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Capítulo 16

Desta vez, eu não pude esconder das duas o acontecido. Obviamente, ocultei a parte do interrogatório onde descobri ter vindo do ducado de Icarus e também a minha suspeita de quem tenha me levado para aquela sala horrível. Cherly surtava dentro do nosso quarto, xingando a nobreza por nomes que, particularmente, nem fazia ideia que existia nessa época. Por outro lado, Martha passava uma pomada caseira nos machucados em meu rosto com imenso cuidado, como se eu fosse uma boneca de porcelana.

— Maldita realeza! Só porque estão no poder, acham que podem sair batendo em quem desejam.

— É assim que as coisas funcionam, Cherly. Nós não temos o direito de voz, só nos resta aceitar tudo calada.

— Mas isso é injusto, Martha!

— Pois bem, o mundo é assim.

Eu permaneci em silêncio, vez ou outra gemendo baixo de dor quando sentia a pomada sobre o machucado. Enquanto as duas discutiam sobre justiça, imaginei como era difícil viver nessa época onde não possuíamos a chance de reivindicar os nossos direitos. E por um momento, questionei se os motivos de Lorcan em derrubar a monarquia não seriam esses.

Mas sinto que há questões pessoais no meio. Além do mais, o duque não pensa em ninguém que não seja em si mesmo.

Ao pensar no vilão, lembrei de uma parte em específico do interrogatório e, sendo levada pela curiosidade, perguntei:

— Que tratado é esse?

— Tratado?

— Sim, o Corvus.

Martha fez uma expressão compreensiva, colocando o último curativo no canto do meu lábio, antes de dizer:

— É um tratado feito há doze anos atrás, quando o senhor De'Ath foi nomeado o duque de Icarus após a morte do seu pai.

— Do que se trata?

— Ora, pensei que soubesse. — comenta Cherly, franzindo o cenho confusa. — Todos em Velorum conhecem o tratado de Corvus.

Forço um sorriso e desvio o olhar.

— Eu ando meio esquecida ultimamente...

— Geralmente é uma história contada pelos nossos pais, nem todos tiveram essa sorte. — Martha repreende para a jovem ao meu lado que apenas revira os olhos. — O tratado de Corvus criou uma premissa simples no reino. Se um membro do ducado de Icarus for ferido por alguém daqui...

— ... O ducado tem o direito de ceifar uma vida de Velorum. — completa Cherly e o brilho em seu olhar some, deixando-me assustada. Pelo visto, o assunto envolve sangue já derramado. — No começo, o tratado foi banalizado mas as coisas mudaram quando o duque realmente o levou à sério, matando quem ousasse tocar um dedo no seu povo. Por isso, para evitar conflitos, o rei permitiu que as pessoas do ducado de Icarus vivessem isolados de todos, desde que continuassem a pagar seus impostos regularmente.

— Muitas pessoas foram mortas antes de considerarem com seriedade o tratado de Corvus.

— Quem o instaurou? — pergunto, curiosa. — O duque?

— Sim. Ele fez isso para afastar mais ainda qualquer conexão do seu ducado com o restante do reino. Há dez anos que não temos qualquer contato com as pessoas daquela região e, consequentemente, mortes foram evitadas.

— E se a vítima estiver sendo mantida aqui?

Cherly apoia a mão no queixo, pensativa.

— Hum... Creio que o senhor De'Ath viria reivindicá-la para o seu ducado e quebrar alguns ossos no caminho.

Um calafrio percorre a minha espinha e mordo o lábio. Quer dizer que, legalmente, o duque deve me proteger? Não, ele quase me matou antes e duvido muito que um simples tratado o faça mudar de ideia.

— Isso é confuso... — admito. — O senhor De'Ath não ganharia nada sujando as suas mãos para proteger outras pessoas. Ele sequer deve ser capaz de fazer isso.

Martha dava nos ombros, guardando os seus remédios caseiros.

— Eu imagino que o duque tenha seus motivos nada nobres para estabelecer um tratado que envolva sangue sendo derramado.

— Tudo não passou de uma desculpa para matar mais pessoas. — comenta Cherly e entregava um copo com chá para mim. — Beba e descanse. Eu farei o seu trabalho hoje.

Eu senti um aperto no peito por estar sendo um incômodo para as minhas amigas. Elas se ofereceram a fazerem minhas funções em meu lugar até se recuperar dos ferimentos, mas odiava ter que depender de alguém. As pessoas não gostam de pessoas dependentes, provavelmente eu as afastaria se continuasse entrando em confusão.

Contudo, o toque firme da mão de Martha afasta os meus pensamentos. Ao ver o seu sorriso terno, sinto-me mais calma e segura.

— Apenas descanse, Diane. Você passou por muita coisa em uma só noite e nós compreendemos a situação. Além do mais, amigas são para isso. Não precisa ficar com essa cara de culpa.

— Isso mesmo! Nós damos conta, não se preocupe!

Sorrio aliviada e deito na cama após beber o chá. As duas acenavam antes de fechar a porta e não demora muito para o cansaço me fazer dormir.

Quando abri os olhos, horas haviam se passado e o meu corpo estava relativamente descansado, mas ainda dolorido demais. Mesmo assim, decidi sair do quarto e caminhar um pouco, porque senti que ficaria louca se passasse um minuto a mais trancada naquele cômodo mal iluminado. Ele me lembrava da "sala de interrogatório", causando calafrios nada agradáveis em mim.

Ao dobrar o corredor, meu corpo travou por completo. Christian conversava com Alene e os dois sorriam com uma naturalidade assustadora, como se fossem feitos um para o outro. Claro que são, sua idiota. Você os criou para isso.

— As obrigações devem estar te matando, alteza. O senhor parece cansado. — ela comenta com preocupação. — Deveria tirar um tempo para si.

Ele desvia a atenção para os próprios sapatos e suspira pesadamente.

— Gostaria que fosse fácil assim, mas não é.

— Eu entendo a sua situação. Por mais que queira descansar, não posso parar. Eu sinto que devo continuar dando o meu melhor até cada parte do meu corpo clamar por descanso.

Revira os olhos, quase vomitando diante do seu discurso típico de protagonista. Toda perfeita e positiva.

— Tome cuidado para não acabar passando mal. — Christian dizia voltando a atenção para o rosto da ruiva. — Todos possuímos limites.

— Eu digo o mesmo, alteza.

O loiro ria e assente com a cabeça.

— Eu tomarei. Bem, ao menos tentarei. É que essas responsabilidades, elas...

— São uma forma de orgulhar o seu pai, eu sei. — ela responde segurando a mão do rapaz. — Mas não esqueça que o senhor é humano e errar não te tornará um rei ruim. O mais importante é reconhecer as falhas e buscar melhorar.

Era irritante que Alene usasse, na maior parte do tempo, as mesmas palavras que eu. Na verdade, era bem óbvio pois a protagonista é uma criação minha. Porém, o que realmente me tirava do sério é que Christian sorria tão abertamente ao lado dela mesmo que ambos tenham interagido tão pouco. Não havia diferença no discurso de nós duas, o único ponto divergente é a nossa aparência. Pelo visto, por ser bonita, as palavras de Alene surtiam mais efeito.

Fecho os punhos com força, contendo essa vontade idiota de chorar.

Por que esse abismo entre nós duas parece aumentar cada vez mais?

Christian ficava sério por um instante, analisando cada traço do rosto dela antes de proferir:

— Sorria mais. Você fica linda assim.

O rosto dela torna-se tão vermelho quanto o seu cabelo e a jovem assente de cabeça baixa, colocando uma mecha solta do fio ruivo atrás da orelha.

— Acho que devia continuar com o seu trabalho, alteza. — ela dizia pegando o seu balde e saindo dali em passos apressados.

Ela bancava a difícil para o loiro quando, claramente, a presença dele a afetava. E mais uma vez, sinto-me suja por ter me entregado tão fácil ao Christian. Por isso, as demais empregadas me tratavam como a concubina dele por ter sido tão... Acessível. Por ter me agarrado às suas palavras quando elas eram tão vagas, qualquer um poderia dizê-las mas não para mim. Os homens não me olhavam com desejo como o príncipe me olhou e sequer me ajudavam como ele ajudou.

E foi por isso que acreditei em seus sentimentos. Mas era difícil manter a fé neles quando pareciam tão sólidos quanto o ar.

***

Desde aquela cena, havia evitado o Christian; tanto por ainda me sentir incomodada com a imagem dos dois conversando quanto por precisar esconder os machucados. O rei iria querer saber quem era o responsável e, particularmente, preferia continuar em silêncio do que apontar para o seu querido conselheiro. Era bem provável que ele não fizesse nada à respeito, pelo menos nada em público. Ou desejaria ouvir a segunda versão da história, como típico de um personagem justo e bondoso.

Às vezes, isso me irritava.

Hoje era o dia de folga de todos os funcionários — exceto eu como um "castigo" por não ter ido trabalhar na semana em que estive machucada — por causa do evento à noite. Heliodoro é o nome dado para uma comemoração conhecida em Velorum que ocorre todos os verões. Eles contemplam a força e o vigor dessa estação com uma festa em céu aberto. Era irônico a comemoração ser à noite quando cultuavam o Sol, mas muitos compreendiam que era através das fogueiras no escuro que o Astro ouviria as preces dele. Quando criei esse evento na obra, ele rendeu alguns momentos fofos entre os protagonistas e os dois quase se beijaram.

Ao imaginar a cena, meu estômago se revira. Mas tento pensar positivo, imaginando que a história não vá se repetir. Não mais. Eu preciso significar alguma coisa para ele.

Se Bryan visse o meu estado patético e carente, riria de mim e diria que é o merecido por abandoná-lo. Mas se eu comparar o meu namorado — pensando bem, o termo "ex" lhe cai melhor — com o príncipe, não deveria me sentir tão mal por estar magoada com o Christian. Ao menos, ele é uma pessoa mais valiosa do que Bryan, alguém que vale a pena derramar algumas lágrimas.

— Eu posso ver uma áurea negativa rondando você. — comenta Cherly estreitando os olhos. — O que está havendo?

Eu estava insegura para contar sobre o Christian, porque podia imaginar a bronca que levaria por ter me "entregado" rápido demais. Cherly é alegre e já vi alguns guardas direcionarem olhares com segundas intenções quando ela passa pelo corredor. Uma vez, ouvi a minha amiga comentando sobre a lista de pretendentes que precisou dispensar, a maioria mandados por sua própria mãe que, acima de tudo, desejava ver a filha casada. Ela é bela, alegre e carismática. Alguém assim não precisava se rastejar para ter a atenção de ninguém. Não precisa jogar a dignidade fora para receber migalhas de gentileza, pois as pessoas automaticamente a tratavam bem.

Não era inveja. Eu estava verdadeiramente feliz por minha amiga, mas não acreditava que ela pudesse compreender a minha situação.

— Nada demais...

— Sabe que pode contar comigo, Diane. Nós sempre fomos abertas uma com a outra, por que está se privando dessa forma?

Em resposta, virei-me de costas para a jovem para esconder a minha expressão triste. Ela não merecia ser consumida por essa negatividade.

— Ei, ei. Nada de se esconder! — ela exclama sentando-se ao meu lado e balançando meus ombros. — Trate de contar!

— Assim vai assustá-la, Cherly. — dizia Martha encostada na porta, soltando um longo suspiro. — Eu tenho uma ideia melhor para animar a nossa amiga. Vamos ao Heliodoro.

— Perfeito! Impossível ficar desanimada no Heliodoro, Diane!

Por dentro, estava curiosa para conhecer de perto essa comemoração mas ainda queria manter distância do príncipe e do seu conselheiro. Infelizmente, tinha ciência de que ambos estariam no evento.

— Eu não quero atrapalhar a festa de vocês com minha tristeza.

Antes mesmo de receber outro sacode da Cherly, Martha se manifesta mais rápido.

— A sua presença tornará Heliodoro mais divertido.

— Mesmo que eu esteja assim? — questiono erguendo a cabeça para fitá-la e ela assente. — Por que?

— Porque a sua companhia é agradável e tão radiante quanto o próprio evento.

Nesse momento, faço um imenso esforço para segurar as lágrimas de alegria. Então, decido ceder às suas vontades e ir ao festival com minhas amigas. Sendo de uma dimensão paralela ou não, o laço de amizade era verdadeiro e forte.

***

A comemoração era um pouco longe do centro da cidade, em um campo aberto. Havia uma enorme fogueira no centro onde belas dançarinas com vestido brancos e fendas até metade das coxas dançavam alegremente entorno do fogo. Elas usavam coroas de flores e rodopiavam como fadas divertindo-se em um jardim. Ao redor, barracas com comidas típicas da região se destacavam bem como alguns jogos bobos para distrair as crianças.

Todos trajavam roupas simples e a maioria sequer usava sapatos. Então, eu me senti menos deplorável com meu simples vestido verde e espartilho marrom. Pelo visto, Diane não possuía tantas roupas dignas de serem apresentadas mas, ao levar em conta o ambiente simples, duvido muito que alguém notará esse detalhe.

— O que acha de dançarmos? — Cherly pergunta entusiasmada.

Rapidamente, nego com a cabeça.

— Será preciso três doses de tequila para isso. Então, nem pensar.

— Tequila? O que é isso?

Às vezes, esqueço que vivo em outra época.

— Uma bebida com álcool. Muito álcool.

— Não conheço, mas não deve ser melhor do que Via Láctea!

— O que?

— É uma bebida típica daqui. Nunca experimentou? Céus, precisamos resolver esse problema agora mesmo.

Antes mesmo de poder contestar, sou puxada para uma das barracas e Cherly faz o pedido. Em poucos minutos, uma enorme taça é depositada na minha frente. O tom azulado da bebida lembra-me o céu noturno e havia pontinhos brancos dentro do recipiente, como se estrelas dançassem no líquido. A borda da taça estava repleta de sal e, em seu interior, havia duas rodelas de limão. A aparência era majestosa e surreal.

Cherly ergueu sua taça e Martha imitou o movimento. Então, mesmo insegura quanto ao sabor, acompanhei as duas no brinde e depois dei um generoso gole. A bebida era doce mas, ainda assim, queimou um pouco quando desceu na minha garganta. Um show de explosões formou-se em minha boca e, estranhamente, senti o corpo mais leve.

— É delicioso!

— É a melhor bebida da região. — comenta Martha.

— Ela veio da capital?

— Não sabemos ao certo, mas ela existe há décadas. Provavelmente algum viajante repleto de cultura estrangeira trouxe para o povo de Velorum.

Dou outro gole na bebida enquanto observo minhas duas amigas conversarem. Por um instante, desejei que Claire estivesse aqui para aproveitar esse momento. Eu tenho certeza de que se dariam bem por causa dessa energia contagiante que elas irradiam.

Nós repetimos a dose antes de seguirmos pelo festival. As crianças cantavam em um coral improvisado e contive a risada diante do canto desafinado. Quando olhei para o lado, encontrei Martha conversando com um camponês e, pelo seu sorriso, percebi que havia alguma relação entre os dois. Ela parecia tão jovial quando sorria abertamente, como se nada mais importasse.

Um jovem se aproximou de Cherly e a convidou para dançar mas, agilmente, ela envolveu o braço no meu.

— Perdão, mas estou acompanhada.

E acabei sendo puxada mais uma vez para longe.

— Por que não aceitou, Cherly? Você também devia se divertir.

Ela suspira com pesar enquanto nos conduzia para o outro lado do festival.

— Não quero nenhum homem chato no meu pé, mas não se preocupe. Nós vamos dançar.

— Espera! "Nós"?

Ouço uma risada travessa em resposta e só então percebo que estamos próximas da fogueira onde outras mulheres dançavam. Cherly sequer esperou uma resposta, pois havia se misturado com as demais e eu a observei com um leve sorriso. A minha amiga parecia tão feliz esquecendo de toda a exaustão do trabalho que também desejei ser assim.

Talvez tenha sido efeito do álcool ou das emoções contidas, mas em um piscar de olhos estava rodopiando com as dançarinas ao redor da fogueira. A minha coordenação motora sempre foi péssima e, por isso, tropecei nos próprios pés várias vezes. Porém, ao invés de se esconder em um canto qualquer, eu só pude rir acompanhando os risos descontraídos de Cherly.

Naquele momento, eu esqueci do mundo. Esqueci da minha obrigação no castelo e em como a chata da senhora Hopkins iria reagir com a minha ausência.

Foda-se essa megera!

E eu rodopiei até sujar os sapatos velhos com areia. Rodopiei até erguer a barra do vestido acima dos joelhos enquanto meu longo cabelo solto acompanhava-me nessa dança desastrada.

Quando a música teve fim, eu e Cherly nos afastamos da fogueira entre risos.

— Não devíamos procurar a Martha? Está tarde. — comento preocupada.

— Ela deve estar em uma guerra de beijos com o Ryan.

— Ryan?

— Céus, Diane! Sua memória está cada vez pior. — ela dizia dando um peteleco em minha testa. — Ele é o cara de quem a Martha gosta. Os dois ainda não oficializaram a relação porque ela está esperando o Ryan assumir o negócio do pai, como ferreiro.

Rio de puro nervosismo, disfarçando o meu erro.

— Oh, sim. Como pude esquecer.

— Deveria beber um pouco de água. Talvez a Via Láctea tenha alterado mais ainda a sua cabeça. — comenta entre risos, abraçando-me de lado. — Mas é bom tê-la aqui. Você sempre foi reservada e eu temi que odiasse a minha companhia.

Retribuo o seu braço desajeitado, envolvendo o braço na cintura dela.

— Eu nunca odiaria a sua companhia, Cherly. Você é uma ótima amiga.

Ela sorria largamente em resposta e logo me manda comer alguma coisa enquanto ia dançar um pouco mais. Como uma boa observadora, provavelmente notou o meu cansaço após os inúmeros rodopios entorno da fogueira. Então, assinto e começo a caminhar pelo festival cumprimentando todos com um breve aceno.

Um aglomerado de pessoas chamou a minha atenção e apressei os passos, sendo guiada pela curiosidade. Sem querer, esbarrei em um camponês e pedi desculpas com um riso abafado. Pelo visto, o álcool me deixou "alegre" demais. Porém, a risada morreu diante da cena.

Christian acenava para o seu povo com um sorriso. Algumas crianças corriam aos seus pés e ele pegou uma garotinha no colo. A menina sorria maravilhada diante do rei de Velorum e, em resposta, o loiro abriu seu típico sorriso capaz de derreter corações. Os camponeses se aproximavam para conversar com seu monarca que, atentamente, ouvia todos. Alene encontrava-se ao seu lado, segurando a ponta do manta que ele usava.

Isso até o rei se virar em sua direção, dizendo:

— Não precisa fazer isso. Pode aproveitar como os demais.

— Mas o senhor me chamou para esse evento, alteza. Eu pensei que fosse para servi-lo.

Espera, Christian a convidou para o Heliodoro?

Ele gesticula com desdém, aproximando-se mais de Alene até que pudesse tocar seu rosto. Claramente, a ruiva treme diante da mão aveludada dele contra sua bochecha corada.

— Eu quero vê-la se divertindo como os outros. Ao analisar de perto, percebi como você tem trabalhado demais, então não conheço ninguém que mereça mais uma folga do que você.

Franzo o cenho, recuando lentamente para trás.

E eu? Não estou me esforçando o suficiente? Eu estou sendo acusada e interrogada por sua causa.

O sorriso de Alene é iluminado pela fogueira e seus olhos brilham quando estão focados no belo rapaz à sua frente. Em contrapartida, o meu estômago se revira e reúno forças para sair o mais rápido desse festival. As minhas pernas me guiaram de volta para o castelo enquanto as lágrimas já rolavam pelo rosto. Quando parei na frente do palácio, encontro Jonnathan conversando com um dos guardas.

Isso significa que não posso usar a entrada principal.

Havia uma árvore alta ao lado do muro do castelo e, com muito esforço, consigo escalar até chegar no topo. Porém, a minha falta natural de equilíbrio misturada com o álcool me fez cair do outro lado. Gemi de dor quando o ombro se chocou contra o solo e, automaticamente, encolhi o corpo por causa da dor.

Infelizmente, a minha falta de sorte não acabaria por ali.

Antes de conseguir se erguer, avistei um par de sapatos próximo do meu campo de visão. Ao erguer o olhar, encontrei a face rígida da governanta me encarando de maneira assustadora. O meu corpo travou e senti um estranho calafrio, como se a alma tivesse escapado no longo suspiro de meus lábios.

Merda! Merda! Merda!

Mas a senhora Hopkins apenas deu as costas e seguiu para dentro do palácio.

***

Acordei com uma puta ressaca e uma dor no corpo por causa da queda. A minha cabeça latejada e quase não consigo me levantar da cama. Contudo, alguém precisava fazer parar as batidas inquietantes na porta.

— O que é?! — digo rudemente ao abrir da porta, deparando-me com uma das empregadas da cozinha. — Precisam de mim?

Ela nega e entrega uma carta para mim. A confusão toma espaço em minha face e, então, leio o que está escrito no papel. O meu coração erra de batidas e comento com a voz trêmula:

— Por que...? Por que essa carta me recomendando para a casa de um nobre? O que isso significa?

Mas, no fundo, eu sabia que muito bem o significado. Os meus dias no palácio haviam acabado em um piscar de olhos. 

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