feria a ele.

- Eu cheguei a pensar que o nosso amor fosse maior que tudo nessa vida, sim eu pensei! - Sua voz era um sussurro carregado de dor. - Mas descobri que não é. Ele é enorme, imenso, mas de ontem descobri que não é maior que tudo.

Miguel pareceu congelar. As palavras cravaram-se como espinhos em seu peito.

- Elisa... - Ele sussurrou, mas ela o interrompeu.

- Sinto muito, Miguel. Sinto muito mesmo! - Soluços escapavam de sua garganta, e ela levou as mãos ao rosto, tentando abafar o som. - Nossa história de amor termina aqui. Desculpa por ter que ser assim!

Miguel fechou os olhos com força, tentando conter as lágrimas que ardiam em seus olhos. Mas a dor era maior do que ele podia suportar. Com um movimento brusco, cerrou os punhos e, com um gesto impulsivo, lançou a pequena caixinha com toda a força contra o piso. O impacto fez a tampa voar e as alianças tilintarem, rolando pelo chão pra longe deles, como se simbolizassem a ruína de todos os seus sonhos.

- Miguel! - Elisa se assustou, dando um passo para trás. O som ecoou em sua mente como um grito silencioso. Aquele gesto a atingiu como uma faca. Mesmo tendo recusado as alianças, era como se elas ainda fossem dela. Sentia o coração se apertar, mas manteve-se firme.

Miguel ergueu o olhar com seus olhos cheios de mágoa e raiva, encarando-a como se tentasse enxergar através dela, como se buscasse a verdade que ela escondia.

- Eu vou aceitar sua decisão, Elisa... - Ele falou, com sua voz trêmula, mas cheia de dor. - Mas, pelo menos, tenha a decência de ser sincera comigo, diga o verdadeiro motivo dessa decisão, eu mereço isso!

- Como sabe, estou curçando letras e meu grande sonho de ter uma carreira internacional, ainda está bem vivo aquí dentro... - Colocou as duas mãos sobre o peito infatizando. - É uma escolha difícil, e já que mais cedo ou mais tarde eu teria que decidir... então... pra quê adiar? - Falou com olhar carregado. Com lágrimas prontas para serem liberadas.

- Por que me subestima?! - Miguel não aceita a desculpa que achou forçada de mais.

Elisa fechou os olhos por um instante, buscando forças para continuar com sua farsa. Cada palavra dele era um golpe em sua alma, mas sabia que precisava manter sua máscara. Respirou fundo, virou-se de costas, permitindo que as lágrimas escorressem sem serem vistas.

Seu coração parecia bater em sua garganta, o desespero ameaçava transbordar. Ela sabia que, se ele insistisse mais um pouco, acabaria cedendo e revelando o que realmente estava por trás de sua decisão. Por isso, reuniu suas forças, ergueu a cabeça e decidiu que precisava machucá-lo. Só assim ele a deixaria partir.

Ela se preparou mentalmente, encarnando a atriz que precisava ser para proteger não só a si mesma, mas a ele também. Quando se virou para Miguel novamente, seus olhos estavam sérios, frios, como se todo o amor que sentia tivesse desaparecido em questão de segundos.

- Quer mesmo saber o motivo, Miguel?! - Falou como se tivesse armada com pedras nas mãos, prontas para lhe atirar.

- Por favor, é o mínimo, Elisa! - retrucou ele, com um tom áspero.

- Achou mesmo que eu moraria em um fim de mundo, Miguel? - Sua voz soou cortante, carregada de um desprezo que ela não sentia.

Ele piscou, confuso, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

- Me poupe dessa conversa! - Ela continuou, erguendo o queixo, como se quisesse parecer mais altiva. - Eu me acostumei a viver com o luxo, Miguel, e não quero menos do que já tenho agora.

- Elisa... - Ele tentou interrompê-la, mas sua voz saiu abafada, como se estivesse engasgado com suas próprias emoções.

- Me casar com um pobre agricultor nunca foi minha vontade! - As palavras dela eram afiadas, mas por dentro, cada sílaba era uma lâmina voltada contra o próprio peito. - Essa vidinha medíocre que você leva não é para mim. Eu busco mais. Eu quero mais. Quero glamour, conforto, e uma vida boa.

Miguel soltou uma risada curta, seca, quase amarga. Seus olhos, vermelhos e carregados, pareciam contradizer qualquer sinal de leveza naquele gesto. Não era uma risada de diversão, mas de incredulidade, como se cada palavra dela apenas reforçasse o peso que ele sentia no peito.

- Tem que se esforçar mais um pouco. - Miguel debochou com um sorriso nervoso.

- Pensou mesmo que eu iría fazer parte de uma família caípira, como a sua?!

Elisa continuou.

- Pare com isso, Elisa, já está ficando feio! - Miguel já se sentía incomodado, com os comentarios dela.

- E, pra ser sincera, já estava difícil te aturar. - Ela completou, fingindo um tom de impaciência. - Muito meloso, muito chiclete. Isso cansa, sabia?!

- Elisa... é melhor parar... está pagando de ridícula!

- Não! Não vou parar! Vou continuar! - Gritou para ele aproximando seu rosto ao dele onde podiam sentir o alito quente um do outro.

Miguel não conseguia aceitar as justificativas de Elisa. A dúvida corroía sua mente, e ele precisava de uma prova de que aquelas palavras frias e cortantes não eram a verdade. Sem pensar, tomou coragem e a surpreendeu, puxando-a para um beijo intenso e cheio de desespero.

Elisa, apanhada de surpresa, sentiu a força de suas emoções transbordando. Seus instintos a fizeram retribuir o gesto, e por um instante, ela esqueceu de tudo. O beijo era como um veneno doce, que parecia dissolver suas mentiras e arrancar suas defesas.

"Como posso abrir mão disso? Sacrificar a minha felicidade por algo que nem sei se posso resolver? Papai e mamãe que se entendam sozinhos!"

Pensou ela, com o coração acelerado e os olhos fechados, imersa naquele momento.

"Nada deveria me fazer desistir do amor da minha vida."

Mas logo a realidade a atingiu como um golpe. O rosto de sua mãe e a sombra das grades surgiram em sua mente.

" Mas por outro lado, como posso ser feliz sabendo que minha mãe pode ser presa? Não é tão simples assim..."

Quando seus lábios se separaram, Elisa percebeu que precisava decidir. Cada segundo de silêncio entre eles era como uma eternidade. Precisava machucalo mais, mas suas palavras pareceu não surtir efeito. Então, com um movimento rápido, empurrou Miguel para longe e lhe esbofetiou.

- Não deveria ter feito isso! - Sua voz saiu mais firme do que esperava, mas o coração estava em frangalhos. - Você e eu... Não temos mais nada!

Miguel levou a mão ao rosto avermelhado pelo tapa que ela havia acabado de dar. A dor física era mínima comparada à dor de ouvir aquelas palavras. Mesmo assim, ele sorriu, irônico, com um canto de amargura nos lábios.

- Parece que, por um momento, você também esqueceu que não temos mais nada. - Suas palavras carregavam um misto de sarcasmo e dor, atingindo Elisa como uma lança.

Ela ficou sem palavras, os olhos marejados. Sabia que precisava sair dali antes que tudo desmoronasse de vez.

- Vou indo... - disse, quase sussurrando, enquanto desviava o olhar. - Não me procure nunca mais, ouviu bem? Nunca mais!

Ela virou as costas e saiu correndo pela porta, sentindo o peso de cada passo como se estivesse fugindo de si mesma. As lágrimas agora caíam sem controle, queimando seu rosto, e seu coração parecia se partir a cada batida.

Miguel ficou parado, imóvel, observando-a se distanciar. Ele queria correr atrás dela, segurá-la, implorar por mais uma chance. Mas algo no tom de suas palavras o fez hesitar. Seus punhos cerraram-se ao lado do corpo, enquanto tentava processar o que havia acabado de acontecer. Ele sabia que algo estava errado, que as palavras dela não eram verdadeiras.

Mas, por ora, estava sozinho. E o silêncio ao redor parecia zombar da dor que ambos carregavam.

Enquanto se afastava, os passos rápidos e hesitantes de Elisa denunciavam a batalha interna que enfrentava. Cada metro que a separava de Miguel era como uma parte de si mesma que deixava para trás. Por dentro, ela chorava, mas sabia que precisava ser forte. Não por ela, mas por tudo que estava em jogo.

Miguel, por sua vez, sentiu-se despedaçado. O amor que sentia por Elisa era real, tão forte que parecia uma dor física, mas agora tudo estava em ruínas. Mesmo assim, em seu íntimo, algo lhe dizia que aquelas palavras não eram a verdade. Que aquela não era a Elisa que ele conhecia.

Miguel tropeçou para fora da porta com os joelhos ainda fracos. O eco do "não" de Elisa reverberava em sua mente como um trovão. Seu coração pulsava, e cada batida era uma súplica silenciosa. Ele gritou, com a voz rouca e desesperada:

- Elisa! Espere! Onde pensa que vai sozinha?!

O vento levava sua voz, mas a figura dela seguia se distanciando, um borrão fugindo de sua vida. Ele deu alguns passos trôpegos, sem conseguir processar a situação. Tentou gritar mais alto, com a alma:

- ELISA!

Ela parou, hesitante, e virou-se para olhar para ele uma última vez. Ele viu, mesmo de longe, as lágrimas que riscavam seu rosto. Por um segundo, o coração de Miguel se encheu de esperança, como se ela pudesse voltar e dizer que tudo não passava de uma brincadeira cruel. Mas a realidade logo pesou. Sem outra palavra, Elisa virou as costas e correu, afundando-se na floresta. Miguel caiu de joelhos na terra úmida, com as lágrimas vertendo livremente enquanto seus dedos se cravavam no chão. Sentia-se esvaziado, perdido, como se tivesse deixado algo vital escapar de suas mãos para sempre.

Enquanto corria, cada passo de Elisa parecia ecoar como um lembrete de tudo o que vivera ao lado dele. Tentava fugir, mas não conseguia escapar das lembranças, dos momentos em que aquele amor fora tudo o que ela tinha.

No início de tudo...

"O som do mercado da pequena Brisa Nova veio à sua mente, o murmúrio das vozes e o cheiro das frutas frescas em um dia de verão. Era ali que tinha encontrado Miguel pela primeira vez, entre bancas coloridas. Suas mãos se tocaram sem querer quando tentavam pegar uma mesma fruta. Ele, despretensioso, comentou sobre o aroma doce que impregnava o ar, arrancando dela um sorriso sem querer. E foi só então que ele pareceu notar de verdade sua presença. Seus olhos se encontraram por um instante que pareceu interminável, e ela sentiu um frio na barriga, um sinal do que, tempos depois, se tornaria o amor de sua vida.

O namoro começou devagar, quase como se estivessem dançando ao redor do sentimento, com uma cautela que se revelava em cada gesto, cada palavra trocada. Havia algo neles que parecia sempre precisar de proteção, como se qualquer passo em falso pudesse quebrar aquele frágil equilíbrio. Três anos se passaram assim, uma mistura de calmaria e tempestade, onde o riso e o silêncio coexistiam numa harmonia que ela só entenderia muito depois. Ao lado dele, encontrara tanto o caos quanto a paz, e ambos faziam dela uma pessoa que ela amava ser."

De volta ao presente...

A corrida a levou cada vez mais para dentro da floresta, longe de qualquer traço de civilização. As lágrimas turvavam sua visão, e o som de seu próprio coração a ensurdecia. Tentava focar, mas tudo ao redor parecia indistinto, uma colagem de verdes, marrons e sombras que se moviam com ela. Cada memória de Miguel pesava como uma âncora, tornando cada passo mais difícil do que o anterior.

Até que se deu conta de que estava completamente perdida. Olhou ao redor, com os olhos ainda molhados e assustados, e notou o silêncio da floresta, um silêncio que agora lhe parecia ameaçador. De repente, ouviu passos se aproximando... era estalos de folhas secas sob pés invisíveis. Virou-se, tensa, buscando uma presença que não podia ver.

- Quem está aí? - sua voz saiu frágil, quase um sussurro.

Mas em vez de uma resposta, ouviu o bater frenético de asas quando um pássaro saiu voando de uma árvore próxima, deixando-a ainda mais nervosa. Começou a correr, com o seu coração disparado, até que sentiu o chão sumir debaixo de seus pés. Seu corpo caiu, os braços estendidos tentavam agarrar algo que a segurasse, mas só encontrou o vazio. Rolou morro abaixo, batendo contra pedras. Seu corpo girava, e o mundo era um borrão de dor e desespero, até que, finalmente, parou ao colidir com o tronco de uma árvore.

O gosto de terra invadiu a sua boca, e o cheiro forte da madeira húmida a cercou enquanto tentava recuperar o fôlego. A dor era uma presença viva, pulsante, em cada parte do seu corpo. Por um segundo, ficou ali, imóvel, encarando o céu entre as folhas, os pensamentos um emaranhado confuso de medo, amor e perda. E, mesmo no meio de toda a dor, uma pequena voz na sua mente ecoava: tudo sempre a levaria de volta a ele.

A terra solta ainda descia juntamente com pequenas pedras até que uma maior acertou sua cabeça a fazendo apagar.

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