Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 60

Defendo do golpe de Lorcan, mas ele não abria brechas ao iniciar outro ataque. É quase impossível acompanhar seu ritmo. O homem é como uma máquina de lutar, sempre à frente do seu oponente. Ainda assim, recuso-me a ficar parada aceitando a derrota com tanta facilidade. Então, avanço em sua direção revidando seus golpes com uma defesa ágil. Por uma fração de segundos, vejo a surpresa no rosto do homem.

Mas vencer o melhor guerreiro não seria fácil.

Lorcan faz um rápido movimento de mãos deixando-me desarmada. A primeira espada escapa dos meus dedos e sequer tenho tempo de formular uma estratégia, pois o homem repete o movimento com a outra espada. Em seguida, surgia diante dos meus olhos com um impulso apontando a lâmina contra meu pescoço.

Estávamos ofegantes e suados, encarando um ao outro com vigor. Abro um sorriso de canto, dizendo:

— Você venceu novamente.

— O seu progresso é invejável. — dizia guardando a espada na bainha. — Mas não esperaria menos de alguém que treina todos os dias com tanta dedicação.

— Não quero ficar para trás. E acompanhar o nível da sua equipe não é nada fácil.

Ele ria com suavidade enquanto dava início a caminhada.

— Da nossa equipe, Natasha.

Sorrio em resposta. Nós retornamos para o interior do seu castelo em Icarus, depois de uma manhã inteira de treino. Seguimos para os nossos respectivos quartos, onde o banho foi rápido. Afinal, havia uma importante reunião a ser feita após o almoço.

***

Pela primeira vez, a sala de reuniões estava silenciosa. Era um silêncio sufocante e desagradável.

Lorcan não tirava os olhos das cartas entregues por Raven em uma de suas missões de espionagem. Por outro lado, o rapaz mantinha o semblante descontraído enquanto levava uma uva à boca.

Diante do clima pesado, ouso me pronunciar:

— Quais as notícias?

— Mandrariam e Aryan concordaram em nos apoiar. Valfem também está disposto à unir forças, mas quer ter uma reunião antes.

— Ele deseja todos os termos dessa "constituição" por escrito. — completa Raven. — É uma forma de garantir que cumpriremos nossa palavra.

— Pensei que confiasse na gente.

— O atual rei de Valfem passou por uma situação complicada com sua família, Diane. — comenta Katlyn com uma estranha suavidade em sua voz. O olhar tão cansado e distante. — Não esperávamos que confiasse em outro reino, quando sua própria mãe e seu irmão tentaram matá-lo pelo trono.

Um calafrio percorre minha espinha ao lembrar desse acontecimento. Ainda não acredito que um garotinho foi capaz de cometer tantas atrocidades.

— Vamos ditar agora os termos e enviá-los para Valfem.

Ninguém contestou a minha ordem, nem mesmo Lorcan. Ele estava mais preocupado com a última carta entre seus dedos, soltando um longo suspiro antes de comentar:

— Cartelli não está do nosso lado. O rei alega que não vai submeter o seu povo a um tirano.

Njal soca a mesa fazendo os objetos tremerem.

— Tirano?! O miserável corta a cabeça de qualquer súdito que vá contra sua vontade! Nós sabemos disso, Lorcan!

— Sim, mas tentar convencê-lo com a força não ajudará em nada. O povo de Cartelli vai acreditar que está nas mãos de um rei pior e não teremos confiabilidade.

Cruzo os braços, pensativa. A ideia de unir os reinos por meio de uma constituição é arriscado mas, após receber a notícia do aumento do poder de Velstand, não temos outra escolha.

— Eu posso convencê-lo a unir seu reino. — digo atraindo todos os olhares da sala para mim. — O rei de Cartelli está acostumado a lidar com negociações de forma brutal. Nós só precisamos mostrar um meio diferente de negociação.

Raven deixa a postura relaxada de lado, apoiando os cotovelos na mesa.

— Como o que?

— Presentes, oferecer apoio em pequenas batalhas, coisas que o rei goste. Eu irei com a intenção de manipulá-lo com as palavras. O rei pode ser um guerreiro, mas não é muito inteligente para pensar sozinho.

— Por isso, ele tem um conselheiro. — pontua Raven.

— Isso! O que me diz, Lorcan?

Os olhos dele possuíam um brilho de orgulho, além de que o canto de sua boca estava curvado em um discreto sorriso. O duque limita-se a balançar positivamente com a cabeça.

— Tudo bem, mas Njal irá acompanhá-la. Creio que o conselho particular do rei queira evitar uma conversa agradável com o nosso espião. — comenta lançando um olhar acusador para Raven, que erguia os braços em sinal de rendição. — E a Katlyn cuidará do treinamento do exército.

Todos concordamos com o plano, apesar de estar nervosa com uma viagem ao lado de Njal. O homem de dois metros de altura e voz tão retumbante quanto o trovão poderia esmagar qualquer um com um abraço. E eu não gostaria de irritá-lo em meio ao clima tenso de uma possível guerra.

Quando o grupo saiu, olhei Lorcan com certo receio mas seu toque em minha face afastou todas as inseguranças.

Não podia temer pelo futuro, principalmente quando sabia qual seria. E que o meu sacrifício iria garantir uma vida boa para todos que amo.

***

Fechei os olhos enquanto Lorcan depositava um beijo demorado em minha testa. Ao encará-lo, encontro a preocupação visivelmente estampada em seus traços. A fim de acalmar esse coração inquieto, roubo um breve selinho em seus lábios.

— Eu ficarei bem. Precisa confiar na sua querida guerreira, Lorcan.

Sua risada rouca é como um calmante natural.

— Não temo por ti, e sim pelo Njal.

— Por que?

O duque inclina o corpo. Os lábios roçando suavemente em meu ouvido.

— Ele sente enjoo em carruagens.

Soltaria uma risada se não sentisse o olhar fumegante de Njal em minhas costas. Raven passava por mim, dando tapinhas e murmurando um "boa sorte".

***

A carruagem era pequena para Njal e eu podia sentir que cada buraco na estrada era um risco a mais de quebrar as rodas. Mas minha maior preocupação era na expressão do enorme guerreiro, dizimador de exércitos e uma muralha humana, encolhido no banco a ponto de colocar o café da manhã para fora.

A situação irônica arrancou-me uma breve risada.

Sentindo pena dele, decidi puxar assunto para distraí-lo.

— Como você e o Leofrick se conheceram?

Pela primeira vez durante a longa viagem, ganhei a sua atenção. E seu semblante tornou-se mais suave, como se esquecesse do enjoo.

— Eu o conheci no campo de treinamento. Leo era o antigo general do exército de Sirius, ele assumiu essa posição muito jovem.

Não oculto minha expressão surpresa.

— Sério?! E o que o levou a desistir das batalhas para se tornar um ferreiro?

— Guerras mudam as pessoas. Você sabe mais do que ninguém, levando-se em conta o seu convívio com o Lorcan. A situação com Leo não foi diferente. Quando nos conhecemos, ele me ensinou muito sobre como lutar mas também me ensinou a ser humano e a nunca abrir mão da minha bondade mesmo em tempos difíceis.

Inclino o corpo, prestando atenção em suas palavras.

— O jeito bondoso e justo dele me encantou, mas tínhamos que guardar nossos sentimentos. Sirius não era do tipo que apoiava relacionamentos entre seus guerreiros e você deve imaginar a punição para quem o desobedecesse.

Tremo internamente ao lembrar da tortura sofrida por Lorcan. Não preciso de muita imaginação para saber do que aquele monstro era capaz.

— Em uma das batalhas, o exército inimigo mandou pessoas jovens para a linha de frente... jovens demais. E ter o sangue inocente em suas mãos foi demais para o Leo. Depois do ocorrido, ele não conseguia segurar uma espada sem entrar em pânico. Pensei que Sirius o puniria com a morte, mas até que foi "bondoso" em oferecer uma chance de viver caso continuasse servindo indiretamente ao seu exército.

— Por isso, ele confecciona as armas dos guerreiros?

— Exato. Eu o apoiei para que conseguisse superar o seu trauma, até porque que ferreiro tem medo de segurar uma espada? Foi uma árdua tarefa mas tudo valeu a pena quando ele voltou a sorrir.

E como se uma lembrança calorosa invadisse sua mente, Njal abriu um sorriso radiante.

— Eu pensei que a guerra tornava as relações frágeis, mas felizmente estava enganada. — admito. — Ver como você e o Leofrick são fortes juntos me inspira.

— Tenho a mesma opinião quanto você e o Lorcan. Eu nunca o vi sorrir em toda a minha vida, mas você trouxe esperança na vida desse homem. — comenta segurando minha mão com uma delicadeza assustadora. — E também ajudou a libertar Icarus das mãos de Velorum. Eu serei eternamente grato à você, Diane.

Lágrimas teimosas surgem em meus olhos, mas as seco o mais rápido possível. Antes mesmo de poder comentar algo, a carruagem parou e ouvi a voz do cocheiro:

— Chegamos!

Dou leves tapinhas na mão do ruivo, sorrindo.

— A gratidão é recíproca. Agora vamos forçar esse maldito rei a se juntar à Icarus!

— Por Icarus!

— Por Icarus!

***

A sala reuniões não era sufocante como da última vez. Mesmo com a presença do rei, senti que nada me intimidaria.

O rei Barton, como o esperado, estava na ponta da mesa e ao seu lado encontrava-se Flinch, seu conselheiro. O melhor guerreiro de seu exército, Fulhif, optou por ficar de pé, atrás do rei. Ele mantinha uma postura ereta e a cabeça erguida. Uma posição arrogante que não condizia com o último momento em que nos encontramos, onde Lorcan jogou sua cabeça contra a mesa.

Foi uma ótima cena, devo admitir.

Sentei de maneira descontraída na outra ponta da mesa enquanto Njal ficou atrás de mim. Os seus braços cruzados evidenciavam os fortes músculos. A barba longa e a trança ruiva o faziam parecer um viking pronto para a mais sangrenta batalha.

Porém, essa era uma negociação de palavras, não de armas.

— Se vieram achando que terão o apoio de Cartelli, estão enganados. — pontua o rei, batucando os dedos na mesa. — Sabemos da tomada de poder de Velorum. O seu líder traiu o próprio rei, traiu da linha de servidão da própria família, pelo trono. Não sou tolo para cair em seu joguinho sujo. E não ouvirei nenhuma garotinha de recados.

Respiro fundo, muito fundo. Não perderia a paciência, senão o plano de negociação amistosa iria por água abaixo.

— Vejo que a informação veio muito distorcida, majestade. Lorcan não tomou o poder de forma injusta, ele libertou Velorum de um ciclo de verdadeira tirania. Pensei que soubesse dos boatos sobre o falecido rei Erick. E mais uma coisa... — apoio os cotovelos na mesa, inclinando-me em sua direção enquanto lançava um olhar mortal. — Não vim à mando de ninguém. Não sou uma garotinha de recados, eu sou uma mulher que decidiu por conta própria que o seu reino precisa de Icarus.

Barton solta uma alta risada e o Fulhif o acompanha, mesmo sem saber do que diabos o rei ria.

— Cartelli precisa de Icarus? Não achei que fosse piadista, senhorita.

Se estivesse na companhia de Raven, o espião já teria arrancado as cordas vocais do rei. Mas Lorcan foi sensato o bastante para mandar Njal que, calmamente, se pronunciou:

— Icarus pode fornecer muito mais do que um exército, majestade.

— Como o que, por exemplo?

— Um sistema de agricultura capaz de superar o período de escassez. Sabemos que Cartelli precisa negociar com reinos distantes para conseguir alimento para seu povo, mas um acordo com Icarus permitiria uma troca justa. Conhecimento por apoio.

— Conseguimos uma diminuição considerável no preço dos alimentos, não precisamos mudar de fornecedor. — comenta Flinch de maneira suave, repousando os dedos entrelaçados sobre a mesa. — Mas agradecemos à oferta.

Não perderia meu tempo com uma negociação falida, mas também não desistiria tão fácil do meu plano.

— O rei de Velstand irá invadir Cartelli na primeira oportunidade. Tem certeza que quer travar essa batalha sozinho?

Barton dava nos ombros.

— E se eu tiver me unido à Avery?

Um sorriso de canto surge em meus lábios.

— Não estaria nessa sala se tivesse feito essa decisão.

Os homens presentes — exceto Njal — se entreolham confusos e Fulhif questiona:

— Por que tens tanta certeza?

— Velorum é inimigo número um de Velstand e, sendo assim, todo aliado de Avery é nosso inimigo também. Lorcan não é tolerável com seus adversários, Vossa Majestade sabe disso. E não aceitaria uma reunião que pode acabar em tragédia... Uma tragédia para o senhor, é claro.

Analiso as unhas com desdém, ignorando a palidez repentina no rosto do homem. Para amedrontá-lo mais ainda, Njal dá um passo adiante arqueando a sobrancelha.

— Talvez não sejamos os melhores aliados, mas com certeza somos os piores inimigos que alguém desejaria ter.

Sabiamente, o rei opta pelo silêncio junto com seu conselheiro. Os dois trocam olhares discretos, conversando internamente. O fato de ter conseguido, junto com Njal, abalar a convicção desses homens tolos foi o suficiente para me fazer sorrir de forma arrogante.

Mas o idiota do Fulhif ainda não aprendeu a ficar calado.

— Até confiaria nesse argumento se viesse da boca do Lorcan, mas qual a credibilidade da prostituta do antigo rei?

— A credibilidade é que essa prostituta pode matá-lo aqui e agora. — respondo sacando a adaga presa em minha cintura e a girando entre os dedos, antes de cravá-la em cima da mesa. — E aconselho medir bem suas palavras ou vai descobrir que sou menos tolerável à insultos do que o Lorcan.

Flinch arregala os olhos enquanto o rei coçava a barba, pensativo. Fulhif trincava os dentes e avança em minha direção com uma expressão nada agradável.

Njal inclinava o corpo para sussurrar:

— O plano não era ser gentil e evitar provocações?

— O que posso fazer? Ele não segurou a porra da língua. — comento ao mesmo tempo que me erguia pronta para lutar, mas Njal colocava-se entre nós dois. — Ei!

— Não sabia que o temperamento do Lorcan era contagioso.

— Vamos manter a calma, por favor. — pedia Flinch. — Podemos chegar a um acordo sem derramar sangue.

— Não aceito a droga de acordo com alguém como ela! — exclama Fulhif apontando para mim, mas o ruivo segurava seu pulso. — Solte-me, seu guerreiro de merda!

— Você ainda precisará dessa mão, eu suponho. Então, seja sensato.

Nem mesmo a ameaça aveludada de Njal acalmou os ânimos de Fulhif. Quando tudo estava prestes a eclodir para uma mini guerra dentro da sala, a voz grossa de Barton se sobressai:

— Cartelli fará um acordo com Icarus, mas com uma condição.

Até mesmo o esquentado do Fulhif se virou para o rei, confuso.

— Que condição? — pergunto, apreensiva.

— Como o meu nobre guerreiro sugeriu, nossa credibilidade seria depositada no duque mas creio que podemos confiá-la em você desde que... — um sorriso sádico surge em seus lábios. — Lute contra Fulhif e vença.

— O que?!

— Se você for reconhecida como guerreira pelo nosso povo, terá o meu total apoio. E eu sei que poderei confiar nas suas palavras. Mas eu definirei as regras da luta e não aceito uma recusa, ou vou entender que Icarus é a terra de covardes.

Njal olhava para mim com um misto de preocupação e receio, mas estufo o peito quando vou me dirigir ao rei.

— Tudo bem. Eu lutarei com seu guerreiro e quantos mais forem necessários, mas eu exijo o devido respeito. Chega dessas palavras ofensivas, eu quero ser tratada de igual para igual.

— Parece-me uma troca justa. — Barton dizia levantando-se da cadeira. — Esteja amanhã na arena da cidade ao meio dia. E não leve suas espadas, já percebi que sua língua é tão afiada quanto suas lâminas. Mas quero realmente saber se seus punhos são tão fortes quanto sua convicção.

Mais uma vez, respondo de imediato.

— Como quiser, majestade. Espero que esteja preparado para fazer parte de Icarus.

Antes de passar pela porta, Barton olhava-me de cima à baixo. Estranhamente, não detectei arrogância em seu gesto, apenas um singelo interesse.

— Surpreenda-me, garota. E somente depois falaremos de alianças.

Flinch apoiava a mão no peito, curvando-se respeitosamente e depois arrastava Fulhif para fora da sala.

Quando estou sozinha com Njal, permito-me deixar o ar preso em meus pulmões escapar em um longo suspiro.

— Sabe que acabou de comprar uma luta contra o maior guerreiro desse reino, não é, Diane?

Assinto enquanto passo a mão pelo cabelo bagunçado.

— Digamos que eu tenho o dom de procurar confusão. Mas eu treinei por meses em Icarus, tenho chances de vencer.

— Não é quanto às suas habilidades que me preocupo, mas algo me diz que não será uma luta justa.

Doía admitir mas Njal estava certo. Algo em meu interior dizia que seria uma batalha complicada mas, ainda assim, era a melhor chance que tínhamos. E eu a agarraria com todas as minhas forças.

***

Quando terminei de calçar as botas, escutei batidas na porta. Njal aguardava-me com um sorriso acolhedor, o que não condizia com sua postura de guerreiro mortal.

— Você não parece a mesma pessoa insegura que conheci no primeiro dia de treinamento.

Diante do seu comentário, analiso minha própria roupa. A calça de couro, apesar de justa, permitia uma boa movimentação na luta. A camisa branca estava com as mangas erguidas até os cotovelos e usava um colete preto, justo à minha cintura. O cabelo estava preso em uma longa trança.

Mas sabia que ele não se referia à minha aparência.

— Eu tive bons professores.

Ele sorria em um singelo agradecimento antes de seguir para fora da hospedagem em que nos encontrávamos.

As ruas se Cartelli estavam praticamente vazias, afinal todos foram convidados para a luta. Talvez o rei quisesse um espetáculo público humilhando uma guerreira do tão temido ducado de Icarus, mas não daria esse gostinho à ele.

— Eu imagino o que o Lorcan diria se soubesse que estou prestes à lutar para todo um reino.

— Ele iria respirar fundo antes de degolar Barton. — Njal ria alto. Algumas pessoas o olhavam com medo, até porque um homem de dois metros com um machado preso à cintura não trazia a melhor das impressões. — Mas estaria ansioso pela batalha. Com certeza ele iria aplaudir de pé pela sua vitória.

— Eu fico feliz pela fé que vocês têm em mim, exceto a Katlyn. Ela amaria ver minha cabeça rolando pela arena.

O ruivo ficava sério.

— Katlyn não é uma pessoa ruim. O problema é que ela só consegue absorver sentimentos negativos e se permite ser afogada por eles.

Lanço um olhar confuso em sua direção.

— Por que ela faz isso consigo mesma?

— Não acho apropriado contar sobre o passado da Katlyn sem a sua permissão. Peço desculpas.

— Tudo bem, eu entendo.

Mas isso não me impediu de ficar curiosa.

Como se entendesse o meu silêncio, ele profere:

— Espero que você a entenda um dia. Eu desejo que ela seja feliz e amada verdadeiramente.

Opto por não comentar nada, afinal era difícil ter uma opinião positiva quanto à pessoa que vivia me ofendendo. Talvez, um dia, eu dê uma chance de conhecê-la melhor.

Quando chegamos na arena, um soldado de Cartelli me puxou pelo braço em direção à entrada enquanto outros três barraram Njal. Seja lá o plano do rei, ele não queria nenhuma interferência na luta.

Sem apresentar resistência, sou conduzida por um corredor escuro até a entrada da arena. Ao ser recepcionada por gritos, estremeço internamente. O vasto campo de areia era maior do que o esperado e Fulhif já aguardava do outro lado, segurando uma lança.

Ele esbanjava um sorriso confiante com seus dentes amarelos.

O povo de Cartelli gritava diante do aceno de Fulhif mas vaiaram quando dei o primeiro passo em direção à arena.

Segurei a minha vontade de fazer um gesto nada agradável para eles, mas precisava provar o meu valor de outra forma. Eu só não esperava que meu oponente estivesse armado.

O rei Barton ergueu-se do trono e, imediatamente, as vaias cessaram. Ele ergueu os braços em um gesto acolhedor.

— Sejam bem-vindos, povo de Cartelli. Como todos nós sabemos, há muitas luas não possuímos uma batalha digna mas essa mulher de Icarus se dispôs a lutar com nosso melhor guerreiro em troca de unificar nossos reinos. Mas será que nosso reino vai se curvar diante dos tiranos de Icarus? — questiona recebendo uma negação em uníssono da plateia. — O resultado da batalha decidirá o futuro de Cartelli. E para impedir que esse povo trapaceiro saía na vantagem, a guerreira lutará com os punhos. Vamos ver se eles são tão bons quanto dizem ser.

Cerro os punhos o encarando como se pudesse atravessar seu corpo com o olhar.

— Que comece a luta!

Por mais que gostaria de xingar o rei, tinha outra preocupação no momento: Fulhif avançando com a lança em mãos. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro