– Deixa eu tentar raciocinar em paz? – Changbin reclamou, estava uma hora tentando se concentrar nos livros da enorme biblioteca que Minho permitiu que visitasse dentro daquele enorme castelo, porém a paz havia morrido junto dos humanos que teimavam em perturbar a cada dois segundos perguntando se havia encontrado.

– Você é lezado. Meu amigo vai virar pudim e você não ajuda! – Jisung berrou, cruzando os braços em raiva e claramente inconformado – E além disso, não sei se perceberam, mas estamos todos trancafiados em um castelo gigante, aonde comida parece fantasma que aparece do nada na geladeira e nem sabemos como tem eletricidade nessa porra.

– O banheiro tem Wiffi. – Jisung comentou como quem não quer nada.

O silêncio se instalou, até que Changbin largou o livro e finalmente deu atenção ao rapaz de aparelho.

– O que disse? Não é possível ter Wiffi aqui! A barreira de Felix faz com que qualquer rede elétrica desapareça do mapa. – o Seo disse sarcástico, porém recebeu apenas um olhar entediado dos três humanos presentes.

– Fala sério? – Seungmin disse ríspido.

– Mas é burro... Cara... Eletricidade morre... Mas tem luz no castelo todo, o chuveiro é elétrico e a banheira também. – Jeongin respondeu rindo.

– Tem chuveiro elétrico? – Changbin perguntou confuso, não havia visto isso quando foi explorar o enorme castelo.

– Tem banheira? – Seungmin pareceu estranhar, viu o chuveiro elétrico mas não viu a tal banheira.

– Tem banheiro? – Jisung questionou confuso, recebendo olhares mistos de nojo, sarcasmo e ironia – O quê? Eu nunca saí do primeiro andar.

– Os banheiros que funcionam a banheira com água morna e chuveiro elétrico ficam no último andar. É lá que pega wiffi gratuito e pega dados móveis. Girou Free Fire lisinho. – Jeongin comentou rindo, vendo o olhar compreensivo para si – Mas como tem tomada e chuveiro elétrico em um castelo do período pré-medieval? Eis a questão.

– Eles devem ter instalado. – Changbin balançou os ombros.

– Minho não sabe o que é celular. Óbvio que quem instalou não eram os vampiros. Nunca vamos descobrir tal mistério. – Jeongin balançou os ombros, o silêncio reinou, até o próprio Yang novamente abrir o bico – Achou alguma coisa?

– Puta que pariu, cala a boca! – o Seo choramingou, enfiando a cabeça em baixo do livro, na tentativa de fugir daqueles chatos – Não dá para me concentrar!

Os três riram, mas novamente o silêncio reinou, pelo menos, por enquanto.
Verdadeiramente desta vez o Seo pôde procurar em paz, finalmente achando algo interessante.

– Aqui é uma explicação de olhos...

Vampiro Original: Violeta;
Vampiro Conde: Dourado;
Vampiro Híbrido com lobo: Prateado ou Branco;
Vampiro filho de Humano: Azul Neon ou Azul Celeste;
Vampiro Compatível: Laranja;
Vampiro Transformado: Rosa;
Vampiro Lord: Vermelho/ Carmin ou Vinho;
Vampiro Híbrido: Mel/ Âmbar;
Vampiro Unicórnio...

– Calma... Unicórnio? – o Yang berrou um grito, não aguentando pelo que ouviu.

– Fica quieto! – o Seo reclamou, não tinha paz. – Aqui conta sobre todas as espécies... Pelo visto Hyunjin tem os olhos da cor de um Híbrido transformado...

– Beleza, e o que isso significa? – Jisung, como sempre lezado, questionou.

– Os vampiros amaldiçoados precisam ter um vampiro Compatível, o de olhos Laranjas, para se alimentar eternamente... Mas eles não suportam o gosto de um vampiro Híbrido, pois possuí sangue dele e de outros vampiros... Ou seja: Hyunjin já tinha sangue imortal nas veias e não lhes contou... Ou não fazia idéia. – o Bang constatou, lendo sobre o assunto no livro grosso e velho que segurava.

– E por isso ele vai desfazer do Hyunjin? – Seungmin questionou.

– Aqui diz que isso não o impede de se alimentar caso consiga ter o seu sangue dentro do Compatível mais forte do que o sangue do vampiro que transformou consigo. – balançou os ombros – Ou em quantidade maior.

– Não sei se notaram, mas achei interessante uma coisa também. – Jeongin murmurou, relendo a lista da cor dos olhos dos imortais. – Minho é um Lord e seu irmão é só um transformado normal? Como ele conseguiu isso?

Changbin franziu as sobrancelhas... Nunca havia visto como se matava um vampiro de classe tão alta.
Pelo visto seria bem mais complicado.

– Isso não te interessa. – a voz grave murmurou, o enorme livro preto desapareceu, enquanto surgia nas mãos do vampiro ruivo, que os encarava irritado – Intrometidos.