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Os dois começaram a discutir em espanhol e eu não estava entendendo nada.

Mas sabia pelo tom que não eram elogios sobre mim.

O Pai do Pablo não é daqui, ele veio pro Brasil em busca de uma vida melhor e acabou encontrando o amor.

Por isso Pablo tem essa mistura perfeita dos dois.

Mas com o tempo a mãe do Pablo ficou doente e morreu para a tristeza dele.

Pois ela era a única que se importava, e  tratava ele com muito amor e carinho.

E o Martin embora goste do filho, demostra isso da forma mais dura possível.

......

Ouvi o som das coisas quebrando e fiquei preocupada.

As brigas entre os dois são feias, e a maioria delas acontecem por minha causa.

Até pensei em ir até lá, mas só ia piorar as coisas.

Então resolvi ir embora, mas ao me virar escutei passos rápidos.

Meu coração acelerou, olhei pra trás e me deparei com Pablo vindo.

Ele não estava com uma expressão nada boa, e ofegante, mas tentou amenizar quando se aproximou de mim.

_____ Vamos dá o fora daqui - Ele disse furioso, passando por mim.

Não tive outra escolha a não ser segui-lo.

A gente foi em uma sorveteria ali perto, pedimos o sorvete e fomos nos sentar em uma mesa na calçada.

Notei que Pablo estava calado, tentando disfarçar sua raiva.

Mas já era a terceira colher que ele quebrava.

____ Ei mi amor, para - Parei suas mãos descontroladas.

Ele olhou pra mim e depois desviou o olhar para a rua, inquieto.

____ O seu pai não gosta de mim, e isso nem é novidade - Sorri pra deixar tudo mais leve

____ Odeio a forma como ele te trata e de como te chama.

____ E como ele me chama?

Ele resmungou baixinho algo em espanhol.

____ Pablo, fala na minha língua, ou não vou te entender - Soltei nervosa levando a colher até a boca.

Ele me olhou e hesitou um pouco.

____ Disse que você é uma puta.

Parei a colher no caminho, depois a  coloquei de volta no sorvete, e fiquei mexendo nele, calada.

Eu imaginava todos os tipos de apelidos possíveis, mas puta é muito específico.

____ Eu não concordo com ele - Pablo reforçou - Você não é esse tipo de mulher, você é só minha.

Lambi a colher e fiquei pensativa, e um pouco triste de ouvir o Pablo dizer isso sabendo que não é verdade.

Seu pai não estava errado, quem fica com homem por dinheiro é puta.

Mas nem ele e muito menos o  Pablo  sabem dessa minha vida dupla.

Pois eu me disfarço toda quando saio, difícil algum deles me reconhecer.

Ele deve ter falado por falar.

Quando as coisas apertaram lá em casa eu tive que procurar emprego.

Já trabalhei como empregada, babá,  mas ainda não era o suficiente.

Minha mãe vivia se queixando de dor no joelho, e falava que se ela começasse trabalhar iria ficar aleijada.

Eu ficava com medo.

As despesas médicas do Noah estavam ficando cada vez mais caras, e aqui nessa cidade de merda só se ganha mixaria.

Até que um dia eu estava fazendo um bico de bartender em uma boate com a minha amiga Milena e ela disse que tinha uns velhos ricos pagando uma grana só pra acompanha-los por uma noite.

No começo eu achei um absurdo, e até critiquei ela por querer ser acompanhante de luxo.

Mas depois passei a ir com ela atrás desses velhos.

A princípio eu só acompanhava eles em drinques e em festas luxuosas, mas depois passei a fazer favores sexuais e desde então essa foi a minha vida por um tempo.

Confesso que consegui uma boa grana com isso, mas agora quando eu lembro sinto vergonha de ter me submetido a tudo isso.

E quando o Pablo descobrir o motivo ele não vai me perdoar nunca.

____ Pablo, tenho que ir - Levantei as pressas da cadeira, deixando o sorvete pela metade.

Lembrar dessas coisas me tira o apetite.

____ Você ficou com raiva do que eu disse? - Questionou preocupado.

____ Não, não se preocupe - Falei calma, mas a vontade de chorar era imensa.

_____ Eu também tenho que voltar pra oficina, a gente pode se ver a noite?

Balancei a cabeça positivamente, porque falar era impossível já que um grande nó havia se formado na minha garganta.

Ele foi pra me dá um beijo mas eu me esquivei e sai às pressas dali, para tentar me livrar da angustia que me consumia  por dentro.

Mas as lágrimas eu não consegui segurar por muito tempo.

Antes de ir pra casa eu sequei as lágrimas e passei na mercearia do seu Paulo pra comprar umas coisas pro Noah.

Coloquei um grande sorriso no rosto.

____ E aí seu Paulo - Cumprimentei ele e depois olhei para o balcão - Tina, não tinha te visto aí, tudo bem?

Tina era a filha dele, ela tava no caixa enquanto ele organizava as prateleiras.

____ Oi olivia - Ela respondeu sorridente.

Seu pai por outro lado estava bem sério e nem olhou pra mim.

____ Posso pegar umas coisas aqui?

Ele desceu do banquinho e me encarou.

____ Olivia, eu gosto muito de você, mas não posso te vender.

____ Por quê não seu Paulo? - Gelei

_____  A sua mãe não pagou a compra do mês passado e veio aqui e fez outra.

____ Nossa, eu fico até envergonhada, o senhor dizendo isso.

____ Pois é.

____ Não se preocupe vou ver se arrumo um dinheiro pra te pagar, mas será que eu posso pegar umas coisas aqui, lá em casa não tem nada e..

_____ Só depois que pagar - Interrompeu ríspido.

_____ Ok, então o senhor me dá a notinha - Falei cabisbaixa e sem graça.

_____ Tina, a notinha - Disse pra filha.

A garota saiu do celular e pegou um caderno.

Pelas a quantidade de contas que ela fazia, o valor deve ta pra lá de alto.

Olhei para o pedaço de papel e meus olhos ficaram arregalados.

Porra, mãe.

_____ Certo, eu volto outra hora com o dinheiro - Falei com olhos fixos no papel.

Sai da mercearia envergonhada e furiosa ao mesmo tempo.

Não acredito que minha mãe teve coragem de fazer isso. O seu Paulo é o único que vende fiado pra gente e ela ainda vai lá e abusa.

Eu sabia que aquele almoço ia custar caro.

Coloquei a notinha no bolso do short e fui pisando fundo até chegar em casa.

Parei na porta, e respirei antes de entrar.

Depois que entrei encontrei o Noah jogado no chão, chorando e nem sinal da minha mãe.

A raiva chegou ao extremo.

Mas respirei fundo e procurei me  controlar.

Apanhei o Noah do chão e levei ele para o banheiro.

____ Vamos tomar um banho, você tá sujinho - Falei colocando ele na banheira.

O que rendeu mais choro da parte dele.

Aproveitei pra chorar também, aí ele parou de chorar e ficou me olhando.

Dei um patinho de brinquedo pra ele se distrair.

____ Um dia, nós dois vamos fugir daqui - Suspirei.

Ele olhou pra mim novamente sem compreender o porquê das minhas lágrimas.

Se ele soubesse.

Tanto eu como o Noah, funcionamos como o investimento pra minha mãe, desde que ele ficou doente, ela vem se aproveitando da sua saúde frágil para conseguir dinheiro.

Ela leva ele pra feira e faz todo um teatro.

Eu não aprovo muito essa ideia, mas também não me intrometo, pois esse teatro dela muitas vezes é o que põe comida na nossa mesa.

Tirei ele da banheira, vesti a roupinha nele, levei ele para sala e liguei a tv em um desenho aleatório.

Ele gostou, sabia cantar todas as musiquinhas.

Sorri com a sua inocência.

Ele tem quatro anos, mas por conta desses problemas todos não desenvolveu normalmente.

Mas eu tenho esperanças que isso vai acabar e ele vai viver como uma criança normal um dia.

Fui até o armário e achei um único pão dentro de uma sacola.

Eu estava morrendo de fome, mas prefiri dá o pão pra ele.

Mesmo assim ele dividiu no meio e me deu.

Comi com o sabor salgado das lágrimas.

Depois de alguns minutos minha mãe chegou.

Levantei do sofá impulsionada pela raiva e fui confrontar ela.

____ Por que deixou o Noah sozinho, onde você estava?

____ Na casa da vizinha, fui devolver as panelas que peguei emprestada, aproveitei para pegar umas coisas que ela tava me devendo - Disse indo até a pia, e tirando alguns alimentos da sacola.

____ Ele poderia ter se machucado sabia?

____ Deixei o garoto dormindo, não pensei que iria acordar tão cedo - Disse despreocupada, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Fiquei indignada.

____ E deixou a porta destrancada, e se alguém entrasse...

____ O que alguém iria querer com esse garoto, só dá trabalho.

Bufei de raiva.

Olhei para as coisas que ela havia trazido e notei que tinha até carne.

____ E essa carne aí? Questionei

____ Comprei - Disse convencida.

____ Com que dinheiro? Porque eu fui na mercearia e você tá devendo a vida lá - Soltei furiosa.

____ Ai garota não me estressa, já disse o que você tem que fazer, peça desculpas ao Dom e nossos problemas serão resolvidos.

____ Ah agora entendi, você está  tentando se vingar de mim porque eu não aceitei fazer o que você queria.

____ Sim, estou,  e se você não for agora pedir desculpas pra ele, pego o garoto e vou pra casa da minha irmã e você vai dormir com fome.

____ Eu vou sair com Pablo hoje a noite, você não me faz mais passar fome mãe.

____ O que vai acontecer quando ele descobrir o que você fez, pois eu farei questão de contar - Chantageou.

____ Não, isso não - Falei me afastando com lágrimas nos olhos.

Tudo menos o Pablo me odiando agora.

____ Então vai atrás do Dom, vou anotar o endereço dele - Ela disse com uma satisfação enorme.

Como ela sabe onde ele mora.

____ Está bem, mãe - Suspirei fundo.

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