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Lá estava ele, radiante no altar, com uma postura ereta, as mãos no bolso e um sorriso de canto para demonstrar o seu deboche de uma maneira sutil.

É claro que ele ama me ver surtar, aí quando eu surto, reclama.

Arrombado.

Tava todo pleno como se um casamento fosse um evento comum na vida dele, enquanto eu, se desse um passo iria cair de cara no chão de tão nervosa que eu tava.

Eu poderia esganar ele por ter me feito passar todo esse estresse á toa, isso se eu não estivesse tão aliviada e ao mesmo tempo desconcertada com a sua beleza avassaladora.

Ele estava deslumbrante com um terno azul escuro, a camisa branca por baixo do colete e a gravata vermelha  combinando com cinto.

Achei impressionante ele ter deixado de lado o preto pra apostar em uma cor mais vibrante, combinou perfeitamente com o seu tom de pele e a cor dos seus olhos, ele é mesmo surpreendente.

Por isso que eu o amo com todas as minhas forças, e não me importo de passar um pouco de raiva às vezes.

Uma lágrima escapou dos meus olhos e eu sorri abertamente tomada por uma euforia sem fim.

Parece um sonho, eu já estava começando a me conformar que tudo daria errado.

Pois tudo estava contribuindo pra esse dia ser uma grande merda.

Se ele não estivesse naquele altar, eu não ia ficar surpresa, aos poucos eu estou percebendo que essa vida vai me dar mais lágrimas do que alegria, que nem tudo será um mar de rosas, e que mesmo que eu saiba e esteja preparada para a tragédia, quando acontecer ainda sim vai ser devastador.

A Meg tinha razão, tá na hora de sair do mundinho que eu inventei e aceitar a realidade que eu vivo, mas agora o Dom está aqui e estou feliz que ele tenha cumprido a palavra dele desta vez, e eu só quero aproveitar esse momento como se fosse o último.

Joe olhou pra mim e sorriu, e eu sorri pra ele emocionada.

Depois olhamos pra frente e uma música clássica começou tocar.

É a cara do Dom contratar uma orquestra pra tocar no nosso casamento.

Os convidados se levantaram e direcionaram os olhos pra gente.

E o meu nervosismo triplicou. O bom da maquiagem é que ela é a prova d'agua se não já tinha ido pro saco, porque chorei horrores.

Eu segui incrédula até o altar, minhas pernas tremiam, meu coração estava acelerado, e mesmo com olhos grudados no Dom, ainda sim tinha que pegar na mão pra me certificar que ele estava mesmo ali, que tudo era real.

Meu deus, eu estou me casando, nunca pensei que isso aconteceria na minha vida, nunca pensei que fosse merecedora de tanto.

Antes eu me via no fundo do poço, passada de mão em mão sem nenhum valor.

E agora eu sou verdadeiramente amada e tenho a chance de amar igual, isso é muito gratificante.

Dom estendeu a mão pra mim, e quando eu a peguei senti a eletricidade percorrer todo o meu corpo, como quando ele me tocou pela primeira vez.

Como quando nossos olhos se encontraram.

Me posicionei do seu lado e ansiedade tomou conta de mim, mas eu fechei os olhos e respirei fundo.

____ Quer me fazer ter um ataque? - Cochichei pra ele enquanto o padre falava

____ Sim, e funcionou ? - Ele disse sem olhar pra mim

____ Funcionou - Suspirei sem tirar os olhos do padre

____ Ótimo.

Eu não queria que esse sonho acabasse, mas uma hora eu teria que voltar pra realidade e lembrar que a Milena me traiu e está no meu casamento fingindo que nada aconteceu.

O Pablo por algum motivo sumiu, não o vi nem durante a cerimônia nem na festa, e temo que esteja aprontando alguma coisa.

E o pior é que eu nem posso demonstrar minha indignação, até porque ninguém sabe e nem pode saber de nada.

Eu até tento disfarçar meu ranço, mas toda vez que olho pra ela, a raiva cresce dentro de mim e sinto vontade de martelar a cabeça dela até o seu sangue coalhar.

E como se não bastasse, na hora que eu joguei o buquê, foi ela quem pegou.

Tive que engolir o ódio e transmitir uma felicidade que eu não estava sentindo através de um sorriso forçado.

Mas ao invés de abraça- la, eu me afastei, enquanto algumas mulheres desconhecidas faziam isso por mim.

A Meg me fitou de longe, confusa, mas eu dei de ombros e fugi dali antes que outras pessoas começassem perceber também.

Infelizmente eu não consigo ser falsa como ela, prefiro sair ao invés de me submeter a essa humilhação.

Na festa, eu procurei o Dom e o encontrei conversando com um homem aleatório e me aproximei deles e me agarrei no seu braço.

O homem ficou um tempo, depois saiu.

____ Por que não está feliz pela sua amiga, ela pegou o buquê - Dom perguntou - Não era pra vocês estarem pulando de alegria igual um bando de hienas

____ Quem disse que não estou feliz? - Falei séria

____ Esta aqui grudada em mim ao invés de está lá com ela, se divertindo

____ Me casei com você não com ela - Falei brava enquanto olhava o movimento e sorria para pessoas aleatórias

____ Eu sei que eu sou irresistível e que você não consegue ficar longe de mim nem por um segundo, mas no momento eu preciso de um pouco espaço

Suspirei fundo.

____ É que esse dia foi tão tenso, meu amor, nem acredito que você está aqui, e agora não consigo me desgrudar de você

Abracei ele, depois dei um selinho em seus lábios.

____ Te amo - Falei.

Ele baixou os olhos e me olhou com ternura.

____ Também te amo - Disse com um sorriso leve  - Agora vaza, o  ministro está aqui, e eu quero trocar uma palavrinha com ele

____ Dom, é sério?

____ É, agora vai abraçar a sua amiga, vou ficar aqui, porque quero ver se está tudo bem mesmo entre vocês, é a primeira vez que vejo vocês duas separadas

____  Não tem nada, eu só quero ficar com o meu marido, não posso?

____ Olivia, vai - Ele ordenou

____ Tá bom- Bufei

Fui até a Milena que estava conversando com o Billy e ela estranhou minha aproximação repentina, mas depois olhou pro Dom e parece ter entendido o porquê.

E voltou a ficar com cara de tacho.

Só mesmo obrigada para me submeter a isso, mas se eu não fizer o Dom pode ficar desconfiado.

____ Pegou o buquê, não é amiga? que maravilha - Soltei entre os dentes

Ela sorriu sem graça. Olhei pra trás e vi que o Dom ainda me observava  enquanto degustava sua bebida de cor avermelhada.

Então voltei para a Milena e a abracei, senti um desconforto tão grande que não via a hora daquilo acabar.

Aproximei a boca do seu ouvido.

____ Guarde essas flores porque pode ser que você precise usar no seu enterro - Ameacei

Depois me afastei e sorri forçado pra ela, e ela me lançou um olhar triste.

Virei as costas e senti uma imensa vontade de chorar, mas me segurei, pelo menos até chegar no Dom que me julgava com o olhar.

Depois que ele saiu fui ficar perto do Joe e da Meg que estavam em um canto julgando as pessoas que passavam por eles.

____ Olha ela aí - Joe falou animado assim que cheguei perto dele

____ Oi gente

____ Olha cunha, confesso que estou surpresa, achei mesmo que o Dom não ia aparecer, mas é bom ver que estou enganada, parece que você está derretendo o coração de gelo dele - Meg falou estranhamente sorridente, mas depois vi a coleção de copos sobre a mesa e deduzi que os dois estavam bêbados.

O Joe até estava escorado na parede.

____ Caralho, que porre - Ele soltou e a Meg riu da cara dele

____ É - Suspirei - Também fiquei  surpresa, notei que esses dias ele anda um pouco estranho, fazendo tudo pra me agradar, ele não é assim..

____ Ah para, não fique pensando em coisas negativas - Meg disse com a voz alterada caindo em cima de mim - Cala a porra da boca e curta a festa

____ Caraca, tem gente demais nessa festa - O Joe disse

____ É porque você está enxergando elas duplicadas, idiota - A Meg falou

Os dois estavam em uma brisa tão  louca, que eu duvido que tenha ingerido apenas bebidas.

____ Relaxa cunha, não fique pensando besteira, aproveite o seu casamento, não é todo dia que a gente casa - A Meg falou

____ Verdade - Olhei pra ela- Acho que estou vendo coisas onde não tem

____ É, só  tenta relaxar - Joe disse e depois esbarrou em uma mesa e por pouco não a derrubou

____ Ops!

____ É um imbecil mesmo - Meg resmungou

Dei risada dos dois, mas depois olhei para o Dom e fiquei preocupado, ele estava abraçado com o Timóteo enquanto conversava com alguns amigos, rindo sem parar, mas ao invés de ficar feliz por vê-lo tão empolgado, senti um leve aperto no peito seguido por um calafrio.

Ele nem estava tão bêbado e a euforia tinha o dominado totalmente, eu não sei decifrar suas emoções, mas sinto que tem algo errado.

Não é o jeito Dom de ser e isso me preocupa.

Quando a festa acabou, subimos para o quarto, eu subi na frente e ele logo atrás.

E eu já podia sentir os olhares furtivos  dele sobre mim.

Olhei pra trás e vi que ele estava com os olhos azuis direcionados pra minha bunda.

Descarado, sabe nem disfarçar.

Ele levantou os olhos e sorriu maliciosamente.

Quando entramos no quarto ele me pressionou na parede e me beijou loucamente.

Empurrei ele na cama e o encarei com malícia.

____ Eu tenho uma coisa pra te mostrar - Falei

Ele se apoiou nos braços e me encarou curioso.

____ Se for os seus peitinhos, eu já vi - Ele zombou

____ Dom

____ Estou brincando, também tenho uma coisa pra te mostrar.

____ Você primeiro.

Ele abriu a gaveta da mesa de cabeceira e tirou dois papéis.

____ O que é isso?

____ Passagens para Amsterdã

____ Sério?

____ Sim.

A alegria foi tanto que eu pulei em cima dele.

____ Dom, você é incrível

____ Eu sei.

Peguei as passagens da mão dele só pra ter o prazer de ver nossos nomes escritos.

Depois abracei ele, fortemente.

____ Obrigado meu amor..

____ Isso não é nada, você merece o mundo, pena que não posso comprar - Ele disse olhando no fundo dos meus olhos, depois apertou meus lábios e beijou - Ah, e ainda tem outra coisa

Ele enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma chave de um carro e me entregou.

____ Feliz aniversário - Ele disse me deixando sem reação - Peço desculpas por não ter estado aqui pra comemorar com você, meu amor

Peguei as chaves da mão dele e fiquei olhando pra elas por um tempo, e depois olhei pra ele com os olhos cobertos de lágrimas.

____ Por que tá fazendo isso?

Ele me olhou sereno e depois desviou o olhar e mexeu os lábios como se não soubesse o que dizer.

____ Por que eu te amo e amo os meus carros e não quero que fique quebrando eles.

Ri entre lágrimas e depois eu o abracei outra vez.

____ Te amo muito, muito, muito 

____ Te amo infinitamente mais

____ E o que quer me mostrar?

Fiquei de joelhos sobre ele e tirei o vestido mostrando a lingerie que escolhi para nossa primeira noite de casal.

____ Perfeita - Ele elogiou

____ Você gostou mesmo? - Perguntei nervosa

____ Sim, gostei mesmo - Ele disse - Agora vem cá

Ele me puxou e começou a me beijar, as coisas começaram a esquentar, mas daí eu me lembrei que tenho outra coisa pra revelar.

____ Antes eu preciso te contar uma coisa.

____ Sério? agora que o acampamento começou, você quer desarmar a barraca?

____ Para - dei um tapinha de leve nele - É importante

____ Então diga logo

____ Eu estou grávida

O sorriso desapareceu lentamente  do seu rosto e ele assumiu uma expressão serena.

____ De dois meses - Completei empolgada

Ele me tirou de cima dele, depois levantou da cama e foi até a sacada com passos lentos.

Levantei vesti um roupão e fui atrás dele.

Toquei em seu ombro e ele se virou e me encarou triste.

____ Dom, o que houve? - Perguntei assustada -  Não ficou feliz com a notícia?

____ Fiquei sim, meu amor - Ele suspirou e uma lágrima escorreu dos seus olhos

Mas ele a aparou rapidamente e virou o rosto.

____ Você não tem que esconder suas emoções de mim, sou sua mulher, estou aqui pra te apoiar sempre, então se tiver algo te incomo..

Ele me abraçou de repente, e eu senti seu coração acelerado assim como sua respiração.

Segurei o seu rosto e encarei seus olhos profundamente.

Ele abaixou a cabeça e encarou o chão, mas eu levantei seu rosto novamente e fitei seus olhos.

Ele até abriu a boca pra falar, mas não saiu nada, então ele tirou minhas mãos do seu rosto e recuou de volta para o quarto.

____ Dom, para de fugir - Falei indo atrás dele

____ Não estou fugindo, é só que...

____ Só que o que?

Ele parou e olhou pra mim, depois  suspirou pesadamente

____ É que ter um bebê não estava nos meus planos - Ele disse, nervoso

____ Também não estava nos meus, mas aconteceu, quer que eu faça o que, quer eu aborte? - Ri de nervoso

Ele veio até mim e agarrou o meu rosto. Segurei suas mãos e as lágrimas saltaram dos meus olhos.

____ Jamais iria te pedir pra fazer uma coisa dessas

____ Então..

Ele colou a testa na minha, depois se afastou e agarrou os cabelos claramente desesperado.

____ Eu só não quero que tenha que cuidar dele sozinha - Ele suspirou

____ Eu não vou, vamos cuidar dele, juntos

____ E se eu morrer?

____ Não acho que um cara que levou um tiro no coração e sobreviveu, morra tão fácil

____ Mas, Olivia, eu..

Fui até ele e o abracei afim de acalma-lo.

____ Esquece isso tá, vamos pensar que tudo vai dar certo

____ Ok - Ele sussurrou

A gente ficou abraçado por um tempo, e quando nos separamos, ele se ajoelhou e segurou a minha barriga, depois depositou um beijo nela.

Alisei o seu cabelo comovida com o seu gesto.

Ele colocou o ouvido sobre a minha barriga e ficou concentrado pra ver se escutava alguma coisa.

____ Ele ainda não se mexe, é muito pequenininho - Falei

____ Então isso que estou ouvindo deve ser suas lombrigas

____ Provavelmente

Ele fez um carinho na minha barriga com o ouvido ainda colado nela.

____ E aí, garotão.

____ Como sabe que vai ser um menino?

____ Intuição.

____ E se for uma menina.

____ Eu não vou querer, meninas dão muito trabalho e são fofoqueiras - Ele riu e eu bati nele - Estou brincando, se for menina, vou amar do mesmo jeito 

Sorri satisfeita.

____ Filho, desculpe, mas eu vou ter que comer a sua mãe

Puxei o cabelo dele e ele sorriu descaradamente.

Depois desse lindo gesto de amor, fomos para cama e fizemos o que poucos casais fazem na noite de núpcias.

Dormir.

Afinal foi um dia cansativo para ambos, estávamos exaustos, mas compensamos tudo na manhã seguinte, foi uma loucura. Tomamos banho e começamos arrumar nossas malas pra viagem de lua de mel.

Fomos de jatinho até Paris e de lá pegamos o trem pra Amsterdã.

Confesso que me deu um frio na barriga quando eu entrei no jatinho até porque eu nunca tinha entrado em um.

O único meio de transporte que usava era o ônibus super lotado na minha cidade, mas o Dom ficou o tempo todo do meu lado segurando a minha mão, e isso me deixou menos nervosa.

Ele é simplesmente maravilhoso.

Quando chegamos eu fiquei fascinada com tanta beleza, a cidade era ainda mais bonita que na televisão.

Nunca pensei que um dia pisaria mesmo pés nesse lugar.

Retiro o que eu disse, dinheiro traz felicidade sim.

Durante o passeio, Dom tomou a câmera de um homem que estava fotografando a mulher dele, e tirou uma foto minha, depois obrigou o cara tirar uma nossa.

Apesar do trastorno, a foto ficou muito bonita. Somos bonitos.

Quanto mais eu conhecia a cidade, menos vontade eu tinha de ir embora, parecia que eu estava hipnotizada.

Havia muitas flores, principalmente tulipas, que é a marca registrada do lugar, havia um museu só para elas.

Dom arrancou uma só pra colocar no meu cabelo e por pouco não foi preso.

Só podia ser um fora da lei mesmo.

Aqui as leis são bem rigorosas, já que a gente não pode nem beber com exagero na ruas.

Dom desrespeitou todas as regras, e acabamos virando dois foragidos na cidade, mas isso não nos impediu de curtir a viagem.

Desde que a polícia não nos visse.

Na cidade também tem também canais onde a gente pode passear de barco e admirar a bela passagem durante o passeio.

Me senti dentro de  um filme de romance.

A comida era muito boa, as pessoas eram receptivas, mas eu não entendia nada do que elas falavam.

E Dom acabou virando o meu tradutor ambulante.

De resto foi tudo perfeito.

À noite, a cidade fica bem iluminada com néon, inclusive uma rua específica, que é tal rua vermelha, que é onde a mágica acontece, nela ficam os restaurantes, bares e casas noturnas, e também é onde se concentra grande parte de casas de entretenimento adulto, como clubes e bordéis onde as prostitutas se exibem em vitrines voltadas para as ruas.

Os homens passam, analisam o conteúdo e se gostarem eles entram para negociarem o valor do programa.

Nem na minha vida de garotinha de luxo eu tinha visto algo assim.

Não gostei da forma que uma das garotas olhou pro Dom, e só o que separou a minha mão da cara dela foi o vidro da vitrine.

Isso aqui é um paraíso para os homens e um inferno para as mulheres.

Dom parecia uma criança indo ao parque de diversão pela primeira vez, todo empolgadinho, acho que ele começou a lembrar da vidinha dele de antes.

Quando era uma mulher pra cada dia da semana, mas se ele quiser posso assumir várias personalidades diferentes, inclusive a que espanca ele até a morte.

Um homem como ele perdido nessa rua é como carne fresca em um tanque cheio de tubarões, todas querem um pedaço.

Vou ter que lembrar ele com quem ele se casou, mas de uma maneira sutil, não quero que essas piranhas pensem que me intimidam.

Então eu disse a ele que eu gostaria de  me expor em uma das vitrines e rapidinho ele quis ir embora.

No dia seguinte, visitamos os museus famosos da cidade, e a casa da Anne Frank, mas como eu faltei algumas aulas de história não me lembrava muito dela, mas durante o tour, teve algumas gravações de vídeos que me ajudou lembrar, de fato é uma história bem triste.

O passeio foi interessante, tirando as escadas e a claustrofobia que senti ao entrar em lugar apertado da casa onde havia um aglomerado de pessoas.

Quando eu saí de lá, senti um alívio tão grande.

No outro dia resolvemos fazer um passeio de bicicleta pelas ruas estreitas da cidade.

É o meio de transporte mais usado da cidade.

Mas primeiro eu tive que ensinar o Dom, porque ele não sabe andar de bicicleta, o que é estranho.

Achei que no mínimo as pessoas deveriam saber andar de bicicleta, porque é algo tão simples.

Mas duvido que o Dom saiba o que é uma bicicleta, nunca precisou de uma.

Foi um sacrifício imenso pra ele fazer uma simples curva e em todas as tentativas ele caiu.

Algumas crianças pararam para assistir o show de horrores.

Elas também acharam estranho um homem de quase dois metros de altura não saber andar de bicicleta quando elas com a metade da altura dele, conseguem.

Porém nunca é tarde pra aprender. Eu também não sabia, nunca tive uma bicicleta.

Foi o Pablo quem me ensinou andar de bicicleta, e eu não queria está lembrando dele em um passeio tão especial, mas também não vou ser hipócrita de dizer que não idealizei a gente passeando juntos por esse lugar.

E é uma ironia ver que eu estou aqui com uma pessoa que eu nunca imaginei que estaria e que nem sabe andar de bicicleta.

Mas eu vejo um Dom diferente do que eu costumo ver todos os dias, desengonçado e sem medo de parecer um idiota na frente de um bando de crianças.

Ele até brincou um pouco com elas antes de irmos para o hotel, e ainda deu dinheiro para elas comprarem sorvete.

Achei bem fofa atitude dele, sinto que ele está progredindo cada vez mais, nem parece mais o homem arrogante e prepotente que conheci lá atrás, e acredito que ele será um bom pai.

No hotel passamos nossa última noite, pois na manhã seguinte iríamos partir, eu estou triste que tenha acabado, porque vou ter que voltar para o inferno, mas ao mesmo tempo feliz por ter passado os melhores dias da minha vida nesse lugar ao lado da pessoa que mais amo no mundo.

Depois dos meus filhos, é claro.

Amo meu marido, sou muito grata por tê-lo conhecido, por ter cedido um espaço pra ele entrar em meu coração e fazer morada.

Por tudo que vivemos e ainda vamos viver.

Por nosso filho.

No quarto de hotel, tomamos banho juntos e fomos para o terraço, e ficamos lá deitados por um tempo olhando para o céu estrelado e vendo um filme passar pela nossa cabeça.

As boas memórias que essa viagem nos proporcionou, eu não sei se é o mesmo que passa pela cabeça do Dom.

Mas sei que essa viagem está sendo tão inesquecível pra ele quanto pra mim.

Ele estava todo ralado, mesmo assim conseguia ver graça nisso.

Como se uma simples queda de bicicleta fosse algo marcante em sua vida.

E talvez tenha sido, até porque ele cresceu sob uma disciplina rigorosa e não teve oportunidade de brincar e de se divertir, e eu senti que naquele momento ele deixou sua criança interior sair e se entregou sem medo de um homem malvado aparecer e estragar a brincadeira.

Ele me puxou pra perto dele e me abraçou, deitei a cabeça em seu peito e fiquei ouvindo as batidas do seu coração, e senti uma paz imensa. Por um momento esqueci de tudo e senti que estava segura em seus braços.

Senti que estávamos protegidos naquele quarto de hotel, como se a morte jamais pudesse nos alcançar.

Pena que não somos nós quem decidimos o nosso destino.

E só o que me resta é rezar para que nada de ruim aconteça.

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